Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 20
Benditas Seringas - Capítulo XIX




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Como está se sentindo querido? Fui obrigada a dopar você. Quando eu disse que iria te ajudar, eu não estava mentindo, Richard. — Vanessa estava sentada na poltrona me observando, enquanto isso, eu estava totalmente amarrado em uma maca. Uma dor de cabeça insuportável queimava meus neurônios, parecia que alguém estava dando socos repetidamente na minha cabeça. Sorri e respondi: - Você é uma cadela. Você matou meus pais e ainda quer que eu reaja super bem quanto a isso? Não tenho esse sangue de barata. Não mesmo. — Vanessa levantou-se, caminhou até a minha maca, acariciou meus fios de cabelo e falou: - Richard, enquanto você está aqui, o seu irmão está gozando dos milhões de dólares que seu pai desviou enquanto era prefeito de Westview. Sabe qual foi meu pagamento por ter ajudado a matar eles e manter você aqui? 5 milhões. Ele não seria tão generoso assim a toa, tem muito mais dinheiro rolando. Se você tiver o mínimo de ambição, me escutará e sairá daqui para se vingar do seu irmão. Uma vingança com classe. É uma escolha sua. — As lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu perguntei: - O que devo fazer? — Ela levantou a sobrancelha e indagou: - Você teria coragem de matar alguém? — Olhei-a no fundo de seus olhos e respondi: - Não sou um assassino. — Por um momento passou na minha cabeça que aquilo tudo era apenas um teste para que eu caísse em sua armadilha e assumisse algum crime. Não iria fazer isso. Mas, a curiosidade foi maior e perguntei: - Quem você quer ver morto? — Ela arrumou o cabelo, sorriu e respondeu: - Mortos. Morta e morto. Quero que a minha irmã e o seu namoradinho morram. Não será difícil. Você topa? — Levantei a sobrancelha e indaguei: - Quem me garante que você me tirará desse lugar? — Ela bateu no peito e respondeu: - Eu garanto! Mas, antes, você tem que fazer tudo que eu mandar. Hoje a noite ainda. Está dentro?

Primeiro, você irá sair do seu quarto e se dirigir até o almoxarifado. Lá, você vestirá uma roupa de enfermeiro e irá abrir a gaveta com o meu nome. Nessa gaveta, haverá duas seringas. Seringas letais. Você pegará essas seringas e entrará nos quartos da minha irmã e do Brian, aplicará a seringa neles, pode ser em qualquer lugar do corpo. Depois disso, você irá até a ala dos enfermeiros e encontrará comigo. Irei lhe tirar daqui de carro, levarei você á um lugar seguro e você ficará lá para planejar sua vingança contra o Robert. Você está mesmo dentro? — Balancei a cabeça afirmando e disse: - Faço qualquer coisa pra dar o fora desse lugar, Vanessa. Qualquer coisa. — Ela sorriu e saiu do meu quarto sem dar mais nenhuma palavra. Estava perto de anoitecer. Espiei a janela até que o sol caísse e as estrelas começassem a brilhar. Peguei no sono por alguns minutos e acordei com um enfermeiro abrindo a minha porta. Logo após, todas as luzes do corredor foram apagadas. Era o momento perfeito para os assassinatos. Sorrateiramente, levantei-me e abri a porta vagarosamente. O enfermeiro me esperava na frente de um outro corredor e fez um sinal com a cabeça para que seguisse-o. Andei por muitos corredores e acabei no almoxarifado, como foi dito. Coloquei as vestes de enfermeiro e abri a gaveta. Tinham três seringas. Ótimo, uma seringa de emergência. Além disso, peguei uma algema que estava solta na gaveta, iria fazer o desgraçado do Brian sofrer antes de morrer. Na hora que saí do almoxarifado, o enfermeiro me deu duas chaves. Os quartos ficavam um ao lado do outro, 413 e 414. Sorri para o enfermeiro e caminhei pelos corredores do hospital até achar as portas. Espiei ambos pela janela e vi que eles estavam dormindo. Abri a porta do quarto do Brian, o 413, e algemei-o. Quando ouviu o barulho da trava da algema, ele acordou imediatamente, e antes que ele tentasse se levantar, empurrei sua cabeça contra a maca e sussurrei: - Surpreso pela visita? Chegou sua hora Brian, você pediu tanto por isso, não é? Ninguém mexe com Richard Rhodes e fica impune. Ninguém. — Tapei sua boca com a mão e injetei a seringa no seu pescoço, seu gemido de desespero me fascinou. Seus olhos começaram a perder a cor e seu gemido ficou com uma intensidade menor. Logo, a cor dos seus olhos desapareceram e seu gemido passou a ser inexistente. Brian Parker estava morto. Saí de seu quarto e fui logo ao quarto ao lado. Entrei bem devagar. Alice não estava mais deitada, ela estava rezando e contemplando as estrelas. Ela chorava e sussurrava: - Faça com que a minha vida seja poupada. Não quero mais sangue. Deus, me arranque desse lugar. Quero ser livre novamente, quero andar livremente como uma pessoa normal. Querido Deus, você sabe que não sou louca. Por favor, me ajude. — Observei toda aquela cena atentamente. Aproximei-me vagarosamente e ela disse: - Pode aplicar a seringa, Richard. Não será a primeira vez que a minha irmã tentará isso. Aplique a seringa. Quero escapar desse lugar de alguma forma. Sei que o Brian já está morto. Ouvi os gemidos abafados. Apenas acabe com isso de uma vez por todas. — Acariciei seus cachos volumosos e surpreendi-a: - Fuja comigo, Alice. O enfermeiro entrará aqui para saber se você está realmente morta, vou te dar uma seringa. Você enfiará essa seringa com toda a sua força no pescoço dele. Enquanto isso, irei enfiar a minha ultima seringa restante com toda a minha força no pescoço da sua irmã. Certo? — Alice me abraçou fortemente e sussurrou no meu ouvido: - Sabia que você não seria capaz da monstruosidade de matar alguém que não fez nada contra você. Mas, podemos inverter os papéis? Quero ter o prazer de matar a Vanessa. — Dei um sorriso de canto de boca e respondi: - Imaginei que me fizesse esse pedido. O enfermeiro está me esperando no corredor, irei acabar com ele e o caminho estará livre para você. Certo?

