Pov. Bella.

Acordei com um pequeno sorriso. Foi a primeira noite em que me senti bem. E me sentia feliz mesmo com uma leve dor de cabeça por conta da bebida. Estava me sentindo tão leve e tão bem. Mesmo me lembrando do que fiz.

Eu beijei Jacob.

Mas… Por que isso parecia tão certo?

Me sentei e joguei os cabelos para trás. Era a primeira vez que me sentia tão bem assim. Não a primeira vez desde que Edward se foi, mas a primeira vez em minha vida.

Sentia-me uma criança sem problemas.

Suspirei e fui para o guarda-roupa escolher algo agradável para poder chamar Jacob e fazermos alguma coisa, como sempre fazia.

Jacob era o que me mantinha viva, o que fazia meu coração continuar batendo. Me alegrava. Com ele não doía nada, não machucava ficar sem ele quando eu estava ao redor de Jacob.

Abri o guarda-roupa esperando encontrar algo que me agradasse, o revirei por inteiro e não encontrei nada bom o suficiente para me fazer vestir. Resmunguei já imaginando o que teria que fazer…

Aquela terrível palavra ‘compras’.

Suspirei

Vesti uma calça jeans sem graça e uma camiseta de manga cumprida que já ficava curta no braços, coloquei a jaqueta de couro e fui para sala, encontrando Charlie no sofá.

–- Pai. – o saudei.

–- Olá Bella. Não vi quando voltou.

–- Eram quase duas da manhã.

–- ah sim.

–- Eu... vou sair, tá? Compras.

–- Compras? Com quem?

–-Hum… Jacob.

–- Jacob? – sorriu de forma maliciosa. Corei um pouco.

–- Hã… Vou perguntar se ele tá disponível. – fui correndo para o telefone, liguei para ele e no quinto toque ele atendeu. Sonolento.

–-Alô.

–- Jake. – sorri um pouco. Eu sempre me sentia melhor com ele. Sempre, sempre, sempre. – Er... desculpe te acordar.

–- Sem problemas Bella, problema algum.

–- Er.. você... hum... quer sair comigo? Eu preciso comprar roupas e... eu odeio isso, mas... achei que com você fosse mais legal.

–- Claro, claro. Eu passo aí, tá?

–- Hã... tá, mas vamos de carro.

–- tudo bem. Até daqui a pouco.

–- Até.

Desliguei o telefone e fui arrumar os cabelos, esperando Jacob chegar. Após alguns minutos de espera ele apareceu, com sua regata preta e uma jaqueta de couro marrom. Ele estacionou a moto e sorriu para mim enquanto eu me aproximava.

–- Oi Jake.

–- Oi Bella. – saiu da moto e deixou o capacete pendurado. – vamos?

Apontou para o carro, isso me fez desviar o olhar.

–- Hã… Claro, vamos. – sorri.

Ele sorriu.Aquele que sorriso que rasga o rosto, que brilha e que te faz sorrir.

Fomos para o carro e ele insistiu em dirigir, sentei-me então á seu lado. Ele dirigiu em silencio para o centro de Port Angeles. Um silencio agradável e até aconchegante.

Ele deixou o carro no estacionamento e fomos para as lojas.

–- Qual quer ir primeiro?

Fiz uma careta

Qual será a última?

–- Vamos nessa. – me puxou para uma vendo que não respondi.

Era uma loja simples. Comprei algumas calças e umas camisetas sem estampas. Sem experimentar, não tinha ânimo para isso.

–- Podemos... Ir naquela de sapatos.

–- sapatos?

Parei um pouco para pensar e decidi que eu precisava de all star novo. O puxei para aquela loja e demoramos a ser atendidos. Enquanto isso ficamos sentados e brincando um com o outro. Logo a mulher chegou, sorrindo falsamente.

–- Bom dia, o que vão escolher?

–- Hã…

Pedi três modelos de all star. Fiquei com um de couro branco, um ‘normal’ e um da cor tradicional cano médio. Comprei umas meias. – De ursinho, gatinho, coraçãozinho, estrelinhas e cachorrinhos. Por algum motivo que desconheço, Jacob riu disso.

