A Magia Da Inocencia escrita por amantedepassatempo


Capítulo 1
1 - O sobrinho de um mago


Notas iniciais do capítulo

Wah espero que vocês gostem seus fofos!! Obrigada por clicar até aqui xD bem, essa fic vai ser beeeem longa!! Por favor me acompanhem >.< E se gostar comente okay??



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   Como sempre Haruhi encontrava-se sentada em frente a seu computador. Ela lia cuidadosamente cada palavra que ali fora escrita. Sua vida estava muito difícil pra falar a verdade, seu pai havia falecido a menos de duas semanas e por ser menor de idade ela não tinha a autorização para trabalhar. Sinceramente, Haruhi nunca se interessou muito pela internet, porém, após tudo o que aconteceu tudo o que ela queria era esquecer o mundo. Completará uma semana que a pequena plebeia não come nada. Apenas prendendo-se em seu pequeno e isolado mundo. Já rejeitou inúmeras visitas dos hosts e não foi nem ao enterro do próprio pai.

   Levantando-se de sua desconfortável cadeira e indo em direção a maçaneta da porta para ir de encontro ao banheiro. Haruhi depara-se com um menino todo sujo de lama invadindo sua casa pela sua janela. Assustada afasta-se rapidamente até perceber que o ladrão forte e másculo que sua mente imaginava assustada era na verdade um colega de classe, Hikaru. Nunca foram o que pode se chamar de “próximos”, mas também nunca sentiram remorsos um do outro. Seus gênios não se batiam, simples assim.

   Hikaru sempre fora um menino extremamente bonito e charmoso, porém agoísta e muito implicante. Nunca teve amigos e também passava por problemas familiares, porém os problemas que ele era forçado a passar não era simplesmente a morte de um parente. Não que seja fácil perder um ente querido, mas é muito pior ver alguém que você ama morrendo aos poucos em sua frente... Morrendo em sua alma e sua essência. Diria eu que o Hikaru foi o garoto que mais me apaixonei. Mesmo tendo um gênio forte e muito mal aceito, aqueles que ele já amou foram bem cuidados.

   Nunca fora aceito em sua família por ser o primeiro gêmeo a nascer. Seu irmão chama-se Kaoru e nas famílias nobres da antiga Londres o gêmeo que nascesse primeiro seria o impuro e o segundo o herdeiro. Seus pais constantemente viajam e não se importam com o menino, apenas com o herdeiro. Toda sua família é do Japão e seus colegas escolares não suportam seu gênio. Já no caso da morte interior é por alguém muito próximo do menino, logo vocês verão.

    Haruhi: Hikaru! O que está fazendo aqui na MINHA casa? E ainda por cima todo sujo desse jeito. Aconteceu alguma coisa?

   Realmente, Hikaru fazia parte dos lordes ingleses da força, o que significava poder, inteligência e muita, muita riqueza. Porém, nesse momento ele estava com calças largadas, com uma blusa que mais parecia um pano de chão, cabelo bagunçado e o rosto cheio de lama. E como sempre perfumado.

   Hikaru: Eu estou fugindo da minha casa. Pretendia cometer coisas que você nem imagina pequena! Coisas que podem destruir a inocência de até mesmo uma criancinha. Mas preferi me unir a você.

   Haruhi: Cale-se! Só os fracos fogem da luta, okay? Você não é nem meu amigo, é apenas um conhecido do colegial. E eu não me importo em saber o que se passa com você ou o que você pretendia cometer. Tenho certeza de que você é apenas mais um menino mimado que sempre teve tudo e lamenta-se por besteiras. Retire-se da minha casa por favor.

   Hikaru: Eu não vou sair.

   Haruhi: Eu já disse que não tenho interesse em você! Nem sei quem você é direito. Se quiser água ou lavar o rosto é por ali – aponta – termine logo e vá embora. Lembre-se que essa não é sua casa seu menino levado, mimado, mesquinho!

