we didn't meet by accident escrita por isabella


Capítulo 6
Capítulo 6 - Dia do Baile


Notas iniciais do capítulo

Olaaaa!!! Sei que tem mttt tempo que eu nao posto nenhum capitulo, mas estou voltando a usar o site e ja tenho mts capitulos prontos pra postar!!! Espero que gostem!!



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Fala, gata! Hoje é o grande dia! Meu deus! Estou muito nervosa, mas enfim, só estou te avisando de que eu vou para a sua casa hoje com Vini, tá? Já estou com a grana do salão e com a minha roupa numa sacola. Minha mãe disse que pode nos levar de volta para casa, depois do baile. Beijos!

Logo que li, todo o meu entusiasmo da noite anterior voltara com uma intensidade vinte vezes maior. Não pude deixar de sorrir.

Claro que sim! Estou muito, muito anciosa, risos! Até a escola. Beijos

Enviei como resposta.

Terminei de colocar a roupa o mais rápido possível e desci correndo as escadas, com a mochila nas costas e com o meu livro de História nas mãos. Meu irmão quando me viu toda desengonsada, não conseguiu conter o riso, e gargalhou muito.

–Nossa, que delicada – ele comentou ainda rindo.

Apenas revirei os olhos.

–Você sabe que hoje é dia de baile, né? Vai fazer aulas de etiqueta, menina. Você está precisando – ele ainda ria.

–Cala a boca! – disse sentando como uma miss.

Minha mãe surgiu de dentro da cozinha com o nosso café da manhã. Ela abriu um grande sorriso, colocando à mesa, nossa refeição. Eu comi em silêncio, enquanto meu irmão e minha mãe conversavam sobre o estado do meu pai. Sinceramente, eu estava tentando esquecer um pouco aquela história, até porque eu não queria me deprimir, no dia do meu baile. Porem, pelo o que eu escutara, ele estava reagindo bem aos exames e seus curativos estavam cicatrizando-se – em outras palavras, ele estava ficando curado. Fiquei muito contente com aquilo.

Ergui a cabeça e olhei o relógio da cozinha, ainda tinha muito tempo. Levantei da cadeira e levei meu prato até a pia e lavei-o. Olhei através da grande janela ao lado da porta de tràs que dava para um belo quintal, onde minha mãe cultivava alguns tipos de flores, e sua própria horta – pequena. Os raios de sol infiuntravam para dentro da cozinha, pelo vidro da janela, formando um lindo efeito arcoíris. Contemplei por uns minutos. Depois fui até o banheiro escoar os dentes, peguei a mochila e fui para escola.

De algum modo, aquele dia estava mais feliz do que os normais. Eu estaria mentindo se dissesse que não sabia porque. Obviamente era por conta do baile, especialmente pelo meu – maravilhoso – par. Sorri pensando no assunto. Eu sabia que tínhamos acabado de nos conhecer, mas eu queria beijá-lo naquela noite.

Aquilo tudo era tão esquisito. Toda aquela história do Igor. Eu o conhecia àpenas cinco dias e eu sentia algo forte por ele. Eu não o conhecia direito. Eu não sabia muita coisa por ele, e nem ele de mim, mas mesmo assim eu queria estar com ele. Queria saber tudo. Queria ser alguém para ele. Eu não tinha vontade de ser só mais uma menina da vida dele, eu tinha em mente ser uma pessoa marcante na vida dele. Mas mesmo assim, eu sabia que era uma imensa besteira. Era muito mais que lógico que ele não se interessava por mim do jeito que eu me interessava. Uma pena. Claro que, para variar, meu coração discordava. Ele persistia na esperança dele gostar de mim. Meu cérebro o ignorava.

Já chegando na escola, Rebeca e Caroline me pararam.

–Thati! – Rebeca gritou com um sorriso imenso. Caroline também sorria, mas com uma ponta de inveja.

–Sim? – perguntei desentendida.

–Você não vai acreditar – Caroline gritou.

–É, venha com a gente! – elas me agarraram e me puxaram para o ginásio. Alguns meninos do segundo ano estavam treinando futebol, e alguns meninos do primeiro ano, entre eles Gabriel, Bernardo, Caio, Manoel, Leo e Rodrigo.

Gabriel estava com um sorriso suspeito para mim. Eu realmente não fazia ideia do que estava acontecendo, mas alguma coisa dentro de mim gritava para eu sair de lá. Ignorei-a, e continuei andando. A cada passo que eu dava, maior meu mau pressentimento aumentava. Achei melhor ficar alerta.

–Vá lá falar com o Gabriel – Rebeca sussurrou no meu ouvido com um sorrisinho.

