"(...) Tudo estava bem."

Então, Harry acordou.

 Sua cabeça girava, parecia que ia explodir. Seu corpo estava dormente. Abriu os olhos com dificuldade, mas logo se arrependeu, porque a claridade do lugar quase o cegou. Quando seus olhos já estavam acostumados com a luz, tentou se mexer, mas estava se sentindo extremamente fraco; apenas consegui mover a cabeça para o lado, onde viu uma cômoda branca que tinha um retrato da família Dursley -o que Harry achou muito estranho, um copo d'água e três cartelas de comprimidos. As paredes eram brancas e Harry começou a desconfiar que estava em um hospital, mas não se lembrava de ter ido para um e com certeza aquele não eram o St. Mungus.

 Uma mulher que devia ter uns 20 anos de cabelos loiros presos em um coque entrou distraída. Harry supôs que fosse a enfermeira, e tentou perguntar o que estava acontecendo, mas sua voz simplesmente não saiu. A enfermeira olhou para ele e arregalou os olhos.

- Meu Deus, ele acordou! - gritou e saiu correndo do quarto. Um pouco depois voltou com uma mulher de cabelos castanhos também presos em um coque e tia Petúnia atrás.

- Ah, Harry Potter, finalmente! Pensei que nunca mais acordaria... - disse a médica

- Harry, querido! Graças a Deus, graças a Deus! - Tia Petúnia gritou e correu para abraçar Harry, que percebeu que aquilo tudo estava cada vez mais estranho. Tento falar de novo, mas a tia estava quase o matando por causa do abraço apertado. O corpo saiu do estado dormente para ir para o estado dolorido.

- Sra. Dursley, por favor, ele acabou de sair de um coma... - a médica se pronunciou, assustando Harry: ele estava em um coma?

A Sra. Dursley largou Harry, e estava com uma expressão de felicidade no rosto.

- O que... o que aconteceu? - sua voz saiu num sussurro tão baixo que ele mesmo quase não ouviu, mas a tia Petúnia havia escutado.

- A quase um ano atrás você bateu a cabeça querido. - respondeu com uma voz chorosa - Você ficou inconsciente por um ano, já estávamos perdendo as esperanças...

A essa altura, Harry já havia percebido que Hogwarts havia sido apenas um sonho, e que ele era um menino normal de 10 anos, mas ele estava se recusando a acreditar.

- Ainda precisamos fazer alguns exames para ver se realmente está tudo bem, na melhor das hipóteses até as férias de verão você estará em casa. - a médica lhe disse, sorrindo.

- O que faz me lembrar... preciso comprar o uniforme de Duda para a Smeltings. Eu bem que tentei mandá-lo para um colégio militar, depois do que ele fez com você, mas Válter não quis... - disse tia Petúnia que visivelmente não concordou com a decisão do marido, e fez Harry se perguntar o que Duda fizera a ele para deixar a tia tão brava. Ela abraçou Harry, mais fraco dessa vez, despediu-se da médica e da enfermeira, e saiu do quarto. A médica olhou para ele e disse:

- Descanse um pouco, Harry. Daqui a pouco eu volto, para verificarmos se está tudo bem com você. - e saiu do quarto com a enfermeira atrás.

Quando finalmente ficou sozinho, deu um fraco suspiro e ficou pensando. Rony, Mione, Hagrid, Gina... foram todos criados pela sua imaginação fértil.

Mas é claro, uma vozinha maldosa lhe disse em sua mente, como tudo aquilo poderia ser real? Magia não existe.

Porém, Harry ainda tinha um pequeno fiozinho de esperança, que o fazia imaginar se não estava apenas prevendo o futuro.