No capítulo passado:

_Diga Hinamori. – disse em tom frio com as mãos na cabeça.

_Quem era? – disse apontando para o lado de fora da porta.

_Uma conhecida, Kurosaki Karin, mas o que foi? – disse já meio sem paciência.

_Vim chamar você para comer feijões doces, mas já vi que está meio ocupado. – deu ênfase no ocupado, indicando uma ironia. – Então volto mais tarde.

A morena saiu da sala, e o grisalho começou a pensar em todos os palavrões possíveis, o que estava acontecendo com ele? Porque sentira tanto interesse na história da Kurosaki? Era como ela tinha dito, ele não tinha nada a ver, mas então porque se sentia tão incomodado com o assunto?

Nesse capítulo:

Karin usava shunppo para chegar o mais rápido possível até o primeiro esquadrão e sair o quanto antes da Soul Society, não queria ter que dar de cara com Hitsugaya de novo. Estava indo tão rápido e tão aprofundada em pensamentos que acabou esbarrando em um shinigami.

_Gomen nasai. – disse com educação se levantando e vendo em quem tinha esbarrado. – Eu estava indo muito rápido.

Depois de ficar de pé viu a sua frente um rapaz moreno de cabelos negros e olhos da mesma cor, ele tinha algumas correntes pelo corpo e um “69” tatuado no rosto. Observou melhor e viu a faixa de tenente no braço dele, era o atual tenente do nono esquadrão.

_Não faz mal. – disse ele meio indiferente, analisando a garota que lhe parecia familiar de alguma forma. – Mas de que esquadrão você é? Se tivesse alguém que usasse o shunppo tão bem assim no meu eu saberia...

_Eu não tenho esquadrão, sou Kurosaki Karin... – disse Karin meio distraída.

_Você é irmã de Kurosaki Ichigo certo? – perguntou surpreso, ela apenas assentiu. – O que está fazendo aqui na Soul Society? Não sabia que você também era shinigami.

_Gomen, não tenho tempo para explicar. – disse olhando para os lados, estava perdida novamente. – Para que lado é o primeiro esquadrão?

Ele apontou a direção, meio confuso, e ela saiu usando o shunppo, até mais rápido que antes, e Hisagi seguiu caminho até o nono esquadrão. Quando Karin chegou ao primeiro esquadrão se sentiu receosa de entrar, mas tinha enfrentado tanta coisa para desistir por causa de um velho que dava medo?

Bateu na porta do escritório de Yamamoto, e entrou após escutar a autorização, avistou o tenente em pé do lado de Yamamoto, que jazia sentado atrás de sua mesa. Karin entrou lentamente ainda muito receosa.

_Quem é você? – perguntou o soutaichou, Karin estremeceu e engoliu em seco.

 Ela se dirigiu até o centro da sala, ficando de frente para o senhor tão respeitado, se ajoelhou demonstrando respeito e começou a falar.

_Meu nome é Kurosaki Karin, sou irmã de Kurosaki Ichigo. – começou. Vendo que o soutaichou não a iria interromper, continuou. – Me tornei shinigami há pouco tempo, pela razão de precisar resgatar um amigo meu que foi sequestrado por arrankars.

_... – ele arregalou um dos olhos avaliando-a. – Levante-se Kurosaki Karin – ela obedeceu. – Você veio pedir reforços? – Karin assentiu, não conseguia falar nada, estava suando. – Vou tentar ajuda-la afinal se o problema começou no Hueco Mundo, uma hora irá atingir a Soul Society, mas você terá que esperar um tempo, até lá ficará... – olhou os papéis que estavam em sua mesa. – No décimo esquadrão, de acordo?

_H-hai... – havia hesitado, porque tinha que ser justo o dele, justo o da pessoa que não queria encontrar? – Estou de acordo. Não há necessidade de me dizer o caminho até o mesmo, eu conheço, muito obrigada por tudo soutaichou.

Ele apenas assentiu, Karin se retirou do cômodo, e como não estava com ânimo para enfrentar o Hitsugaya, seguiu caminho até o 13º esquadrão, estava com saudades de certa baixinha. Como não tinha mais motivos para ter pressa, andou calmamente, quando estava no meio do caminho, deu de cara com um shinigami, que usava um haori.

