Acordei meio caída aquele dia. A última noite no Maid Latte não tinha sido das mais calmas. Tudo aquilo se repetira, eu agradeci a Deus que Anthony não tinha visto os meus novos e mais dolorosos machucados.

Eu tinha medo de que ele descobrisse que eu continuava trabalhando lá, e me obrigasse a sair. Mas, eu não quero ser um peso para ele. E ele já está pagando coisas de mais para mim. E ele me chamou do nada para morar com ele... Isso pode ser suspeito! E porque ele se preocupa tanto? Isso eu não entendo... Mas não vem ao caso >—<!! Eu tenho que arranjar dinheiro para ele não ter que ficar pagando e gastando dinheiro comigo!

Isso, agora estou indo para o Maid Latte. Está nevando, e adoro neve.

Cheguei e entrei discretamente. Meu chefe veio direto para mim, e me jogou contra a parede.

— Porque não veio antes de ontem mesmo? - Ele envolveu minha cintura com seus braços. Eu tentei relutar.

— Po-porque... Eu não tive... Tempo... - Murmurei, ele deu um tapa em meu rosto, eu soltei um gemido.

— Tempo não é importante! Não vai faltar mais nenhum dia, garotinha. - Eu concordei com a cabeça, e fui trabalhar. Percebi que Lily não estava lá, fui até a Anna perguntar.

— Anna, onde está a Lily? - Perguntei, Anna fez um rosto triste. Eu fiquei preocupada, imaginando o que poderia ter acontecido.

— Lily foi abusada por um dos clientes e acabou pegando uma doença. - Eu tampei a boca com as mãos. Anna colocou a mão em meu ombro, para me consolar. - Calma, Rose. Eu sei que ela vai melhorar. - Forcei um sorriso, concordei com um aceno, e fui trabalhar.

Peguei a bandeija e fui levar a comida para um homem na mesa 3. Ao chegar, quase infartei. Era Anthony, que estava lá a me olhar bravo. Ele se levantou, me fez deixar a bandeija na mesa. Pegou em meu punho, e me levou até o chefe.

— Preciso de um quarto. - Ele disse, estremeci de medo.

Era por isso que ele tinha me chamado para morar com ele?

Entramos em um quarto, ele me pos na cama e subiu em cima de mim. Vi ele tremer e dar um tapa em meu rosto.

— Menina boba! Porque continua a trabalhar aqui?! - Era isso...? Ele estava só preocupado comigo.?

— E-eu... Me sinto um peso p-para você. Por isso queria arranjar dinheiro! - Ele me deu outro tapa, eu comecei a chorar.

— Já te disse que não é um peso para mim... - Ele murmurou, tristemente. E me abraçou. - Você me deixou preocupado, achei que tinha se machucado... - Eu abracei ele também.

— Me perdoa...! - Implorei, ele se deitou comigo, e segurou minhas mãos com força. Eu senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo.

— Eu te perdoo. Mas, em troca... - Achei que ele ia abusar de mim... Mas, ai... - Vai ter que sair desse lugar terrivel. - Eu concordei com a cabeça. E me escondi nele, chorando.

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Saimos do Maid Latte, foi a última vez que eu vi aquele lugar terrivel, em que fui obrigada a passar quase todos os anos da minha infância.