Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 33
Bem vinda à Rua dos Alfeneiros Senhorita Lucy


Notas iniciais do capítulo

Olá gentes, como vão?
Muita obrigada por TODAS as reviews do cap anterior, eu sei que ele não ficou bom e que não foram muitas reviews e é exatamente por isso que eu agradeço. Por vocês não abandonarem a fic como eu fiz.
Esse tá melhorzinho, acho que dá pro gasto HAHAH



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— Eu sei quem é sua mãe.

Lucy sentiu a boca ficar seca. Draco percebeu o corpo da bruxa congelara, e a soltou. Ela permaneceu no mesmo lugar, olhando para a mesma direção, pensando em mil coisas. Saindo se seu devaneio, ela passou a mão na boca e encarou Draco.

— Claro que sabe. — ela se recompôs. — Minha mãe é Georgie, já veio em Hogwarts inclusive.

Ele revirou os olhos.

— Não se faça de idiota Lucy Snape. — disse ele — Sabemos que no fundo você não é.

Ela levantou a cabeça. Sabia muito bem de quem Draco estava falando, e não conseguia imaginar como ele podia saber sobre ela, mas ele sabia. Ela não podia fugir disso. Mas não deixaria ele se aproveitar da situação, não mesmo.

— Cuidado Draco Malfoy, você está acidentalmente se contradizendo.

— Eu sei muito bem o que eu disse. — seus olhos pareciam frios, estavam a fazendo sentir frio.

— O que você quer?

Ele sorriu.

— Não é tão difícil de imaginar.

Ele não estava falando sério. Lucy sentiu um leve enjoo. Lembrou-se de tudo o que aconteceu com Lynn no Natal, se lembrou das palavras dele quando voltara para Hogwarts. “Se contar a alguém, eu juro que acabo com a sua vidinha de faixada”, e agora, mais que nunca, ele tinha provas de quanto à vida de Lucy estava próxima de uma faixada.

— Seu nojento. — ela se afastou, esfregando os braços com se pudesse se livrar do toque dele.

— Não quero nada demais, por enquanto. — ele sorriu provavelmente se sentindo vitorioso.

Lucy queria bater nele. Bater de verdade.

— Como vou saber que você não está blefando?

Ele assentiu, como se já esperasse por aquilo, e tirou um papel do casaco esticando a mão para Lucy pegar. Era a cópia de algum documento. Ela agarrou o papel e passou os olhos pelas letras.

Era a letra de Jane. Ela sabia, pelo bilhete que encontrara no livro. “Corujal, meia-noite.” Lucy sentiu os dedos tremerem, mas continuou segurando firme o papel. “Severo está cada vez mais desesperado. Não sabemos o que iremos fazer com esse bebê vindo ao mundo agora. Agora não.” Ela levantou os olhos devagar e fitou Draco.

— Eu acho que ninguém mais tem o Diário de Jane Walker.

— Vou matá-lo. — ela relia várias vezes a cópia, sem acreditar nas ultimas palavras de Draco antes de dar a costas e sumir. — Vou matá-lo e dar seus restos para algum animal nojento.

— Me deixa ver isso. — Fred tirou o papel das mãos dela.

Os raios de sol entravam livres pelas janelas abertas do Grande Salão, os alunos estudavam e riam, e estava quente. Lucy nunca sentira tanto frio.

— Ele não vai fazer nada com isso, Lucy. — disse Fred olhando para ela, sério.

— Ou vai entregar para...

— Não. — Jorge a cortou. — Ele mesmo disse que é uma brincadeira. Ele não vai expor isso, relaxa.

Lucy batucou os dedos na mesa, irritadíssima. Como ela odiava quando algo não estava ao seu alcance.

— Vocês não estão entendendo. — ela agarrou o papel de volta, frenética. — Eu quero pra mim. Quero esse Diário para mim.

Fred e Jorge se entreolharam.

— É claro que quer Lucy, mas... — começou Jorge.

— Quero respostas, quero saber por que Draco tem isso, por que não está com ela. — Lucy mordeu a boca, não conseguindo respirar direito. — Merlin, eu quero saber onde ela está.

Ela sentia que o mundo estava a pressionando de todos os lados possíveis, e que alguma hora, iria estourar.

Fred agarrou sua mão do outro lado da mesa.

— Lucy. — ela olhou desnorteada. — Calma.

Ela respirou fundo. Não poderia pirar daquela maneira, aquela não era ela.

— Não sei pra que tanto pânico. — disse Jorge, abaixando a voz — Se você quer esse Diário, é só a gente pegar.

Fred anuiu, concordando com o irmão.