O enfermeiro estava de costas, encostado na parede, batia as mãos na perna ritmando alguma musica mentalmente. Enfiei a seringa no pescoço dele e falei: - Mudança de planos, doutor. — Suas mãos pararam de bater em sua perna e ele desceu a parede bem devagar, até que chegasse no chão. Seu olhar desesperado e sua mão estendida não foram suficientes para que eu tivesse pena. Era só mais um cúmplice de uma assassina sem escrúpulos. Irônico eu estar falando sobre assassinos sem escrúpulos, não? Quando eliminei o enfermeiro, abri a porta do quarto da Alice. Era a vez dela. Corremos pelo corredor do hospital para chegar mais cedo a ala dos enfermeiros, mas acabamos sendo surpreendidos por duas enfermeiras que estavam de plantão. Ambas estavam com duas seringas em mãos. Uma delas disse: - Vimos tudo pelas câmeras na ala dos enfermeiros. Você vai pagar caro por matar um paciente e um enfermeiro, rapazinho. — Alice estava com uma seringa em mãos e estava com as mãos escondidas encostadas em suas nádegas. Ela estava de cabeça baixa. Havia uma enfermeira mais desatenta. Pude sentir o olhar fuzilante de Alice contra a enfermeira, logo após, ela aplicou a seringa na barriga da mulher e pegou uma das injeções que estava na sua mão e rapidamente aplicou na testa da outra enfermeira mais atenta. Foi tudo muito rápido, mal deu tempo de pensar. Quando dei por mim, as duas mulheres já estavam no chão. Alice sorriu para mim e disse: - Passei anos esperando por uma oportunidade dessas, não podia desperdiçar. — Peguei as chaves de uma das enfermeiras e partimos em direção a área de repouso dos enfermeiros, que era uma área separada do restante do hospital. Conseguimos sair da área dos pacientes e quando chegamos na porta da área dos enfermeiros, perguntei para Alice: - Você está pronta? — Ela olhou para mim e disse: - Saberemos lá dentro. 


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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo:
Richard Rhodes (Protagonista)
Vanessa McClain (Psiquiatra do manicômio em Westview)
Alice McClain (Irmã de Vanessa McClain / Paciente do manicômio)
Brian Parker (Namorado de Alice McClain / Paciente do manicômio)

Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)
Casa de Saúde St. Agostinho (Manicômio)