Ela empurrou-me para perto dele. Seu cabelo loiro e liso estava cortado, e suas sardas ressaltavam em suas bochechas por conta do sorriso, e seus olhos castanhos brilhavam fitando os meus. Achei tudo aquilo uma grande cilada para mim. Ergui uma sobrancelha quando ele colocou as mãos em meus braços. Rapidamente tirei-as de mim.

–O que está fazendo? – perguntei incrédula, ainda com a sobrancelha direita erguida.

–Calma, gata – ele disse baixando o olhar para os meus seios sem nem mesmo disfarçar – vou te levar no baile hoje, e você vai adorar – naquele momento ele debruçou-se de modo muito veloz, e quando percebi, seus labios estavam aos meus. Sua língua roçando na minha lentamente. Me dei conta tarde demais. Empurrei-o para bem longe de mim.

–O que é isso? Você está maluco? – gritei.

–Que isso, gatinha, acalme-se. Tenho certeza de que você adorou – ele disse tranquilamente.

–Eu já tenho par, seu idiota. Nunca mais faça isso.

–Ah, mas eu tenho certeza de que você vai largá-lo para ficar comigo.

Só tenho a lembrança de que naquele momento, não pude controlar minha raiva. Dei-lhe um tapa no rosto tão forte que todos os amigos dele que nos rodeavam ficaram boqueabertos. No mesmo instante me arrependi, embora ele tenha merecido. Olhei por sobre o ombro e vi Rebeca e Caroline saindo de fininho, fiquei quieta.

–Que é isso garota? – ele levantou a mão.

–Vai me bater, seu covarde? – encarei sem medo – seu fura olho! Achei que fosse amigo do Igor.

–E eu sou.

–Não o suficiente.

– O que quer dizer? – ele ficou confuso.

–Ele é o meu par – disse virando-me. A única coisa que eu consegui ouvir foram os ruídos dos amigos de Gabriel zoando-o muito. Sorri com o acontecimento.

Caminhei lentamente até a escada. Olhei para um lado e depois para o outro, então subi lentamente os largos degraus pretos carvão, com uma fina listra branca. Cheguei ao terceiro andar, praticamente vazio, em muito mais tempo do que normalmente. Continuei meu percurso lerdo até meu armário. Abri-o, e tirei dele os livros de álgebra, gramática e história. Joguei-os sem cuidado em minha mochila e nem me dei ao trabalho de colocá-la nas costas, arrastei-a até a sala. Quando se está frustrado com alguma coisa, os lugares parecem maiores. E foi o que eu senti. Os corredores pareciam mais longos, azul esverdeado claro das paredes pareciam sufocantes, e o piso com estampa de manchas em vários tons de marrom mais pareciam com um chão em brasa queimando meus pés. Até que cheguei à sala, minha luz no fim do túnel.

Mesmo não tendo nada – ainda – com Igor, eu sentia que ele tinha sido traído, e eu tentava o máximo possível rejeitar aquilo. Afinal, eu não tive culpa de nada. Claro que eu poderia não ter ído, quando senti o malpressentimento vindo. Mas não. Eu não fiz nada. Nem pará-lo. Mas pelo menos eu o interrompi, eu interrompi o beijo, e isso contava – pelo menos para mim. Mas, naquela hora, o que mais me importava era a felicidade de Igor, e rezava para que ele me perdoasse.

Foi então que descobri que pensar numa pessoa por muito tempo, pode não ser uma boa. Naquele momento, em que virei para a porta, lá estava ele. Entrando com Bruno. Seu cabelo loiro e liso, despenteado faziam minhas pernas ficarem trêmulas, seus olhos verdes faziam meu coração disparar e seu sorriso fazia o meu coração parar de vez. O sorriso, aquele sorriso que eu destruiía com a notícia. Mas não tinha jeito. Precisava vir de mim, porque eu tinha certeza de que se saísse de outra pessoa, a história viria destorcida, jogando o peso para o meu lado.

Respirei fundo e caminhei até ele. De repente tudo estava em câmera lenta. Meus batimentos cardíacos, meus pensamentos, meus passos, os passos dos outros. A cada passo que eu dava, eu sentia uma ponta de culpa. Mas não havia porquê sentir culpa, afinal, a culpa não era minha, era de Gabriel.

–Hmm, ei – disse num tom baixo – podemos conversar?

–Claro – ele disse sorrindo – um minuto, Bruno – despediu-se do amigo.

Fomos até um lado da sala que estava vazio, para termos privacidade.

–Hmm, não sei como... como posso dizer isso – eu gaguejava, estava muito mal com o beijo – err...

