Além Da Amizade escrita por Renan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Este terceiro capítulo se passa poucos dias depois do que foi relatado no capítulo anterior. E só pra lembrar: Minu trabalha naquele orfanato como professora.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/310375/chapter/3

Seiya e Minu estavam sentados perto do cais da cidade, observando sentados o mar, a Lua e as estrelas.

— Fico contente que agora você tenha um pouco de sossego, depois de tanta confusão, Seiya.

— É, Minu. Eu também estou contente, agora que podemos passar mais tempo um com o outro.

— Seiya, eu já te disse que você amadureceu bastante nos últimos meses ?

— Acho que sim. – disse, deitando no chão. – Acho que devo isso aos meus feitos como cavaleiro. A maioria dos rapazes da minha idade leva tudo na brincadeira, mas eu como cavaleiro de Atena preciso amadurecer mais cedo mesmo.

— E você se sente bem assim ? – perguntou, deitando-se ao lado dele. – Você não se sente estranho por ter perdido sua infância e adolescência com treinamentos e missões ?

— Eu admito que eu adoraria ter uma vida normal, como todos os outros. Mas eu nasci sob as estrelas de alguém que estava destinado a ser um guerreiro.

— Eu sei. Enquanto isso, eu nasci sob as estrelas de alguém destinada a cuidar das crianças, que são o futuro do planeta.

Seiya se sentou-se de pernas cruzadas, Minu continuou deitada, olhando-o.

— Acho que nós dois nascemos sob ótimas estrelas! – disse ele, piscando um olho para ela, que sorriu.

— Seiya, você tem alguma ideia de que horas são ? Às vezes, quando estou com você, eu perco a noção do tempo.

— Ah, eu não sei. Acho que deve ser em torno de umas onze e meia da noite.

— Onze e meia ? – surpreendeu-se, e se levantou. – Nossa, eu perdi mesmo a noção do tempo. Amanhã vou ter que levantar cedo, e o padre não gosta que eu fique fora até depois da meia-noite.

— Não se preocupe, Minu. O orfanato não é muito longe. – disse, se levantando. – Anda, vamos voltar juntos.

Seiya e Minu começaram a andar de volta para o orfanato, de mãos dadas.

***

Estavam agora no pátio do orfanato.

— Minu, você se importaria se a gente conversasse um pouquinho mais ? Aqui fora mesmo ?

— Tudo bem, Seiya. Não está tão tarde assim e eu gosto muito de falar com você.

Seiya corou ligeiramente com o que a garota disse. Ambos andaram alguns passos na direção da árvore que havia em frente ao lugar. Seiya observou um pouco para ter certeza de que não havia crianças escondidas em lugar nenhum.

— Mas então, Seiya, sobre o que você queria falar comigo ?

— Bem... – colocou as mãos nos bolsos. – Tem passado algum trabalho especial para as crianças fazerem ?

— Especial ? Não que eu lembre. Mas ontem eu sugeri que as crianças fizessem algo que eu nunca tinha sugerido antes: pedi que fizessem em um papel uma mensagem estenográfica.

— Ahn... o que é isso mesmo ? – perguntou Seiya, coçando a cabeça, envergonhado.

— É uma mensagem em que cada linha começa com uma letra específica, e com as iniciais das linhas podemos encontrar uma palavra ou frase.

— E o que você fazia enquanto as crianças criavam essas “mensagens” ?

— Ah, eu quando passo algo para as crianças fazerem, geralmente faço o mesmo que elas. Mas por que a pergunta ?!

— Bem, é que... – Seiya tirou um papel de seu bolso, dobrado algumas vezes. – Eu queria ter certeza de que isso que os meninos me entregaram tinha sido feito por você mesma, e não por eles. – estendeu o papel para ela.

Minu pegou o papel, desdobrou lentamente com as mãos levemente trêmulas, temendo que fosse o que ela estava pensando. Após abrir totalmente o papel, arregalou os olhos e viu que estava certa.

“ Mensagem Estenográfica

Preciso confessar meus sentimentos

É algo que não aguento mais esconder

Geralmente eu não contaria, mas

A verdade agora virá à tona

Seiya Ogawara,

O meu amor por você vai além da amizade

Minu ”

As bochechas de Minu ficaram ligeiramente vermelhas. Ela cobriu sua face com o papel e se virou, seus olhos começaram a ficar úmidos.

— Minu, você não precisa chorar. – disse Seiya, tirando o papel das mãos dela. E ela com as mãos livres, cobriu o rosto com elas.

— Seiya, eu não queria que você descobrisse assim!! – disse ela, fungando e entre gemidos. Ela não estava brava com os meninos do orfanato (que provavelmente pegaram o papel de sua mesa quando ela estava no banheiro), naquele momento só se sentia triste, por Seiya ter descoberto tudo.

— Minu, por favor, não chore. – Seiya, levantou a cabeça de Minu, as lágrimas dela ainda caiam pelo rosto, enquanto Seiya a olhava com ternura. – Você é a pessoa que eu mais gosto no mundo, eu não quero te ver chorando.

A reação de Minu foi de surpresa. Seiya limpou as lágrimas dela.

—Isso, pare de chorar. Agora me diga calmamente tudo o que você gostaria de me dizer.

Minu fungou um pouco mais e secou mais uma lágrima que caiu de seus olhos, respirou calmamente e tomou fôlego.

—Seiya... – olhou nos olhos do rapaz. – Eu sempre fui muito... apaixonada por você. Desde que nós éramos crianças eu já via você como um amigo mais especial que os outros. O dia em que você foi embora foi com certeza o mais triste da minha vida, e eu passei seis anos me perguntando o que você significava para mim. E... – pigarreou, estava com dificuldade de continuar, mas iria até o fim. – Quando eu te reencontrei, seis anos depois, eu passei a ter certeza que você... sempre foi a pessoa mais importante pra mim.

Minu corou e desviou seu olhar. Acreditava que Seiya a acharia uma idiota, e talvez nem quisesse mais sua amizade. Mas Seiya a surpreendeu.

— Minu, eu também passei por isso. No dia em que eu fui embora, eu procurei você, mas não te achei em lugar nenhum. E durante os descansos entre os treinamentos eu também me perguntava o que você significava para mim. E quando eu voltei, umas das primeiras coisas que fiz foi vir matar saudade de você. E eu também passei a ter a mesma certeza que você.

Minu o olhou, mal conseguia acreditar no que estava ouvindo. Deixou uma lágrima cair de cada olho.

— Minu, eu já disse que não quero que você fique triste.

— Não, Seiya. – limpou suas lágrimas. – Estou chorando de felicidade!

Minu abraçou o rapaz à sua frente, que retribuiu o abraço. Alguns segundos depois eles desfizeram o abraço e se olharam por alguns segundos. Seus rostos se aproximaram.

— Eu te amo, Seiya.

— Eu também te amo, Minu.

Suas respirações começaram a se misturar, colaram seus lábios e selaram um beijo apaixonado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além Da Amizade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.