Outsider - A Estrangeira escrita por Bruna Guissi


Capítulo 9
Tudo Perfeito?


Notas iniciais do capítulo

Começo pedindo um zilhão de desculpas, minha gente :
Eu realmente não consegui postar esse capítulo mais cedo; eu acabei de acabar de editar ele MESMO.
Então, você me perdoeem :
Mais umas coisas;
Agora que o ano letivo começou (para mim :B) deve ficar um pouco mais complicado para que eu trabalhe nos capítulos. Eu ainda prometo tentar postar dentro de 15 dias, mas mantenham a calma se eu não postar --> eu quero muito que vocês gostem de cada momento dessa história, não quero postar qualquer coisa!
Outra coisa; esse capítulo eu tive muita dificuldade para terminar! Mas eu estou satisfeita com o resultado, e espero que vocês estejam também!
E mais duas coisas!! Juro que está acabando!
Eu agradeço à Sweet Demetria por favoritar essa fic! Você é uma linda! :DD
E pra acabar (só essa nota!) Leiam a nota final! Eu fiz alguma correções na história, e vou comentá-las no fim!
Beijos e aproveitem o capítulo!!



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–A senhora está me dizendo que não quer que eu fale nada sobre o assunto? – perguntou a mulher, com certa angustia na voz. Era raro vê-la assim.

–Precisamente. – respondeu a mais velha, impassível.

A mais jovem suspirou. Sabia que aquela senhora era irredutível, a conhecia muito bem.

–Por quanto tempo, Minerva? – perguntara agora, mais séria.

–Infelizmente, eu não sei lhe dizer.

–Como assim não sabe?! – perguntou novamente, alterando o tom de voz, levantando-se – Como assim??

A diretora suspirou cansada. Ela sabia que pedia algo difícil para a mulher a sua frente. Mas não havia surgido uma solução mais apropriada.

–Você sabe que é complicado, Desdêmona. Você entende os motivos. Me garantiu isso quando lhe contratei.

A mulher bufara contrariada. Sim, ela entendia que era complicado; entendia que certas coisas devem ser feitas com calma.

Mas era muito difícil.

–Sim, eu garanti. – admitiu

Minerva olhou solidária para a professora.

–A situação vai se resolver, Desdêmona.

–Espero que sim. – disse a mulher, massageando os olhos – É melhor eu me retirar; nossas conversas me desgastam um pouco, sabe?

Minerva acenou que sim, e liberou a professora. Sentou-se na grande poltrona atrás da mesa e começou a mexer em alguns pergaminhos.

Alguns deles eram cartas do ministério, outros depoimentos oficiais. Mesmo passada uma semana, o ocorrido em Hogsmead ainda rendia algumas reclamações de pais insistentes.

McGonagall suspirou exasperada.

Você está se saindo bem, Minerva. – disse uma voz afável atrás de sua cadeira.

Minerva levantou-se e encarou o quadro de um dos ex-diretores.

–Eu não queria que ela passasse por uma situação assim. Nenhuma das duas. – disse para a imagem.

Nem todas as situações necessárias são agradáveis, Minerva. – respondera de volta o homem na imagem.

–Eu sei disso, Alvo. Eu sei muito bem.


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–Por favor, fica quieta. – pedira pela terceira vez naquela hora – É impossível tomar café com você falando tanto, Mona.

A menina simplesmente dera uma risadinha, e continuara a falar.

–Ah, Annita! Sua boba! Para já com isso. – disse de novo.

–Quantas vezes vai me dizer isso?? – perguntou a menina, exasperada.

–Quantas forem necessárias para você me ouvir. – respondera Mona, de forma madura – Estou falando sério, Annita. Você passou uma semana evitando seus amigos por cau...

–Não evitei meus amigos... Só não falei com todos eles; é diferente.

Mona revirou os olhos, incrédula. “Cabeça dura. Uma completa idiota e irredutível cabeça dura.”, pensara.

–Ah, não minta para mim. Depois que você me contou sobre a discussão, eu até entendo que você esteja com medo de falar com eles.

–Não estou com medo nada! – disse Annita, batendo a mão com o garfo na mesa – Como pode uma pessoa ser tão.. tão... HU! – urrou sem conseguir definir a amiga.