Ele era extremamente alto, os cabelos eram arrumados para trás e espetados, nas pontas dos mesmos havia sinos, ele usava um tapa-olho, e tinha uma cicatriz atravessando o outro. Depois percebeu a presença de outra shinigami, nas costas dele tinha uma menina de cabelos rosa.

_Ah, então era essa reiatsu que eu senti... – Karin suspirou. “Zaraki Kenpachi”, não restavam dúvidas.

_Desculpe Zaraki taichou, mas eu tenho um lugar para ir, se me der licença... - tentou passar por ele, inutilmente. – Com licença. – disse firmemente.

_Você me lembra do Ichigo... Qual seu nome garota?

_Kurosaki Karin... – respondeu indiferente. – Pode me dar licença?

_Ka-chan! – gritou Yachiru.

“Pronto, já ganhei até apelido, e um problema, a legal, agora ele está aumentando a reiatsu para me incitar a lutar com ele.”

_Olha... – começou. – Eu não estou nem pronta nem com vontade de lutar com você agora, deixemos para depois.

Karin usou shunppo, e fez uma boa distancia do capitão, despistando-o, e voltando a andar. Quando chegou no 13º esquadrão, soltou um suspiro, mas dessa vez era um suspiro de alegria, e adentrou no esquadrão.

No jardim encontrou o capitão daquele esquadrão observando as flores. Caminhou até ele, o mesmo já havia notado sua presença, mas esperou que ela se apresentasse.

_Com licença... – chamou a atenção um tanto hesitante em atrapalhar o que quer que ele estivesse a fazer. – O senhor é Ukitake Juushirou certo?

_Sim, e a senhorita? – perguntou sorrindo.

_K-Karin Kurosaki. – o sorriso dele prendeu-a por um momento, diria que qualquer uma seria presa por aquele sorriso.

_É irmã do Ichigo-kun? – ela assentiu. – Ah então deve ter vindo ver a Kuchiki sim?

_Hai, pode me dizer onde ela está? – perguntou educada.

_Deve estar na minha sala organizando os relatórios dela, pode ir até lá. – apontou a direção.

_Hai, obrigada. - fez uma reverência e foi em direção ao escritório.

Quando chegou a frente ao escritório, bateu levemente na porta, escutou a voz da shinigami autorizando, mas hesitou, qual seria a reação dela? E se brigasse com ela? Ela realmente não precisava mais de broncas, aquele dia já estava lhe enchendo a paciência.

Mesmo assim entrou, as saudades da morena eram maiores do que o medo de levar uma bronca. A pequena shinigami estava com os cabelos mais curtos do que se recordava, parecia ter crescido um pouco, e estava bem concentrada nos papéis. Quando levantou a cabeça abriu um enorme sorriso, quase não segurou a voz.

_Karin-chan! – levantou da cadeira e correu até a mais nova abraçando-a.

_Yo Rukia-chan. – disse sorrindo e a abraçando também, na época em que Rukia ficara no quarto dela e da irmã, elas conversaram e ficaram próximas, apesar de Rukia não ter passado muito tempo no mesmo. – Faz um tempo né?

_Sim... – soltou a garota. – Espera um pouco... – analisou-a. – Kurosaki Karin! Pode começar a se explicar! – uma típica gota aparece na cabeça da mais nova, “como será que eu sabia?”.

_Hai, hai, podemos deixar para depois, onegai! – pediu, vendo que não tinha cedido, tentou arrumar mais argumentos. – Preciso falar um assunto com você, e é sério.

_Então vamos só me deixe terminar os meus relatórios, enquanto poderia fazer companhia para o Ukitake taichou? – pediu com um pequeno brilho nos olhos, Karin riu levemente.

_Claro. – sorriu de canto ao ver a mais velha agradecer, e se dirigiu até onde estava Ukitake.

_Essa daí não tem mesmo jeito. – pensou alto, Rukia, voltando aos seus relatórios.