Era um dia tranquilo na Soul Socity. Nanao estava terminando os relatórios enquanto seu capitão dormia em pleno horário de serviço.A morena agradecia por ele estar dormindo, pelo menos, não teria que ficar ouvindo suas cantadas baratas de sempre.Por mais que escondesse ou negasse, nutria um profundo sentimento por seu capitão.Este não sabia o quanto a magoava ter que aturar suas cantadas, ouvir ele falar que a ama, e depois vê-lo ir tomar saquê acompanhado por uma qualquer.Ele não a amava.Disso, ela tinha certeza.

O céu antes limpo e ensolarado, tornou-se cinza.As nuvens escuras, denunciavam a chuva forte que vinha com seus trovões e relâmpagos.Mas parece que a dona chuva chamou seu amigo vento.E como se não bastasse resolveu chamar seu primo, o frio.Nanao, assustou-se com a trovoada alta que rasgou os céus da Seretei.O vento soprava infame, deixando o ambiente muito mais frio.

O capitão Shunsui acordou com tal barulho e espantou-se ao ver sua querida tenente assustada e temerosa por causa da forte chuva.

__Parece que virá uma baita tempestade, – disse o capitão com seu sorriso no rosto, assustando a morena que ainda pensava que ele estava dormindo – por acaso está com medo Nanao-chan?

__Hã?..não, taichou. - disse encolhendo-se ao sentir o vento frio, enquanto levantava-se de sua mesa arrumando os papéis.

Num segundo o capitão estava sentado em sua cadeira, mas no outro não estava mais lá, ele tinha usado o shunpo.A tenente, que olhava o seu capitão pelo canto dos olhos, achou estranho a ação dele, afinal não havia razão para usar o shunpo, havia?Logo foi tirada de seus pensamentos pela voz acolhedora e protetora que vinha de atrás de si.

__Não sinta vergonha por ter medo de uma tempestade Nanao-chan. – disse ele a abraçando com seu manto rosa florido por trás da morena – Vejo que está com frio né, Nanao-chan?

__Taichou,...– a morena tinha se virado para encara-lo, estava pronta pra dizer poucas e boas, mas o som da trovoada alta, a fez se encolher e procurar abrigo nos braços fortes que a envolviam.Tirando um sorriso do capitão.

__Talvez, só um pouquinho. - novamente como se por um acaso qualquer, outra trovoada surgi, fazendo a morena se encolher e procurar mais ainda os braços do capitão que não se aguentava, e ria da atitude de sua tenente.

__Minha Nanao-chan está muito bonita hoje.

__Taichou, o senhor tem que assinar os relatórios – disse a tenente ignorando o comentário dele.

__Nanao-chan é cruel - fez uma pequena pausa e olhou aqueles olhos azul-violeta por trás daqueles óculos. Observava aquele belo rosto escondido.Desejava a muito tempo, aquela boca.Ele queria toca-la, queria faze-la feliz. Simplismente, queria ama-la.Mas todas as suas investidas tinham falhado e por mais que dissesse que a amava, ela não acreditava.Ou o ignorava, lhe dava um fora ou simplismente lhe acertava um livro na cabeça.Ficava tão triste por dentro, que tentava se consolar bebendo e ficando com qualquer uma que encontrasse.

__Nanao-chan, - ele sussurrava em seu ouvido como se estivesse quase implorando – por favor... - a morena estava aflita com a demora e ainda mais pelo estado de seu capitão que tinha se afastado um pouco para encara-la, enquanto apertava firme os braços da morena com suas mãos abaixando a cabeça, procurando as palavras que teimavam em fugir – me deixe ama-la!

Nanao foi pega totalmente de surpresa.O olhar triste e a voz aflita a convenceram.Ele realmente a amava.Do jeito dele, mas amava.

__Sei que não sou a pessoa mais correta do mundo- disse lembrando-se de todas as vezes que saíra para beber e ficara com qualquer uma, de todas as vezes que a deixava com todo o trabalho enquanto dormia ou chegava atrasado- Mas me deixe ama-la.- sua voz que antes era triste e desesperada tinha se tornado calma e um tanto melancólica-Odeio pensar que não acredita em mim quando digo que a amo e que quero faze-la feliz.Sinto uma dor tão forte no meu peito que parece que não tem fim toda vez que te vejo e lembro que não posso beija-la ou abraça-la.Tento acalmar essa dor bebendo e ficando com qualquer uma imaginando e desejando que fosse você.Por favor acredite quando digo a amo e lhe quero com todas as forças.Me deixe ama-la...Nanao.

A tenente não sabia o que dizer.Estava tão surpresa que não conseguia raciocinar direito, nem pra sentir vergonha devido a aproximação ou de que o capitão esperava uma resposta.Ele olhava firme em seus olhos, esperando, uma palavra que fosse.Mas quando viu que ela não o responderia, solto-a e suspirou abaixando a cabeça.Quando ia se dirigir a porta, uma mão é posta em seu peito pedindo para que parace.Logo, esta puxava seu kimono para baixo.Seu rosto estava indo de encontro aos lábios de Nanao.

Ele ficou estático por um momento, não esperava que ela tomasse essa atitude.Mesmo agora, estando um pimentão, teve coragem de tomar-lhe os lábios.O capitão logo voltou a si, e correspondeu ao beijo agarrando a cintura da tenente, acabando com qualquer espaço entre eles.Sentiu duas mãos envolverem-lhe o pescoço o puxando para mais perto, como se fosse possível.O beijo antes calmo se tornou urgente e intenso.Transmitindo os sentimentos de ambos, acabando com qualquer dúvida que ainda tivessem sobre os sentimentos um do outro.Apesar de nenhum dos dois quererem se separar, tiveram, devido a falta de ar de ambos.

__Eu...acredito em você, taichou.

__É Shunsui-kun pra você, Nanao. - sussurrou ele.

Então ele tomou seus lábios novamente, com mais calma, deliciando-se com o sabor da boca de sua tenente.Depois de algum tempo se separam.

__Posso dizer que você é minha Nanao?...Posso beija-la o quanto quiser e te fazer a mulher mais feliz do mundo?

__Eu te amo SHUNSUI-KUN e é claro que pode. - disse um tanto vermelha.

Sua felicidade não cabia em seu peito. Afinal ele poderia beija-la e ama-la o quanto quisesse, porque ela era dele, e ele...era completamente dela.

Depois daquela chuva, o capitão nunca mais foi o mesmo.Ele não dava mais em cima de outras mulheres, sempre a tratavam com respeito e nada além.Às vezes, bebia um pouco mas não chegava a tanto quanto antes.Agora, por chantagens de Nanao ele fazia seu trabalho, dando uma de preguiçoso só pra levar uma bronca de sua tenente e ver ela irritada como tanto gostava.Ele a amava mesmo depois de cinco anos após aquela tempestade.A amava mais a cada dia e amava ainda o filho seu que ela carregava, ainda em seu ventre liso.