Imprinting escrita por Ana Flávia Mello


Capítulo 9
Capítulo 5 - Renesmee


Notas iniciais do capítulo

As ações de Renesmee se tornam um tanto impulsiva, e finalmente descobriremos quem é a grande surpresa! | Boa leitura! Não esqueça de comentar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311730/chapter/9

Eu não tinha outra reação a não ser olhar para aqueles olhos azuis esverdeados, embasbacada. Tinha quase certeza de que minha boca estava aberta, mas eu não sentia meus músculos para dizer.

Ele sorriu e passou a mão pelos cabelos louros avermelhados, que eram lisos e grandes, com algumas ondas nas pontas. Sorriu de lado, levantou uma sobrancelha e estalou a língua. Ele estava achando minha expressão engraçada.

Eu ainda estava encarando-o.

Ele levantou as sobrancelhas e depois sorriu de novo.

– R-Riley? –gaguejei. – Riley? – Pisquei os olhos seguidas vezes mais uma vez. – Riley? – perguntei de novo.

Ele sorriu.

– Ainda bem! Pensei que nunca ia falar. Quanto tempo, Ness! – Ele me abraçou. Continuei com os braços retos ao lado do corpo.

Não que eu fosse antipática, mas reencontrar o namorado que mais te fez sofrer depois de três anos, era esquisito. Para mim, pelo menos.

– Não vai me abraçar, Ness? – Ele cochichou no meu ouvido.

Passei os braços em volta do tronco dele. Senti um desejo totalmente impulsivo e me apertei contra seu corpo. Isso me lembrava do tempo quando namorávamos. Por algum motivo inexplicável, o meu coração saltou num batimento rápido.

– Nossa, quanto tempo! – Ele se soltou de mim. – Você continua linda.

Senti meu rosto ficando vermelho até a raiz dos cabelos.

– Obrigada. – Tentei sorrir. – O que está fazendo em Washington? Não tinha ido morar na Flórida?

Riley deu um meio sorriso.

– Fui morar em Nashville – corrigiu-me. – Mas isso não importa. Eu tenho um tio que se mudou há pouco para Forks, e minha mãe me mandou para cá para passar uns tempos com meu primo, para ele não ficar sozinho. Vou ficar só o primeiro semestre.

– Ah. – Ótima resposta.

– Como eu nunca lhe vi por aqui? Ou pela escola? – Riley sentou-se num dos pufes.

Mexi nervosamente o meu cabelo.

– Eu moro quase fora de Forks, é um pouco longe. E eu estudo na escola da reserva Quileute… Mais longe ainda.

– Reserva Quileute? – Riley piscou e olhou para mim com olhos semicerrados. – Fica em La Pushy?

– La Push – o corrigi. – Sem o y.

– Ah. La Pushie. – Seu sotaque sulista era carregado.

– Não, La Push.

– La Push? – Ele arqueou a sobrancelha.

– Isso mesmo – sorri.

– Não é muito longe? – Riley cruzou as pernas.

Na verdade, era. Mas meu pai dirigia feito um maluco, então chegávamos sempre cedo.

– Saio cedo de casa – falei.

Aquele famoso silêncio incomodativo durou por algum tempo. Eu conseguia escutar a respiração de Riley. Era calma e controlada. Já a minha parecia que eu tinha corrido meia maratona. Não fora um bom dia para encontrá-lo.

– Carly… – Ele se levantou e sorriu para mim. Era a única pessoa que me chamava pelo segundo nome. – Senti sua falta – Riley tocou o dedo no meu queixo.

Eu queria correr para debaixo da cortina da loja.

– Riley… Hã…

– Nessie! Vamos embora! Não está me escutando chamar? Ness… – Alice parou na entrada da sala. – Quem é ess…. Riley?

Puta merda.

– Sra. Cullen – Ele sorriu para minha tia. Alice fez um careta e olhou para mim procurando respostas. Depois, movi os lábios.

– Renesmee, as coisas já estão no carro. Já está escuro. Temos que ir para casa. Você ainda tem de tirar esse vestido! – Alice puxava freneticamente meu braço. – Tchau, Riley.

– Foi ótimo vê-la de novo, Sra. Cullen – Ele riu.

Alice não respondeu.

***

Não sei por que, mas Alice não perguntou nada sobre Riley. Não que ela tenha falado muito comigo durante o caminho de Port Angeles até nossa casa. Tinha simplesmente ligado o som nas alturas e em ignorado. Eu sempre soube que Alice nunca gostara de Riley, mas ela devia ficar com raiva dele e não de mim. Não tinha sido eu que o chamara para aquela loja.

Mas agora eu tinha que reorganizar meus pensamentos. Tinha certeza de que com Riley sabendo que eu estava por perto, ele iria atrás de mim. Eu não sabia se estava pronta para uma reaproximação. Guardara rancor dele por quase três anos, imaginando onde estaríamos se ele não tivesse me traído. Acho que provavelmente já não namoraríamos mais.

Eu queria conversar sobre isso com alguém. Talvez com mamãe. Mas Bella não gostava muito de Riley também. Ninguém da família gostava e isso me deixava sem opções. Talvez Margaret, Jenna e Cassie me entenderiam. Por outro lado, elas não tinham me conhecido ainda quando eu terminei com Riley. Elas só sabiam da história parcialmente. Tinha Jacob, mas não sei se ele teria paciência para me escutar.

Mas não custava nada tentar.

