O caminho estava silencioso, era Rachel quem dirigia, já que Finn não tinha possibilidades para executar tal ação. 

- Finn, me fale por favor o que aconteceu? - Ela olhou rapidamente nos olhos do rapaz, e voltou seu olhar para a estrada. 

- Você quer mesmo saber? É uma história um tanto quanto longa - Ele disse com um leve sorriso no canto de sua boca. Rachel assentiu com a cabeça. 

- Bom, as ultimas palavras que você me disse foram bem dolorosas para mim. E na minha mente, se você queria que eu sumisse eu iria sumir. 

- Finn, quantas vezes eu liguei para você! Nunca as ligações foram retornadas. 

- Eu sei Rachel, me perdoe, mas eu estava tão magoado que não queria ver mais ninguém. Eu joguei aquele celular fora. Eu ligava para Carole de um orelhão. - Disse ele com um leve sorriso em sua boca. 

- Depois que sai do seu apartamento, fui até o hotel, e mandei que os alunos fossem embora. Me dirigi a parte pobre e perigosa da cidade, estava pronto para recomeçar minha vida, entrei em um albergue lá fiquei. Ganhei um emprego bom lá até, eu era faxineiro - Ele riu, mas logo a expressão de sua cara mudou-se de alegria para tristeza: 

- Dona Francisca, era a dona do Albergue, ela cuidou de mim, durante esse tempo, ela via tanto potencial em mim, era como se fosse minha segunda mãe. E as ultimas palavras que eu disse àela... - Algumas lágrimas escorreram do rosto de Finn. Rachel ficou comovida, pegou nas mãos deFinn que estavam apoiadas na coxa do rapaz. Ela à olhou e deu um leve sorrisinho, ela também sorriu. Ele enxugou as lágrimas com a mão. 

A morena parou o carro em frente ao albergue. Desceu do carro, Finn abriu a porta e com a ajuda de Rachel saiu do mesmo. Ele ia andando lentamente em direção ao estabelecimento. Estava fechado e ele era o único que possuía a chave. Abriu a porta e convidou Rachel para entrar. Ela o ajudou a subir a escada. Seu quarto estava do mesmo jeito que deixara. Pegou rapidamente seu pertences, saiu do quarto e o trancou. Foi até a caixa do correio, ver se tinha algo, provavelmente contas. Mas havia uma única carta lá. No verso estava escrito "De Francisca para Finn", ele ficou intrigado com aquilo. Mas decidiu não abri-la. Virou-se e foi em direção ao carro. Trancou o albergue. Entrou no carro. Sentou-se, colocou o cinto de segurança, e segurou a carta. Rachel também entrou no carro, logo deu a partida. No meio do trajeto o rapaz abriu a carta. 

" Meu filho Querido! 

Neste momento você está em seu quarto com aquela moça bonita. Não quero que sua vida seja sempre esta. Sinto que minha hora esta chegando, não sou mais uma mocinha. Quem me dera eu fosse. 

Não tenho a quem recorrer, não tenho mais mãe, pai, irmãos, marido, filhos ou netos. Você sempre esteve ao meu lado quando eu precisei, me ajudando com tarefas simples, ou com tarefas que eu não tenho mais como executar. Você é um rapaz de coração puro, humilde, com certeza terá um grande futuro digno de quem você é. Confio em você. 

O único bem que eu tenho. Que é simples mas de coração, dou a você meu rapaz! Este albergue não é o melhor que já virá, mas é um lugar aconchegante, torne dele seu patrimônio. Agora não tenho mais nenhuma jurisdição sobre este estabelecimento, ele é todo seu. Use sua mente e seu coração faça bom aproveito dele. Talvez nunca te disse isso mas eu te amo! Quero somente seu bem, filho.

                                                                   De sua vovozinha querida, Francisca."

Ele ficara triste, mas segurou suas lágrimas, ela sabia que iria morrer e só queria o bem dele. Ele já sabe o que irá fazer com o estabelecimento e tudo será em homenagem à mulher mais generosa e bondosa que já conhecera. 

Rachel o levava para o apartamento de Kurt. Ele iria passar uns tempos lá até que conseguisse arranjar emprego e comprar um apartamento só dele. 

Tinha que tomar alguns remédios por mais algumas semanas para ajudar na cicatrização. Dali a dois dias iria tirar o restante dos pontos da cabeça. Chegaram no apartamento dos Hummel-Anderson. Kurt e Blaine o recepcionaram: 

- Rachel, Finn! Entrem! - Disse Kurt alegre e dando um abraço no meio-irmão. Finn cumprimentou Blaine com um abraço também. 

Rachel já chegou toda alegre abraçando Kurt e Blaine. Subiram lá para cima. Kurt havia preparado um quarto simples e aconchegante para queFinn pudesse ficar lá. Ele se dirigiu ao espaço preparado para ele. Deixou suas coisas e voltou para a sala onde estavam sentados, Kurt e Blaine no sofá maior e Rachel sozinha no sofá menor. Ele sentou-se ao lado dela. 

- Bom, já que você esta em "casa". Iremos fazer um jantar muito especial hoje, para todos nós. - Disse Rachel alegre e olhando para Finn, que dava um sorriso lateral. 

- E então, vamos para a cozinha! - Disse Kurt chamando Rachel e Blaine. 
Finn deitou-se no sofá, só pensava na carta de Dona Francisca, e em tudo o que tivera acontecido. Adormeceu.