Chamamento De Sangue escrita por Melanie Blair


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Para perceberem esta história recomendo a esquecerem a história da mangá/anime porque mesmo tendo os mesmos personagens a história é completamente diferente



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Com muita tristeza minha, o grande dia tinha chegado. Nada pude fazer para o evitar (e acreditem que tentei). Tinha perante mim os portões que davam acesso à tão homenageada academia Cross.

Não deveria estar a fazer isto. Não era isto que queria.

“Se não queres aqui estar então porque não te vais embora?”, perguntam vocês. A razão de tudo isto vem do facto do meu pai ser um bobão (adoro-te pai não ligues ao que eu digo) que faz tudo o que a minha mãe lhe ordena (mesmo que tenha fugido com um super modelo russo depois de me dar à luz).

A minha “mãe” engravidou por acidente e não abortou porque o meu pai não deixou (Obrigada Pai!). Passou os nove meses num verdadeiro inferno, já que não queria ter uma criança aos dezanove anos. Assim, no final do período de gestação deu-me ao meu pai e fugiu com o “homem da sua vida” (que não conhecia à mais de duas semanas). Porém, sempre mandou-me cartas (às quais nunca respondi) relatando todas as suas aventuras com o novo marido. Talvez não me compreendam, mas nunca a considerei como mãe. Uma mãe que se digne não deixa uma criança sozinha, não deixa o pai com o “trabalho” todo nem nada do género.

Numa destas últimas cartas pediu-me (forçou-me) que me dirigisse à academia Cross (“vais ser muito feliz lá”, dizia a carta). Eu recusei logo a oferta, já que tenho amigos e professores espectaculares na minha escola. Porém, o meu pai avisou-me que se eu não fosse à tal academia me tirava a mesada (uns gentis vinte euros por mês). E é por essa razão que aqui estou.

Depois de passar os jardins, entrei pelo edifício um (aquele que me calhou na canção “Pimpuneta”). Esperava que a minha t-shirt verde e os meus jeans me ajudassem a passar despercebida. Estava enganada. Como por planeado era intervalo. Era eu o alvo dos olhares das raparigas e dos rapazes. Escondi a cara com os meus caracóis castanhos-avermelhados (se é que esta palavra existe) que já me chegavam aos ombros. Queria perguntar onde era o gabinete do director, mas achei que era melhor encontrá-lo sozinha.

O desafio não se adivinhou difícil. A porta do gabinete tinha um letreiro bastante nítido, destinado a perdidos como eu. Hesitei ao bater à porta:

–Sim?- perguntou uma voz.

Abri um pouco a porta e espreitei:

–Posso entrar?- perguntei, tentando não transmitir o nervosismo que sentia.

–Claro, entra1

Ao entrar, encontrei um homem com cerca de trinta anos que estava sentado numa secretária no canto mais distante da sala. Deveria ser o director. Levantou-se e dirigiu-se na minha direcção. No entanto, não foi ele que captou a minha atenção. Os meus olhos situavam-se numa cicatriz (num pescoço) bem perto de mim.

–Deves ser a Miyamoto Ayame.- disse o director.- Eu sou o director Cross, mas como acho que isso faz-me mais velho, podes tratar-me por Kaien- murmurou ao meu ouvido.

–Muito prazer em conhecê-lo. – respondi continuando a olhar o rapaz à minha direita.

–Este é o Kiryuu Zero, o meu filho adoptivo- apresentou Kaien.

Zero. Este era o nome do rapaz de cabelos cinzentos. Os olhos, da mesma cor, estavam tristes, vazios.

–Prazer.- disse-lhe com uma tentativa de um sorriso.

Ele não respondeu. “Que desperdício”, pensei eu. Sempre apoiei a teoria de que os rapazes devem ser dotados de boas maneiras e bom humor. Se não tiverem um, ou ambos, mesmo que sejam bonitos, e Zero era certamente lindo (dava-lhe um nove de zero a dez), infelizmente não poderia fazer parte da minha lista de “homens de fazer água na boca” (onde se encontram rapazes como Justin Timberlake e Orlando Bloom).

Porém, o pior estava ainda para vir. Quando o director mostrou-me o uniforme, só me apeteceu gritar “Quem é que foi o pervertido que fez esta coisinha?”. Até os kilts escoceses são mais compridos! Se eu me abaixasse por qualquer razão, qualquer pessoa iria ver-me o c*. Controlei-me. “Ayame, pensa na mesada”, pensei.

–Quero salientar um dos pontos mais importantes do regulamento- começou Kaien- A academia tem duas turmas- a do dia e a da noite. Tu pertences à do dia logo estudas durante o dia, a da noite estuda durante a noite.

“Mas quem é que quer ter aulas de noite, enquanto pode estar enrolado nos lençóis?”, pensei.

– Porém- continuou o director- estas turmas não podem ter contacto. A única hora que se podem encontrar é às oito e meia da manhã, hora que a turma do dia inicia as aulas e hora que turma da noite acaba as aulas.

Achava aquilo demasiado estranho. Os alunos da turma da noite eram apenas miúdos, e não doentes contagiosos, certo? Ou será que não?

Kaien pediu a Zero que me acompanhasse ao meu dormitório. Durante o caminho, Zero foi-me falando de algumas regras que deviam ser importantes (mas sinceramente não estava a ouvir, estava na lua). Porém, quando me informou da hora do recolher, voltei ao planeta Terra e aterrei com um estrondo:

–Vinte horas? Tens a certeza?-Eu só costumava ir para a cama às onze da noite. O que ele queria que eu fizesse durante três horas? Não vai ser a estudar, isso é de certeza. Não tenho outra opção- tenho de remodelar o meu horário de dormir, já que os apanhados depois desta hora fora dos dormitórios serão severamente castigados.

Depois disto, Zero não abriu a boca. Eu queria perguntar-lhe algo, conhecê-lo melhor, mas só me lembrava que, até amanha, tinha de rapar as pernas. E de certeza, que ele não iria gostar de falar sobre isso.

Enquanto estava à procura de algo para lhe disser, ele exclamou:

–É aqui.- apontou para uma porta.

Sem se despedir nem nada, virou-me costas e desapareceu na escuridão do corredor, deixando-me em mãos um outro desafio- fazer amizade com a minha colega de quarto.



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Notas finais do capítulo

Muito longo, não? Espero que tenham gostado. O próximo capítulo ainda vem hoje ou talvez amanhã.
Até lá, ADORAVA receber um comentário (ou mais).