Mona sorrira para a amiga.

Estavam sentadas em um canto longe das companheiras de quarto; tomavam café só as duas, refletindo sobre o fim de semana.

Mona resolveu retomar sua linha de raciocínio.

–Mas eu falo sério, Bo. – insistiu – Pare de evita-los; isso só torna a reconciliação mais constrangedora.

Annita parou para olhar a amiga. Ela tinha razão, a situação era estúpida.

Passara os últimos dias evitando fazer duplas com Alvo ou Scorpius, e não trocara um oi com eles. Esgueirava-se pelos corredores, evitando ser encontrada. Sentia-se uma ninja estúpida sem propósito.

–Eu sei... – admitiu a garota – É só que... agora que eles brigaram... – Annita não terminou a frase. Apoiou a bochecha em um dos punhos, desanimada.

–Annita... Eles não vão querer que você escolha alguém para ser seu amigo. – disse Mona, sorrindo de forma doce – Eu não sei bem o que você vê nesses grifinórios e corvinais, mas se eles são seus amigos de verdade, só vão querer que as coisas se ajeitem.

Annita sorriu para a garota ao seu lado. Assim como Rose, existiam momentos nos quais Mona podia ser uma pessoa sensível.

–Acho que sim. – disse mais animada.

As duas terminaram de comer, e seguiram para o campo de quadribol. Haveria testes para o time da Sonserina; segundo Mona, era possível se divertir com o certo nível de violência que ocorria nesses testes.

Ambas subiram as arquibancadas; Annita mal podia conter a animação. No Brasil, não havia casas para competir entre si; Quadribol fazia parte do curso de “Esportes Mágicos”, e era uma matéria dada a alunos a partir do quinto ano.

–Ah, eu adoraria competir, sabe? – confessou Annita de cabeça baixa. Mona olhou para a amiga, confusa.

–E por que não tenta? – quis saber.

–Ah, bem... Digamos que eu dera algumas voltas ilegais de vassoura... – e dera um sorriso cansado – Mas nunca cheguei a jogar de verdade.

A verdade era que no Brasil a pessoa que quisesse deveria ter um registro de permissão para voar; burocrático, na opinião de Annita.

Então seu pai a incentivara. Costumavam ir para o interior do país; ficavam em uma chácara velha que tinham, na qual Annita pegava uma vassoura e varava o céu. Seu pai ficava a admirando.

Ele costumava elogiar com frequência sua habilidade para voo. Mas o que ele sabia? Ele não podia voar.

–E o que custa tentar? – perguntou Mona, eufórica.

–Ah, eu não sei... A verdade é que eu já sou responsável por muita coisa... Mais uma só tornaria meus dias cansat...

–Ah! Até parece que você não dá conta! – interrompeu Mona – Você é a pessoa mais prestativa que eu já conheci; tenho certeza que consegue, Annita.

–Mas mesmo se eu tentar, não quer dizer que eu vá entrar para o time. – rebateu a menina, dando de ombros.

–Não custa tentar, Bo. – disse Mona sorrindo.

Annita encarou a colega por alguns segundos. “Não custa nada?...”

Então Annita levantou-se subitamente, como que tomando uma decisão.

–Você vai? – perguntou Mona empolgada.

–É bom que eu não me arrependa, Zabini.


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–Ah, sim senhora diretora. – respondeu Molly, incerta.

McGonagall observou a reação da jovem a sua frente.

–Alguma pergunta, srta Weasley? – perguntou a senhora, sabendo que havia uma.

A garota olhou para a diretora muito seriamente.

–Com todo o respeito diretora; a senhora tem certeza disso? Acabamos de nos livrar de um incidente.

–Sim, eu tenho certeza. – respondeu decidida. Então abriu um sorriso leve para garota; não durou muito.

–Agora vá avisar o resto dos monitores, sim?

–Sim senhora. – respondeu Molly, baixando a cabeça antes de sair.

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–Já chega. Ela já fez o teste, de qualquer jeito. – interrompeu Ian, calando as duas garotas que discutiam.

–Tudo bem. – concordaram ambas.

Ian suspirou pesadamente, analisando a situação. Acontece que todos só concordaram em deixa-la participar porque ela dissera que não tinha experiência em quadribol; dar uma chance para que ela conhecesse o esporte.

