Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

*Entrando de fininho e sendo escoltada por Christian, Ian e Dimitri*. Oioi gente, como vocês vão?! Então, pois é, eu estou conseguindo fazer capítulos, mesmo que com uma certa dificuldade básica... O problema é que tenho a fic toda na cabeça porém não estou conseguindo passar para o papel do mesmo jeito que eu queria. Acho que depositei muitas expectativas nessa fic, e agora o medo de desapontá-los está fazendo com que eu me retraia.
Mas, ok, não é como se esses capítulos fossem incríveis ou sei lá o quê. Tentarei escrever mais rápido, nem que tenha que passar fome. Macabro, né?! Outche.
Mas vamos lá :)



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Sydney voltou para casa dez minutos depois, sendo que a breve reunião entre alquimistas havia acabado mais cedo do que ela esperava – e então contei brevemente a história de Ângela para ela, que como tinha o mesmo perfil de Syd, acabou precisando de uma roupa dela enquanto entrava no banho.

-- Ela viu o namorado ser assassinado? – Sydney sussurrou assim que a dhampir ruiva entrou para o banho e trancou a porta. Balancei a cabeça, assentindo.

-- Ela estava lá. E quase me viu ser assassinada. – Me lembrei da cena, e senti um calafrio invadir meu corpo. Adam estava preso, isso era certo, porque havia tido uma morte violenta e ele ainda era novo, mas isso não explicava por que ele havia me procurado.

-- Seu pulso está doendo? – Ela gesticulou para o vermelhão que havia se tornado, além de estar completamente inchado e dolorido. Céus, se Ian estivesse aqui, eu estaria levando uma bela bronca.

-- Está queimando como o inferno. – Respondi, enrolando a faixa que havia usado. O Strigoi havia dado um golpe neste, e eu o usara na luta, o que piorara o caso. – Acho que vou ter que ir ao hospital. – mordi o lábio.

-- Você acha? – Sydney levantou uma sobrancelha. – Já era para ter ido!

-- Só não comenta nada com o Ian, pelo amor de Deus. Ele vai ficar uma fera. – sussurrei a última parte.

-- Eu não duvido nada. – Ela olhou no relógio. – Temos mais duas horas antes de nos encontrarmos com o pessoal, eu combinei de me encontrar com o dono do carro no Aeroporto, e ainda temos que almoçar. É. Basicamente iremos ao hospital assim que a menina sair do banho.

-- E por sorte, você fala português. – Lembrei. – Não consigo entender essa língua. É ainda mais estranha do que o russo.

-- Não é não. – Ela fez uma careta. – Você é que não consegue entender a beleza do português brasileiro, e do russo. São línguas completamente diferentes e sensacionalistas. – Ela estava ficando empolgada enquanto falava, então resolvi deixá-la fazer seu básico discurso sobre a beleza da cultura avançada que ela tinha.

Por sorte, logo a dhampir saiu do banho. Vestia um vestido que variava entre o branco e escurecia diante o seu cumprimento, chegando até a cor verde. Seu cabelo ruivo cacheado estava molhado, e seu rosto não tinha uma boa aparência. As olheiras eram profundas. Sorri com doçura para ela, apontando para a minha caixinha de maquiagem que estava em cima da minha cama, e ela logo cobriu todo o estrago que seu rosto havia sofrido. Tanto pela luta, como o breve olho roxo, e tanto pela perda, como o nariz inchado e a olheira.

O poder da maquiagem pareceu ser algo milagroso, porque assim que ela terminou, ninguém diria que ela havia passado por tudo aquilo. E agora sim eu poderia dizer que ela era, sem dúvida alguma, extremamente bonita.

-- Teremos que ir ao hospital. – Sydney avisou. – Rose machucou o pulso. Na verdade, já estava machucado, mas ficou grave agora.

Ela assentiu: -- Eu realmente reparei que você estava sentindo dor. Sou boa em ler as pessoas. – explicou ao ver minha expressão confusa. Eu havia usado minha máscara de guardiã durante todo o trajeto.

Eu duvidava que aquilo estivesse só com o fato de ela ser boa em ler pessoas, mas mantive isso em segredo. Não queria confrontar a menina, principalmente porque ela ainda estava passando por um momento difícil. E eu percebia isso pela sua máscara de guardião, o rosto inexpressivo, e as atitudes monótonas.

Então seguimos para o Hospital, onde Sydney fez a minha ficha e logo fomos atendidas por um médico que beirava seus quarenta anos.

