Marca Negra escrita por Pikenna


Capítulo 4
Augustus Rookwood


Notas iniciais do capítulo

Então gente, cá estou eu com mais um capítulo e dessa vez relacionado a um char que eu amo demais, que envolve um shipper que eu sou louca. Augustus/Emmeline são perfeitos. E não, detesto Emmeline/Remus. Acho que o Remus era muito complexo na época de Hogwarts porque era um lobisomem para aceitar ter qualquer tipo de relacionamento. :D Então, eu tentei explorar ao máximo o Augustus que minha amiga - Gabriella que prefere ser chamada de Gabs - criou no RPG de Orkut para jogar comigo. É por isso que dedico esse capítulo a ela. Espero que gostem. Comentários construtivos são sempre bem vindos. E eu acho que sim, os comensais foram capazes de amar apesar de tudo, afinal, não humanos como qualquer outro. Adoro explorar os comensais. *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312637/chapter/4

Marca Negra

Por Rebeca

Augustus Rookwood

Aos oito anos a morte lhe pareceu algo surreal, incrível, curioso. Você queria experimentar, desejava que ela o beijasse e sugasse sua alma, almejava saber como era morrer. Entretanto, quando a viu em seus braços, o sangue manchando sua camisa, percebeu que tudo era apenas uma ilusão. A morte é uma coisa ruim. Você passou a odiar a morte a partir daquele momento, pois ela levara a única pessoa que foi capaz de amar. Ela levou toda a sua felicidade, deixando-o vazio, sozinho. Não conseguia nem odiar o assassino dela, porque a culpa pesou em seus ombros, não foi? Tudo por causa da promessa que fizera a ela. Vocês os protegeria, como sempre fizera. Mas você falhou. Falhou miseravelmente e pagaria por sua falha digna de vergonha. Você se culpou. Era o único assassino ali. Você os matou. Como se permitiu mesmo se apaixonar por ela?

Ah sim! Uma aposta Augustus! Bartemius viu em seus olhos o quanto desejava se vingar dela por ter quebrado o seu fêmur em três partes naquele maldito jogo de Quadribol. Ela era batedora e você o apanhador. Era o trabalho dela te derrubar da vassoura. Contudo, você ficou irado, não aceitou isso calado e queria se vingar. Ah! Esse desejo! Ele é extremamente perigoso, não é? Você hesitou um pouco, porém, seu orgulho de Slytherin falava mais alto, então aceitou conquistar Emmeline Vance para se vingar dela. Você pretendia fazê-la se apaixonar e depois a largaria friamente. Entretanto, o feitiço virou contra o feiticeiro. Ditados trouxas, você nunca acreditou neles, não é? Agora vê que são reais, eles acontecem. Você nunca imaginou que se apaixonaria por alguma garota, tão pouco por ela, uma mestiça de Gryffindor. Clichê? Com certeza não. Ela era diferente e você percebeu isso. Emmeline entrou no seu jogo e você amou jogar com aquela menina de sorriso sarcástico e olhar desconfiado.

Aqueles olhos que você nunca conseguiu definir uma cor. Eram de um tom de mel esverdeado, mas não sabia se era mais para mel ou mais para o verde. Uma mistura simplesmente perfeita! Você amava fitar aqueles olhos sempre questionadores. Ela não era boba, estava nitidamente desconfiada de você e de suas atitudes estranhas para com ela. Nunca fora tão gentil e atencioso para com uma garota. Você até lhe comprara um vestido para que ela pudesse ir ao baile! Claro que não se identificou na hora, somente no momento em que estava a sós com Emmeline, dançando com os corpos colados na Torre de Astronomia, em um movimento lento e suave. Não tocava nenhuma música ao fundo, mas ainda assim vocês valsavam. E então a beijou. Aqueles lábios carnudos que lhe atiravam ordens o tempo todo, fazendo-o se irritar, estavam pressionados sobre os seus. E então veio a onda elétrica perpassando por todo o seu corpo. Como fora se deixar envolver? Fingiu que não era nada. Sabia que ela sentiu o mesmo que você? O coração dela disparou, tal qual o seu. Entretanto, nenhum dos dois percebeu absolutamente nada, estavam totalmente perdidos com suas próprias sensações.