–- Agora… O que podemos comprar? – perguntou pegando as sacolas de mim, bufei.

–- Sei lá.

–- Vamos... Biquíni,

–- Mas eu mal vou a praia, e aqui é frio demais!

–- Ué, você não ia pra casa de sua mãe semana que vem?

–- Ah é. – fiz uma careta. Charlie havia marcado isso com Renne, e eu não tinha escapatória.—Mas você vai comigo, né?

–- E-eu? Hã...

–- Se não quiser ir...

–-Eu quero, claro que quero!

–- Então ótimo. – sorri satisfeita. – Vamos comprar os biquínis e ir para casa.

–- Vamos almoçar, depois comprar.

–- Tá legal. Vamos deixar isso no carro.

Fomos até o estacionamento pra guardar as sacolas, depois fomos em uma lanchonete e almoçamos um lanche qualquer, Jacob pegou o maior e pareceu uma criança comendo, se sujando todo.

–- Isso não é agradável. – disse lambendo o dedo de Ketchup. Eu ri.

–- isso é engraçado. – Peguei um lenço e passei em sua boca, tirando o molho do canto. Ele sorriu sem mostrar os dentes, agradecido.

Comemos enquanto conversávamos. Depois fomos comprar os biquínis. Percebi Jacob distante enquanto eu escolhia alguns. Escolhi um branco e um preto do mesmo modelo, depois um marrom com detalhes nas alças dourados.

–- Você fica aqui. –apontei para a cadeira.

–- Por quê?—perguntou confuso.

–- Hora de escolher minhas lingeries e isso não será agradável para você.

–- Ah… t-tá.

Ele se sentou com a cesta que eu havia escolhido no colo, sorri e fui com a atendente escolher lingerie, após seis peças diferentes eu peguei um pijama e duas camisolas, torrando o dinheiro que minha mãe havia me dado e fomos então para o carro.

–- Er... Casa agora? – perguntou.

–-Sim, sim. – Assenti entrando ao lado do passageiro, as sacolas ficaram atrás.

Fomos para minha casa e deixamos as coisas lá, então ficamos no quintal, sentados no galho de uma árvore com as pernas balançando, ele estava um pouco mais abaixo que eu.

–- Um dia me leva para um passeio como lobo? – perguntei.

–- Hã... tá, se quiser agora …

–- Não, amanhã. --- sorri.

Ficamos conversando, rindo… Por que com Jacob as coisas eram melhores?

Só percebemos estar tarde e escuro quando bocejei, fiquei preocupada em deixá-lo ir para casa nesse escuro e nessa garoa. Porém ele me assegurou ser lobo e usar o capacete e pilotar devagar.

–- Me liga quando chegar, tá?

Ele assentiu.

Se aproximou de mim e colou seus lábios nos meus. Sorri levemente e retribui seu beijo. Não queria me perguntar o por que isso, o que acontecia entre nós. Era algo estranho. Porém maravilhoso.

–- Tchau. – falei como boba, sentindo borboletas no estômago.

–- Tchau. –sorriu e subiu na moto, logo partiu.

Entrei, sentindo um sorriso nasceu em meus lábios e não consegui impedir.

–- Alguém está apaixonada. – o velho cantarolou.

–- Pai. - disse rindo, empurrando levemente seu ombro. Ele riu.

–- Olha só o sorriso bobo, olha, olha.

–- Para pai!

–- Está ficando vermelha e não para de sorrir. Olha isso.

–- paaaai. – resmunguei, meu rosto ultraquente. Ele deu uma boa gargalhada.

–- é bom saber que se sente bem filha.

–- Eu me sinto ótima.

–- Isso é ótimo! Me sinto ótimo também!

Ri mais um pouco.

–- Boa noite.

–- Boa noite querida. –beijou minha testa, sorri mais e fui pro quarto.

Dormi em cima das sacolas mesmo, sem tirar o sorriso bobo dos lábios.

É amor....