Virgem Em Apuros escrita por Victor Bedoze


Capítulo 5
Capítulo 5 - Segredos


Notas iniciais do capítulo

Um grande segredo será revelado. Qual será o grande segredo da Savanna, e porque o Caio também está envolvido? E o que aconteceu após a mãe da Samanta chegar de viagem? Capitulo 5 "Segredos".



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Recapitulando. Fiz uma festa sem meus pais saberem, e 'convidei' a maioria do bairro. Meu melhor amigo é gay, acabei sabendo da pior forma. A Savanna conseguiu sabotar a festa, e o cara do mercadinho dormiu comigo. E agora estou aqui de pé olhando seu rosto e tendo pensar em alguma desculpa para toda essa bagunça na casa. O que vou contar para minha mãe?

- Se esconde no meu quarto, vai. - digo para o Matheus, que me obedece sem hesitar.
- Ah, mas onde é o seu quarto? - diz ele confuso.
- O segundo quarto a direita subindo a escada, agora corre. - digo baixinho.

Abro a porta e encontro a minha mãe com as malas e sem o meu pai. "Que bom, pelo menos ela vai ser a única a dar bronca”.
- Oi mãe, chegou cedo, não disse que iria passar uma semana de viagem? - digo com uma grande falha na voz.
- Por que Samanta, não está feliz de me ver?
- Não é que estou triste, mas eu apenas achei que seria avisada. - forço a entrada dela para que não veja a bagunça na sala. - Fecho as portas. -Vamos ficar aqui fora mãe, está um calor tão grande lá dentro.
- O que você está me escondendo Samanta? - minha mãe aumenta a voz. -  O que aconteceu posso saber?
- Vamos ficar aqui fora mãe. - minha mãe passa por mim e abre a porta. - Não, Não abre... A porta.
- O que aconteceu aqui? - agora ela está gritando e berrando como uma louca. - O que você fez como você comprou bebidas?

Estou do lado de fora da casa e consigo ouvir os gritos da minha mãe, na verdade todos que passarem pela casa consegue ouvir. Estou vermelha de tanta vergonha, as pessoas que passam pela porta da minha casa estão olhando para mim, como se eu fosse um animal fora da jaula. Entro em casa e fecho a porta, onde a minha mãe está jogado no sofá falando, alguma coisa, sobre eu ser uma louca em dar uma festa em casa, e que estava fugindo do controle.
- Mãe me desculpa, por isso? - digo com os olhos de cachorrinho sem dono, que o Caio faz quando quer alguma coisa. - Fui uma burra em não ter ouvida a senhora sobre a festa. - meus olhos enchem de lagrimas, e pela primeira vez consigo desabafar com a minha mãe. - Fui uma tonta, a festa foi um fracasso. - desabei nos seus braços.

- Não chora filha. - diz a minha mãe toda boba tentando me consolar. - Mas e o tal do Caio, você fez tudo isso por ele, não foi?
- Como assim, como você sabe do Caio? - minha mãe apenas sorri. - Você leu o meu diário, mãe?
- Ele estava aberto jogado no chão, e sem querer abri na pagina. - ela debocha de mim. - "Querido diário o Caio hoje me chamou de Samanta claro, ele é tão doce e seus lábios carnudos são como uma tentação para os meus olhos”,
- Mãe? - Nós duas rimos, apenas ela me beija no rosto e me abraça, nunca aconteceu algo assim tão estranho, minha mãe não me punir por algo que fiz de errado. - está tudo muito bom, tudo muito bem, mas eu vou ter que limpar tudo isso não é? - interrompo o momento "Ghost" entre mãe e filha.
- Ah, não esqueça de um mês de castigo. - completa ela, com o sarcasmo familiar que herdamos dos nossos  ancestrais. - Você não deveria estar no colégio, Samanta?
- O Colégio decidiu liberar mais cedo. Mas cadê o papai? - desvio o assunto.
- Porque você acha que eu estou aqui agora? Seu pai como sempre colocando o trabalho na frente da família. Ele recebeu um comunicado do trabalho e não teve como recusar, e tivemos que adiar nosso passeio.
- Que chato isso mãe. - fingindo estar interessada no assunto, balançando a cabeça concordando de tudo que ela dizia.
-Agora deixa de papo e vai arrumar tudo - ela sai do sofá com expulsando-me do seu colo.