Eram tão diferentes Augustus! Tudo em vocês gritava antagonismo. Um verdadeiro paradoxo ambulante. Você não compreendia o porquê fora gostar logo dela. O que você não percebeu Rookwood, é que Emmeline era tão semelhante a você quando distinta. Possuíam a mesma necessidade de desafios. Gostavam de doces, assim como odiavam bailes. Vingativos e ciumentos. Geniosos. Amantes de um bom jogo. Competitivos. Mas ela era corajosa e forte. Você nem tanto. Era mais calculista e ambicioso. Ela não tinha nada disso. Será mesmo que eram tão antagônicos assim como julgavam? Emmeline descobriu sobre a aposta e o odiou, não foi? Você nunca se sentiu tão péssimo quando ela lhe desferiu aquelas palavras, elas doeram mais que um tapa. E mesmo que ela segurasse para não chorar na sua frente, você viu seus olhos marejarem e aquilo o partiu em milhares de pedaços por dentro. E você não entendia o porquê. As vozes o perturbavam. Não o deixavam em paz. O julgavam! O gosto do arrependimento, Augustus, qual é? Sim! Amargo! Você olhava para a noite e questionava a sua sanidade. Não era para estar se sentindo daquela forma. Era o certo afinal! E por que o certo lhe parecia tão errado? Porque você estava amando-a.

Quando se deu conta, ela já tinha lhe deixado. Ela não aceitou suas desculpas. Via o rancor e o ódio estampados nos orbes dela. E então você se viu nela. Emmeline o estava odiando da mesma forma que você a odiou quando ela lhe quebrou o fêmur. Não conseguia acreditar que precisava tanto dela. E pior! Não era capaz de aceitar que a estava perdendo lentamente. Ela retornou para o sétimo ano de Hogwarts noiva do Finnigan e você simplesmente enlouqueceu de ciúmes, pedindo a sua melhor amiga, a Selwyn, para fingir um noivado com você também. Puro despeito Augustus! O que o ciúme não faz com um homem! Viu o anel dourado no dedo anelar dela e sentiu inveja do noivo dela, porque ele a teria consigo e você não. Aquela inveja se tornou raiva e a raiva se transmutou em ódio. É tão fácil odiar as pessoas não é mesmo? Aquilo lhe pareceu o certo no momento da cólera, mas não era Rookwood. Isso só iria lhe desgastar e lhe consumir por inteiro. E foi o que aconteceu! Dormir estava sendo um martírio, porque você via a imagem de Emmeline em sua mente, seus lábios quase tocando os seus e então ela sumia para longe de seus braços e o que restava? Somente o vazio amargo. O mesmo sabor do arrependimento.

Mas então veio o inesperado! Enquanto você a ensinava a dançar por ordem de McGonagall para o baile do fim do ano em que os formandos dançariam, o noivo dela deu um ataque de ciúmes para cima de você. Ela o tentou acalmar e ele lhe devolveu um tapa em resposta. Emmeline saiu correndo aos prantos e você se enfureceu não foi? Nunca a vira chorar daquela forma antes. A cólera novamente o atingiu e junto com Bartemius, vocês se vingaram dele. Deram ao Finnigan uma lição, o arrebentaram muito. As vozes o instigava a machucá-lo, você queria feri-lo assim como ele fez a sua doce Emmeline. E depois de praticamente o deixar inconsciente, você foi atrás dela, porque ela precisava de você, de seus braços... Sabia bem onde ela estaria, porque a conhecia! O lugar predileto dela era o mesmo que o seu: o refúgio de ambos. Torre de Astronomia! Ela estava lá chorando, encolhida em um canto, o lado direito do rosto vermelho com a marca do tapa daquele desgraçado. Você a abraçou por instinto como se aquele gesto fosse capaz de sugar toda a dor dela para si. Ela apenas continuou chorando até que por fim cessou. E você descobriu que ela continuava a amá-lo, porque esquecê-lo estava fora de cogitação, o coração não permitia, ainda que tentasse apenas usar a cabeça. E isso de certa forma o reconfortou. Passaram a noite juntos. Não era a primeira vez dela, ela lhe contou, não foi? Contou que havia se deitado com o Finnigan no verão, mas que não significou nada e que de certa forma não era o que ela queria. Achou que você fosse julga-la e nunca mais querer nada com ela, porém, você agiu diferente do que a maioria de seus colegas Slytherin agiria. Você apenas disse que queria ficar com ela e não se importava com mais nada. O passado ficava para trás.

