As Crônicas De Nárnia E A Dama escrita por damncarol


Capítulo 2
Capítulo II - Edmundo P


Notas iniciais do capítulo

E aí lindos e lindas?
Obrigada pelos comentários, lindos e divos *u*
Bom, primeiramente, peço desculpas pelo atraso, estava na praia até ontem, sem internet, e hoje cheguei em casa, passei a madrugada passando a limpo as minhas ideias e corrigindo esse capítulo, então espero que gostem.
Pro azar de vocês, dia 06 de janeiro eu vou pra praia de novo, ou seja, poderei postar apenas duas vezes por semana )):
Ruim, eu sei, mas eu preciso viver um pouco a vida aqui fora também e alias, estou passando pouco tempo com a minha família e tau.
De qualquer jeito, fiz com todo carinho esse capítulo e espero que, assim como eu, vocês morram de amores por essa história :3 qq
OBS: Se "As crônicas de Nárnia" me pertencesse, eu estaria em Londres, com o quarteto divino.
Obrigada e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311096/chapter/2

Capítulo II

Edmundo Pevensie

A expressão dela mudou de uma hora para outra, ficou totalmente pálida. Direcionava o olhar para todos os lados, para não olhar para mim. Ela tentou falar alguma coisa, mas nada saiu. Fitou o chão, passou seus dedos delicados por entre seus fios de cabelo loiros. Pude ouvir sua respiração, por conta do silêncio profundo daquela sala. Parecia que estávamos falando sobre um assunto confidencial, e de certo modo... Era.

– Se eu falasse você não iria acreditar.

Foi a minha vez de ficar pálido. Será que ela já visitou mesmo Nárnia? Mas como isso seria possível? Como não saberíamos?

Lúcia me olhou, com a careta mais apavorada e desentendida que ela poderia fazer.

– O que está acontecendo?

– Abbey desenhou um lugar...

– Edmundo, você é um pouco atrevido, não acha? É muito feio bisbilhotar o que as meninas fazem.

– Mas, se você visse... Parecia N-Nár...

Não foi preciso terminar aquela frase, Lúcia entendia do que eu falava. Um sorriso foi se formando em seu rosto.

– Será que podemos voltar? Será que isso é um sinal?

– Nós só voltaremos quando eles nos chamarem.

– E quem disse que isso não foi um chamado?

Lúcia sorriu e ao mesmo tempo, levantou-se do sofá.

– Tenho saudades de "casa".

Caminhou em silêncio até a cozinha e quando chegou lá, remexeu em algumas panelas. Ouviam-se barulhos de pratos. Gritou de lá algo como:

– Vou preparar o almoço.

Finalmente, eu e Abigail ficamos sozinhos. Aproximei-me dela, que estava confusa e afinal, ela tinha razão. Toquei por alguns instantes em sua mão. Ela, por sua vez, recuou e lançou-me um olhar desconfiado. Para tentar acalma-la e mostrar que eu era de bem, falei:

– Eu acredito em você, se quiser falar.

– Você sabe. Eu não seria capaz de mentir... Mas aviso: é um pouco difícil de acreditar.

Os seus olhos penetraram nos meus, parecia que ela conhecia todos os meus pontos fracos. Sorri de canto e dei de ombros.

– Eu me esforço.

Ela soltou um pequeno sorriso também, aquilo já significava alguma coisa.

– Bom dia! - Eustáquio disse, descendo as escadas. Eustáquio sempre estraga os momentos.

– Bom dia. – Falei sem animação.

Ao olhar em volta, ele avistou Abbey. Sua expressão mudou.

– Olá... Edmundo traz namoradas para casa e nem me apresenta. Que falta de consideração.

Nós dois coramos, mas logo ignoramos a sua fala. Ele parecia uma criança birrenta ao bater os dois pés no chão e ela tinha percebido, assim como eu, que Eustáquio não era cem por cento verdades.

– Ela é minha amiga de infância. - Levantei-me. - Eustáquio, - apontei para ele - essa é Abigail Del'Agnott..

Ele se aproximou.

– Obrigada, mas acho que ainda consigo me apresentar.

Aquilo soou um pouco sedutor. Ele se abaixou e pegou a mão dela.

– Me chamo Eustáquio Clarêncio Mísero. É um prazer conhecer uma jovem tão bela como você.

Ele beijou a mão dela, aquilo me deixou um pouco intrigado. Ela corou, coisa típica da envergonhada moça. Pensei em qualquer coisa para falar, que tirasse Eustáquio dali.

– Eustáquio, primo querido. Lúcia precisa de ajuda na cozinha.

Ele me olhou, raivoso, mas foi. Quando deu as costas, ela falou:

– Ele não parece doente. - E riu.

– É mesmo. Acho que já sarou.

– Bom, eu te conto sobre os desenhos. Eu confio em você.