   Hikaru: Não me insulte sua plebeia! Eu não sou fraco. Minha mãe está doente, muito doente viajando com meu pai. Meu irmão gêmeo é o mais jovem e ainda por cima eu nunca tive amigos. Você não sabe o que é isso!

   Haruhi: - já com um tom de voz compreensivo, acolhedor – Desculpa, não sabia disso tudo. Bem... mesmo assim, eu não posso fazer nada para te ajudar Hikaru, sinto muito.

   Hikaru: Okay... onde eu posso lavar o rosto mesmo?

   Haruhi: Por aqu-... pera! Tem um lugar aqui em casa... bem, é a onde eu vou todas as vezes que fico triste. É lá que meus livros, minhas fotos, minhas lembranças mais preciosas. Ninguém nunca subiu lá... além de mim.

   Hikaru: P-Posso conhecer esse lugar?

   Haruhi: Siga-me.

   Guiando-o até o quarto de seu falecido pai, Haruhi não parava de pensar em alguma maneira para animar o garoto. É meio difícil de entender isso porém... Haruhi sofre de um problema muito triste desde muito pequena. A arrogância, frieza, ignorância... uma típica Tsundere. Seu coração é grande e mole, porém sua aparência é sempre forte, intocável, inatingível. Sempre acabava magoando aqueles que amava. Talvez seja possível descrever tamanha tristeza que essa pequena garota de cabelos curtos castanhos de olhos inocentes passara, mas não são palavras que cabem a eu descrever. Espero que algum dia vocês sejam capazes de entende-la.

   Já aproximando-se do quarto Haruhi havia tido a ideia perfeita. Guia-lo pelo túnel até o final. Ideia que nunca havia passado pela sua cabeça agora domava seu enorme coração. Ao adentrarem a pequena porta que dava inicio ao quarto do falecido patriarca continua seguindo em frente até uma porta subterrânea.

   Hikaru: - sentindo um mau cheiro terrível – Wah o que é isso! Uma porta no chão... Mas isso é proibido por lei! Você anda traficando drogas senhorita?

   Haruhi: Não eu não uso drogas cara! Apenas desça e feixe a porta quando passar pelo buraco.

   Haruhi havia ido na frente para mostrar o  caminho e por isso Hikaru ficou encarregado de fechar a porta. Ao levantar a cabeça para trincar a maçaneta deu uma leve olhada para o chão que agora estava lado a lado com sua face e pode perceber uma marca de giz branco no chão. Curioso espichou a vista para observar melhor os detalhes. Era o contorno de um corpo com giz branco no chão. Um homem havia sido assassinado ali naquele quarto e com certeza não havia sido o pai de Haruhi. Mas não estava em um momento conveniente, ainda não havia intimidade suficiente para perguntar o que havia acontecido ali naquele quarto.

   Porém, Hikaru pela primeira vez havia desenvolvido interesse por uma pessoa, não interesses pervertidos ou românticos e sim um interesse amigo, curioso e inocente. Algo que com certeza é muito raro de se ver hoje em dia. Qualquer um que quisesse poderia perceber o interesse nos olhos do grande menino, naqueles olhos puros e vazios como olhos de um suicida.

   Haruhi por outro lado tinha em seus olhos um misto de desafio e preocupação. Sentia-se desafiada a superar sua arrogância entre seus outros defeitos para ajudar o garoto que agora andava atrás de sua pessoa com olhos distantes desse mundo.

   Haruhi: Cuidado, esse solo é frágil, tente não escorregar. Isso seria um grande problema para você.

   Hikaru: Você é bem arrogante e estranha.

   Isso infelizmente havia atingido em cheio o calo de Haruhi Fujioka que já era uma das pessoas mais explosivas que se poderia conhecer. Diria eu que até aquele momento era impossível decifrar o que se passava por dentro daquela pequena cabeça.

   Haruhi: Olha aqui, eu sou como sou e você não precisa ficar apontando meus defeitos e qualidades por ai entendeu mocinho?  - olhar de superioridade – Eu que não preciso ajudar uma ovelhinha medrosa como você seu idiota!

