Tudo Para Ser Mãe escrita por lady_animedark


Capítulo 1
Tudo para ser mãe




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Caminhava a passos lentos pelo corredor, seus sapatos de salto agulha faziam barulho quanto mais avançava sobre o piso de madeira, tentava equilibrar-se enquanto segurava a barra do vestido justo que teimava em subir. Maldita Ino! Jamais devia ter escutado a loira com aquele papo de “mulher fatal”.

                Praguejava mil palavrões em pensamento, até que seus olhos se voltaram para um belo moreno que caminhava em direção oposta a sua. O mesmo trajava um terno Armani muito bem alinhado ao seu corpo, revelando seus ombros largos.

                O homem olhava para frente, com um olhar frio e sem emoção, sequer havia reparado na bela garota de cabelos rosados que passara atrapalhadamente por ele. Suspirou frustrada, toda aquela produção não surtira nenhum efeito esperado no rapaz.

_Esqueça. Não funcionou. _Resmungou, assim que percebeu que o homem já havia virado o corredor.

_Como assim não funcionou? _Sakura teve que afastar o pequeno ponto eletrônico do ouvido, se não teria ficado surda com o grito esganiçado da outra. _Fez tudo como eu havia lhe dito?

_Fiz. _Respondeu Sakura, sentindo as bochechas esquentarem. _Calcei sapatos altos com um vestido ridiculamente curto, e devo dizer esse vestido caberia em uma criança. _Disse Sakura, apontando indignada para o nada. _Não tem jeito, ele é imune a TUDO.

                Sakura perguntava-se como havia acabado naquela situação, então se lembrou dos fatos que ocorreram há exatamente um mês. Como uma visita de rotina ao ginecologista havia derrubado suas esperanças e transformara a sensata Sakura Haruno em uma “predadora de quinta”.

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_Bem Sakura, o que eu tenho que te dizer não é muito animador. _Disse Tsunade, sentando-se em uma grande poltrona em seu consultório. _Chegaram os exames que você fez semana passada.

_Que exames? _Perguntou, enquanto ajeitava a roupa e sentava-se na frente da médica. Então se recordou: _A contagem de óvulos?

_Exatamente. _Disse, colocando um envelope branco sobre a mesa. _Sakura, você já tem 27 anos e tem uma carreira promissora. O que eu quero dizer é que se quiser ter filhos, bem... Acho que está na hora de pensar nisso.

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_Eu nem sabia que você queria filhos. _Resmungou a loira, pegando um punhado de pipoca da bacia.

_Claro que quero. Apesar de não parecer, eu ainda sou uma mulher e quero poder usar meu útero, pelo menos antes que a terra o coma. _Disse, sentindo-se como uma velha amargurada.

_Oh Drama Queen, devagar. Você ainda tem muito tempo até a terra poder comer qualquer coisa. _Disse Ino, despreocupada. _E outra, fertilização in vitro, conhece?

                Sakura esperneou irritada, a loura não estava lhe dando a atenção que desejava ao ligar-lhe. Levantou-se e começou a andar em círculos pelo quarto, passava a mão pelos rosados cabelos, tentando ter alguma ideia.

_Não, isso não serve. _Murmurou, alisando o queixo pensativa. _Meu filho não vai crescer sem saber quem é o pai.

_Então, o que vai fazer? _Perguntou Ino, colocando a bacia de pipoca de lado.

_Hm, não faço a menor ideia. _Murmurou, parando pensativa.

                Já alcançava uma solução, quando ouviu uma risadinha maliciosa vindo de Ino. Sentiu até o último fio de cabelo se arrepiar ao visualizar o sorriso sacana que formara no rosto da loira.

_Não! Não mesmo! _Gritou, apontando para a loira.

_Quem poderia ser um candidato melhor a pai do que ele? _Perguntou Ino, levantando-se em um pulo. _Vocês se conhecem há mais de 14 anos! QUATORZE ANOS! Isso é quase uma vida.

_E eu conheço Naruto há mais tempo ainda. _Retrucou, cruzando os braços de forma implicante.

_Naruto? Sério? _Disse Ino, com um sorriso irônico. _Ele não consegue manter um hamster vivo, quem dirá um filho!

                Sakura calou-se, sabia que ela tinha razão porque aquilo de fato acontecera. Enfim, sentou-se resignada esperando ouvir o plano mórbido de Ino para seduzir o futuro papai.

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_Não deu certo. _Disse Sakura, desabando frustrada no chão.

                Mal conseguira sentar-se no piso de madeira com aquele micro vestido vermelho, estava demasiado apertado. Seus seios haviam duplicado de tamanho, da mesma forma suas coxas que mal eram cobertas por aquele pedaço de pano.

