Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, olá. Acho que não demorei tanto! hahahah :D
Então vamos lá: Capítulo novo pra vocêes! /yes.
E sinto dizer -- aos fãs Rian -- que os fãs de Romitri sorrirão ao fim desse capítulo.



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-- Vocês vem? – Talita girou seus calcanhares e perguntou para mim, mesmo alternando o olhar dentre Ian e eu.

-- Vamos daqui a pouco. – Dei um sorriso amigável para ela, que apenas assentiu e foi. Acho que era detectável a tensão que se instalara dentre mim e Ian.

Descemos a ladeira junto com os demais, mas ao invés de seguirmos na direção dos portões, contornamos as árvores e acabamos indo para o pátio. Também não paramos neste, apenas continuamos a andar em um ritmo menor.

-- Dimitri me disse. – Ian quebrou o silêncio entre nós, descruzando os seus braços para apertar a minha mão. – Ele se desculpou por tê-lo feito.

-- Não é como se ele fosse o único culpado, não é? – Argumentei. – Eu correspondi ao beijo.

-- Você estava fora de controle, Rose. Eu conversei com ele.

-- Conversou? – Dei um olhar significativo a Ian.

-- Confrontei. – Deu de ombros. – Você acha mesmo que vou deixar alguém beijar a minha namorada e ficar por isso mesmo?

-- Acho que seu tratamento repleto de compreensão está fazendo com que eu me sinta uma vaca ainda maior. – Resmunguei. Ian abriu um largo sorriso no rosto, mas ele não chegou aos olhos.

-- Não estou dizendo que saber disso não quebrou meu coração. Doeu, sim. Mas acho que sou capaz de entender, já que já fiz coisas piores. Ou pensei. – Me lançou um olhar que me remetia diretamente ao nosso breve confronto no avião, quanto estávamos indo para a Rússia. – Dimitri só queria fazer com que você soubesse que independente do que estava por vir, você tinha uma segunda opção. Principalmente se eu não voltasse da missão.

-- Que missão?

-- Mas foi como eu disse... – ele continuou como se eu não tivesse interrompido. – Isso também não quer dizer que estou completamente nostálgico e que vou perder a minha vida porque meu irmão beijou a minha namorada. – Acabamos parando de frente para uma pequena fonte. – Principalmente porque eu sabia dos riscos de te mandar em uma missão atrás de Dimitri sem estar por perto.

-- Mas o que...

-- Estava explícito no olhar dele, Rose. – Ian se virou para mim com um sorriso travesso no rosto. – Meu irmão ainda ama você. Essa é a verdade. Mas é claro que ele continuaria sendo aquele cara completamente idiota com você enquanto eu estivesse por perto. Aquilo, Rose, era ele conflitando consigo mesmo para admitir que ama você, mas que nunca me enfrentaria. Não depois do que me fez.

-- E então você resolveu comprovar se a sua teoria era verdade? – A raiva estava começando a crescer dentro de mim. Ah, que merda! Então, no final, Ian apenas tinha concordado em me deixar ir sozinha naquela missão para que pudesse dizer que realmente conhecia o irmão e que ele continuava apaixonado por mim?

-- Não, Rose. Eu resolvi dar a você uma segunda chance. – O sorriso sumiu de seu rosto enquanto falava isso, e por um momento eu encarei aqueles olhos que estavam completamente desprovidos de qualquer emoção. Aquela era a máscara de Ian. A máscara que eu tanto odiava porque me impedia de ver o que os irmãos sentiam. – Uma segunda chance de saber que o cara pelo qual você realmente se apaixonou ainda existe. E ele está por perto, Rose.

-- Afinal, aonde você quer chegar, Ian? – Exasperei.