E ela tornou-se sua. Sua Emmeline Vance! Como você, no fundo, sempre quis. E então veio a guerra. Para qual lado você iria, Augustus? Você estava indeciso! Ela não! Ela sabia que iria defender aqueles que amava, ela lutaria contigo se fosse preciso. Você precisava honrar seu sobrenome e sua família. E você quis! Você escolheu seu destino, o qual seria sem ela. Emmeline nunca iria para o seu lado e você tinha esse conhecimento, mas preferiu se sucumbir à ilusão de que talvez a convencesse a ficar contigo, acreditando que o amor dela por você era maior do que qualquer outra coisa. Ledo engano! Você tentou, porém, falhou. A Vance passou a ser sua inimiga e você foi obrigado a sequestrá-la, tinha que matá-la. Lutavam agora de lados diferentes! Ela deixara de ser sua Emmeline para se tornar apenas alguém que impedia seu Lord de prosseguir com seus ideais. Ela estava no seu caminho. E você novamente fez aquilo que julgou ser o certo, apontou-lhe a varinha tentando murmurar o feitiço da morte, mas não conseguiu. Mais uma vez falhara miseravelmente. Porque ela era o seu mundo. Você a amava e não era capaz de fazê-la mal. Você viu o ódio presente nos olhos dela, aquele mesmo ódio quando ela soube da aposta. E seu coração ficou em frangalhos.

Parabéns Augustus Rookwood! Conseguiu o que queria! O ódio dela! Isso foi o suficiente para cortar os laços com ela? Obviamente não! Ela ainda o amava e por amá-lo tanto é que o odiava. Contraditório, não? Não minta, porque você sentia o mesmo! Odiava-se por se permitir amá-la tanto a ponto de não cumprir com a missão que lhe fora dada. Ela mexia com sua cabeça. Ela o enlouquecia. Não a teria mais e sabia disso. E você, pela primeira vez, deixou uma lágrima escapar de seus olhos sem que ela percebesse. Soltou-a e sumiu das vistas dela, mas nunca a abandonou, estava sempre a espreita para protegê-la. Mas o prenderam, não foi? Colocaram-no em Azkaban longe dela por passar informações de dentro do ministério para o seu Lord. Você ficou um longo tempo mofando lá, só pensando em como ela estaria e no que estaria fazendo, se já havia superado-o, se alguém conquistou seu coração, se havia se casado. Você se autotorturava não era? Por que Augustus? Ela era somente uma mestiça. Mas você a amava! Ela era sua! E somente seria sua para todo o sempre! A felicidade lhe era sugada morosamente e as vozes passaram a atormentá-lo mais e mais. Sentia falta dela, a única pessoa que um dia foi capaz de dá-lo a sanidade de volta, de afastar aquelas malditas vozes.

E então o inesperado aconteceu e você foi liberto junto com outros comensais! A primeira coisa que fez, obviamente foi se apresentar ao seu Lord e quando se viu livre dele para fazer o que bem entendesse, foi atrás dela. E a viu! Solteira e maravilhosa. Trabalhando como auror no ministério. Precisava falar com ela e você o fez, entrando em uma casa que sabia que não era dela. Estaria ela fugindo de você, Augustus? Com toda certeza sim! Emmeline lhe apontara a varinha no rosto tal qual fizera antigamente com ela. Entretanto, assim como você, ela não teve coragem de murmurar feitiço algum. Você foi se aproximando, jogando palavras e palavras em cima dela, mas ela não conseguia acreditar mais em você, era perceptível em seus olhos que demonstravam uma dor digna de lágrimas. Ela sofreu com a sua ida e perda, Augustus. Ela continuava a amá-lo, você notou. Contudo, a Vance não queria mais isso, ela desejava continuar com sua vida sem a sua presença, almejava esquecê-lo, porque aquilo doía profundamente nela. Você tentou beijá-la, mas teve que fugir ao ouvir o barulho de alguém chegando. Covarde, não? Era sua vida que estava em jogo, não podia arriscá-la.