Ele era como todos nós pensávamos em um médico ao nos depararmos. O cabelo branco e ralo era pouco, e a careca predominava na sua cabeça. Seu rosto era oval, no entanto tinha os traços bem marcados. Os olhos pretos eram firmes, assim como o traçado de sua mandíbula. Ele usava um jaleco branco abotoado, e durante todo o atendimento manuseou suas mãos em seu pulso com firmeza, como se estivesse acostumado com aquele procedimento.

No final, fui encaminhada para a ala de curativos, onde engessaram meu braço – aquilo pesava, cara. – e quarenta minutos depois eu fui liberada. Acabamos correndo para o Aeroporto, onde Sydney devolveu o carro ao dono e empreendedor, e nos encaminhamos à lanchonete. Faltava pouco mais de trinta minutos para partirmos no jato de Jared.

Como de costume, pedi um hambúrguer e batata fritas enquanto Sydney ficava com um pote de batatas fritas que como de costume eu teria que terminar depois, já que ela só beliscava a comida – e Ângela ficou com um pedaço de pizza enrolada.

Comemos tudo em meia hora, e acabei catando algumas batatas de Sydney quando ela se ofereceu para pagar a conta e saiu do nosso lado.

-- Você catou as minhas batatas outra vez? – Ela resmungou quando voltou. Dei de ombros, abrindo um sorriso travesso. Ângela que havia comido junto comigo as batatas abafou uma risada, e então nos viramos, prontas para resmungar pelo atraso de Jared.

No entanto, vi quando ele entrou no aeroporto pelo meu campo de visão, e logo Daniele maneou a cabeça na nossa direção, tomando a dianteira.

Logo estavam do nosso lado, e logo percebi que Jared tinha um olhar confuso sobre Ângela: -- Uma velha amiga. – me apressei em dizer, dando uma piscadela na direção dela. Amanda ergueu uma sobrancelha para nós, no entanto apenas assentiu, e Daniele abriu um sorriso travesso.

-- Tudo bem. – Jared murmurou, ainda a encarando. – O principal objetivo é reunir dhampirs que se “perderam”, não é? Ela é mais do que bem vinda. – Acrescentou com um sorriso que era comum se ver na Saint Vladmir, e então gesticulou para que o seguíssemos.

Logo estávamos em um avião particular que estava estacionado nos fundos da pista de voo, e mais ou menos duas horas depois estávamos pousando em Vitória. Como eu não estava mais sob o espírito, não tinha que me preocupar com a habitual dor de cabeça e os fantasmas que costumava ver, até porque já estava fora dos padrões de segurança há muito, e não havia sentido nenhum efeito.

Eu finalmente era uma pessoa normal. Pelo menos por um lado.

Eu passei a maior parte do trajeto me perguntando se no Brasil não havia limites de velocidade, uma vez que Amanda dirigia a toda velocidade, fazendo com que chegássemos a Santa Tereza quarenta minutos depois, na SVU que Jared havia conseguido.

Ficaríamos em um hotel, sendo que havia um quarto reservado para que eu, Ângela e Daniele ficássemos. Sydney havia preferido ficar em outro com Amanda, e Jared dormiria em um separado de todas. Era uma hospedagem humilde, mas bem equipada.

Decidimos que começaríamos as buscas no dia seguinte, assim como também encontraríamos com Samantha no amanhecer. Amanda resolveu conhecer a cidade junto com Sydney, então acabei ficando no quarto com Daniele, ambas vestidas para dormir, enquanto Ângela estava no banho.

-- Você tem algum namorado? – Perguntei para ela quando vi que estava absorta em alguma coisa na internet. Tirei meu fone enquanto falava, cansada do silêncio mútuo. Eu teria que conviver com ela por algum tempo, então era justo que pelo menos tivesse um clima agradável entre nós.

-- Não, eu não tenho. – Ela deu um sorriso amistoso, fechando a tampa do notebook branco. – É uma das razões pelas quais eu me arrisco em missões da Corte.

-- Mas você não tem ninguém? – perguntei, me debruçando na minha cama, de forma que ficasse de frente para ela.

-- Minha família foi morta em um ataque. Só tenho Amanda e Jared. – Ela deu de ombros. – Prefiro a liberdade.

-- Eu também prefiro, mais eu realmente amo meus amigos. – Confessei. – Casos e acasos.