— Você já entrou várias vezes nos Dormitórios da Grifinória, agora é nossa vez.

A espera por Snape entrar na sala parecia interminável. Todos os alunos já estavam descontrolados. Papéis voavam, enfeitiçados, para todos os lados. Lucy olhava para o esboço do plano para entrar no Dormitório da Sonserina que tinha preparado e levantava os olhos uma ou duas vezes para ver se Snape chegara. Escolhera a mesa mais no fundo possível, e colocara uma pilha de livros na cadeira ao seu lado. A mensagem era clara, ninguém sentaria ali.

Ela voltou os olhos para o plano no pergaminho, faltava alguma coisa. Draco provavelmente estava esperando que ela fizesse algo. Faltava o elemento surpresa, mas o que?

— Lucy? — alguém parou em frente a sua mesa. Aparentemente ela era a única que continuava em pé, a bagunça era total na sala. Era Harper.

— Oi Harper. — e de repente, os livros tinham que sair dali. — Quer sentar aqui?

Ele levantou as sobrancelhas. Deu de ombros e largou suas coisas em cima da mesa enquanto Lucy escondia o pergaminho no meio de um livro, os colocando do outro lado da mesa.

— Será que vai ter essa aula hoje? — ele perguntou, desviando de um papel que haviam jogado ali.

— Sinceramente, não sei. — disse ela. — Snape nunca atrasa assim.

Era um tanto estranho conversar sobre Snape com os outros alunos, como se ele fosse só mais um professor, mas naquele momento pareceu normal. Harper não pareceu estranhar anda também. Esse era Harper: gentil, preocupado e indiferente às outras opiniões. Era dele que precisavam. Lucy pensava numa maneira de abordá-lo.

— Harper eu...

— Escute. — ele se aproximou e falou baixo. — Sei que Malfoy está chantageando você. Não sei o que é, mas sei. Eu vi vocês dois ontem na aula de Hagrid...

Lucy abriu a boca vagamente. Não esperava aquilo, definitivamente. Snape adentrou a sala, e depois de alguns instantes gritando palavras de advertência, todos voltaram para seus lugares e a aula começou.

— Não pense que ninguém viu. — ele completou. Ela assentiu, gostando do rumo da conversa, mas um tanto surpresa. — Só queria dizer, que apesar de tudo o que aconteceu com Tracey, eu não o apoio, e você pode contar comigo para seja lá o que for.

Lucy sorriu.

— Até para invadir os dormitórios?

— Tem certeza Lucy? — Jorge olhou para o pergaminho e para ela.

Lucy assentiu. Começava a ficar escuro, ela olhou para o céu. Parecia que ia chover. Com o céu nublado e a sombra espessa do carvalho os cobrindo, ninguém os notara ali.

— Tenho. Harper não precisou saber de nada, ele só quer dar um basta na tirania do Malfoy. — ela procurou os olhos de Fred, em busca de aprovação. Ele estava um tanto distante, pensando. — É um garoto esperto, e eu confio nele.

— Isso é muito perigoso Snape. — disse Fred. — Precisamos ter certeza que ele nos ajudará.

Lucy queria dizer algo, mas tinha que concordar. Era mesmo um plano muito arriscado, e se Harper não cooperasse, tudo poderia ir por água a baixo.

— Como terão certeza disso? — ela perguntou. Confiava em Harper, mas se os gêmeos queriam ter certeza, apenas conversa não seria o suficiente. Ela os conhecia.

— Deixe com a gente. — eles disseram ao mesmo tempo, os dois se entreolhando e sorrindo. Lucy estreitou os olhos.

— Não vai assustá-lo, olha lá.

Eles se levantaram, e Fred enfiou o plano na sua capa da Grifinória.

— Por favor, Snape — ele riu — Até parece que não conhece nossos métodos.

Saindo da aula de História da Magia, graças a Merlin a ultima do dia, Lucy se pegou imaginando por que Snape atrasara tanto na aula. Estava a caminho da Biblioteca para devolver os livros, e resolveu que depois passaria da sala dele.

Chegando lá, discretamente, ela guardou cada livro em seu lugar. Observou Madame Pince, que cochilava totalmente absorta e sorriu. Olhou para os lados, estava tudo praticamente vazio. Ela subiu as escadas e adentrou a Seção reservada.

Não tinha certeza do que estava procurando, apenas estava ali rodeando as prateleiras. Ela pensou que isso poderia ser um tipo vício, ir até a Seção reservada. Era um tanto emocionante, estar ali. A emoção não era a mesma como das primeiras vezes que ela esteve ali, porém ainda era alguma coisa. Ela passava os dedos nas lombadas dos livros empoeirados, e seu pé enroscou em algo no chão.