Você continuou a observá-la, sempre a espreita. Aproximou-se novamente, sorrateiramente e ela o rejeitou mais uma vez. Voltou a tentar e tentar até cansá-la. E conseguiu! Emmeline o amava tanto que se deixou levar. Ela foi fraca e se entregou a você de novo. Aquilo era errado. Ela estava com o inimigo, ela estava traindo todos aqueles que morreram e todos os que ficaram, estava enganando seus amigos, estava indo contra seus próprios valores. E foi a última vez que sentiu os lábios dela, porque ela não permitiu cair outra vez na sua lábia, ameaçando-o entregá-lo da próxima vez. Mas você era persistente e insistente. Ficava admirando-a de longe sem poder tocá-la. Parecia apenas um sonho ruim do qual você desejava acordar logo. E você poderia acordar Augustus! Só precisava abrir os olhos. E quando decidiu finalmente largar os Comensais para ficar com ela e com o herdeiro seu que ela esperava na barriga, fruto proveniente de uma recaída regrada ao puro amor e desejo, era tarde demais. Seu Lord havia dado a Lucius Malfoy uma ordem de execução para recuperar a honra do sobrenome que carregava. Você escutou e necessitou avisá-la. Precisava salvá-la. Tinha que fugir com ela para bem longe. Proteger a mulher da sua vida e seu filho. E você tentou, Augustus, mas falhou novamente.

Ela duelava com Lucius e com Snape bravamente. E quando ela o viu, ela se distraiu e o Malfoy lhe lançou o feitiço Sectumsempra, abrindo vários cortes na pele alva dela, tingindo-a de vermelho escarlate. Você correu até ela, aninhando-a e seu peito, pedindo para que ela se esforçasse para não morrer, para que ficasse com você. Conversou com ela, disse que ficaria com ela e com o pequeno Rookwood, falou que mudaria por ela e que lutaria ao lado dela. Ela levantou a mão e lhe tocou a face, sorrindo. Ah aquele sorriso! Você o amava tanto e era somente seu! Severus e Lucius haviam partido. Contudo, você nem se importava com eles. Não conseguia estancar o sangramento, a estava perdendo em definitivo. Ela o estava deixando. E você a amava. Não poderia aceitar a morte dela. Mas você não queria tanto assim a morte? Não agora, não é? Aquilo lhe parecia assustador demais. Você pedia para ela ser forte como sempre fora, que vocês ficariam juntos pra sempre, pois você prometera isso a ela. Disse que a amava, que precisava dela contigo. Ela apenas foi capaz de sussurrar apenas um singelo “eu te amo” antes de tombar a mão no chão, a vida se esvaindo dela. Os olhos não mais brilhavam, eram apenas foscos e você os fechou, abraçando-a com mais força, enquanto as lágrimas rolavam incessantemente de seu rosto. Era a primeira vez que chorava com tanto sentimento. A dor da perda lhe abrindo um rombo no peito. As vozes retornando. Agora eram mais altas. Você as ouviria, não tinha mais porque evitá-las. Aquela capaz de afugentá-las estava morta.

Havia perdido a mulher da sua vida e seu filho que nem se quer chegara a se formar direito, ela estava com três meses. Nunca chorou tanto como naquela vez, não foi? Ela morreu sorrido, Augustus. Sorriu para você. Ela o amava. Você ainda a ama e aquela dor que latejava dentro de si parecia que iria sufocá-lo. O vazio que sentia por dentro o enlouquecia aos poucos. Você a deixou ali, a sanidade sumindo aos poucos da sua cabeça. As vozes governavam agora. Era apenas um boneco nas mãos dela, fazendo tudo o que elas lhe ordenavam. “Onde está sua Emmeline Vance?” Elas lhe questionavam. “Rindo no outro mundo com seus amigos ou quem sabe beijando o Finnigan que você matou.” Elas respondiam. E você jurou que mataria todos eles para suprir a sua dor. Matou milhares de inocentes, inclusive o Fred Weasley. Sentiu-se melhor Augustus? Claro que não! Você foi liquidando um por um aqueles que ela tentou tanto proteger. Estava fazendo da morte dela algo em vão. Mas você não se importava com mais nada, porque seu verdadeiro eu estava se afogando na profunda escuridão que o preenchia. Você caia lentamente, perdido dentro de si próprio.