Pronto agora começa a seção "gata borralheira". Agora me encontro varrendo o chão e cantando uma musiquinha para estressar a minha mãe. "Lê-re-lê-rê-rê-rê-re-rê". Jogo todas as garrafas de bebida no lixo, e torço o nariz quando encontro uma gosma com restos de comida dentro do vaso da minha mãe. Sei que não foi o Papai Noel que deixou aquilo ali ontem a noite e do que se trata aquele liquido.
O chão limpo, os Moveis encerados, o lixo jogado fora, e a mesa da minha mãe agora lustrado e sem rastros de patas da vaca da Savanna. Pronto tudo limpo, olho para o relógio, quase uma hora da tarde e eu lembro do pobre do Matheus lá em cima, e corre pelas escadas, adentrando o quarto.
- Oi, "Theu" desculpa pela demora, é que a minha mãe me fez limpar a casa toda.
- Samanta, eu tinha que estar no trabalho a essa hora - ele olha para o relógio.
- Desculpa, mas você não vai poder sair daqui agora, a minha mãe tá 'tipo', um cão de guarda lá em baixo protegendo um tesouro - ironia fora de hora.
- Mas eu tenho que trabalhar, e agora o que eu falo para o meu patrão? - Diz ele com fúria nos olhos.
- Eu posso até falar com ele se você quiser agora se acalma.
- Quem sabe se você não me der um beijinho, eu não fico calmo?
- Se você ficar aqui até as coisas se acalmarem eu tiro as roupas pra você - ops, o sarcasmo foi longe demais e agora é hora de concertar.
- Opa! Agora sim, eu fico até a noite inteira se você quiser - diz ele mordendo os lábios.
- Deixa de gracinha... - o meu celular toca, e avisa uma mensagem nova.

“Samanta Claro, porque não foi pra escola hoje? To indo aí pra te buscar pra fazermos o trabalho. Beijos”

Com toda certeza quem mandou a mensagem foi o Caio, mas e agora como vou sair daqui e deixar o Matheus no meu quarto, se é que ele é de confiança. Ouço os ruídos da minha mãe subindo pelas escadas.
- Se esconde em baixo da cama - empurro o Matheus para de baixo da cama. Minha mãe entra no quarto.
- Filha tem um garoto lá em baixo dizendo que vocês vão fazer um trabalho da escola juntos, se for não volta tarde.
- Tudo bem, mãe agora vou me arrumar - ela vai embora. - Ufa, pode sair daí de baixo.
- Não, vou ficar aqui mesmo está bem melhor. Quer dizer que você vai sair com o tal garoto?
- Sim, e você vai ter que me esperar até eu voltar.
- Nem pensar e se a sua mãe volta?
- Você se joga da janela ou se tranca no armário.
- Tudo bem, tudo para ver você sem roupas. - ironiza o garoto.
- Muito engraçado você, treinando para fazer Stand Up?
- Aprendendo com você - rebate ele. Olhamos-nos por uns segundos e percebo o brilho no seu olhar o jeito como ele me olha e fala comigo, tudo me faz lembrar de como eu fico assim perto do Caio, mas pareço uma pata choca, e ele um leão com fome babando por carne.
- Se cuida eu vou e volto rápido. - quando estou perto da porta saindo ele me para.
- Samanta. - diz ele sussurrando.
- O que foi?
- Vou ficar aqui como prometi, espero que cumpra o que prometeu. - apenas riu e saiu do quarto passo pela minha mãe, e deixo o Matheus lá. Encontro o Caio dentro de uma Mercedes prata, olha para o meu vestido e para a minha casa, morrendo de vergonha tentando me transformar em um avestruz e enfiar a minha cabeça no subsolo.
-E ai, vai ficar olhando ou entrar no meu carro? - pergunta ele com um sorriso.

Passamos por todos os bairros até chegarmos ao bairro do Caio, nessa hora me senti como uma estranha, todos nas ruas estavam vestidos de grife e as casas eram enormes, os casarões com garagens enormes, a garagem da casa do Caio era duas vezes maior que toda a minha sala de estar. Passar pela casa do Lucas o engraçadinho do colégio, que por coincidência estava no jardim da sua casa olhando para nós como uma daquelas mulheres fofoqueira que não fazem nada além de ficar na porta de casa, olhando a vida dos outros.
O Caio para a Mercedes na porta da casa dele, e descemos do carro enquanto o Lucas nos observa.
- Trouxe a comidinha da favela Caio? Pensei que só gostasse de carne de primeira.
- Não enche o saco, Lucas, volta pra o banheiro para descascar bananas, que é só isso que você faz de melhor.