-- Eu quero dizer que você não precisa ficar comigo só porque eu faço você se sentir feliz, Rose. Ou porque você me ajudou muito, e agora eu estou apaixonado por você. É isso o que eu quero dizer, merda! – Fez uma pausa, desviando do meu olhar. – Eu quero dizer que você é livre para fazer as suas escolhas, e ver que o cara que você realmente amou de forma que foi capaz de se aliar aos próprios inimigos para ajudá-lo ainda é o mesmo. E isso inclui que ele ainda tem sentimentos por você.

-- É um meio de me despachar? – Tentei fazer alguma piada.

-- É. É uma forma de te fazer ficar longe de mim enquanto eu embarco em uma missão para caçar Opositores. – Ai. Então esse era o ponto, era isso o que ele estava me escondendo desde que chegou aqui. – Eu viria para o Brasil de qualquer forma, Rose. Porque é aqui que os Opositores mais se encontram.

-- Poderia ter me falado. – resmunguei.

-- Eu estou te falando. – Ian argumentou. – Porque eu soube disso ontem, e agora estou aqui. Era para estar em Brasília, Rose. Juntamente com outros trinta guardiões. Mas não, eu estou aqui. Por você.

-- E então... O que é isso, afinal?

-- Essa é a minha despedida, Rose. – Ian voltou a me encarar. – Eu não trouxe bagagem alguma, e assim que passar por aquele portão, vou pegar o primeiro táxi que ver e voltar para o Aeroporto. E enfrentar o passado.

-- Isso é loucura.

-- Não, não é. – Advertiu novamente. – Você fez isso voltando para a Rússia, não fez? – Ao ver que eu não disse algo, apenas deu um meio-sorriso. – É claro que você fez. Eu conheço você, Rose. E eu sei disso.

-- Você está terminando comigo? – Tentei erguer uma sobrancelha. Ah, e surpresa! Pela primeira vez, eu consegui fazê-lo. Mas isso não me animou nem um pouco.

-- Estou. – Ian deu um passo à frente, de forma que eu tive que erguer a cabeça para não quebrar o contato visual. – E eu sei que você me odiará por estar fazendo isso após a morte de alguém que você amava, mas é mais fácil.

-- Mais fácil para quê, Ian? Pra quem? – Gritei.

-- Mais fácil para ambos, caso eu morra. – Ele manteve o tom neutro, mas eu senti o medo dele naquela frase. Senti-me estúpida por ter tido raiva de Ian naquele momento, porque ele estava fazendo isso sabendo que seria muito mais difícil pra mim se estivéssemos “oficialmente” namorando. Na verdade, será difícil pra mim de qualquer modo. Porque eu realmente amava Ian, e não seriam meras palavras que me fariam esquecê-lo. Já havíamos passado por algo assim no passado, quando ele se entregou para a Corte no meu lugar, e, no entanto fui atrás dele.

Suspirei, balançando a cabeça. Quebrei a distância que ainda existia entre nós, e fiquei na ponta dos pés até conseguir beijá-lo. Abracei Ian em meio ao beijo, depositando as minhas mãos nas laterais de seu rosto. Mesmo que eu o tivesse pegado de surpresa, ele não hesitara – no instante seguinte suas mãos estavam devolvendo o meu abraço, circulando a minha cintura... Não sei quanto tempo ficamos assim, mas eu tinha certeza que nenhum tempo no mundo seria o suficiente para matar a minha saudade de Ian.

Mas ele tinha que partir – e isso se comprovou quando relutou em se afastar de mim, porém o fez. Subiu os lábios até depositar um casto beijo na minha bochecha, e me deu um último aceno de cabeça, uma despedida. Forcei meus lábios a se esticarem em um sorriso, e observei enquanto ele dava as costas para mim e começava a andar pelo gramado, depois voltando ao pátio, e por fim passando pelos portões.

Vi quanto Ian pegou o táxi, e desapareceu pela avenida. E observei o fluxo de carros em seguida, quando resolvi começar a andar.

E assim como Ian, eu não olhei para trás. 


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Notas finais do capítulo

Será esse o fim de Rian? Façam suas apostas! :(