As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 10
Amor e batalha.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é em homenagem à Anna Delcistia. Boa leitura.



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~ POV Lúcia ~

A caverna, que um dia fora do meu melhor amigo, estava maior que antes. Como sempre era um lugar frio. Só, que desta vez, havia vários cômodos. O lugar, diferente de antigamente, estava iluminado à luz de tochas. Aquela sala não habitava mais ninguém a não ser eu e meu irmão.

Fiquei em dúvida para onde ir ou por onde começar. Foi então que escutei zumbidos do lado de fora e me concentrar neles. Discretamente, olhei para o lado de fora da porta. Havia mais de dez minotauros se aproximando na direção da caverna. Mais de dez minotauros e uma mulher. Sua aparência era tão graciosa... Talvez fosse a feiticeira. Por sorte eles estavam longe.

– Pedro, venha ver. A feiticeira não está aqui dentro. Ela está lá fora.

Pedro se aproximou e observou a mesma paisagem que eu.

– Tenho uma ideia – sussurrou.

Meu irmão se aproximou de uma tábua fina que estava ao lado de algumas estantes repletas de livro e a pegou, fazendo um obstáculo na porta para que a feiticeira não conseguisse entrar.

– Isso vai segurá-la por algum tempo. – disse ele.

Observei novamente o lugar.

– Eles devem estar em algum lugar atrás dessas entradas. – novamente parei para pensar – Mas...– ergui uma sobrancelha – se ela for realmente inteligente, criaria uma passem secreta. Que acha, irmão?

Pedro concordou comigo. Perguntei a ele qual era entrada secreta mais óbvia. Meu irmão respondeu que seria a da estante habitada de livros. Então fomos direto para perto dos móveis, puxando e agarrando todos os livros que ocupava nossa visão. Infelizmente nossa ação não dava em resultado algum.Tão concentrada (e desastrada) que estava, não percebi para onde ia ou deixava de ir. Não demorou para que eu tropeçasse em alguma coisa. Era uma alavanca. Pedro me ajudou a levantar, e logo ele puxou a engenhoca.

Impressionante! Quando demos conta percebemos uma passagem aberta atrás daquelas estantes. Pedro empurrou os móveis, que não estavam tão pesados assim, e nós seguimos a diante.

~ POV Eustáquio ~

Eu estava com frio, talvez começando a entrar em hipotermia. Rilian não dizia uma palavra se quer desde os dias que se passaram. Sua aparência era de uma estatueta. Já Edmundo estava na pior situação. Depois do que havia acontecido, ele pareceu ficar em coma.

Saindo dos meus devaneios ouvi passos. Estes atuavam por cima do som da minha tremedeira.

~ POV Lúcia ~

Seguimos o corredor, esperançosos. Eu cruzava os dedos na espera de que minha ideia tenha dado certo. E, realmente? Eu fiquei aliviada ao atravessar a passagem daquele lugar.

– Lúcia, Pedro!

– Por Deus! Eustáquio! – sibilou meu irmão.

Por Deus dissesse eu! Aquele lugar estava horrível! Era frio, sujo... mas tentei não ligar para os pequenos detalhes – por mais horrendos que fossem. Havia coisas mais importantes para se fazer.

– Que houve com Edmundo? – perguntou Pedro. Logo pude ver meu irmão e ter uma horrível dor no coração.

– Iremos dizer que ele foi grosso com a feiticeira. A mulher ficou nervosa e...o deixou assim – Eustáquio explicou por cima da terrível tremedeira que tinha – Edmundo gritava de dor enquanto ela se divertia com a situação. Pedi então para que a mulher parasse com tudo aquilo. Minhas suplicas acabaram dando certo, mas Edmundo ficou assim.

Suspirei fundo e orei para que ele estivesse bem. Assim que os tirasse dali eu daria o meu antídoto para Edmundo.

Foi então que notei... Havia mais um garoto no lado de dentro daquele cativeiro. Um garoto de cabelos loiro mel, olhos esverdeados, pele rósea...

– Eustáquio, ele... é o príncipe Rilian? – perguntei, indicando o garoto.

Meu primo afirmou que sim. Senti que não precisávamos de tanta informação àquela hora, soltá-los do cativeiro antes que a feiticeira arromba-se a sua era o mais importante. E, claro, depois estarmos todos prontos para enfrentar uma batalha, afinal de contas, esse acontecimento estava óbvio.

– Lúcia, tem alguma ideia? – murmurou Pedro.

– Por que eu?

– Porque você é cheia das ideias!

Sorri e parei para pensar. Observei todo o lugar e percebi que em baixo das grades, no lado esquerdo, havia uma pequena fechadura. E, se há uma fechadura, há uma chave.

