E Se...? escrita por Ma Black


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

O maior capítulo da fic até agora... VIVAAA!

E eu não demoreeei (:

Então... Não tem taaaanto DiRo, nem taaaaaanto PeLice, mas tem, como prometido.

Enjoy it!



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Depois de incontáveis minutos, Laura ainda permanecia trancada tentando formular alguma teoria para a morte da Maria. Roberta, Diego e Pedro estavam sentados do lado de fora.

Pedro mexia em seu celular, jogando Bounce Tales enquanto escutava musicas com um fone de ouvido. Roberta e Diego estavam no chão. Ele deitado no colo dela e ela encostada na parede desarrumando e arrumando os cabelos do moreno. A loira estava confiante de si mesma, porém o namorado, mesmo sem culpa no cartório, estava preocupado com o que aconteceria. E ela, como boa namorada, tentava acalma-lo.

É realmente pavoroso o modo como o mundo dá voltas. Se alguns meses atrás, alguém falasse para eles que ficariam juntos, ambos ririam da pessoa. E estariam com certa razão. Roberta e Diego são tão diferentes um do outro. Eles têm gostos diferentes, pensam de modo diferente e têm amigos diferentes... Como algum dia eles ficariam juntos? Mas o destino resolveu dar uma lição para eles. Sim, eles são diferentes. Assim como as peças de um quebra-cabeça qualquer, que mesmo diferentes, se completam.

Com esses pensamentos, Roberta se inclinou e beijou Diego de um jeito calmo. Um jeito que ela nunca havia beijado, afinal, ela era Roberta Messi. E Roberta Messi não é calma.

– Eu te amo.

– Falando a palavra proibida? – ele perguntou de sobrancelhas arqueadas e a loira logo tampou a boca.

– Diego, esquece.

– Porque? – ele perguntou. – Eu gostei do que ouvi. E eu também te amo.

– Não acha que nosso namoro foi muito precipitado? – ela perguntou timidamente, algo raro de se acontecer com a loira.

– Claro que não, garota selvagem – ele respondeu e ela riu do apelido. – A gente já sabia que se amava, só não queria admitir.

E com essas palavras a loira não pôde deixar de beijar o namorado novamente. Estava tão feliz que nem implicar com Alice ela implicava mais. Aliás, essa felicidade se devia à Alice, que fora mais rápida que os dois, percebendo o amor que ali havia. A porta se abriu, interrompendo o momento do casal, e Laura chamou Pedro. Logo depois Diego. E a vez da loira chegou. No fundo, mesmo sabendo que o que acontecera fora sério, ela se divertia com essa situação. E ao mesmo tempo que isso acontecia, ela se irritava com a delegada. Uma mulher que sai acusando praticamente todo mundo não merecia seriedade vindo da loira. Com um sorriso que indicava que iria aprontar no rosto, ela seguiu rumo à sala do diretor.

– Então, senhorita Messi? – perguntou Laura sugestivamente.

– Desculpe, mas... Então o que? Por acaso alguma pergunta foi feita? – ela perguntou arqueando as sobrancelhas.

– Não, nenhuma – respondeu Laura, furiosa. – Qual seu grau de afinidade com a senhorita Gomes?

– Nenhum, eu mal falava com aquela garota – respondeu Roberta revirando os olhos. – Só acho que não é porque estávamos na escola na hora do crime que fomos nós. E os funcionários? E se alguém entrou no colégio?

– Ninguém entrou no meu colégio! – berrou o diretor Jonas.

– Ah, é? E como sabe? A segurança daqui é péssima! Quantas vezes eu saí com o Pedro sem você saber?

Senhor.

– Você.

Parem com isso – falou a delegada séria.

– Não acha que está severa demais? Deveria ser mais simpática! Está falando com adolescentes...

– Quem você pensa que é?

– Roberta Messi. Achei que soubesse...

– Acho melhor a senhorita calar essa sua boca, se não quiser ser presa por desacato...

– Acho melhor eu sair daqui! – interrompeu-a Roberta enquanto saia da sala, deixando para trás uma delegada furiosa.

– Volte, senhorita Messi.

– O que foi agora? – perguntou Roberta com tédio. – Meu namorado está lá fora me esperando, tenho coisas mais interessantes a fazer do que conversar com uma delegada que parece acreditar que um dos seis adolescentes presentes pudessem ter matado a Maria.

– Ora, sua...

– A única pessoa que realmente deveria ser interrogada aqui era o Jonas...

Doutor Jonas.

–... O Jonas – continuou o Roberta, fingindo que não ouvira a voz do diretor. – Pois, o colégio sem segurança de qualidade é dele. E eu nem dezoito anos tenho. Então, se me der licença, tenho um namorado me esperando.

Ao sair, pegou a mão de Diego e saiu andando com o nariz empinado e passos largos. A delegada ficou pensativa e ao mesmo tempo irritada, com tamanha falta de respeito. Mas tinha que admitir... A garota estava com um pouco de razão e, na opinião dela, teria um grande futuro como advogada.

–--X---

– Como vocês descobriram esse lugar? – perguntou Pedro.

– A Alice e Tomás que nos mostraram – respondeu Roberta.

Os seis decidiram descer para o porão e conversar sobre o ocorrido. Apenas quem passava por isso, sabia como era o medo de a qualquer hora a delegada cismar que um deles era o culpado.

