Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 16
Pânico em família - Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, estou em período de testes e está muito difícil postar devido os estudos. Obrigado pela compreensão.



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Sempre fui apaixonado pela Julie. Ela passava pelo colégio e meus olhos brilhavam. Robert percebia aquilo e não gostava, ele não iria querer perder o irmãozinho dele que ele comia sempre que queria. Nas primeiras vezes eu odiava aquilo, mas o Robert me obrigou tantas centenas de vezes que acabei me acostumando. Virou rotina. A mamãe descobriu alguns anos atrás, mas preferiu não te contar pra não estragar a imagem de família perfeita que você tanto se esforça pra manter. Eu não estuprei a Julie. Um dia ela veio aqui em casa, tirou a roupa na minha frente e o que eu poderia fazer? Transei com ela sim. Acho que ela sentiu vergonha de ter transado comigo e quando o Robert chegou em casa, ela começou a se arranhar e gritar para o Robert que tinha sido estuprada por mim. O Robert me espancou, ele achava que tinha criado um estuprador, alguém igual a ele. Robert passou a me abominar por causa dele mesmo. Você me deu as costas e me mandou para a Suíça. E agora, estamos aqui. Juntos. Tendo essa conversa. — Me levantei para colocar as minhas roupas no closet e a foto das gêmeas caiu do meu bolso. O meu pai apanhou a foto e indagou: - Quem são essas duas? Por que tem um telefone atrás da foto? — Tomei a foto dele e respondi: - É uma longa história, logo você saberá. É uma coisa que quero contar em família, quero mostrar o valor que a família tem de verdade.

Coloquei a foto em cima da estante e pude ver pela janela que várias pessoas estavam se aproximando da minha casa com tochas e paus gritando em coro: - Nos entregue o estuprador e não mataremos a família! Cansamos desse governo autoritário! Queremos saúde, queremos dinheiro, queremos emprego, queremos segurança, queremos o Richard morto! — O meu pai observou aquilo tudo comigo e me abraçou. A minha mãe saiu da minha casa correndo e um dos manifestantes sacou uma arma e atirou na cabeça dela. Pude ver ela cair no chão e agonizar durante alguns instantes antes de morrer. O homem que atirou gritou: - Vocês fizeram essa escolha!Os manifestantes começaram a jogar molotov na nossa casa e um grande incêndio começou. Robert e Julie entraram no meu quarto e trancaram a porta. Julie falou em pânico: - Eles estão invadindo a casa. Eles querem a cabeça do Richard! Dê a eles o que eles querem Carl! Você é o prefeito dessa joça! — O meu pai estava cheio de ódio, tirou uma pistola da cintura e disse: - Eu vou dar a eles o que eles querem. Vou dar agora! — Ele saiu do quarto e começaram os tiros. O meu pai estava matando os manifestantes para me proteger. Tudo que eu conseguia ver era os cidadãos caindo no chão com tiros na cabeça. Os bombeiros chegaram e o incêndio começou a se estender pela casa toda. Um pedaço do assoalho do meu quarto caiu e o Robert escorregou, estava prestes a cair, mas Julie segurou a mão dele. Lá embaixo estava acontecendo um grande incêndio, olhei pela janela e vi os manifestantes irem embora nos seus carros. Viaturas e mais carros de bombeiros estavam chegando. Um grito grave e apavorante ecoou do térreo da minha casa. O meu pai estava em chamas. Robert estava quase caindo e percebeu que Julie não aguentaria salvar ele sozinha, chorando implorou: - Richard, me ajude! A Julie não é capaz de aguentar o meu peso! Ajude-me, por favor! — Uma lágrima escorreu dos meus olhos. Já perdi meus pais, perdi minha família. Robert não era da família. Sem pensar duas vezes disse: - Julie? — Ela olhou para mim, estava aparentemente apavorada e eu continuei: - O Robert não ama você. Ele me estuprava e namora o Jerry. Vai mesmo salvar a vida do homem que está te enganando? — Ela franziu a testa e indagou para ele: - Ele está falando a verdade, Robert? Você fez essas coisas? — Ele começou a chorar mais ainda e respondeu: - Isso não importa agora! Salve-me, sua vadia! — Ela começou a chorar e falou para ele cheia de ódio nos olhos: - Sabe Robert, odeio ser enganada. Queime no inferno, seu maldito! — Ela soltou a mão dele e correu para me abraçar. Na queda o Robert quebrou as pernas. Uma viga de madeira em chamas caiu em cima dele e matou ele carbonizado. Olhei para a Julie e disse: - Você mandou o meu pai me entregar aos manifestantes. Pediu para que ele me matasse! Agora Julie, quem vai morrer é você! — Ela se afastou de mim e quando já estava prestes a cair do buraco que tinha no meu quarto. Na hora que eu estava colocando as minhas mãos sobre ela para empurra-la, os bombeiros pegaram-me pela minha cintura e me tiraram do quarto. Depois daquilo, tudo ficou escuro.