   Hikaru: Então porque me trouxe até aqui, senhorita?

   Haruhi: Porque... há! Eu senti pena de você. Sendo o primeiro gêmeo quem iria querer se tornar amigo seu? Faça-me o favor de calar-se seu ser inferior.

   Hikaru: Fria, grossa, arrogância em pessoa... Gosto de pessoas como você! – sorri.

   Haruhi: Pois eu não gosto de pessoas como você. Entenda uma coisa, aproxime-se de mim e irá se machucar, entendeu? Isso sempre aconteceu e sempre irá acontecer. E para alguém fraco como você uma respostinha já vai fazer seu mundo desabar.

   Hikaru: Bem, se você machuca todos aqueles que se aproximam de você senhorita, permita-me ser um pouco masoquista. Deixe-me tentar lhe entender.

   Haruhi em toda sua vida sonhou em ouvir tais palavras, mas como qualquer pessoa ela sabia muito bem diferenciar a fantasia da realidade. Nunca imaginou que isso realmente fosse acontecer, mesmo depois de ter dito tantas coisas más para o menino, ele ainda se importara com ela. Ainda que quisesse aproximação do garoto, tinha perfeita consciência de que uma hora ou outra iria machuca-lo... e talvez machucar alguém importante para você doa mais que sofrer uma dor muito forte vinda do mesmo. Sua cabeça esvaziou-se por um momento, como quando você está sentado na casa de praia de sua avó em frente a um canal marinho sentindo o vendo adentrando seus finos fios de cabelo. Suavemente você esvazia a cabeça, sua mente relaxa. Posso dizer que a mente de Haruhi neste momento estava relaxada, como em um sonho. Tudo o que ela fazia era tentar esconder o sorriso bobo que apresentava em sua face e mostrar-se mais gentil, porém mantendo sua “dureza” natural e pouco ofensiva.

   Haruhi: B-Bem... a vida é sua, faça o que quiser. Mas se sair machucado o problema será seu, não me culpe depois entendeu?

   Hikaru: Obrigado senhorita! – sorri docemente.

   Perplexa com a gentileza do garoto resolveu abrir o seu coração para um menino da nobreza inglesa, gêmeo primeiro, ruivo de olhos amarelos, alto e magro, que agora abandonara toda a sua riqueza para correr atrás de uma vida só sua. Era como um príncipe encantado que por vontade própria iguala sua beleza a de um sapo. Antes grande e poderoso agora pequeno e descuidado. Isso para que as pessoas fossem capazes de perceber sua essência e não sua beleza. 

   Haruhi: É, acho que está bom para um começo. Mas... Pode me chamar de Haruhi, já que esse é o meu nome. Meus insultos foram desnecessários

   Hikaru: Pode ser malvada comigo, me magoar se isso for fazer você se sentir melhor Haru-chan.

   Haruhi: Não me lembro de ter permitido você me apelidar com o “chan”! Isso sim é que é algo desrespeitoso e eu nã- waaaaaaaah! – escorrega no chão e cai nos braços longos e fortes de Hikaru.

   Hikaru: Hahahahahahahaha – rindo muito – Quem é que tinha que tomar cuidado mesmo? Hahahahahaha! Waaaah! – escorrega e cai em cima de Haruhi – Desculpa!! – muito vermelho.

   Haruhi: Hahaahahahahahahahahahahaha! TOME! Vai falar mal de mim pra vê no que dá!

   Hikaru: Okay, haha! Perdão Haru-chan.

   Haruhi: - levanta-se – Não vai mesmo parar de me chamar de “Haru-chan” certo?

   Hikaru: Não mesmo senhorita Haru-chan!

   Haruhi estava se apegando aos poucos ao menino. Sabe, eles sempre se viam na escola, mas era como se a presença do outro fosse irrelevante, diria eu até desnecessária. A partir do momento em que se encontraram a vida dos dois entraram em risco de mudança. Espero que encontrem a felicidade juntos.