É estranho ouvir dois garoto xingando um ao outro, até porque o único xingamento que uma garota dirige a outra é no máximo chama-la de um animal qualquer, mas os garotos são tão pervertidos quanto a gente pensa. Eles pareciam amigos então, os dois não estavam discutindo de verdade, mas o que ele queria dizer com 'comidinha'? Será que o Caio trás muitas garotas para sua casa. De qualquer jeito deixa isso pra lá, o importante é que estou aqui.

Nós entramos na sua casa, que parece não assustar tanto por dentro, é grande, mas nada comparado as casas daqueles garotos daquela revista da Capricho, ricos, mimados, e fantasiados, quem sonha com aqueles garotos que aparecem nas revistas e no site ou porque estão dopadas, ou porque ainda estão em fase de preparação pra vida, eu parei de acreditar nisso, até encontrar o Caio.
- E ai vamos começar? - diz ele.
Estou aqui pensando porque será que o Caio não me convidou para ir ao seu quarto. Será que ele tem, vários Posters de mulher pelada espalhados pelas paredes, ou porque está com medo de que eu me assuste com tamanha bagunça. Mas eu apenas digo:
- Pensei em fazermos uma encenação. - não tenho nada em mente então finjo ser intelectual para que ele não pense que sou burra.
- Boa idéia, tem alguma coisa em mente?
- Bom nada melhor que ir desde o começo. O começo de tudo, com Adão e Eva. - Ele apenas ri mostrando todos os seus dentes certinhos e brancos como neve.
- Se acha que ficarei só com folhas cobrindo as partes intimas.
Na mesma hora vem uma imagem em minha mente, o Caio com o abdômen definido e de pernas torneadas, pelado na minha frente, com os peitos estufados e um sorriso sacana era tudo o que conseguia enxergar agora. A imagem do Caio pelado apenas com duas folhas protegendo as partes intimas aflora na minha cabeça. Aquele loiro de pele parda, com marcas de sol, os lábios carnudos dele de cor vermelha como um convite insano e pervertido para o mundo da loucura. Eu apenas me abano com a mão direita e ele sorri novamente.
- Até que não seria má idéia, ver você com as partes cobertas por folhas. - Até que percebo a idiotice que falei, imagino eu que tenho vergonha de falar em publico me fantasiar de Eva na frente de toda a sala e ele continua a falar. - E agente poderia falar sobre sexualidade na adolescência e gravidez e essas coisas. E que de um pecado carnal Adão e Eva foram expulsos do paraíso, e tudo começa ai. O que acha?
- Água. Eu preciso de água. - digo com a boca seca de tanto desejo.
- Depois da escada central, há quartos e no fim desse corredor há uma cozinha. Quer que eu mande a empregada pegar pra você?
- Não, não precisa eu vou ao banheiro também.
Agora sim eu percebo o quão grande é a sua casa, andando por um corredor de quartos, eu percebo uma movimentação em um quarto escrito SERVIÇO. Eu entro no banheiro com medo e ouço ruídos lá fora. Quando ouço uma voz que parece familiar, é de uma garota, e pelo jeito é de uma garota do colégio. Bingo, é a Savanna, sim, é ela, mas o que ela está fazendo aqui na casa do Caio, será que ele a convidou para a casa dele também? Ouço uma mulher que me parece cansada, falando com ela:
- Filha você não pode ficar andando pela casa, como uma hospede. - diz a mulher paciente.
"FILHA?", eu abro a porta com toda a força como se estivesse pegando-a no flagra. E acabo tomando um susto ela está conversando com a empregada, e toma um susto quando me vê.
- Savanna você é filha da empregada? - digo assustada.


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Notas finais do capítulo

Capitulo 6 - A NOITE
Continuação do capitulo segredos, é curto e direto. O Matheus ainda continua preso na casa da Samanta. Caio age de maneira normal ao perceber que Savanna mentiu. Matheus e Samanta dormem juntos.



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