Alugamos Quartos escrita por elizia
Alugam-se quartos
-Filha!
Largou, aborrecida, a leitura do Crepúsculo, de Stephenie Meyer e seguiu a voz: - Pai? – surgiu de trás da parede, encontrando o pai acompanhado de um rapaz louro, magro e miúdo. – Que foi?
-Senta’qui - e indicou, à menina, uma cadeira.
-Vou ficar em pé. Podes falar.
-Ino, minha filha, este é Deidara. Ele vai ficar no quartinho ali atrás.
A garota observou brevemente o hóspede, depois resolveu:
-Eu o levo até o quarto.
Foi seguida.
Indicou um pequeno cômodo, onde o rapaz entrou, abandonou sua pequena valise, virou-se para a linda menina postada na porta. Abriu a boca, como se fosse falar. Fechou. Abriu de novo. Fechou. Dizer o quê?
-Depois das onze da noite tu não entras mais, tá? – ela avisou séria.
Deidara pensou em contestar. Desistiu, porém.
A garota partiu sem mais palavras, deixando-o sozinho com alguns pensamentos.
-x-x-x-
“Fragilidade, teu nome é mulher.” (Shakespeare)
Já fazia dois meses que Deidara estava hospedado na pensão dos Yamanakas e ainda não trocara meia palavra com a pequena e bela dona da casa, mas, naquele dia, ele estava voltando de uma aula estafante, completamente teórica. Eram umas três da tarde. A tevê estava ligada e passava uma novela piegas no Vale a pena (re) ver de novo.
-Boa tarde, un – cumprimentou, e percebeu que a garota chorava baixinho. –Mas o quê?...
Era uma cena particularmente triste na televisão.
Sentou-se ao lado da pequena.
-Olha, não chora, un – pediu, meio sem saber o que fazer. Ela o fitou, pequenas lágrimas nos cantos dos olhos azuis. Soluçou.
Um impulso. Um abraço. Dois corpos quentes. Cabelos loiros. Um soluço.
Afastou-se lentamente dela e, de repente, ela parecia divinamente linda, que nem aquelas musas gregas da antiguidade e ele não resistiu: colheu naqueles lábios a fruta madura, a doce flor de mel.
Findo o beijo, mirou aqueles olhos lindos.
Tudo estava silencioso, a tevê fora desligada, Deidara não sabia dizer como.
-Senpai – ela sussurrou, os lábios úmidos e rúbios pelo atrito. O coração do pobre universitário quase parou naquele instante. Ficaram ali, parados, os dois pares de olhos cérulos fixos um no outro por curtos longos minutos.
O rapaz achou que deveria dizer alguma coisa. Ensaiou frases bobas, piegas, românticas, suaves. Nenhuma surtiu efeito. Por fim, decidiu balbuciar “Ino-san, un...” longamente, meio rouco.
Abriu a boca, chegou a soprar “in-”, mas ela não o deixou concluir. Levantou-se e fluiu pelo corredor, esquecendo um Deidara embasbacado e (quase) apaixonado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ah, eu quero reviews, hein?! Se não, não saem mais heteros aqui, só yaois, un!
Miaudito – Votem em mim!!!
E quem quiser jogar truco....