   Bem, os dois conseguiram chegar até o meio do caminho, onde delimita o fim do território da casa dos Fujiokas. Era um corredor estreito do túnel com um teto baixo e cheiro desagradável, a medida que se aproximavam-se do fim era possível perceber a mudança de cheiro. Havia cheiro de margaridas, provavelmente um perfume barato comprado em qualquer lojinha de esquina, porém de um odor muito agradável. No “cantinho” de Haruhi, era possível encontrar um baú repleto de livros, muitas velas e algumas fotos dela quando era criança, todas as fotos estavam amassadas e algumas rasgadas. Novamente Hikaru sentiu que seria inconveniente perguntar o porque daquilo, por isso continuou calado.

   Para Hikaru aquele canto era mais que um simples beco em um túnel qualquer da cidade de Londres. Uma das maiores qualidades dele era a percepção do amor. A Haruhi amava aquele lugar e isso fazia com que o Hikaru sentisse a importância que aquelas coisas tinham. Aquela foi uma das primeiras vezes que ele se sentiu especial. Estava sendo o primeiro a ter o privilégio de conhecer um lugar amado, conhecer uma pessoa que estava abrindo seu coração para ele. Com certeza ele não iria estragar isso.

   Sentando-se frente ao baú com um belo sorriso na face demonstra sua humildade a Haruhi sem perceber. Vai folheando as páginas de um livro antigo enquanto excita-se com o delicioso cheiro do perfume.

   A menina estava feliz em ter ajudado ele, pra falar a verdade ele não disse o que estava sentindo, não diz nada tem certo tempo, mas o brilho em seus olhos é algo que acalma que pacifica. Encara agora o resto do túnel inexplorado a sua frente distraidamente.

   Hikaru: São belas as coisas que aqui estão... Haruhi! Creio eu que cada coisa dessas demonstra um pouco de sua personalidade. Como uma xícara de café adoçada demonstra o gosto do indivíduo que o preparou. Mas... o que tanto encara ai pra esse lado? Há algo que quer ver? Posso te levantar se preciso for.

   Haruhi: Bem, ter tem. É pra lá o fim deste túnel! Eu nunca cheguei ao fim já que é esse o limite do território Fujioka. As casas vizinhas não sabem desse túnel. Mas pelo visto ele é bem longo, será que alcança até a última casa desta imensa rua?

   Hikaru: A última casa? Ouvi dizer que lá morava um dos nobres da corte inglesa, acho que um tio meu que agora está em Tóquio junto de sua mulher. Não lembro se foi ou não vendida, acho que está abandonada. Nunca entendi como um homem como ele poderia vir morar em um bairro plebeu.

   Haruhi: Ah mas você deveria entende-lo! Já que também é um nobre que está desistindo da riqueza. Aff os bairros plebeus são muito bons sabia?

   Hikaru: Sim, sim eu não estava julgando os bairros plebeus Haru-chan. É só que isso é algo realmente estranho de se fazer na posição dele que já era casado e possuía um filho. Dizem que seu filho sumiu! Quer ir lá ver o que aconteceu com a casa ou se tem alguém lá? Será que a casa é mal assombrada? Será que tem fantasmas por lá?

   Haruhi: Vamos! Vai ser legal... Mas você é um nobre, e se tiver alguém morando lá? Se te pegarem será crime e vão descobrir onde você está. Isso realmente pode complicar sua vida. Já pensou por esse lado Hikaru? Acho que é muito arriscado.

   Hikaru: Arriscado é! Mas venho me arriscando desde que sai de casa, desde que decidi matar o meu eu e criar um novo personagem pra minha sobrevivência. Vamos! Excite-se com uma nova experiência. Eu te protejo se alguma coisa acontecer, e se acontecer comigo... Bem, eu gosto de desafios.

