As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 7
Achei você!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311811/chapter/7

~ POV Pedro ~

Depois de toda aquela confusão eu não soube mais o que fazer. Lúcia se demonstrava arrasada, chateada. Chorou em soluços enquanto eu tentava reconfortá-la, envolvendo-a em meus braços. Minha irmã enterrou o rosto em meu peito enquanto se lamentava baixinho, suplicando para que Edmundo e Eustáquio estivessem bem.

Olhei ao nosso redor para ter certeza de que não havia mais perigo. Por sorte não havia mais nada, a não serem aqueles Minotauros mortos. As bolsas e armas de meu irmão e primo também jaziam jogadas.

Chamei a atenção de Lúcia e a segurei pelos ombros. Notei seus olhos marejados e sorri, secando o seu rosto e a envolvendo em um novo abraço. Talvez eu estivesse prestes a chorar também. Talvez não.

Assim que Lúcia ficou mais calma, recuperei as armas e bolsas que estavam jogadas. Lúcia e eu andamos mais um pouco, para nos afastarmos de qualquer mal que jazia morto naquela área. Pedi então para que minha irmã caçula volta-se a dormir. E, para que ela ficasse mais tranquila, prometi que eu ficaria de guarda, acordado, para garantir que não iria acontecer mais nada. Aleguei também que logo de manhã sairíamos à procura de Edmundo e Eustáquio.

~ POV Edmundo ~

Quando acordei minha cabeça pulsava de dor... E um lugar desconhecido me rondava.

Com certeza uma caverna; pensei. Uma caverna de aspecto frio e úmido, iluminada à luz de velas. Grades grossas e enferrujadas ocupavam a minha visão central. Nada que eu avistava ou deixava de avistar era de se agradar aos olhos, ou de se acalmar a mente.

Tentando me levantar dei-me conta de estar acorrentado. E, por mais puro azar que eu pudesse ter, não havia nada que eu pudesse usar. Nem bolsa, e muito menos minha espada.

Droga!

Nervoso, olhei para os lados, avistando meu primo, que jazia inconsciente ao meu lado direito. Ao mesmo modo que eu ele estava acorrentando e com um curativo na testa - onde havia ganhado um calo.

Impaciente, virei para o lado esquerdo e encontrei mais um garoto. Alguém que com certeza eu não conhecia.

O garoto me encarou, obrigando-me a observá-lo melhor. Seus olhos eram verdes, seus cabelos loiros...

– Quem é você? - perguntou ele.

– Edmundo. Edmundo Pevensie - murmurei ainda incomodado com a dor de cabeça - E você?

– Pelo que me lembro... Rilian. Chamo-me Rilian.

Surpreso! Foi esta a minha expressão. Fiquei surpreso diante das palavras daquele garoto. Com tal informação logo pude perceber também os traços herdados da mãe e do pai. Era ele. Era realmente Rilian.

Então eu estava no território da Feiticeira? Como ela sabia que estávamos vagando pela floresta? Sabia ela que estávamos em busca de Rilian? Fiquei com tantas perguntas em mente. Perguntas que talvez eu não pudesse responder.

– Que aconteceu? Lembra-te de algo antes de ser mantido aqui? - perguntou Rilian. O príncipe parecia mais confuso que eu.

– Eu... Eu me lembro de estar junto de meus irmãos e Eustáquio. Fomos atacados no meio da madrugada - soltei um suspiro longo - Chamei por Lúcia... e acordei aqui, junto de meu primo. E você, Rilian? Que aconteceu?

– Minha mãe e eu. Nós íamos colher maçãs. Decidimos então jogar um jogo. Foi quando vi uma mulher encantadora. Eu a segui, mas não queria. Sabia que podia ser perigoso. Logo ela desapareceu, e foi aí que desmaiei. Não me lembro se tropecei em algo, ou se bati a cabeça. Então acordei aqui. Não vejo ninguém a não ser Kathryn. Não tenho noção de tempo, mas este fora suficiente para um balde de informações - Rilian soltou um riso de deboche. O garoto olhava para um ponto fixo como se as lembranças vagassem por sua mente - A mulher é uma feiticeira, sabia? Ela suga as almas das ninfas para ter uma beleza incomparável a qualquer outra moça - Desta vez ele olhou para mim - A beleza dela não é natural!