Só que quando Annita subiu na vassoura, impressionou a todos. Ela poderia entrar em praticamente qualquer posição no time; mas quando pegou o taco, achou o seu talento. A menina nascera para ser batedora.

A outra batedora concordara imediatamente, sabia que precisavam dela. Mas a goleira achava injusto coloca-la no time; ela não tinha se inscrito, nem dera uma preferência de que posição gostaria de jogar.

–Muito bem, tudo será resolvido depois. O resultado sai na semana que vem. Obrigado por virem. – anunciou Ian aos alunos que ainda esperavam próximo ao time.

Murmúrios seguidos por passos encheram o silêncio que se instalara no lugar.

Depois de todos irem embora, o time se dirigiu para o vestiário, onde a conversa foi retomada.

–Você sabe que ela foi ótima, Alyann. – dissera Alicia para a garota, agora mais calma.

–É claro que foi. Mas ela mesma disse que não conhecia as regras, e nem se inscreveu para o teste. E todos os outros que treinaram semanas para isso? – rebateu a outra, sem se alterar.

–Bem eles deveriam ter se saído melhor. – intrometeu-se Ian, aparecendo na porta, dando de ombros. Alicia sorriu para o garoto, achando graça.

–Privacidade, Belvedere. – anunciou ela, com as mãos na cintura.

–Qual é Alicia, aposto que eu sou irresistível para você. Para vocês. – disse ele insinuando-se para as garotas. Alicia gargalhara dando as costas a ele, dirigindo-se a uma ducha privativa. Alyann revirara os olhos, já trocada.

–Vou estudar, com licença. – disse saindo do lugar.

Ian acenou com a cabeça e observou a menina partir.

–Sabe Jhones, acho que você e a Nott estão trazendo crianças demais para o meu time. – provocou Ian de longe, trocando de roupa.

Alicia bufou para o rapaz.

–Somos a melhor coisa para o time. – disse a garota, ainda na ducha, fazendo Ian rir.

Ian sorrira para a falta de modéstia da “pirralha”. Não podia dizer que era mentira, aquelas crianças jogavam bem.

E ainda havia o bônus “Annita”.

A estrangeira interessante, a qual vinha conhecendo.

O garoto fechara seu armário, pondo sua mochila em um dos ombros. Andou em direção à saída, virando-se apenas para gritar para a garota que ainda estava no banho.

–Uma coisa você não pode negar, Jhones. Vocês não resistem a mim.


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–Como vocês sabem, é um costume termos um jantar diferencial no dia 31 deste mês. – começou Molly, depois de todos os monitores terem se acomodado na sala.

–E o que tem isso, Weasley? – perguntou Ian, que estava encostado na parede, próximo a janela. Acabara de pé para oferecer a cadeira para a novata.

–Bem, a questão é que este ano não teremos um jantar de Halloween.

–O quê?? – perguntara a monitora da Lufa-lufa, pondo a mão no peito.

Iniciou-se um burburinho na sala, o qual Annita não compreendia. No Brasil, o dia das bruxas era só uma data que poucas famílias comemoravam.

–E o que impede isso? – perguntou Annita, resolvendo se pronunciar.

Weasley sorriu para a garota.

–Uma festa.

Todos continuaram encarando a monitora chefe, para ver se sairia mais alguma palavra de sua boca.

Mas não saiu. Ela deixou a resposta no ar, esperando que alguém se pronunciasse. Infelizmente ninguém disse nada. Coçou a testa antes de voltar a falar.

–Ninguém compreendeu? – perguntou incrédula.

–Se você explicasse alguma coisa. – respondeu Ian, fazendo Molly revirar os olhos.

–McGonagall irá para algum tipo de festa, e não será possível fazer nada aqui? – tentou a mesma monitora da Lufa-lufa, visivelmente chateada.

Weasley encarou-a sem acreditar. Como podiam ser tão lerdos? Mas era verdade que essa seria a primeira festa de Hollween de Hogwarts.

–Vamos ter que trabalhar nesse Halloween, não é? – perguntou Annita, suspirando como quem entende. Molly II acenou que sim – Quando foi que a diretora resolver dar uma festa no castelo, Molly?

