Katie P.O.V

Tivemos 15 meses de paz. Aparentemente Jesse havia aceitado e ido embora e voltou a morar com a mãe, mais não. Jesse volta pra cidade e a história que eu pensei ser verdade não era, ele tinha se metido em uma briga com um playboy e acabou sendo preso, foi solto por bom comportamento.

– Não aguento mais. – coloquei a mão na cabeça, cansada.

– Já foi na polícia? – Jessy fez cara de dor.

– Milhares de vezes, mas quando ele vê que eu fui na policia ele some e tudo fica bem. Então espera a poeira abaixar e volta. – suspirei irritada. Estávamos a 2 meses nesse mesmo capítulo, Jesse nunca aceitou o fato deu ter terminado com ele e agora vive ligando pra casa, pro meu emprego, no meu celular. O mais bizarro que nós mudamos os números e mesmo assim ele consegue de novo.

– Ok vamos tentar esquecer isso. – tentei parecer convincente. Mas até eu que sou calma, já estou de saco elecheio. Brian também não aguentava mais.

– Estou indo. Beijo se cuida. – me despedi de Jessy, entrei no carro e fui pra casa.

Cheguei em casa e Brian já havia chegado.

– Hoje vamos jantar comida japonesa. – Brian falou empolgado e eu beijei ele.

– Hun adoro comida japonesa... – eu ia terminar de falar e ele terminou, eu ia dizer exatamente isso.

– Mas prefere comida italiana. – Brian imitou a minha voz e eu ri.

– Aproveitou o dia hoje – olhei pra ele que parecia cansado. Brian trabalhava em uma agência publicitária.

– Descansei bastante, mas não teve muita graça, fiquei sozinho o dia todo. – Brian sentou e apoiou a cabeça no encosto do sofá.

– Viu os recados hoje... – fui em direção ao telefone e Brian deu um pulo, me assustando. Mas isso não me impediu de apertar o botão e ver que tinha na secretária eletrônica.

“Está sozinho hoje né Brian...eu sei que você tem folga as terças.” – Jesse riu

“Katie saiu cedo não é? Eu vi ela saindo. Ela fica tão linda com o cabelo preso.” – Jesse riu de novo, mais irônico dessa vez.

– Eu queria ter apagado pra você não ver. – Brian olhou pra mim.

– Eu pensando que ele parou de nos infernizar, e não. Jesse continua o mesmo. – falei chateada e Brian concordou com a cabeça. Continuei escutando as mensagens e não variavam muito, Jesse é um louco e precisa de tratamento.

“Por que não vai embora da vida da Katie hen? Eu vou precisar matá-lo?...Ah claro, você acha que eu não tenho coragem. – Jesse falou alto.

“Eu já matei alguns caras na minha vida. E não me senti nem um pouco culpado.” – Jesse riu alto, confesso que fiquei com medo.

– A quanto tempo ele está mandando mensagens pra cá? – olhei séria pra Brian.

– Alguns dias, mas eu ando apagando pra você não ver. – Brian pegou na minha mão e eu fechei a cara.

– Eu sei que você acha que é certo, mas não é Brian. Depois acontece alguma coisa com você e eu nem estou sabendo. – me segurei pra não chorar. Só de pensar nisso meu coração apertava, eu não sobreviveria se acontecesse alguma coisa com Brian. Ele era mais do que meu namorado, ele era meu amigo, meu confidente, meu amante, meu porto seguro.

– Agora vamos esquecer isso. – Brian veio me abraçar mas eu desviei.

– Como esquecer Brian, você me escondeu. Se eu tivesse feito a mesma coisa como você reagiria? – balancei a perna irritada e Brian riu.

– Eu sei, eu entendo seu lado Katie, mas você quer mesmo estragar nossa noite com essa história repetitiva? – arqueou uma sobrancelha.

– Tudo bem, vamos esquecer isso. – me dei por vencida. Brian sorriu, se aproximou de mim e me beijou.

– Eu te amo muito garota. – Brian fez carinho no meu cabelo e foi a minha vez de sorrir.

– Eu te amo mais. – brinquei e Brian fez careta.

– Você falou tanto, que eu quase me esqueci, de uma coisa... – Brian saiu correndo e subiu as escadas. Fiquei esperando ele voltar, demorou alguns minutos que demoraram horas e Brian apareceu no topo da escada.

– Foi fabricar Brian. – olhei pra ele que desceu com as mãos pra trás parecendo criança.

– É uma coisa muito importante. Espero que goste. – ele veio e sentou de frente pra mim.

– É um presente? Mas não é meu aniversário...espera aí, hoje é aniversário de namoro? – coloquei a mão na testa. Era só o que faltava, eu ter esquecido nosso aniversário de namoro.

– Cala a boca Katie, não estraga o momento. – Brian me olhou sério e eu não entendi.

– Mas... – nem comecei e Brian colocou a mão na minha boca me fazendo ficar quieta.

– Você fala demais sabia? – suspirou fundo e tirou de trás das suas costas uma caixinha preta de veludo. Meu coração quase parou quando eu vi o que era.

– Katherine Anelise Withmore aceita se casar comigo? – Brian apontou a caixinha pra mim e eu fiquei sem fala.

– Claro que eu aceito Brian. – pulei no colo dele feliz e o beijei.

– Você tem certeza que quer casar comigo? – falei divertida e apontei pra mim. Brian riu e pegou minha mão pra colocar o anel.