Pedro olhou para o casal em busca de respostas.

– Eu descobri andando pela escola. Ensaiava minhas musicas aqui – respondeu Tomás.

– E eu... – começou Alice, mas o que diria? Nós tínhamos uma banda e esse era o nosso ponto de ensaio. Aliás, estou muito feliz de estar aqui com os seis novamente. – Andando pela escola, também.

– Acham que ela vai nos chamar? – perguntou Carla.

– Duvido – desafiou Roberta. – Coloquei aquela delegada no lugar que merece.

– VOCÊ O QUE? – Diego praticamente berrara. – Ficou louca, Roberta?

– Dane-se – a loira deu de ombros. – Quem não deve, não teme, certo?

– Estou com medo – revelou Alice.

– De que?

Alice se espantou. Era a primeira vez, desde que fora pra esse mundo maluco que Pedro se dirigia a ela. Não que tivesse feliz com isso. Bom... Ela estava. Mas não porque ele era Pedro, seu namorado. E sim, porque além de namorado, Pedro era seu amigo. E tudo que ela mais queria era voltar a falar com ele.

Ela sorriu antes de responder:

– Mataram a Maria e não pegaram o culpado. Ninguém aqui tá com medo de ser morto?

– Credo, Alice! – respondeu Tomás.

– Gente, deixem esse clima tenso – falou Diego. – Vamos jantar?

Ao sentarem, os olhos de Alice se encheram de lágrimas, lembrando dos grandes momentos dos seis juntos. Foi tudo tão rápido, mas eles estavam ali. Roberta, Diego, Alice, Pedro, Carla e Tomás, conversando como velhos amigos. Seus olhos azuis procuraram os do namorado, que logo entendeu e alargou o sorriso ao constatar que aquele choro era de felicidade.

– Isso tudo é medo? – perguntou Roberta.

– Alice Albuquerque e Pedro Costa – disse a voz de uma mulher que andara atormentando os pensamentos dos seis durante aquele dia. – Amanhã, às nove horas da manhã, quero os dois na sala do diretor.

–--X---

Vinte para as nove e Alice e Pedro já estavam esperando a delegada do lado de fora. Laura fora clara: ninguém estava autorizado a acompanha-los, de modo que ex-namorado e ex-namorada, estavam sozinhos na frente da sala do ditador. A mão da loira suava enquanto ela balançava a perna em um ato nervoso. Pedro encarava o teto, com pernas e braços cruzados, com uma expressão entediada.

– Você comeu? – perguntou Pedro quase num sussurro.

– O que?

– Tô perguntando se você comeu, tomou café-da-manhã – ele repetiu, um pouco mais alto.

– Ah... – ela soltou em tom desanimado. – Não. Estava sem fome... E você?

– Estou indo na cantina pegar uma fruta. Quer alguma coisa?

– Não, obrigada – ela tentou sorrir, mas pela expressão divertida no rosto do moreno, deduziu que não tinha feito nada a mais que uma careta.

Enquanto caminhava, Pedro franzia o cenho tentando digerir as informações recentes. Parece que Diego e Tomás mudaram de verdade. Mas o que causou um certo espanto no moreno, foi que Alice não parecia mais uma menina fútil e mimada. Patricinha, sim. Mas não fútil. O que, de certa forma, era verdade. A Alice do mundo dele era fútil e mimada, mas Alice de verdade não era. Sempre fora fresca e apaixonada por rosa e moda. Mas ela também é leal aos seus amigos e se preocupa com eles. Ela era humana.

Pegou uma maçã e voltou para a sala do diretor. Encontrou Alice encostada na parede de olhos fechados. Nunca tinha reparado, mas sua pele era... Legal. Esse foi o único adjetivo que conseguiu pensar para a loira. Se recusava a pensar algo a mais. Como em o modo como parecia um anjo dormindo, o modo como sua pele parecia ser macia, o modo como seus lábios um pouco rosados o encantava ou o modo como os cabelos loiros e lisos, caiam em seu rosto, de uma forma linda. Quando viu já era tarde demais. Já colara os seus lábios nos dela.

Alice conhecia aquele cheiro e conhecia aquela... Pegada... Por mais que o beijo fosse calmo, ele continuava com a mesma pegada de antes. Porém achou que era mais um sonho, já que, geralmente sentia um frio na barriga ao beijar Pedro. Mas dessa vez ela não sentiu nada. Nada.

Ao se separarem e abrirem os olhos, ela entendeu porque o beijo não causara nenhum efeito. Ela já não amava mais Pedro. Se isso acontecesse há alguns meses atrás, ela se sentiria a adolescente/mulher mais feliz do mundo, porém, agora tinha Tomás e estava feliz com ele. Ela o amava.

– Me... Me desculpa – ele disse pigarreando.

– Tudo bem – ela sorriu.

– É só que...

– Pedro – ela interrompeu as explicações dele. – Tá tudo bem. Eu só quero que você seja feliz.

Dizendo isso, ela se encostou na parede e fechou os olhos. Não se passaram cinco minutos, Alice já dormia feito um anjo novamente.


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Notas finais do capítulo

E então... Foi muito ruim?

MANDEM REVIEWS DIZENDO O QUE ACHARAAM!