Ao ouvirem a pergunta da novata, os demais na sala soltaram assovios; alguns até bateram palmas.

–Isso é verdade, Molly? – perguntou o monitor da Grifinória.

–Sim. McGonagall acha que seria conveniente. – “Não sei como”, adicionou mentalmente.

–Interessante. – comentou Radmilla – E o que ela planeja?

–Os detalhes ela vai me dar no fim de semana que vem, então vocês tem exatamente uma semana para tirarem suas lições do atraso. Vamos trabalhar muito. – finalizou Molly, dispensando a todos.


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A garota caminhava pelos corredores, pensativa. Boderdad. Essa garota trazia alguns contratempos para o seu dia-a-dia. Inadequada; uma boa palavra para descrevê-la.

Alyann sentia seus pensamentos ecoarem pelo corredor vazio. Scorpius gostava da estrangeira, mesmo sem conhecê-la de verdade. Isso a incomodava.

Novamente, passara um tempo sem falar com aquela garota, e não sabia o motivo dessa vez. Só que diferentemente da vez anterior, ele não parecia deprimido.

Vai ver não tinham mais amizade. Talvez ele compreendera que ela não era o tipo de pessoa que traria estabilidade para sua vida.

Suspirou de leve.

Já era segunda novamente. Tinha de estudar.

Era a única coisa que costumava fazer, além do quadribol. Apesar de não parecer, gostava muito do esporte, e era boa nisso. Era uma das pouquíssimas coisas que conseguia distrair sua mente de pensamentos desnecessários.

Mas agora, a possibilidade de Boderdad fazer parte do time a incomodava.

Alyann balançou a cabeça e continuou a caminho de sua primeira aula. Costumava sair mais cedo do café para pegar os caminhos mais longos até as aulas; não gostava de ter de socializar desnecessariamente.

Felizmente, naquele dia, trombara com o primo que tanto gostava. Ele parecia distraído, como sempre fora. Como era antes do início desse ano letivo.

Se olhasse agora, poderia dizer que ele nunca conhecera aquela garota; ele encarava o teto enquanto andava, com seus cadernos e pergaminhos em uma mão, e a outra no bolso da capa.

Sempre com o olhar vago. Nesses momentos era impossível dizer o que se passava em sua cabeça, ou até mesmo dizer se estava contente ou não.

Sempre neutro; uma de suas maiores características.

Então o garoto notara a prima parada no corredor, observando-o.

–Hey, Ally. – cumprimentara o primo, se aproximando da garota.

–Olá. – respondera a menina, sorrindo de leve – Aula de quê?

–De qualquer coisa. – disse dando de ombros – Você não está longe da sua?

–Não muito, na verdade. – respondera dando de ombros – Você está bem?

–Bem eu não estou mal. – respondera o garoto, simplesmente.

–Certeza? – insistiu a gorota.

–É claro que sim, Alyann. – respondeu o garoto, franzindo as sobrancelhas, como se fosse óbvio. Balançara a cabeça.

Alyann sempre fazia aquilo; insistia em ser vigilante. Assim como Scorpius sempre fora uma pessoa vaga. A única vez em que demonstrou algo mais do que mera cordialidade fora falando de Annita.

–Estou perguntando porque sei que você não está falando com a estrangeira, primo. – dissera Alyann, fazendo o garoto arquear as sobrancelhas.

Ele encarou a prima que parecia desinteressada no assunto. Ele conhecia Alyann, ela não era de desgostar de ninguém; tratava quase tudo como um exercício a ser resolvido.

Scorpius suspirara. Sabia como sua prima conseguia ser insistente.

–Não é nada demais na verdade. – explicou ele, sem graça; isso surpreendeu a menina.

Não, Scorpius não era uma pessoa rude, mas tinha certa frieza quando falava das coisas. Era estranho ver seu primo tão distante ficar sem graça ao comentar algo.

–Como assim? – quis saber a garota, mais interessada.

–Ei, Ally, você não tem que ir para aula? – perguntou o garoto tentado mudar de assunto.

“O quê? Ele está corando?”, notou a prima, quando Scorpius fez menção de coçar a testa para desviar o olhar do rosto da prima.

Alyann suspirou.