   É impressionante como a personalidade do garoto era inexplicável, era indecifrável, imprevisível digamos assim. Por isso a pequenina decidiu arriscar e encarar o perigo cara a cara. Talvez a partir daquele momento ela não fosse mais capaz de sentir o aroma agridoce que as delicadas pétalas de cerejeira soltavam para agradar o olfato alheio. Consciente disso a menina pôs-se de pé e com um olhar determinado afirmou sua decisão para o garoto que a pouco tempo lançava lhe um desafio. Guiando-o ela seguia o túnel, nada muito diferente do caminho que percorreram até chegar no “cantinho” dela, mas claro que com o coração palpitando nervosamente sob efeito da adrenalina.

   Continuaram esse percurso desafiante até que depararam-se com uma porta não muito grande, porém muito bonita banhada em ouro e com maçaneta repleta de pedrinhas de brilhantes. Com o medo fazendo-os tremer os dois deram um paço para trás e trocaram olhares aflitos. O olhar de Haruhi era de preocupação, um misto de medo e curiosidade. Já o de Hikaru era calmo, porém excitante, como se ele precisa-se adentrar aquele local, precisa-se abrir aquela porta para sobreviver. Olhares diferentes que levaram pessoas diferentes a um mesmo destino.

   A porta estava bem cuidada de mais para alguém que não se importava com ela, ou nem sabia que existia. Bem, sem se importarem muito com esses pequenos detalhes adentraram e encontraram-se em uma sala muito grande e bem mobilhada. Haviam dez prateleiras a esquerda dos jovens repletas de livros de todos os tamanhos, uma mesa grandea sua direita e uma grande poltrona frente a uma lareira de fogo alto.

   Haruhi: Existem moradores aqui! Hikaru, eles saíram daqui recentemente. Isso não é seguro!

    Hikaru: Olha isso, são anéis. Um perde e um amarelo... Nossa pra que dois pares de cores diferentes?

    Haruhi: Esqueça os anéis! Preste atenção Hikaru, temos que sair daqui AGORA! Você pelo menos está me ouvindo? Oieee! Vamos logo.

   Hikaru: Okay, vamos, logo eu tenho que jantar se não minha barriga vai me engolir vivo mesmo. Mas antes deixe-me experimentar esses pequenos anéis. Nossa, como são pequenos, acho que cabem em sua mão! Venha cá.

   Haruhi: NÃO TOQUE! Você não sabe o que pode ter nesses anéis e mesmo que não tenha nada eles não são seus. Vamos logo com isso. Eu vou sozinha se você não vier!

   Hikaru: Ta bom, vamos logo...

   Claus: Porque a pressa criancinhas? Fiquem mais um pouco, a brincadeira nem começou ainda. Ah isso é perfeito, eu nunca pude usar crianças para esse tipo de experimento... hahaha! Venham cá fofinhos.

   Neste momento Claus aparecia sentado na poltrona em frente a lareira, imperceptível no começo pelo seu tamanho, mas agora de pé era possível perceber o quão alto e magro era Claus. Sua vóz é grossa e seus cabelos repletos de fios brancos. É uma imagem medonha. Haruhi e Hikaru estremeceram ao contemplarem uma das pessoas mais medonhas que já viram e que veriam.

    Hikaru: Tio? O que está fazendo aqui? Você não estava no Japão com sua mulher? Porque está aqui?

    Claus: Bem, isso não é importante certo? Haha! Bem, pra falar a verdade meu pequeno menino era muito desobediente. Ah ele gostava de futricar no que não era dele! Isso não se deve fazer.

   Haruhi: Okay, foi um prazer lhe conhecer. Hikaru, vamos embora.

   Hikaru: C-Claro... Vamos!

   Claus: Porque tanta pressa? Venham aqui. Qual é o teu nome garotinha fofa? É difícil ver uma garota bonita como você vindo até minha casa. Você gosta de anéis?

   Haruhi: Bem, meu nome é Haruhi... E sim eu adoro anéis! Mas antes de se perguntar o nome de alguém deve-se dizer o seu primeiro. Por favor, diga-me.

