Zumbis, Garotos E Armas! escrita por Andy


Capítulo 26
Eu quero viver!




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O feixe de luz aos poucos ia perdendo sua lucidez, até restar apenas faíscas. Algo muito urgente havia acontecido e não havia como evitar. As piores hipóteses passavam por suas cabeças. Sair correndo a resgate de Lysandre não era uma opção visto que se tornaram numerosos.

– Como faremos? – indaga Nath, ainda com o olhar fixo no ponto onde outrora havia feixes de luz, como todos ao seu lado. Era mesma pergunta que Castiel fazia a si mesmo e pensava como responder. Morgana abaixou seu olhar do céu noturno para a rua afrente deles e viu algo entre as arvores que se encontrava na praça, correu para lá.

– Hey!

– Aonde vai? Espere!

– Morgana!!!

Castiel, Nath e Kentin se prontificaram a seguir a garota correndo atrás da mesma. Os demais membros do grupo se entreolharam confusos sem entender o que havia acontecido e sem resposta se puseram a correr atrás dos demais.

Morgana parou ao lado de um caminhão tombado que bloqueava todo a sua deixando apenas um pequeno espaço, confirmado mais a ideia que teve. Alguns minutos depois o grupo inteirinho já estava ao lado dela.

– O que deu em você? – perguntou Katherine, que odiava fazer algo sem entender o motivo.

– A resposta. – respondeu Morgana com a respiração ofegante. – De como iremos atrás do garoto. – quando avançaram passando pela brecha que o caminhão deixava, pudera ver um ônibus de viagem parado esquina da rua que estava.

–Ótima ideia Morgana. – exclamou Rosalya, Morgana sorriu, recebendo olhares que diziam a mesma que a amiga.

Castiel foi o primeiro a entrar no ônibus, quando viu que estava vazio autorizou a entrada dos demais. Foi um milagre terem encontrando o automóvel em boas condições, com suas poltronas azul-marinho e janela que não era possível abrir por causa do ar condicionado – que não funcionava.

Nath fez a ligação com os fios para poder ligar o ônibus, mais acabou que quem o dirigiu foi Katherine, que debateu com Castiel até o mesmo se ver forçado a desistir.

– Vamos nos sentar Nath, é mais seguro com uma louca dirigindo. – alfinetou seguindo pelo corredor. Kathy apenas sorriu vitoriosa, não adiantava nada Castiel falar algo. Ela que dirigiria e pronto final deu a partida no ônibus e se preparou para tomar o percurso até o shopping.

Sentado no fundo com Nathanael ao seu lado, Castiel percebe que o mesmo está estranho, como se sentisse dor.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunta ao mesmo. – Se feriu?

– Apenas um pequeno corte, nada demais. – respondeu o loiro sorrindo.

– Não minta pra mim, Nath.

– Não estou. Agora pare de bancar o irmão mais velho. É assustador. – ambos sorriem antes de olharem para a destruição das ruas e alguns zumbis pela janela do ônibus.

– Vi que estava conversando com a Katherine. – começa Castiel.

– Sim. Garota legal, ela meio que lembra você.

– Eu sei. Isso sim é assustador. – responde fazendo o loiro sorrir mais logo sua expressão muda para uma careta, Castiel percebe.

– Nath, você está bem? –pergunta novamente e desta vez leva a mão para a testa do amigo. – Céus, está ardendo em febre... Rosalya! – chama levantando-se a fazendo Nath imitar seu ato, Castiel guia o loiro até uma poltrona a frente de Rosalya que estava sentando com Leigh no meio do ônibus.

– Castiel, Nath... O que aconteceu? – diz se levantando.

– Ele está ardendo em febre. – repeti desta vez para a garota que senta Nath no seu lugar, Ken se aproxima dele já sabendo da situação.

– Galera! – grita Katherine do seu lugar de motorista. Preocupados com Nath, eles não dão muita importância ao seu chamado. A ruiva freia bruscamente o ônibus fazendo muitos que estavam de pé ter que se apoia nas poltronas para não cair.

– Você tá louca? – grita Castiel.

– Olhem isso. – diz ignorando o ruivo. Kentin é o primeiro a ir até a mesma e o que vê pelo vidro parece inacreditável.

–Abram as cortinas. – exclama para o restante que assim que o faz vê ao redor do ônibus vários infectados e logo à frente o shopping. – O sinalizador os atraiu.

– Como iremos até meu irmão, agora? – indaga Leigh preocupado. A maioria dos membros vê-se dividida entre ajudar Nath e Lysandre.