Lucy se abaixou, recuperando-se do susto de quase cair. Era um tecido brilhoso e estampado. Ela pegou e passou os dedos por ele, era leve. Era uma capa, mas não era qualquer uma. De acordo com alguns livros que lera, era uma Capa da invisibilidade, e era muito rara. Mas aquilo significava que alguém passara por ali há pouco tempo. Ela mordeu a boca e olhou de esguelho para a Biblioteca, vozes aumentavam. Passou a capa pelos ombros e prendeu um gritinho quando deixou de ver os próprios pés. Ela devolveria depois. Achado não era roubado né? Principalmente se era achado na Seção reservada.

Ela usou a Capa para sair da Biblioteca sem ser vista. Sensacional. Lucy foi até o Salão comunal da Sonserina, e depois até o seu quarto e a escondeu em seu malão. Estava pronta para sair, quando Violet entrou.

— Lucy! Eu estava te procurando. — ela parecia agitada, o cabelo ainda desgrenhado.

Lucy levantou as sobrancelhas.

— O que foi?

— Recebi uma carta da minha mãe, — começou ela, empolgadíssima — Ela disse que você pode passar uma semana das férias na nossa casa.

Lucy sorriu. Seria ótimo, de verdade. Era o que ela precisava, um tempo sozinha com Violet. Longe de Hogwarts. E também, aquela seria a desculpa perfeita para abordar Snape.

— Eu nem sabia que você tinha pedido, mas que ótimo! — ela abraçou, meio sem jeito, a amiga. Violet deu pulinhos.

— Vai ser perfeito, você vai ver. — disse ela.

— Mas calma, primeiro preciso pedir para Snape. — lembrou Lucy, já se preparando para sair.

Violet murchou.

— Não fica assim, eu vou convencê-lo. — Lucy tentou parecer confiante, para que ela mesma acreditasse nisso. — Vou falar com ele agora mesmo, ok?

Lucy se virou para sair, mas Violet segurou seu braço.

— Lucy... — ela olhou para baixo — Sei que ainda não conversamos sobre tudo o que aconteceu mas, me desculpa.

Lucy não sabia direito o que dizer, nunca lidou muito bem com situações como aquela, então apenas assentiu.

Lucy bateu três vezes na porta da Sala de Snape, mas ele não atendera nenhuma delas.

— Snape? — ela chamou, encostando a cabeça na porta para escutar algo. Ela bateu novamente.

— Snape não está ai, Senhorita Lucy.

A bruxa deu um pulo, era Dumbledore atrás dela, acariciando Emm no seu colo. Lucy desistiu de perguntar a si mesma onde estava Emm esse tempo todo, ou como Dumbledore sempre sabia onde ela estava o tempo todo. Apenas franziu as sobrancelhas.

— Onde ele está? —perguntou. Dumbledore sorriu, com a típica cara de aliviado.

— Venha comigo. — ele estendeu o braço. Ela olhou para os lados. Tinha entendido direito? Dumbledore queria que ela desaparatasse com ele? Também estava tentada a perguntar se aquilo era permitido, mas apenas tocou o braço do Diretor.

Lucy nunca tinha desaparatado antes. E era algo que ela pretendia não fazer várias vezes. Era rápido, mas bem confuso e vertiginoso. Quando se deu por si, já estava em outro local. Ela piscou os olhos várias vezes.

— Está ai Senhorita Lucy? — Dumbledore perguntou sorridente. Lucy tentou retribuir o sorriso, mas não deu certo. Lucy conferiu se Emm ainda estava nos braços dele, depois conferiu a si mesma.

— Estou, porém não digo o mesmo do meu estômago Professor.

Finalmente, ela conseguiu respirar fundo e localizar-se. Localizar-se relativamente, ela diria. Não fazia ideia de que lugar era aquele.

— Onde estamos?

Era uma rua, do mundo trouxa com certeza, e estava deserta. Lucy não sabia por que, mas sentiu um vazio enorme em toda aquela imagem. Carros dentro de suas garagens, o céu nublado, folhas correndo pelo asfalto com o vento, todas as janelas com as cortinas fechadas. Era solitário, o lugar mais solitário que ela já vira. Olhou para Dumbledore, que fitava a rua um tanto distante.

— Bem vinda à Rua dos Alfeneiros Senhorita Lucy.


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Notas finais do capítulo

Um beijo,
e sim, deixei o título como a ultima frase do cap por que senti vontade de ser clichê.
Clara♥