   Claus: Bem, meu nome é Claus, senhor Claus. Tome aqui este anel!

   Haruhi: Porque logo o amarelo? Posso pegar um verde? Eu realmente sinto atração pela cor do verde puro senhor Claus.

   Claus: NÃO! Ah... perdão pelo tom alto. Mas não, perdoe-me senhorita. Estes anéis verdes não podem ser usados assim, livremente, lamento. Só podem ser usados depois de certos... acontecimentos se assim posso dizer, mas isso não é importante neste momento. Experimente o anel! Veja se lhe cabe bem.

   No momento em que a pequena menina posicionou o anel ao redor de seu dedo indicador Hikaru presenciou a cena mais assustadora de todas que já presenciara até aquele momento. Sua companheira havia desaparecido diante de seus olhos como em um passe de mágica! Não havia mais nenhum vestígio da pequena garota que encontrava-se parada ali a instantes atrás.

   Hikaru: O que você pensa que fez com a Haruhi? Onde ela está agora? EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO AGORA!

   Claus: Haha! Bem, deixe-me explicar. Sua amiga Haruhi está em outro mundo agora e quando eu digo outro mundo não é como se fosse encontrado em nossa galáxia é algo realmente distante, outro universo.

   Hikaru: Ela está em perigo? Como é esse mundo? Quando ela vai voltar? Busque-a agora! Ela é de menor, caso não fizer isso serei obrigado a lhe prender tio Claus!

   Claus: Bem, digamos que ela esteja em um outro universo com animais jamais vistos, repleto de canibais, nunca se sabe o que se pode encontrar neste novo mundo. Tadinha tão frágil aposto que não dura nem cinco minutos naquele mundo. Foi uma pena mesmo.

   Hikaru: NEM BRINQUE COM ISSO!

   Claus: Calminha mocinho, ainda há uma maneira de salva-la! Uma maneira tão simples que você nem imagina já que é homem e tem coragem de sobra certo senhor plebeu? Soube recentemente que fugiu da casa dos nobres guerreiros. Haha! Corajoso você sobrinho impuro. Vejamos se tem toda essa coragem para salvar a vida de sua amiguinha.

   Hikaru: O que é que preciso fazer pra salvar a Haruhi? Vamos seja breve eu não tenho o dia inteiro!

   Claus: Ei, ei mocinho cuidado com os modos! Esqueceu que a vida da sua preciosa namoradinha está em minhas mãos? Ein? Que ela pode morrer sem a minha ajuda?

   Hikaru: Diga-me agora!

   Claus: Okay, okay... vou contar-lhe uma história bem interessante. Sente-se.

   O senhor Claus penetra a mão destra por entre um baú e um quadro e retira uma foto. Era a imagem de uma das antigas mulheres da família Hitachiin. Para ser mais precisa seu nome era lilian Hitachiin. A bisavó de Hikaru e a mulher mais poderosa de toda a família. Falecida vinte anos antes de Hikaru nascer Lilian tinha um único desejo: levar a sabedoria.

   Hikaru: Está é a bisa Lilian. O que é que tem a vê isso com a Haruhi? Vamos logo ela pode estar morrendo agora, conte-me como salva-la!

   Claus: Pare de bater o martelo sempre no mesmo lugar e comece a ouvir! Cale-se! Bem, voltando... Sua bisavó era escritora e todas as suas obras falavam sobr magia. Você acredita em magia Hikaru?

   Hikaru: Claro que não! Só quero saber quando vou descobrir o que fazer.

   Claus: Silêncio! Apenas escute a história. Fica sempre batendo o martelo no mesmo lugar! Bem, voltando... A magia existe Hikaru Hitachiin. E nossa família está domada pelo sangue amaldiçoado pela bruxaria. Sua bisavó Lilian era minha madrinha. Não só isso, mas ela também era uma fada! Pode se dizer que eu sou o primeiro homem neste mundo privilegiado com uma fada madrinha. Eu por consequência sou uma fada também, estranho não?!