-- O que importa é mantê-los a salvo. E depois salvar a nossa pele. Você está procurando o Belikov, não é?

-- Eu já disse que sim. – Tentei erguer uma sobrancelha.

-- Mas você não está certa sobre isso. – Tentei erguer uma sobrancelha, mas ela deu de ombros. – Sou observadora. E você está insegura.

-- Um pouco. – Suspirei. – Estou namorando o irmão dele.

-- Mas teve um caso com o outro e agora está revivendo o passado? Tipo quando você foi para a Rússia caçá-lo? – Lancei outro olhar significante na direção dela, que deu de ombros novamente. – Você é uma lenda em todas as academias, Rose. Não só pelo seu teste final, mas também por tudo o que você já fez. É requisitada como uma das melhores guardiãs e aprendizas.

-- Que honra. – debochei. Uma vez Dimitri havia me dito que eu era uma pessoa em que as pessoas se inspiravam, mas nunca havia levado isso a sério. É claro que na época eu estava na Academia e as únicas pessoas a quem eu poderia estar servindo de referência eram os novatos, mas agora? Principalmente após tudo o que fiz e que envolveu a missão e a volta de Dimitri ao seu estado dhampir? Agora sim eu dava um momento para todos falarem que eu realmente era algum tipo de prodígio.

-- Pois é. Muitas meninas morreram de inveja. – Ela piscou. – Eu apenas fiquei planejando algumas aventuras que nunca aconteceriam.

-- Que tipos de aventuras?

-- Em uma delas eu morria para salvar grandes amigos. Não é como se eu fosse uma pessoa social e tudo mais, mas nos meus sonhos eu tinha. Uma em especial, mas eu morria para salvá-la.

-- Isso não se parece com um sonho. – aleguei, sentindo um súbito arrepio percorrer o meu corpo.

-- Mas é o que eu gostaria. Não quero morrer pelas mãos de um inimigo. Se eu tiver que morrer, algum dia, que seja para salvar um amigo. Isso se eu tiver um. – sussurrou a última parte.

-- E Amanda?

-- Ela é legal, mas nossas conversas se resumem a provocações. Apoia-me e tudo mais, mas tem seus problemas com o marido. – Comentou. – Mas eu fazia aventuras assim. E era legal.

-- Eu já sonhei, mas conforme grandes partes começaram a se tornar verdade, eu resolvi parar com isso. – brinquei. – Mas se você sonhava com sua morte, como continuava sonhando com o futuro?

-- Eu sonhava com coisas que eu poderia fazer depois. – Justificou. – Era incrível. Eu até criei um novo mundo. Gosto de sonhar, sabe?

-- Você não é a única. – murmurei em um sopro. – Acho que temos que dormir. – comentei, tentando me livrar das lembranças que começavam a me atingir.

-- É uma boa. – Ela me deu um sorriso simpático. Estava desenrolando o lençol quando ouvi batidas na porta.

Encarei Daniele por uma fração de segundos, e então murmurei um “Já vai” enquanto pulava da cama e andava em direção à porta.

Olhei pelo espaço do corredor sem entender nada, uma vez que não havia ninguém ali. E então abaixei a cabeça, encarando um pacote nos meus pés. Segurei a caixa firmemente rente ao peito e então fechei a porta, chaveando em seguida.

-- O que aconteceu, meninas? – Ângela perguntou ao sair do banho, o cabelo enrolado pela toalha.

-- Deixaram isso. E parece que é pra mim. – murmurei ao ver o bilhete ali. Assim que me sentei na minha cama, elas me rodearam, cada uma de um lado, enquanto eu desamarrava o barbante e abria a caixa embrulhada por um papel cor creme.

Dentro havia uma caixa de camurça grande, e ao lado um pedaço de papel que, se não estivéssemos nessa situação, eu consideraria como um verso de alguma música. Mas ele continha uma mensagem codificada:

“Tão perto, e tão longe”.

Dei de ombros e coloquei o papel de lado, abrindo a caixa. O que eu vi fez com que minha garganta se fechasse, e eu pegasse o papel novamente, analisando a caligrafia que agora me era familiar.

Dentro da caixa de camurça preta estava guardada a estaca que Dimitri usava, aquela mesma que eu estava habituada a ver, mas o que me chamou atenção não foi isso. Foram as marcas vermelhas que se espalhavam pela lâmina. Vermelho vivo e fresco – sangue. 


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Notas finais do capítulo

Ai, Dimka ♥
Gostaram? :}