–Na verdade, tenho sim! – respondeu a garota, simpaticamente – Até, primo. – então cumprimentou-o, e saiu do corredor.

–Estranho. – comentou Scorpius, levemente intrigado com a reação da prima. Alyann costuma insistir demais antes de desistir de saber algo.

O garoto caminhou distraidamente, sem ter o objetivo de ir para aula realmente.

Era a única coisa que vinha fazendo era assistir as aulas. Mal poderia dizer quem há algumas semanas a trás sua cabeça era um lugar movimentado.

Só um pensamento ficava ali agora, e ele se sentia um tolo por isso.

“Por que não nos falamos?”

A frase que se repetira diversas vezes naquela semana.

Ele e Annita não estavam brigados, mas parecia que a “evitação” era recíproca. Mas ela também estava evitando o Potter.

Não que isso fosse importante.

Scorpius esfregou os olhos, com sono. Resolveu que assistir às aulas era algo superestimado, que ficaria sentado na sombra por um tempo.

Andou até à árvore próxima ao lago, sentando-se lá.

O tempo estava esfriando, o outono chegara sem pedir licença.

Seus devaneios não continuaram por muito tempo; ouviu passos atrás de si, fazendo-o levantar.

Se depara com a garota que perturbava sua cabeça nos últimos tempos.

Annita estava sorrindo para ele, e ofegava: devia ter acabado de correr.

–Annita? – perguntou sem entender.

–Sim, claro que sou eu. – respondeu a menina.

Sem saber o que dizer, Scorpius voltara a se sentar, esperando para ver o que a garota faria a seguir.

Acabou se untando a ele na grama.

O garoto a encarara sem graça, como quem se desculpa. Annita sorriu para ele em resposta.

–Eu só espero que você e o Alvo se entendam. – disse ela.

Scorpius sorriu para a garota.

–Não foi nada, na verdade. – disse ele – Por que nos petrificou? – perguntou curioso. Annita olhou surpresa para ele.

–Então você me viu? – disse a garota, dando um risinho sem graça.

–Sim. Por que fez isso? – insistiu ele, agora mais sério. Tinha um medo terrível de que ela tivesse ouvido alguma coisa daquele momento estúpido.

–Bem, seria complicado ter que raspar você e o... Alvo da parede, certo? Eu não sabia porque estavam discutindo, mas não queria que continuassem. – explicou ela.

Scorpius soltou um suspiro pesado involuntário.

–Me desculpe. – disse ele de repente.

–Como?

–Me desculpe. Por te evitar; evitar a todos na verdade. – disse referindo-se aos grifinórios.

Annita sorriu para ele.

–Sei como é. Não fiz muita força para falar com vocês, de qualquer jeito. – disse dando de ombros.

Então Annita se levantou da sombra, sem esperar o garoto.

–Malfoy. – Chamou Annita, assustando o garoto; ela não usava seu sobrenome.

Ele só a encarou, curioso.

–Detenção por uma noite por matar aula. – disse a garota rindo, colocando a varinha em cima do distintivo.

Então virou as costas para ele e foi para o castelo sem dar explicações.


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Agora era vez de falar com Alvo. Annita estava disposta a resolver aquele assunto tolo que a incomodava tanto. Estava determinada, como todo adolescente fica quando quer algo.

Quando chegou perto da sala, resolveu sentar-se perto de uma janela no corredor, para esperar pelos colegas da Grifinória.

A espera não levou muito tempo; Rose vinha caminhando com Alvo, conversando avidamente com ele. Acabaram não notando Annita.

–Não seja estúpido, fale com ela. – dissera Rose de forma simples.

–Rose... – gemera o garoto, sem graça.

A garota já insistira milhares de vezes naquele assunto. Mas a verdade era que Alvo não sabia como dar o primeiro passo para se desculpar com Annita; mesmo estando aliviado por ela não saber do conteúdo da conversa, isso ainda parecia um grande empecilho, na sua cabeça.

–Não sei se a Annitta quer falar comigo, sabe?

–Na verdade, gostaria sim. – interrompeu Annita, fazendo-se notar na janela.

Alvo corara mais do que de costume, baixando a cabeça. Rose sorrira para a amiga, alheia ao estado de espírito do amigo.