   Hikaru estava mais interessado na história já que o que não tinha sentido antes com essa explicação se esclarece. Imagine-se no lugar deste garoto. Muitas vezes algumas pessoas, livros ou fontes de informações em geral nos contam uma história outras apenas uma parte dela. É muito difícil pra quem ouve apenas uma parte se contentar com as duas. Por exemplo, você tem melhores amigos certo? Imagine que eles brigaram, dois deles e um dos dois vêm até você reclamar do outro. Conta-lhe a parte dele na história, em que o outro errou mais sem apontar os próprios erros. Você que é grande amigo deste menino acredita em suas palavras bravamente. Tempos depois o outro amigo seu também causador da briga vem contar-lhe a outra parte da história. Em que o menino errou e assim como o outro escondendo seus erros. Você não pode sentir raiva só de um agora, mas também não pode sentir raiva do outro. O que você faz? Tenta ajudar os dois certo? Pra que tudo volte a ser como era antes deles brigarem. Mas na situação em que o Hikaru se encontra não é possível voltar ao que era antes. Depois que se conhece a verdade, que se corrompe a inocência é impossível voltar ao que era. O que restava pra ele era levantar o rosto e aceitar o novo desafio que lhe fora lançado.

    Hikaru: Olhe bem tio, se você me disse-se isso mais cedo eu simplesmente não acreditaria, mas depois do que acabei de VER aqui eu acredito em qualquer tipo de magia que me fora dito. Mas se isso tudo é realmente verdade eu posso dizer que de fada madrinha o senhor não tem é NADA! O senhor é um bruxo malvado isso sim! E tem mais, eu sinto pena de você.

   Claus: E posso saber o porque de sua “pena”?

   Hikaru: Porque em todas as histórias, não importa qual seja a moral, o bruxo mal é quem sempre se dá mal! Não importa o que tente fazer, esse é o seu destino. Maldade é tratada com maldade.

    Claus pode sentir por um momento a garganta prender com a falta de saliva. Todas as palavras que Hikaru acabara de dizer eram completamente verdadeiras. Ele era mesmo um bruxo maligno e um dos mais poderosos deste mundo. Não só isso mas o seu destino estava realmente traçado. Sentia seu rosto rígido e rosado pelo cálido sangue que corre por dentre seu corpo ficar tão pálido quando o de um frágil doente e o sorriso maldoso e doentio que antes estava cravado em sua face desaparecer rapidamente para uma expressão de dor, de medo e de preocupação. Uma expressão que pode vir a ser comparada com a de uma criança quando perde um brinquedo novo e fica com medo de dizer a mãe quando ela chegar. O desespero. Mas sendo o Claus de sempre, tentou disfarçar ao máximo. Ficou com essa insegurança por em média uns dois minutos até que voltou a agir normalmente.

   Claus: Se é assim que quer pensar tudo bem, mas se não me deixar continuar com a história da senhora Lilian sua namoradinha vai morrer sendo devorada por algum canibal ou um animal selvagem quem sabe?

   Hikaru: Ela não é minha “namoradinha”! É apenas uma conhecida.

   Claus: Okay, okay. Bem, nestas histórias que ela escrevia sempre citava uma caixinha que guardava um tesouro muito importante. Mas em nenhuma delas era dito o que se encontrava dentro dessa caixinha. Sua bisa já estava muito velha e não possuía nenhum amigo. Seu gênio sempre foi muito, muito forte e não a permitia aproximação. Sabe, diria eu que antigamente o mundo era feito de amor, hoje é feito de gelo. Antigamente as pessoas amavam muito mais as outras! Por isso diziam que ela vinha de uma época futura. Haha! Mas creio eu que ela só queria alguém que a amasse. Assim como a maioria das pessoas com essa mesma personalidade que encaram de frente esse mundo de hoje em dia. Eu era o único que conversava com ela. E ela realmente gostava de mim! Houve uma época que ela parou de escrever essas histórias, ela estava prestes a morrer. No dia em que ela morreu, pouco antes de sua morte, ela me deu uma caixinha e disse-me que era aquele belo tesouro que sempre era citado em suas histórias. Disse também que era para eu abrir apenas uma vez e que depois o fecha-se para todo sempre. Fez-me prometer isso. Bem, eu não pude cumprir essa promessa, era difícil de mais pra mim.