– Eu te amo Brian. – o abraçei. O anel era lindo, a pedra era branca, ele tinha bom gosto pra escolher jóia.

– Eu também te amo. – me deu um beijo estalado.

Flashback off.

Percebi que Danny ficou incomodado com essa parte, mas bem eu disse que lhe contaria tudo.

– Então quando ele matou Jesse, vocês estavam noivos? – Danny tirou a mão do meu cabelo e se mexeu nervoso.

– Espera, ainda não cheguei nessa parte. – sorri amarelo.

– Esse Jesse era um louco. – ele balançou a cabeça indignado.

– Falar isso não vai ajudar Danny. – fiz careta e Danny riu sem graça.

– Desculpa Katie. – ele de um beijo no topo da minha cabeça e eu continuei. A pior parte ainda estava por vim.

Flashback on.

Sai da galeria, mais um dia de trabalho. Joyce e Candece eram namoradas e donas da galeria, eu exponho minhas telas na galeria delas. As telas foram um sucesso e a venda está incrível. Entrei no carro, coloquei a chave no contato e vi que tinha alguém no banco de trás.

– Não fala nada e dirige. – Jesse colocou a arma na minha costela. A expressão dele era completamente diferente, ele estava revoltado e aquilo me assustou.

– Calma Jesse. – olhei pra ele, e vi que tinha outro cara do lado dele.

– Sem palavras doce Katie, agora não adianta mais. – ele pulo pro banco do passageiro pra sentar e continuou apontando a arma pra mim.

– Aja naturalmente, ou eu não só atiro em você, como vou atrás dos seus pais, da minha querida ex-cunhada, de Jessy e claro do mané do Brian. – Jesse me olhou sério e eu engoli seco. Sai do estacionamento da galeria como se tudo estivesse normal, o porteiro achou estranho ver um cara no banco do passageiro mais eu disse que era meu primo, ele não perguntou mais nada.

– Por que isso Jesse? – olhei de rabo de olho e tanto ele como seu amigo riram irônico.

– Eu ainda não vou falar nada, só quando chegar lá. – Jesse olhou pro cara do banco de trás.

– Tyler desce do carro e passa pro banco da frente, você vai dirigir. – Jesse olhou pro amigo, que agora eu sei, se chama Tyler. Me empurrou pro banco de trás e sentou lá comigo, enquanto Tyler dirigia.

– Pra onde está me levando? – olhei pra ele que bufou.

– Nenhuma pergunta sua será respondida agora Katie, então não gaste saliva. – falou irritado e eu não disse mais nada.

– Acho melhor já colocar a faixa nela. – Tyler tirou do bolso uma faixa preta e jogou pra Jesse.

– Espera aí, isso é um sequestro? – falei desesperada e os dois gargalharam.

– Por favor Jesse, me explica. – o olhei apavorada, e ele nada expressou.

– Coloca no rosto. – Jesse apontou pra faixa e eu o fiz. - Logo você vai saber Katie e vai me entender. – sussurrou no meu ouvido.

– Me dá a outra. – Jesse falou pra Tyler e eu não entendi do que se tratava até sentir Jesse prendendo meus braços pra trás com outra faixa.

De repente eu parei de ouvir barulho de carro, buzina ou pessoas, foi ficando tudo silencioso. O único barulho que eu ouvia era o do carro.

– Vem desce do carro. – me puxou pelo braço e ainda sem ver nada eu desci.

– Leva ela pro quarto. – Jesse falou e eu gelei.

– Não Jesse, vamos conversar. – tentei convencê-lo, nada adiantou. Tyler me puxou bruscamente pelo braço.

– Cuidado com ela, eu não te paguei pra isso. – Jesse falou autoritário com o tal Tyler, aquilo me deu um certo alívio. Fui jogada em cima da cama e Tyler tirou a faixa dos meus olhos, só ouvi o barulho da fechadura, então ele saiu do quarto e trancou a porta.

Comecei olhar em volta, era um quarto grande e vazio, com apenas uma cama de solteiro. Uma janela pequena bem no alto, que olhando através só dava pra ver árvores, devíamos estar longe da cidade.

O que Jesse realmente queria com aquilo? Fiquei apavorada, Jesse era um cara rancoroso, podia se esperar tudo. Passaram 10 minutos e nada de Jesse voltar, então resolvi gritar. Gritava com toda a minha força, ele teria que aparecer, nem que fosse pra ficar livre do meu escândalo.

– Cala a boca Katie. – Jesse abriu a porta com raiva e eu dei uns 5 passos pra trás.

– Vamos conversar, por favor. – implorei e ele gargalhou. Já estava virando rotina as gargalhadas irônicas.

– Engraçado né Katie, quantas vezes eu tentei conversar, quantas vezes eu lhe pedi por favor...agora o jogo inverteu. – Jesse me olhou com desdém.

– Vou trazer uma coisa pra você. – saiu e bateu a porta. Cansada de toda aquela viagem, sentei na cama.

– Só me explica qual a finalidade disso tudo. – falei assim que Jesse voltou no quarto.

– Depois disso você vai ficar calminha. – ele veio pro meu lado com uma injeção, eu tentei desviar mais Jesse era duas vezes mais forte que eu.

Ele me jogou na cama e aplicou a injeção no meu braço.

– Não faz isso Jesse. – falei já meio mole.

– Amanhã você vai ter todas as respostas. – ouvi a voz longe de Jesse e apaguei.

Flashback off.