Quando cheguei em casa corri direto ao telefone, discando com pressa o número da casa de Jacob. Tocou duas vezes.

– Leah, eu já disse que Jacob não quer falar agora – uma voz grave soou do outro lado da linha.

– Alô? Não é Leah. É Nessie.

– Ah. Sou o pai do Jacob, Billy. O que foi?

– Eu só queria conversar com ele… – Vi Emmett cercando-me. Puxei o telefone sem fio e subi as escadas correndo, trancando-me no quarto. – Ele está por aí?

– Ele está dormindo. Quer deixar recado?

Dormindo a essa hora? Nem eram oito horas da noite.

– Não, não precisa. Só avise a ele que liguei, por favor.

– O.K – tu tu tu. Não importava, eu ia encontrar Jacob amanhã.

***

Claro que eu não esperava que Jacob estivesse com tanto mau-humor no dia seguinte. Ele não falou comigo. Não me deu “oi” nem “tchau”. Ignorou-me no horário de espanhol e não veio se despedir no fim da aula.

Eu não sabia bem o que tinha acontecido, mas pelo jeito que Billy atendera ao telefone na outra noite pensando que eu era Leah – isso indicava que ela já ligara muitas vezes –, dava a entender que eles tinham brigado. Fiquei certa de que isso iria passar amanhã. Eu estava doida para conversar com alguém que não me chamasse de melancólica ou dramática.

Mas no dia seguinte, ele também me ignorara. E no dia seguinte. Nem quando fui entregar o convite da festa ele me agradeceu. Simplesmente pegou o convite, socou na bolsa da escola e foi embora, deixando-me falando sozinha. Paul estava certo de que isso era algo sério, que com o tempo ia acabar. Ele também não sabia o que tinha acontecido. Mas não achava que fosse algo com Leah –, ela passava a semana na faculdade e só voltava nos finais de semana.

Faltando um dia para minha festa eu não estava nem um pouco animada. Não sabia o que Alice estava planejando para mim. A festa era totalmente dela, e não minha.

Eu ainda queria falar com Jacob no final da aula. Ia resolver esse problema hoje.

– Kim, esse vestido que você me mostrou está lindo! – Eu disse enquanto caminhávamos para a saída da escola. – Vai ficar linda.

– Convidou Seth? – Perguntou ela, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha de um jeito tímido.

– Convidei. Você devia pedir para que fossem juntos. – Sorri. Kim ficou vermelha.

– Ai. Meu. Deus. Quem é ele? – Ela apontou para frente com a boca aberta.

– Quem… – Olhei na direção.

Surpresa.

– Carly! – Gritou Riley do outro lado do estacionamento.

– Riley! – Acenei de volta.

– Você o conhece? – Kim cutucou minhas costas. – O convidou para festa? Por que se você disser que sim, Seth vai ter de arranjar outro par. Eu pego esse.

– Na verdade, não. – Eu estava imaginando o surto histérico das pessoas da minha família se eu o tivesse convidado. – Não sei o que ele está fazendo aqui. Devia estar na aula.

Riley se aproximou.

– Oi. Olá – ele piscou para Kim. Kim abriu um largo sorriso. – Riley Biers, e você?

– K-Kim. Kim. Só Kim.

– Ah, prazer em conhecê-la, Kim.

Kim riu. Ela olhou para Riley e depois para mim.

– Tenho que ir. Tchau, Nessie. Tchau, Riley.

Riley sorriu para mim.

– Feliz aniversário – ele estendeu uma pequena caixa para mim.

– O quê? Você lembrou? Mas é só amanhã.

– Sim. Mesmo que não tenha sido convidado para a festa da Alice, resolvi comprar algo para você ontem quando saiu. Não tente devolver. – Riley passou a mão pelos cabelos louros.

– Não vou. Obrigada. – Sorri. Olhei por sobre o ombro dele e vi Jacob passando.

– O que foi? – Riley perguntou, tapando minha visão.

Suspirei.

– Obrigada pelo presente, Riley. De verdade. – Jacob já estava entrando no carro. – Jacob! – Gritei. Ele olhou para mim. Fiz sinal para que esperasse. – Riley, obrigada de novo. Não precisava. Desculpe, mas não posso ficar mais aqui com você. Eu tenho que resolver um probleminha.

– O que foi com aquele garoto? É seu amigo? – Ele olhou para Jacob. Jacob nos encarava, a mão segurando a porta do carro.

– É, Jacob. Meu amigo. Tenho que ir – falei. – Tchau. – corri na direção de Jacob. Riley ficou parado ali me olhando.

Parei na frente de Jacob. Seu rosto estava sombrio.

– Preciso falar com você. – Respirei fundo. – Não sei o que eu fiz, não sei por que não está falando comigo, mas se eu fiz alguma coisa que te deixou magoado eu peço desculpas. Eu não fiz por querer. Nunca iria querer te magoar. Mas você pode pelo menos dizer o que eu fiz? Para que eu possa pelo menos saber pelo o quê estou me desculpando? – Eu parecia choramingar. Não tinha ideia de como estava minha expressão.

Jacob parecia estar em um conflito interno.

– Me diz, Jake! Por favor! – Eu estava a ponto de gritar.

Seus olhos se encheram de lágrimas.

– Leah terminou comigo. – Lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Aquilo cortou meu coração. Eu não sabia o que fazer. Ele precisava de mim…

Eu o tirei do caminho e entrei no carro.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!