–Você não quer mais ir ao baile comigo? – ele perguntou-me desapontado.

–Não! Claro que não! Não é isso – eu disse, aliviando-o – é só que. Hmm, vou direto ao ponto, Gabriel é seu amigo, certo?

–Sim, acho que sim.

–Você por acaso comentou sobre irmos ao baile juntos?

–Não, acho que ainda não, por que?

–Ah, porque hoje ele veio com um papo muito esquisto para cima de mim – contei de uma vez – ele disse que iríamos juntos e ele meio que... hmm – não conseguia dizer.

– O que? – ele gritou – o que ele fez? – falou ele um pouco mais baixo – Fale!

–Hmm, ele... me beijou! – disse rápido, como se estivesse tirando um curativo de um machucado – mas eu dei um tapa na cara dele.

Só vi sua reação. Primeiro ele ficou paralisado, depois sua expressão mudou de tranquila para raiva, e depois para fúria, e depois para ciúmes, depois para inveja, e depois para raiva de novo.

–Você está bem? – estalei os dedos na frente de seu rosto paralisado.

–Hmm, um minuto – ele saiu porta a fora com muita raiva.

Provavelmete ele iria falar com Gabriel. Naquele momento eu só rezava para que não acabasse em briga, mas ao mesmo tempo estava gritando e pulando de alegria. Se ele estava com raiva, significava que ele estava com ciúmes, e se ele estava com ciúmes significava que ele gostava de mim. E isso era muito bom. Quer dizer, mais que bom, era maravilhoso.

Depois daquilo não soube de mais nada. Mas tambem não fiz questão de saber. Giu chegou atrasada, só entrou no segundo tempo. Então teve de sentar na única carteira vaga, que era a última da última fileira totalmente isolada, e pior, atrás de Sofia, Bárbara, Amanda, Beatriz, Juliana e Ana Paula, as menimas mais irritanes que a turma poderia oferecer. Tive sorte de sentar perto de Thomás, Caroline, Julia, Igor, Bruno e Cassiane, eles eram as pessoas mais legais – em minha opinião, claro que havia mais gente legal na sala.

No intervalo, Giulia e eu decidimos convidar Mel para ir com Thomás ao baile. Eu contava com sua palavra – ela disse que ele topara. Fomos até o pátio do colégio e encontramos Melissa, conversando com Jess, Caroline e Laura. Caminhamos até ela, e Giu cutucou-a de leve.

–Ei, podemos falar com você um minuto? – ela perguntou.

–A sós – completei olhando para Carol e Laura, que já nos encaravam curiosas.

–Claro – ela abriu um lindo sorriso.

Melissa andou na frente, com passos delicados e graciosos.

–O que querem meninas? – sua voz era doce, como as feições de seu rosto.

–A gente queria saber se você tem par para o baile de boas-vindas – Giu perguntou suavemente.

–Não – ela deu um risinho tristonho e fitou seus pés.

–Ããã, e você vai ao baile? – perguntei.

–Eu queria, mas não tenho par – suas palavras haviam perdido o encanto.

–Você só não irá se não quiser – disse com um sorriso.

–Como assim? – ela franziu o cenho, por causa do sol que estava diretamente voltado para ela, iluminando seus belos olhos castanhos muito claros, quase verdes.

–Sabe o Thomás? O menino da minha turma? O bonitinho... – Giu perguntou, e eu ri.

Ela assentiu uma vez.

–Hmm, ele quer ir com você, mas ficou com vergonha de te pedir.

Ela refletiu um tempo, que para mim, durou uma eternidade.

–E aí? – Giu apressou-a.

–Você aceita? – eu já estava ficando preocupada com a resposta.

–Ah, Claro! – ela sorriu timidamente, mas mesmo assim demonstrando o quanto estava contente. Depois correu até as meninas. Só ouvi uns murmuros, “Vocês não vão acreditar? Eu vou ao baile com o Thomás”, “Nossa, meu deus!”, “Com o Thomás”, “Caramba, ele é muito popular”, “Sortuda”, gritos e risadas.

Sorri para o chão diante daquela cena retardada. Laura se ligava bastante em popularidade. Tanto que me irritava. Lembro que no ano passado ela não saia do meu pé, colava em mim aonde eu ia, dizendo que queria seguir meus passos. Revirei os olhos e suspirei lembrando daquilo. Quando virei-me, Giu não estava mais lá. Olhei para a quadra e a vi falando com Thomás, quem sabe contando as novidades.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler gente, nao esquecam de comentar, recomendar, favoritar e essas coisas.. porque me incentivam a continuar postando!!! obgg bjs



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