Aquilo mexeu comigo. Ela confia em mim? É, ela confia em mim, sorri. Ela respirou fundo e eu toquei em sua perna, querendo mostrar um pouco de... Confiança, quem sabe ou talvez pra ela prosseguir sem medo de que eu não acreditasse. Ou ainda, pra mostrar que ela não estava sozinha nessa, que eu estava ao seu lado, esperando sua crônica e ouvindo atentamente. Ela sorriu, um daqueles sorrisos que damas como ela guardam há muito tempo, aqueles melhores sorrisos que ficam trancados para ocasiões especiais. Aqueles que são capazes de parar o trânsito de Londres e que fez com que eu me sentisse importante pra ela. E começou a falar:

– Tudo começou com um sentimento, eu estava eufórica. No meu aniversário de dez anos, minha tia alugou uma casa para veranear, nunca tinha ido à praia antes. Quando finalmente chegamos à casa alugada, pude perceber que ela era antiga e bem espaçosa, com um jardim enorme, eu poderia mesmo me divertir lá. Desci do carro correndo, e ajudei-a a descarregar as malas. Quando abrimos a casa, meus olhos brilharam. Os móveis eram lindos, tinha uma instante de livros, alguns globos, várias revistas. Atrevi-me a perguntar para minha tia de quem seria aquela magnifica casa e ela falou que era de um professor, o que me deixou mais animada, pois além de me divertir, poderia aprender mais.

Ela pausou um pouco a fala, parecia não lembrar-se direito do ocorrido.

– Deixe suas memórias crescerem. - Sussurrei para ela.

– Caminhamos pelo corredor, várias portas. A casa possuía treze quartos diferentes. Minha tia ordenou que eu achasse o guarda-roupa para pôr as roupas, ela não tinha certeza em que quarto ele se localizava, mas disse que eu teria que fazer isso, enquanto ela iria tomar banho. E completou: "O dono não aceita de jeito nenhum que abram a porta do quarto oito". - Abbey respirou fundo antes de continuar. - Edmundo, você acredita em mim, certo?

– Sim.

– Então, minha tia saiu daquele quarto e eu coloquei as malas em cima da cama. Pude ouvir os seus passos leves no andar de cima e ouvi também uma porta se trancando. A esse ponto, ela já estava abrindo o chuveiro. Fiquei tentada e em silêncio, fui até a porta do quarto oito. Tentei olhar pela fechadura, o quarto parecia estar vazio, aquilo me deixou muito intrigada e curiosa. Sem pensar duas vezes, girei a maçaneta devagar, a porta foi se abrindo e eu vi alguma coisa grande, coberta por um pano. Aproximei-me e puxei-o, pude ver um imenso e antigo guarda-roupa. "Deve ser esse guarda-roupa!" Eu pensava, realizada. Voltei então para o quarto sete e arrastei as malas até o quarto oito. Abri novamente o guarda-roupa e fui preenchendo-o com nossas blusas. Depois de todo preenchido, percebi algo verde bem no fundo. Afastei algumas roupas e entrei no guarda-roupa. A porta se fechou e tudo ficou escuro, mas eu conseguia ver uma luz, bem no fundo dele. Assustada, andei até a luz e quando me dei conta, estava encostada em uma árvore. "Ahn, árvores em um guarda-roupa?" Pasma, comecei a olhar em volta. Eu estava em um lugar diferente, na verdade, parecia outro mundo. O céu azul estava coberto de nuvens, um rio corria e algumas árvores pareciam dançar... Esfreguei meus olhos e desejei do fundo do meu coração que aquele lugar fosse real. Ouvi alguém se aproximando, me escondi de trás de uma pedra. Por incrível que pareça, era um rato! "Um rato falante? Nunca tinha visto". Depois daquele acontecimento, passei horas, andando por aquele lugar, maravilhada. Depois de certo tempo, lembrei-me de que minha tia deveria estar preocupada, me procurando como uma louca. Saí correndo pela mata e achei o lugar de onde tinha vindo. Entrei em uma moita e saí dentro do guarda-roupa. Abri a porta e sentei no chão, pensando no que fazer. Não queria que ninguém descobrisse sobre aquele guarda-roupa extraordinário, imagina se o lugar caísse em mãos de cientistas? Por essa e por outras, o cobri novamente e prometi pra mim mesma que nunca mais entraria lá. Fechei a porta e olhei para ele pela última vez. Minha tia nunca descobriu, nem ela, nem ninguém. E tudo aquilo, terminou com uma esperança, com a esperança de que um dia eu poderia voltar.

Eu não estava surpreso, estava eufórico. Ela foi e viu. Mas qual seria sua missão ao ver? Talvez fosse cética antes e agora começou a acreditar em magia. Queria que ela voltasse também, que visse e vivesse aventuras, como nós fizemos... Olhei em seus olhos.

– Precisamos voltar.

Ela parecia estar confusa, parecia se perguntar se eu conhecia o lugar, se eu já estive lá.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Será que eles voltarão pra Nárnia? Se sim, como irão voltar?
Não perca o próximo capítulo ;)
P.S: Deixem comentários, por favorzinho :3 Eles motivam a Carol a continuar a história.