–Annita! – exclamara surpresa – Olá, garota.

–Oi. – disse timidamente. Rose compreendera, e resolvera deixa-los a sós.

–Vão, resolvam-se crianças. – disse Rose entrando na sala de aula.

Annita riu com a falta de tato da colega.

Então Alvo levantara o rosto para a garota; parecia chateado.

–Ei, me desculpe por isso. – disse ele se referindo a muitas coisas.

–Me desculpe também. – disse Annita dando de ombros – Eu fiquei muito preocupada de que... você e o Scorpius não se falassem mais. – disse a garota, mordendo os lábios – Eu sei, é tolice.

–Ei! – interrompeu Alvo – Não é tolice; acredito que ambos sejamos seus amigos, Annita. É compreensível. Me desculpe por te preocupar.

Annita sorriu para o que seria o amigo mais doce que tinha.

Ambos resolveram entrar para a aula, onde Rose encontrava-se com Mona; Rose tentava conter as risadas escandalosas, e Mona parecia impressionada com algo.

–Acho que vamos fazer uma dupla então. – disse Annita, puxando a capa de Alvo para uma carteira mais no canto da sala.

Ali na frente, Mona fazia perguntas intermináveis para Rose, que respondia todas de bom grado.

–Isso é verdade Weasley? Verdade mesmo?

–Sim. – respondeu risonha.

–Um bando de trouxas. – concluiu Mona.

–Um bando de trouxas. – concordou Rose.


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–Todos guardem seus livros, peguem somente as varinhas; vamos colocar essas mesas no fundo da sala, sim? – disse Desdêmona para a classe a sua frente.

Os alunos pareciam muito empolgados com aquela aula; na semana passada a professora só havia dado aulas teóricas sobre criaturas que se podia achar em casa.

Ela dissera que na sua época, assistira a uma aula do terceiro ano de penetra, uma vez que essa era uma das únicas matérias que fazia no seu sétimo ano.

–Bem, como vocês sabem, podemos achar criaturas diversas em todos os tipos de lugares. Em uma casa velha isso é muito mais comum. – dissera a professora empolgada – Então vamos ver se vocês prestaram atenção suficiente em mim para reconhecê-los.

Ela vestia aquela mistura habitual de vestes bruxas e trouxa, com o diferencial de que estava de coque. Dava a ela um rosto mais sério.

Desdêmona colocara diversos tanques e baús enfileirados na frente da sala, com descrições sobre os seres que estavam dentro. Cada grupo de alunos deveria identifica-los; o grupo que acertasse mais ganharia trinta pontos para suas casas, além de um pacote de varinhas de alcaçuz.

–Podem começar.

Todos começaram a fazer fileiras atrás dos objetos, empolgados com a dinâmica da aula.

Mona estava matando aquela aula, aparentemente a aula anterior havia sido interessante demais para que se focasse na próxima. Como a turma da Sonserina estava com a Corvinal, Annita não hesitara em pedir a Scorpius para fazer dupla com ela, que concordara imediatamente.

Desdêmona observava do fundo da sala os alunos. Percebera que muitos dos alunos estavam indo bem, acertaram mais de sessenta por cento das criaturas expostas na sala.

Mas quem realmente prendeu sua atenção foi um casal de alunos, que faziam somente os dois o exercício dado. Eram de casas diferentes, o que a fez sorrir.

–Ora, isso não é comum. – observou entusiasmada.

Curiosa com a relação dos dois, continuara a prestar atenção. Eles pareciam se entender muito bem; não falavam muito, somente acenavam como que concordando com o nome da criatura. Quando Ambos saíram de perto dos recipientes cedo demais, Desdêmona notara que já haviam terminado.

Impressionada, esperou que viessem falar com ela, mas se enganou. Eles sentaram no chão perto da janela, tomando notas e checando os nomes. Ainda faltavam quinze minutos para acabar o tempo oferecido por ela, e eles já estavam sentados, quietos em um canto.

Curiosa, chegou a passar perto para ver quem eram os alunos.

–Srta Borderdad, Sr Malfoy. – chamou ela, fazendo ambos se assustarem – Já terminaram?

Annita encarou Scorpius sem graça. O garoto acenou como que incentivando ela, que lhe entregou um pergaminho com uma tabela.