– Isso explica o desaparecimento das ninfas ao longo do tempo. - confirmei - Mas eu não entendo... Todas as feiticeiras têm grande beleza, por que ela cometeria uma atrocidade dessas?

– Ela devia ser bela, mas quando ainda era jovem. A mulher envelheceu, meu amigo. Ela me explicou que tentou usar uma mágica inofensiva para conseguir sua beleza, mas sua experiência não deu certo.

– Pois então ela teve a ideia de sugar a beleza de outra? - argumentei.

– Sim, sim - O príncipe sorriu - Se você observar bem verá que Kathryn usa um colar. É lá que se esconde todo o segredo. As almas das belas jovens estão lá! - ele passou uma das mãos pelo rosto. O barulho das correntes se arrastando pioravam minha enxaqueca - Cheguei a uma teoria simples. Acho que se arrancarmos o colar do pescoço dela, Kathryn envelhece novamente. Quem sabe ela chega a perder a vida miserável que tem? Depois quebramos o colar. Talvez as ninfas tenham as almas retomadas e as vidas ganhas.

– Como descobriu tanta coisa?

– Com o tempo nós descobrimos muita coisa, Edmundo. Principalmente quando uma feiticeira se demonstra apaixonada por você, deixando assim que seus segredos escapem do baú que jaz em algum lugar da mente.

Impressionante! Todas as informações são totalmente úteis - respondi animadamente ansioso, enquanto puxava as correntes que impediam minha justa liberdade -, mas o difícil vai ser sair daqui.

– Não perca seu tempo, Edmundo Pevensie. O quanto mais você tenta, mais forte elas ficam.

Suspirei derrotado.

– Meus irmãos vão nos achar. Eu tenho certeza - encarei Rilian - Nós estávamos a sua procura. Seus pais nos comunicaram. Caspian é um grande amigo e prometemos que você iria voltar para casa. E queira ou não, isso vai acontecer!

– Espere um pouco - o garoto ficou silenciado por alguns segundos. Não demorou para que arregalasse os olhos e dissesse: - Pela juba de Aslam! Vocês são os quatro? São os reis e rainhas?

– Sim. Pedro, Lúcia, Susana e eu - arqueei uma de minhas sobrancelhas - Como sabe?

– Meu pai não tem muitos amigos, e você são os mais próximos. Caspian sempre menciona em vocês. Sempre.

Sorri orgulhosamente, mas não deixei de estar totalmente carrancudo com a situação em que me metera. Eu simplesmente queria saber sair daquele lugar, mas não havia qualquer escapatória até que Lúcia e Pedro aparecessem. Isso se eles estivessem melhor que eu e Eustáquio.

Eustáquio... Não demorou para que ele acordasse novamente.

Meu primo não demonstrava sinal algum de susto ou pânico. Talvez estivesse um pouco atordoado...

...Deste jeito até eu estava.

– Eustáquio, você está bem? – perguntei.

Ele afirmou que sim. Explicou que apenas se sentia um pouco confuso.

– Não me lembro de nada. – argumentou.

Senti-me então obrigado a explicar tudo a ele. Tudo o que Rilian contou. Tudo o que aconteceu. Talvez tenham demoraram alguns minutos para que eu contasse toda a história, e mais outros para que ele entendesse - já que ainda não estava muito bem.

Ainda na conversa ouvi alguns passos. No mesmo momento todos nos calamos e uma silhueta atravessou a entrado do cativeiro. Essa era de alguém que eu não conhecia, mas que logo pude saber o dono.

Os pequenos detalhes não mentem, então o colar de cristais que balançava em seu pescoço com certeza não iria me deixar de mãos atadas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que acham? :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.