– Eu vou. – exclama Ken caminhando até a janela que havia no teto do ônibus e abrindo a mesma sem esperar a confirmação de alguém. Ele era o único que podia mesmo.

Nath gemeu baixinho e logo a atenção voltou-se para ele. Katherine tirou o cinto de segurança e se aproximou do lugar onde estava. – Se afastem! Eu já fiz um curso de primeiro socorros. – informa. Castiel e o restante dos garotos vão para o fundo do ônibus dando assim espaço para Katherine e Rosalya. Trina permaneceu em seu lugar, tinha tentado conversar com Kentin mais não conseguiu e estava emburrada por causa disso. Morgana levou Elie para a primeira poltrona da fileira ao lado direito do ônibus e sentou-se lá com a pequena.

– É o mais sensato a fazer. – dizia Castiel ao Leigh e Victor, após terem iniciando uma conversa sobre a situação que estavam.

– Não é egoísmo. – rebate Leigh, transtornado pela preocupação com o irmão e com o que Castiel estava propondo.

– Entenda Leigh, se um falhar todos cai.

– É um risco que não podemos correr. – diz Victor defendendo o ponto de vista do ruivo.

– Está querendo se livrar da responsabilidade! – exclama Leigh com o olhar fixo em Castiel.

– Não. Estou mantendo, você e sua namorada segura.

– Tudo bem, desculpa, por todo incomodo então. Mas não espere que eu e ela saiamos por ai tentando ir para a mansão sozinhos. Não sou criança e ao contrario de alguém, assumo toda a responsabilidade por meus atos.

– Não dá pra conversar com você. – declara Castiel alterado da mesma maneira que Leigh.

– É o contrario não acha?

– Leigh, por favor. – diz Castiel procurando acalma-se e resolver logo aquela questão. – Entenda... Não quero discutir com você, de verdade. Mas preciso que compreenda a gravidade do problema. Estamos lentos, com mais riscos e ainda não encontramos a Amy. E há a possibilidade de nem a encontramos. – o ruivo para um instante em silencio. – Da maneira que queremos. – completa, desejando profundamente que estivesse errado em suas palavras.

– Alguém tem álcool? – pergunta Katherine.

– Em gel, pode ser? – responde Trina de costa a duas cadeiras a frente.

– Aham. – respondi Katherine que havia cortado a calça de Nath para pode observar melhor o ferimento.

– Aqui. – diz Trina entregando o produto.

– Vai doer um pouco. – avisa Rosalya que esta com metade do tronco do loiro em seu colo enquanto mexe em seu cabelo. As pernas do mesmo encontram-se estendidas passando o limite de largura da poltrona, mas sendo o suficiente para Katherine trata-lo.

– Não o suficiente. – respondeu o mesmo forçando um sorriso. – Eu aguento.

Katherine pega um pano e depois o álcool gel, deseja o conteúdo no corte e com toda delicadeza e destreza que consegue vai limpando o local. Nath sente ardência agoniante, mas como o mesmo diz, ele aguenta. Após terminar de limpar, Katherine pega outro pedaço de pano e improvisa uma atadura.

– Está meio feio. – afirma após terminar. – Pode infeccionar, isso se assim já estar, o que seria o motivo da febre.

– Precisamos leva-lo a um hospital. – declara Rosalya fitando Katherine. – Lá têm antibióticos e o que mais você precisar. – completa.

– Vou avisar o Castiel. – informa Katherine levantando-se. Nath rir.

– O que foi? – pergunta

– Vocês falam de mim, como se nem estivesse aqui. – responde o loiro, e Rosalya lhe mostra a língua.

Bem mais a frente do ônibus, está Morgana e Elie.

– E foram felizes para sempre. – termina a morena após a estória da Cinderela a pedido da garotinha.

– Pode parecer coisa de menininha, mas gosto dessas estórias. – afirma Elie meio com vergonha. Morgana rir.

– Você é menininha Elie. Pode gostar de muitas coisas livremente.

– Eu sei. Mas agora é apenas Katherine e eu, não posso mais me dá ao luxo de está com a cabeça nas nuvens. Precisamos uma da outra.

– Você é uma garotinha bem esperta.

– As pessoas costuma dizer isso!

– Quer um conselho? De amiga?