–Acredito que sim, Professora. – respondeu a garota, sorridente.

Annita.

Quando checou o pergaminho, ficou surpresa.

–Pessoal! – chamou a professora – Acho que vocês já podem parar.

Uma leve onda de reclamações encheu a sala, e a professora levantou as mãos como que se desculpando.

–A não ser que mais alguém tenha acertado tudo, a Srta Boderdad e o Sr Malfoy ganharam. – explicou ela sorridente – Vamos, me entreguem esses pergaminhos, sim?


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“Tudo bem, tudo bem. Eu admito Sr caderno; eu estava sendo absurda por evitar essas pessoas as quais eu tenho em tão alta estima. Aceito o castigo divino que vier (se for justo, claro).

“Acontece, Sr Caderno, que a situação se resolveu muito facilmente; ambos pareciam extremamente sem graça com o ocorrido em Hogsmead – não que tenha não sido chato, mas parece ter alguma coisa faltando para dar sentido as coisas, me entende? Um motivo?

“De qualquer jeito, está tudo bem com eles. Na verdade, está tudo muito bem. Tudo em ordem na minha vida, sem coisas me aborrecendo.

“Tá tudo certo demais, Sr Caderno.

“Eu sei que parece paranoia, mas isso é tão incomum! As coisas estarem tão bem... Não que eu esteja reclamando, mas parece que toda essa ‘perfeição’ não me traz paz de espírito, Sr Caderno!

“Ah, será que eu estou sendo muito boba? Todas essas dúvidas... Desnecessárias?

“Não importa, não é? Você está aqui para isso, me ‘ouvir’.

“Ah, hoje eu estava arrumando meu baú e encontrei duas fotos. Na verdade, ambas versão de um mesmo momento; uma é uma foto trouxa, e outra uma foto bruxa.

“Não posso dizer que prefiro uma; são uma lembrança com meus pais, uma das poucas. Nós não costumávamos tirar muitas fotos; eles preferiam gravar vídeos (uma pena, porque em Hogwarts nenhuma tecnologia funciona – saudade do meu celular, sabe?).

“Foi alguns dias antes deu perdê-los. Era meu aniversário. Nostálgico, sabe?”


Annita fez uma pausa para segurar uma lágrima grossa que brotara em seus olhos.

–Ah. – murmurou ela, esfregando os olhos.

Deu uma risada tristonha.

–Eu quase me esqueci do quanto eu sinto sua falta. – murmurou ela para a foto, tentando se recompor.

Sua mãe a abraçava enquanto Annita fazia um careta para a foto, com o rosto sujo de bolo. Seu pai estava com o rosto cortado, ele tentava aparecer ao mesmo tempo em que batia a foto.

Na foto bruxa sua mãe continuava a dar risada da cara suja de Annita, e seu pai oferecia um lenço para limpar seu rosto. A foto sempre voltava ao momento no qual Annita mandava um sorriso para seu pai.

Annita acariciou a imagem dos pais, observando-os. Annita tinha os cabelos da mãe, só que menos volumosos, além da cor pálida da pele; enquanto herdara os olhos escuros do pai, que na verdade eram de um verde único.

Ela pegou a varinha e colou as fotos no caderno.

“As fotos a cima são do meu aniversário, como eu já disse. Sinto falta deles, Sr Caderno. Mas eu estou bem; eu estou feliz.”



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Notas finais do capítulo

Ah! Obrigada por lerem :BB
Continuem lendo e acompanhando a história da Annita; espero que vocês estejam se apaixonando por ela tanto quanto eu!
Agora as correções:
-Annita, Scorpius, Rose, Mona, Alyann, Narriet e Alicia estão todos no terceiro ano; logo, eles tem em média 13 anos! (eu tinha dito 14)
-Uma correção na última cena do capítulo anterior; eles estavam na biblioteca mas não dava para entender direito (pareciam estar no mesmo salão comunal, mas lembrem-se: Scorpius está na Corvinal!)
-Alguns minnor bugs que vem acontecendo na história, como um enorme espaço entre as linhas e parágrafos: estou trabalhando para descobrir o motivo!
Muito obrigada a todos os leitores e leitoras que aqui estão! UM BEIJOOOOOOO



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