– Pedro, procure uma chave.

– Uma chave? Mas Por quê?

– Confie em mim!

Pedro concordou e começou a procurar. Começamos a remexer todo o lugar, apesar de não haver muito coisa que se pudesse fazer. Não havia nada além de tochas acesas, pedras e uma orquídea banhada à prata na parede. Raciocinei mais uma vez e me dirigi à parede, procurando algum canto oco. Por puro azar – ou não – acabei esbarrando no enfeite da flor. Este era uma alavanca para a pedra de estatura média que havia ali. A rocha se abriu, e lá estava a chave.

Pedro a pegou rapidamente e foi abrir as grades. Eu já tinha o pressentimento de ouvir a feiticeira tentar arrombar a porta.

Encontrei outra chave dentro da pedra oca e a peguei. Assim que Pedro abriu as grades e eu fui direto para perto de Eustáquio. Esta que eu havia pegado era a chave das correntes.

Meu primo sorriu.

– Meu Deus, que houve com você? – perguntei assim que o toquei – Está gelado.

– Talvez seja hipotermia – respondeu ele –, aqui é muito frio.

Respirei fundo e peguei meu antídoto. Pinguei uma gota na boca de Eustáquio e fui para perto de Edmundo.

– Está tudo bem. Isso vai ajudar. – relatei enquanto soltava as correntes do meu irmão.

Apoiei a cabeça de Edmundo na minha perna, e com uma das mãos segurei sua cabeça. Peguei novamente o antídoto do meu quite de cura e pinguei em sua boca. Depois de alguns segundos ele lentamente abriu os olhos.

– Lú-Lúcia? – gaguejou.

Dei um sorrisinho. Não demorou para que ele já conseguisse ficar sentado. Edmundo passou a mão esquerda por seus cabelos negros. Ele levantou e Pedro o entregou sua espada. Também entreguei a de Eustáquio a ele.

Enquanto Pedro pegava o arco de Susana, eu já havia soltado Rilian. Ele ainda estava paralisado. Achei que talvez não fosse a a ocasião ideal de dar o antídoto para ele, mas decidi ariscar. E deu certo!

O príncipe ficou alguns segundos me encarando e sorriu.

– Ei, sou Lúcia.

Rilian disse que talvez tivesse ficado paralisado pelo fato de, quando a feiticeira o encarou, ele olhar bem fundo em seus olhos. Já Eustáquio não. Este desviou os olhos.

Edmundo explicou algumas coisas úteis, como a história das ninfas, ou a do colar. Quando recebemos as poucas e necessárias informações posicionamos nossas armas. Rilian era o único sem arma. Ofereci então o meu punhal.

Saímos daquele cativeiro. Eu já havia previsto que a feiticeira conseguira arrombar a porta. E eu estava certa. Lá estava a porta arrombada, mas a mulher estava do lado de fora. Ela e seu exército.

– Olá, queridos! – Kathryn sorriu maliciosamente – Pretendo que não saíram com sorte nessa batalha.

Franzi a testa.

Ataquem! – gritou então.

E a batalha começou. Como eu não tinha arma, comecei a usar luta corpo a corpo. Edmundo ficou ao meu lado, mas só por pouco tempo. Afinal de contas, me afastei.

Pensei em arrancar o colar do pescoço daquela mulher, afinal, ele era o mais importante. Kathryn estava parada, mas tive certeza que totalmente atenta. Todos ainda lutavam. Por sorte ninguém se feriu, e claro que eu pretendia que isso não acontecesse.

Rilian sempre quando podia mantinha os olhos em mim. Ele percebeu o que tinha em mente – avançar na feiticeira. Rilian tentou chamar minha atenção, mas eu o ignorei. Eustáquio e Edmundo haviam matado os últimos minotauros, enquanto eu me aproximava por trás da feiticeira. Infelizmente ela percebeu. Ela percebeu e antes que eu pudesse pensar em sai dali, a mulher me nocauteou com o a magia maligna de seu cajado.

~ POV Rilian ~

Eu pedi para que Lúcia não se aproximasse da Feiticeira, mas ela me ignorou. Ignorou como uma criança teimosa.

E eu estava lutando. Eustáquio e Edmundo mataram a última fera que havia ali.

Quando eu me virei, vi a cena que eu orei para que não acontecesse. Kathryn nocauteou Lúcia. A garota caiu no chão e bateu a cabeça em uma pedra.

Lúcia! – gritei enquanto corria para socorrê-la.

Apoiei seu corpo em minhas pernas. Ela era tão linda... aquela pele branca, boca rosada, cabelos castanhos...

Beijei sua testa e prometi que tudo ficaria bem.


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