– Uhum!
– Não amadureça precocemente. Seja tudo o que uma criança tem que ser. Rir para o vento, faça birra e guerra de comida. Corra e se cair e ralar o joelho, então sua irmã vai estar ao seu lado para fazer o mesmo que sua mãe. Seja a irmã menor dela e Katherine será tudo o que precisa. – Elie aquela altura já estava com os olhos marejados, surpreendendo Morgana a pequena a abraçou.

– Você é legal. – disse.

– As pessoas dizem isso sobre mim. – responde e ambos riem.

– Que tal irmos ver o Nath? – indaga desvencilhando-se da garotinha.

– Tudo bem. – responde Elie ficando de pé igual à morena. – Morgana!

– Sim?

– Posso te chamar de irmã? É o que você é pra mim. – Morgana fica sem reação, não esperava aquilo. Mas tinha que admitir que estava começando a ter uma afetividade por Elie, esboçou um sorriso e respondeu:

– Só se eu não morrer por causa disso! – diz referindo-se a Katherine e seu temperamento. – Agora vamos garotinha astuciosa!

***

Como combinado, Amy encontrou a saída do esgoto e agora vagava pelas ruas de um bairro residencial com casas de modelo americano diferenciando-se apenas pelas cores e o estilo dos jardins que as compunhas, mais mantendo a cerca branca. A lanterna ainda estava em suas mãos, mas agora como uma arma não um objeto.

Não sabia ainda de maneira clara o que aconteceu com ela, mas com toda certeza já não era a mesma. Eles a mudaram, lá no laboratório. Amy temia essa mudança e os sintomas da mesma, a começar por sua força que parecia ser maior que o normal e a velocidade que ganhava quando correndo. Isso era assombroso para ela, estava se tornando um monstro, é isso, essa é palavra certa. Um monstro.

Eles fizeram experiências com ela, transformaram-na em um monstro. E agora, não sabia mais do que era capaz. E se apresenta-se perigo aos seus amigos?

Isso causava temor no coração de Amy, estava perdida, destroçada e se arriscaria dizer que nem humana mais era.

Olhou para a escuridão a sua frente, com uma iluminação muito fraca da lua envolta com nuvens e das luzes dos postes. Um vento frio a atingiu passando pela mesma fazendo Amy abraçar seu corpo involuntariamente.

Um grunhido próximo a assustou, fazendo-a girar com a lanterna em mãos atrás da origem do som. Saindo da escuridão que estava ao redor de uma pequena montanha de sacos de lixos pretos vindo em sua direção estava um infectado, e mais dois em seu encalço.

Com o perigo eminente, pela primeira vez Amy parou para prestar atenção no lugar que estava. Nas casas - com metade de sua estrutura desabada, deixando a mostra seus invasores canibais-, nos quintais repletos de zumbis, na rua. Alguns sentados, outros com membros faltando ou com órgãos a mostra, pareciam estatuas, quando não se movimentavam de maneira devagar. Um pânico tomou conta de seu corpo que pareceu paralisar deixando audível a batidas de seu coração que parecia acelerar cada vez mais.

Amy apenas os observava, da mesma maneira que alguns faziam com ela. A mão firme na lanterna, juntando cada força que ainda restava dentro da mesma para se manter em pé. Desmaiar naquela situação seria o pior erro possível.

Quando os primeiros infectados tomaram partido de começaram a se movimentar mais rapidamente ela ouvia em sua cabeça uma voz que dizia “Corra!”. Mas suas pernas não obedeciam, nem se ordenar-se audivelmente. Estava paralisada de medo.

Um zumbi que se arrastava no chão estendeu sua mão para o tornozelo desnudo dela e ali agarrou, o impacto da mão fria do zumbi e a surpresa a fez despertar do transe, gritando enquanto puxava com tudo sua perna da mão do zumbi Amy antes de começar a correr na direção que havia menos infectados e que ainda não se moviam tão ativamente como os demais.

Ela virou a esquina a direita e quando viu estava descendo uma ladeira a toda velocidade com uma enorme horda de zumbis atrás dela. Antes de chegar ao final da rua ela se deteve para olhar para sua direita onde pode ver uma casa vermelha bem conversada. Rapidamente correu até a varanda cheia de vasos com plantas e ao tentar abrir a porta percebeu que esta trancada.

Amy ouviu o grunhido da horda se aproximando e contornou a construção passando pelo jardim na lateral da casa e pulando a cerca branca que a dividia, e ao ver alguns infectados já tomando conta do jardim onde estava se preparou para pular mais uma vez outra cerca branca.