Richard querido, como está se sentindo? — Uma voz suave indagava enquanto acariciava meus cabelos, era a minha mãe. Olhei ao redor e vi que estava em um hospital, meu pai e meu irmão estavam sentados no sofá do apartamento hospitalar. Tentei me mexer, mas senti muita dor: - Mãe, você sobreviveu ao ataque dos manifestantes? O Papai e o Robert também? O que foi aquilo tudo que aconteceu, então? — Meu pai balançou a cabeça negativamente enquanto algumas lágrimas saiam dos seus olhos. Meu irmão levantou-se, esmurrou a parede e gritou: - Imbecil! Por sua culpa nossa casa foi incendiada, e como se não bastasse você ainda inventa de desmaiar logo quando o incêndio começa, só pra nos dar trabalho! Eu devia ter deixado você lá pra morrer! — A minha mãe levantou-se olhando para o Robert, aparentemente com muito ódio e deu uma forte tapa no rosto dele, fazendo-o cair. Quando ele estava no chão, ela o chutou e falou: - Babaca! Seu irmão quase morreu! Você não pode afastar ele da nossa família, você que é a ovelha negra da família! Você é o estuprador, você é o erro, você quem causou toda essa merda que está acontecendo na nossa família! Eu me arrependo até hoje de ter te parido! Monstro! — Robert levantou com a mão no seu rosto e falou, enquanto chorava de ódio: - Você vai se arrepender de ter feito isso, se arrepender! — Ele saiu do quarto e bateu a porta violentamente. Alguns minutos depois, dois homens fortes de branco entraram no quarto. Um deles perguntou: - Tudo pronto, Sra. Rhodes? — A minha mãe olhou para mim e em seguida desviou o olhar para a janela que tinha no quarto e falou: - Sim, levem-no com cuidado. Não quero que meu filho seja destratado! — Os homens caminharam em minha direção e quando percebi que um deles segurava uma camisa de força, tratei de me levantar rapidamente. A violência foi tanta que o soro que estava na minha veia, arrancou um pedaço da pele do meu pulso. Consegui desviar dos homens e saí correndo pelos corredores do hospital. Uma enfermeira informava no sistema de rádio interno que um paciente estava fora de controle e precisava ser dopado. As pessoas no hospital me olhavam horrorizadas. Deixei rastros de sangue pelo chão. Notando que estava deixando pistas para os tais homens, segurei meu pulso firmemente com a minha mão. Cansei de correr, meu corpo doía absurdamente. Resolvi me esconder. Após ter corrido por alguns corredores e já ter perdido os tal homens de vista, me deparei com a porta do necrotério. Era uma grande porta de ferro, nada que acontecia lá dentro dava pra ser ouvido, o necrotério era isolado do restante do hospital. Não tive saída, tive que entrar naquele lugar, a morte sempre dava um jeito de chegar junto a mim. Olhei quase todas as gavetas e acabei encontrando uma vazia, entrei e me tranquei lá dentro. Não iriam me encontrar. 


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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo:
Richard Rhodes (Protagonista)
Charlotte Rhodes (Mãe de Richard)
Carl Rhodes (Pai do Richard)
Robert Rhodes (Irmão de Richard)
Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)