Fizera tudo àquilo para seduzir o homem que havia sido escolhido para pai de seus filhos, Sasuke Uchiha. Seu sócio, ambos dividiam o escritório de advocacia que construíram juntos.

Conheceram-se durante o primeiro ano do ensino médio, tornaram-se amigos graças a Naruto. Acabaram indo juntos para a faculdade, cursaram o mesmo curso durante cinco anos e agora, trabalhavam juntos.

Era fato que durante as festas da faculdade, já havia acordado diversas vezes na cama do Uchiha. Não uma ou duas vezes, mas várias. Aparentemente, não podia se dar ao luxo de beber perto dele. Porém, no dia seguinte, não falavam sobre isso, apenas fingiam que nada acontecia, temiam perder a amizade. E foi assim durante cinco anos.

Não tivera relacionamentos sérios nesse meio tempo, afirmava para quem quisesse ouvir que era pela falta de tempo, mas, dentro de si, sabia que evitava qualquer coisa com quem fosse. Recitava para si mesma que sua hora haveria de chegar.

Passaram-se seis anos, sua hora ainda não havia chegado e a notícia que recebera não lhe animara nem um pouco.

_Senhorita Haruno, o senhor Uchiha pediu para que compareça na sala dele. _Disse uma jovem morena, olhando assustada para Sakura.

_Estou indo. _Disse Sakura, sorrindo sem graça. _Será que poderia me dar uma mão?

                Com ajuda de Hinata, levantou-se com dificuldade. Maldita Ino! Jurou para si mesma, que jamais voltaria a ouvir os conselhos da desmiolada da Yamanaka. Não é porque ela havia conseguido seduzir um conde irlandês que isso a classificava como boa em dar conselhos.

_ UI! O bonitão te quer na sala dele. _Riu, havia se esquecido completamente do ponto eletrônico no ouvido.

Caminhava com passos lentos, aquelas sandálias não foram feitas para andar, definitivamente. Apoiando-se na parede, bateu levemente na porta onde se lia em letras garrafais: “DRº SASUKE UCHIHA”.

_Entre. _Murmurou, de costas para a porta.

Sakura caminhou hesitante até a cadeira que estava diante da mesa do moreno, ele ainda permanecia de costas quando começou a falar:

_Sakura, está com poucos clientes? _Perguntou Sasuke, virando-se para ela.

                Ele estava vermelho ou era impressão dela? E porque diabos estava ofegante?

_Não, pelo contrário. _Comentou Sakura, com um sorriso satisfeito.

_Ótimo! Então, não vejo motivos para estar utilizando roupas tão inadequadas em seu local de trabalho. _Disse áspero, pigarreou desviou o olhar do decote da rosada.

_Hm?

_Pressupus que estava tentando seduzir os clientes da concorrência. _Disse Sasuke, respondendo a dúvida que instalara no rosto da mulher. _Ou pior, que não tinha dinheiro para comprar roupa e pegou o vestido de suas sobrinhas emprestado.

                Sakura teve que controlar-se, não bastasse a vergonha que sentia, a risada esganiçada em seus ouvidos estava lhe irritando profundamente. Sentou o sangue subir para a cabeça e antes que percebesse, subiu sobre a mesa e agarrou a gravata vinho de Sasuke, puxando-o.

_UCHIHA! Qual é o seu problema?!”Não perceberia uma mulher tentando te seduzir mesmo se ela estivesse sobre a sua mesa” _Sussurrou Sakura, aproximando seus lábios. _Era o que todos diziam de você na faculdade, parece que é verdade.

                Quando soltou a gravata dele, já se preparava para ouvir as infinitas broncas e resmungos do moreno, porém, ele lhe surpreendeu. Agarrou-a pela cintura e a colocou no seu colo, de frente para ele.

_Não gosto de joguinhos. _Disse Sasuke, arrancando-lhe um beijo selvagem. _Próxima vez que estiver com esse vestido perto de mim, juro que ficará sem andar por semanas.

                Sakura tremeu diante da ameaça dele, seu coração bateu freneticamente ansioso. Quando se preparava para levantar, Sasuke voltou a puxá-la para baixo.

_Esqueça. _Disse Sasuke, segurando-a pela nuca. _Essa já é a próxima vez!

                Ino desligou a escuta no instante em que os gemidos de Sakura se tornaram audíveis até do outro lado da cidade. Com uma risada irônica previu que muito em breve seu afilhado estaria a caminho, pelo menos, seus pais estavam trabalhando nisso.


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