No processo se desequilibra e cai. Um grito de dor sai de sua boca e ela automaticamente leva a mão até a perna sentindo uma ardência enorme no local e um líquido espesso.

Havia caindo em um arbusto do quintal ao qual pulou, e um vidro havia não só contado sua pena mais entrado na mesa causando uma dor enorme. Como se não bastasse, ela viu os zumbis aparecendo de todos os lados dos quintais vizinhos, separados do que ela estava apenas pelas cercas brancas que dividiam o quadrante.

Amy suspirou e com gemidos, que tentava segurar virou-se de costa para a cerca e apoiou-se na mesma em meio aos arbustos para se esconder. Olhou para o ferimento, já com lágrimas se derramado sobre sua face, de pânico, de medo, de dor.

– Eu... Tenho que tirar isso. – sussurrou com a voz falha e entrecortada respirando fundo. [n/a: Escrevi está parte escutando essa música, caso queiram ler com a mesma fiquem a vontade]

“Não feche os olhos, intensifica a dor. Não olhe, você perde a coragem. Aprecie as estrelas, mas não esqueça que tem que agir, estrelas distraem. Olhe então para os infectados, olhe para os zumbis, o medo mascara a dor. E lembre-se o porquê está lutando e tem que continuar.”

Amy respirou fundo, seguindo sua consciência ela então elevou seu olhar para a cerca a sua frente onde um amontoado de zumbis se encontrava e se concentrou neles, enquanto sua mão que estava pousada sobre o vidro o segurava firmemente pronta para arranca-lo. Iria doer, isso ela sabia. Mas não se importava mais como antes, a dor virou sua companheira desde que deixou aquela sala no laboratório. Ela não era mais humana, sentir dor era o que tinha por mérito.

Sem mais enrolação ela puxou o caco de vidro grunhido em seguida, fechou os olhos os apertando o máximo que podia e mais lagrimas desceram por seu rosto. A dor física era nada comparada ao estado do seu coração.

Não devia ter saído do hotel, nem seguido Drake. Isso custou sua vida.

Mas ela tinha que continuar que encontrar os outros e garanti que saíssem da cidade, era sua promessa e iria cumprir. Desamarrou o nó que havia feito com o vestido rasgado e arrancou um pedaço usando o mesmo para estancar o corte e impedir que perdesse mais sangue. Arrumou novamente a saia e levantou-se, enxugando as lagrimas em seus olhos e...

Gritou, gritou com todo seu pulmão, gritou como que para o mudo todo ouvir, gritou como se chamasse as coisas boas novamente para sua vida. Antes do apocalipse, antes de tudo virar morte e sangue derramado para todos os lados onde tudo que você espera é o sofrimento.

Os zumbis se agitaram com seu grito, forçando tanto o corpo contra a cerca e aos poucos em alguns lugares ela foi cedendo. Amy sem reparar nisso arfou, enxugando suas lagrimas. Mancando e sentindo sua perna direita dolorida ela se dirigiu para a casa que tinha um enorme buraco local onde desabou. Passou pelos entulhos saindo para fachada do recinto, para uma rua cheia de estabelecimentos comerciais, lanchonetes com sua estrutura a moda francesa ainda aberta mais sem nenhum cliente... Vivo.

Caminhou pela calçada com vários gemidos no percurso, logo viu a mesma horda de outrora se formar atrás dela. E sem ter como correr por conta da perna machucada sua salvação era uma arvore que se encontrava mais a frente. Procurando apressar o passo Amy se dirigiu para lá, o galhos apenas se estendia um pouco mais acima dela, de maneira que teve que se agarrar ao tronco e se arrastar para cima, falhando na primeira tentativa. “Eles estão próximos. Mais rápido, com mais força.”

Amy tentou de novo, grunhido de dor por causa da perna e impulsionando o corpo para frente conseguido alcançar com a mão direita um dos grossos galhos. Uma mão agarrou sua panturrilha e logo em seguida ela sentiu a ponta de dedos querendo fazer a mesma coisa e com desespero esforçou para que, com a mão firme no galho ela puxasse todo o seu corpo para acima até conseguir elevar sua outra mão e assim se debruça sobre o enorme e largo galho. Fechando e abrindo os olhos várias vezes com a respiração entrecortada pelo esforço que fez, observando o mar de zumbis abaixo da arvore com as mãos esticadas querendo pega-la.


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Notas finais do capítulo

Hey coisas fofas! Fiz um esforço e atualizei o mais rápido possível!
Preparem-se! Agora as coisas começaram a pegar fogo. Literalmente.



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