E então o Lord decaiu pela segunda vez. Foi derrotado por um moleque de dezessete anos, cuja coragem lhe lembrava de sua doce Emmeline morta tão brutalmente. Ainda podia se recordar do sangue vermelho dela que o encobria. Uma lágrima lhe escorreu dos olhos. E você foi preso junto com muitos outros comensais. As celas frias e sombrias de Azkaban o receberam calorosamente, mas você as repudiava. Não queria estar ali. Na verdade, nunca desejou tanto a morte como agora! A pouca felicidade que ainda lhe restava das memórias antigas que possuía dos tempos com a Vance estava sendo sugada de você pelos dementadores. As vozes continuavam a perturbá-lo. E então você viu algo que julgava impossível de se acontecer. Uma ilusão criada pela sua mente é claro. Mas viu a melhor amiga de Emmeline Vance o olhando com desprezo: Dorcas Meadowes. Ela não o estava julgando, porque sua própria mente estava fazendo isso. E você começou a balbuciar coisas desconexas, dizendo que a culpa era sua mesmo, que não conseguiu cumprir com uma simples promessa, que não foi capaz de proteger a Vance e o herdeiro que ela carregava no ventre. A loucura lhe decidiu fazer uma pequena visita e você nem se quer recusou.

Andando de um lado para o outro, gritando a plenos pulmões para que Dorcas sumisse de sua frente. As vozes riam de você agora. Estavam todos rindo de você. Zombavam de sua insanidade e fraqueza. O desespero tomou conta, mas você não derramou uma lágrima se quer, porque todas foram gastas na morte das únicas criaturas que um dia chegou a realmente a amar. Colocou a mão na cabeça e gritou para as vozes o deixarem em paz! Queria que Dorcas sumisse da sua frente. Ela o olhava com tanto desprezo que você não podia suportar. Estava consumindo-o. A culpa o assolava. O arrependimento o torturava por dentro. Não iria aguentar aquela punição toda. Ora Augustus! Cada um tem aquilo que merece. O que a gente planta a gente colhe! Agora aceite seu destino, se sucumba a loucura! Você não quer, não é? Estão todos pagando pelos seus pecados, por que com você seria diferente? Você não era especial. Nunca foi. A não ser para ela, é claro. Mas ela estava morta, Augustus. Emmeline se foi! E agora via o fantasma de Dorcas na sua frente. Pedia desculpas a ela, implorando-a para que o perdoasse, para que cuidasse de Emmeline. Até no final de sua vida moribunda, você se lembrava dela e pedia por ela. Você não era egoísta, Rookwood. Sempre pensava na Vance primeiro antes de si. E por causa disso foi poupado de apodrecer em Azkaban como um louco. Você se matou. Rasgou um pedaço de suas vestes e se amarrou no pescoço, enforcando-se. E antes da morte lhe foi dada a dádiva de ver sua Emmeline sorrindo para você, a mão esquerda segurando a mão de um garotinho de cabelos negros e ondulados como os dela, os olhos tão azuis quanto os seus. Você soube que era seu herdeiro. Eles lhe estenderam a outra mão. Não era a mulher de cabelos ruivos usando uma capa negra e chapéu negro que viera buscá-lo como quando quase morreu afogado aos oito anos. Era Emmeline quem estava ali. E você segurou a mão dela e do filho, sorrindo para ambos. Você morreu sorrindo, Augustus, tal qual sua doce Emmeline Vance. E a promessa que fez a ela se cumpriria afinal.

Vocês ficariam juntos para todo o sempre e você protegeria a ela e ao pequeno. Você o fez. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Marca Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.