   Hikaru: Que feio! Isso não é coisa que se faça tio! Nunca te ensinaram a não quebrar suas promessas?

   Claus: Cale-se! Tem vezes que não se é possível cumprir os desejos dos outros. Promessas, promessas... Segredos. Entenda uma coisa, NINGUÉM cumpre esse tipo de coisa. Quando são crianças nós, adultos ensinamos a vocês que não se deve mentir, mexer no que é dos outros dentre outras coisas. Isso é apenas pra disfarçar a realidade em que nós vivemos. Nunca percebeu que quando uma criança morre todos se comovem muito mais do que quando é um adulto? Isso é porque ela ainda não conhecia a verdade. Morreu iludida. E para alguém como eu, só preciso fazer o que for melhor pra mim mesmo.

   Hikaru: Isso é mentira! Mas não mude de assunto, eu quero saber como salvar minha companheira.

   Claus: Eu tive medo quando fui abrir então preferi procurar por pessoas a margem da lei, marginais para que me ajudassem a decifrar o que estava dentro da caixa. Nunca se sabe o que pode acontecer. Afinal de contas não era um material precioso para um inocente humano e sim para uma grande fada madrinha que estava sendo passado para mim, o maior dos bruxos deste mundo. Passei ao todo cinco longos anos de pesquisas até que percebi que independente do que eu estudasse, do quanto me esforça-se tudo seria em vão. Isso porque nada vale a pena se não for arriscado. Ao abrir a caixa... Eu pude encontrar uma decepção. Ali havia pó. Um pó dourado e muito comum pela aparência. Estudei durante alguns meses aquele pó e aquela caixa até que em um dos livros que a dona Lilian havia escrito dizia que aquele que descobrisse o segredo do grande tesouro deveria transformá-lo em dois anéis. E que só aquele que conseguisse fazer isso saberia o por que.  Eu como uma pequena criança entretida com um brinquedo novo fui rapidamente mandar confeccionar um anel com aquele pó. No momento em que peguei esses anéis ganhei três pares. Neles tinham anéis verdes e amarelos. Sem saber o que aconteceria se eu os coloca-se os deixei de canto e fui fazer um café na cozinha. Ao voltar para a minha sala deparei-me com meu filho colocando o anel verde e nada aconteceu. Porém quando me aproximei ele correu para pegar o amarelo e simplesmente desapareceu diante de meus olhos. Muito assustado me distanciei do anel durante algumas semanas. Comecei a fazer testes em coelhinhos, mas e nenhum deles voltou.

   Hikaru: E porque o senhor nunca foi lá? Teria sido bem mais rápido. Aé você não tem coragem de ir de cara no que faz. Teve que usar uma menina inocente para seus experimentos. Covarde!

   Claus: Eu sou grande! Não poderia correr o risco de morrer por coisas simples assim.

   Hikaru: Mas pode arriscar a vida de um inocente para um experimento bobo como esse?

   Claus: Para toda cura, toda descoberta é necessário uma cobaia. Se eu fosse a cobaia e morresse quem daria continuação ao experimento? Quem continuaria com uma nova era? Quem teria o meu mesmo objetivo ou força de vontade?

   Hikaru: Não me importa! O que eu tenho que fazer, ande logo.

   Claus: Okay, eu digo.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram comentem, se não gostaram comentem, se querem mais comentem, se querem que eu pare comentem, se querem que aconteça algo em especial comentem!! estou com a mente aberta a qualquer tipo de crítica =) s2 procêis seus lindus u.u



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