Jogos Vorazes - Por Rue escrita por Desiree Oliveira


Capítulo 2
Capítulo 2 - Como é que é?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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Eu não acredito no que acabei de ouvir, não estou conseguindo lembrar como se respira, Steffanna pergunta se há alguma voluntária, mas claro que não há. Ninguém é doida o suficiente para chegar nesse ponto, então ela me chama e dou passos muito curtos, quase tão curtos quanto os de um esquilo. Quando chego ao primeiro degrau que leva até o palco, será que dá para ver minhas lágrimas nas câmeras que nos rodeiam? Steffanna me puxa para perto dela e a coisa mais amigável que eu consigo pensar é se o cabelo daquela mulher é de verdade. Ela me olha e fala:

– Uma salva de palmas para Rue Treeback, nosso mais novo tributo!

Qual o problema dessa mulher? Todos batem palmas, mas percebo o olhar assustado de alguns, de indignação de outros, mas principalmente olhar da minha irmã, Ronnie. Não era um olhar de medo, muito menos de pena, mas de culpa. Talvez ela quisesse ter entrado no meu lugar, mas sabe que eu nunca deixaria.

Chegou a hora de sortear o tributo masculino. Por enquanto estou imóvel em um dos lados do palco, quando ela tira um papel da bola dos tributos masculinos e lê o seguinte nome: Thresh Orteg.

Thresh deve ter uns 1,95 metros de altura, tem a mesma coloração de pele que eu e parece ser sólido como uma rocha. Ele caminha com muita firmeza até o palco e enquanto ele se move percebo o quanto ele é forte. Steffanna diz para apertarmos as mãos, e quando sinto sua mão é fria e dura penso quanto tempo ficarei viva naquela arena. Só depois percebi que no lado de Steffanna estava Morgan, vencedor de uma das edições dos Jogos Vorazes, provavelmente nosso mentor.

Sou conduzida até o Edifício da Justiça, onde pessoas que me amam, ou que pelo menos tenham algo útil para falar, possam se despedir de mim. As primeiras pessoas a chegarem são meus pais e Ronnie, esta última quase cai em cima de mim, tem aquela despedida clássica com vários abraços, até que meus pais saem só ficamos eu e Ronnie, nós duas sentamos no sofá de veludo que há na sala e ficamos alguns minutos trocando olhares, até que ela quebra o silêncio:

– Ganhe por nós!

Eu balanço a cabeça.

– E feliz Jogos vorazes, sua chata – Ela brinca.

–E que a sorte esteja sempre com você, sua besta – Eu digo.

Os Pacificadores chegam e avisam que acabou o tempo, Ronnie me abraça com força e vai embora. Sou conduzida a um trem que viaja a 400 quilômetros por hora, então acho que não vai demorar muito para chegar a capital. Entro no trem e encontro Thresh sentado junto de Steffanna e Morgan.

– Olá, sou Steffanna, mas pode me chamar de Steff – diz ela tentando parecer simpática. Eu e Thresh ficamos calados.

Ela tentou conversar com Thresh, mas tudo que conseguia era um sólido ‘’sim’’ ou um gelado ‘’não’’, e eu estava assustada demais para responder qualquer pergunta que me fizessem. Eu acho que ela se cansou de tentar arrancar alguma coisa de nós e saiu com Morgan para resolver algum assunto envolvendo patrocinadores ou algo parecido.Eu fico olhando para o nada com um olhar de um patinho indefeso, até que finalmente Thresh abre a boca:

– Você se chama Rue, não é?

Eu afirmo com a cabeça.

– Não pense que vai conseguir enganar todo mundo com essa cara de cachorrinho pidão.

– Como é que é? – Eu pergunto indignada.

– Você acha que eu vou cair nessa de garotinha indefesa, só porque você tem 12 anos, está errada.

Antes que eu possa falar alguma coisa ele sai do vagão e me deixa olhando para o quadro pendurado na parede.

Como é que aquele idiota foi pensar isso? Cachorrinho pidão? Garotinha indefesa? Eu quase grito no meu quarto, mas sou interrompida por Steff me chamando para jantar. Se não tivesse tão faminta e tão curiosa para ver as comidas da Capital, não iria só pelo fato de ter que olhar para Thresh.Quando chego no vagão do restaurante vejo Morgan e Thresh conversando (raridade para aquela carranca hostil), mas o que me chamou a atenção foi o cheiro da comida que infestava o salão e tenho certeza que Thresh sentiu o mesmo. Me sentei ao lado de Steff e aproveitei o máximo o que parecia ser um cordeiro assado acompanhado de diversos molhos, vários tipos de salada e um bolo muito bonito de sobremesa. Depois assistimos a reprise de todas as colheitas de Panem, percebo o quanto são grandes os voluntários ou Carreiristas do 1 e do 2, o resto também não é pouca coisa. Só não são maiores do que Thresh, mas de repente algo me chama a atenção: na colheita do Distrito 12, uma tal de Katniss Everdeen se sacrificando pela sua irmã menor, me lembrou Ronnie, de como sinto sua falta, deve ser por isso que senti algo especial quando vi Katniss.

Fui para o quarto e senti os sedosos lençóis cor-de-chumbo, logo caí no sono. Sonhei com Rory, em como eu devia tê-lo ajudado, então ele quer me dizer alguma coisa...

–Acorde querida, hoje é um grande dia – Ouço a voz de Steff e seu estranho sotaque da capital me chamando. Levanto-me, ponho qualquer roupa que tinha no imenso guarda-roupa do meu quarto e vou tomar café-da-manhã com Morgan, Steff e... Argh... Thresh.

A mesa parecia mais bonita do que na noite anterior, cheio de ovos, salsichas, sucos, pães e várias outras coisas que nunca veria no meu distrito. Morgan começa a nos perguntar no que somos bons. Thresh, obviamente, diz que é bom com armas e que é forte, convencido, então Morgan vira a cabeça para mim:

– E você menininha, no que é boa? – ele fala, em um tom como se eu não soubesse fazer nada.

– Sei escalar árvores! – falo praticamente cuspindo a resposta no meu prato com salsichas.

– Isso vai ser muito útil pra você na arena e... – O vagão escurece, interrompendo-o, parece que o trem está passando pelo túnel, isso quer dizer que estamos chegando à Capital.



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Notas finais do capítulo

Mais uma vez desculpe pelos nomes ridículos, e se você não percebeu (lógico que percebeu mas eu vou falar mesmo assim), a Steffanna é um clone da Effie.
PS:O capítulo anterior foi pequeno porque eu estava esperando uma carta de Hogwarts (Eita,desculpa esfarrapada!!).



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