Sadie

Eu estava sonhando. Isso era um fato. Mas não era um sonho do tipo "comum" para mim. O comum era meu ba decidir ir dar uma voltinha, e isso acontecia geralmente quando um deus me chamava. Não, o sonho que eu estava tendo era melhor/pior do que isso.

É, deve estar meio confuso, e eu vou explicar.

O meu sonho era com um garoto de uns 16 anos, com cabelos pretos e aqueles olhos... Chocolate derretido é meu preferido!

Só podia ser uma pessoa(ou deus?): Anúbis. Essa era a parte boa.

Só que, desde a guerra contra Apófis, ele não havia chamado meu ba nenhuma vez, nem aparecido em algum cemitério por aí, nem nada disso. Exceto, é claro, no episódio da festa de Hathor. Mas, depois disso, nada.  Isso me deixou com tanta raiva, mas tanta raiva que, se eu o visse, acho que eu o mataria, isto é, se não estivesse ocupada demais me perdendo naqueles olhos... [Carter está dizendo para eu parar de babar e continuar a história. Garoto chato!]

Após derrotarmos Apófis, eu e Carter voltamos para a casa do Brooklin, e estávamos tomando conta dos iniciados, junto com Bastet. Walt estava lá, é claro. Lindo, delicado, gentil. Mas depois que eu passei um tempo com ele, descobri que eu precisava mesmo era do fogo abrasador de Anúbis, porque eu era assim.

No meu sonho, o deus chacal estava se aproximando lentamente de mim...

– SADIE! - duas vozes gritaram ao mesmo tempo.

Eu abri os olhos e pulei da cama bruscamente, pronta para matar um monstro horrível ou um rato. Então, eu vi Zia e Carter, de mãos dadas e gritando para que eu acordasse.

– Que foi?! Seus idiotas! Sabem até que horas eu eu fiquei acordada ontem dando aula aos iniciados? - Eu disse, batendo em Carter com um travesseiro. Eles me acordaram na melhor parte do sonho!

– Para com isso, Sadie! - Carter gritou - Zia veio aqui ontem...

Zia deu uma cutucada em Carter, que ficou muito vermelho e disse:

– Hoje! Veio aqui hoje nos chamar para uma reunião no Salão do Julgamento!

Então, um Walt só de short de dormir, cabelos bagunçados, uma espada em uma mão e um amuleto de guerra na outra entra no meu quarto gritandogritando:

– Por Rá, o que foi? Cadê a fera? Vem, monstro, está com medo? Omde está ela, Sadie? Sadie ...? - ele então percebe minha camisola curta, e não percebe nenhum monstro, e a realidade parece cair na cabeça dele

Eu voltei pra cama correndo e me enrolei em meu lençol sem tirar os olhos do peito musculoso de Walt.

De repente, Zia e Carter começam a rir. Eles riem tanto que caem no chão. Gargalhadas e mais gargalhadas.

Eu jogo meu travesseiro neles e grito: - Parem!

Ele param de rir, ainda soluçando.

– Ei, Walt, o que te deu na cabeça pra entrar assim no meu quarto? - eu pergunto, finalmente conseguindo tirar os olhos do peito dele.

– Me desculpe, mas eu ouvi vocês gritando, gritando o nome da Sadie, e eu estava dormindo, e acordei meio desorientado e... - ele se enrolou todo falando isso tudo muito rápido, então pareceu desistir.

– Tudo bem, Walt. Bem, já que vocês já me acordaram mesmo, eu vou trocar de roupa. Saiam da minha frente. - eu disse, no meu tom dócil.

Carter se levantou, ajudou a Zia e disse: - Rápido Sadie, não temos o dia todo.

Então eles saíram.

Walt parecia muito envergonhado.

– Eu... já estou indo, Sadie. Me desculpe por entrar em seu quarto... ver você... Camisola... hã... - ele se atrapalhou de novo

– Está bem, Walt.

Ele saiu.

Então, fui tomar um banho e me trocar, finalmente podendo refletir sobre o que seria o assunto da tal reunião no Salão do Julgamento. Com um arrepio, percebo que Anúbis provavelmente vai estar lá. Tento tirar esses pensamentos da cabeça, por enquanto. Me vesti melhor do que normalmente. Ou seja, troquei os coturnos roxo-escuro do meu dia a dia por pretos, e coloquei um jeans rasgado novo. Uma blusa preta completava o meu visual.

Desci, então, para tomar café.

Carter, Zia e Bastet estavam de pé na entrada da sala de jantar.

– Sadie, filhotinho, já está pronta? - perguntou Bastet.

– Vou tomar café. - eu disse.

– Ahn... Sadie, não há tempo para tomar café. Pelo que Zia disse, o Senhor Osíris quer ver vocês com o máximo de urgência. Eu vou abrir um portal para vocês agora. - disse Bastet.

– Tudo bem, acho que o meu dia não pode piorar. - eu digo, reclamando.

Bastet, então, abriu o portal que nos levaria. Carter e Zia pularam de mãos dadas, e eu pulei, então, esperando toda a sorte de má notícia.