The Twilight Saga: Sunset escrita por Ludymila Leal


Capítulo 8
Alegrias e Tristezas (ParteFinal)


Notas iniciais do capítulo

Meus amados leitores, que dooooooooor de cabeça eu tive pra postar esse capítulo!
Não ia de jeito NENHUM!
Mas ai está o final do capítulo e a resolução dos problemas do novo casal, "Trevelyn" (? SQN beijos s2



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Meus passos firmes me levaram até o carro onde depositei Olivia na cadeirinha e fui acalmando-a com uma canção antiga, até chegarmos em casa. Libby me recepcionou animada mas isso logo mudou quando ela viu minha expressão. Pude sentir o cheiro de Derek do outro lado do jardim, mas eu não queria brigar com ninguém. Como se estivesse anestesiada, mal senti Libby puxando a menina de meus braços e protegendo-a da chuva com um guarda-chuva. Eu permaneci parada na chuva por alguns minutos após trancar o carro que eu estacionara logo atrás da Pagero e me permiti encarar a paisagem do topo da montanha do Olympic.


–Filha?-Joseph chamou-me e eu me virei, encarando-o sem expressão.-Vem, vamos entrar.-passando os braços por meus ombros, ele me levou ao interior da grande casa, subindo as escadas até o segundo andar, deixando poças por toda a casa. Logo eu estava sozinha, não ouvindo além do coração e das vozes de Laurie e Libby, empolgadas com May. A água estava quente o suficiente para aquecer meu corpo gélido quando entrei na banheira. Eu tentava entender a confusão que ocorria dentro de mim. Não era possível ou normal ou aceitável que eu ficasse tão triste ou ressentida por Trey ter falado daquela forma comigo.

Ele era um humano.

E eu uma vampira. Bela, alta, rica, medidas e traços perfeitos. Cabelos sedosos, dona de um perfume natural atraente e com gestos e trejeitos delicados como uma rosa. E no entanto, tudo isso vinha a baixo quando ele chegava perto. Eu perdia o controle, os sentidos, a compostura e parecia uma adolescente estupida.

Sem falar em Pierre. Era quase uma traição eu levar em conta algum possível sentimento por Trey, quando ele morrera tentando me salvar.

Mas por que eu ficava feliz quando ele estava próximo? Ou quando nos tocamos, o nos beijamos... ? Por que?

–Eve, May está perguntando por você.-com três batidas na porta, Libby me anunciou e só então eu percebi que a já água estava fria. Enxugando-me rápida, eu vesti um vestido preto, longo e simples de malha fria com alças finas e um decote em V, onde o bojo fazia a peça intima superior ser desnecessária. Com os cabelos úmidos, eu desci as escadas descalça e encontrei May comendo sucrilhos ao lado de Derek.

–Ah, me desculpe Evelyn, mas ele foi o único que conseguiu fazê-la comer.-Libby disse, colocando-se na frente de Derek. Eles ainda não eram um casal oficial. Ela dizia que estava apenas encantada com ele e ele visivelmente apaixonado, mas nos pensamentos dela, ela se perguntava porque ele não a beijava.

–Tudo bem. Obrigada Derek.-assustando a todos, eu lhe lancei um sorriso fraco.

–Tia Eve chegou!-a menina de olhinhos inchados de tanto chorar festejou, sentada no colo de Derek, de frente para sua tigela quase vazia.

–Sentiu minha falta?-eu comentei, tomando-a dos braços extremamente quentes de Derek. Ela provavelmente sentiria frio, então tratei de ficar perto dele para que se ela se arrepiasse, ele poderia tê-la de volta. Libby, Joseph e Nate, é claro, estavam chocados.

–Sim, eu queria ver você.-ela disse sorrindo, passando as mãos em meus cabelos úmidos.

–Tomou banho?

–Sim, e você é a próxima.-Laurie a informou, voltando a cozinha.

–O banho dela está pronto.

–Eu mesma dou. Obrigada, mãe.-e subindo a escada com a pequena, eu a levei até o banheiro de Laurie. A banheira estava preparada, repleta de espuma e brinquedos de banho. Laurie estava se demonstrando uma ótima vó coruja.

–Êba!-ela comemorou, descendo de meus braços e tirando a coroa da fantasia.-Me ajuda, tia!-May pediu e eu desabotoei o vestido da menina que mal tirou a calcinha cor de rosa e já lançou-se dentro da banheira. Foram ótimos momentos de descontração e gargalhadas na banheira, até ela aceitar sair de lá, enrolada em uma toalha nos meus braços. Já na cama king de meus pais, a menina rolava, pulava, dava cambalhotas e fazia tudo, menos vestir-se.

–Precisa se vestir, May!-até Libby estava encantada com a meiguice da criança.

–Mais uma, mais uma!-e finalizando o show, ela de sua última cambalhota, voltando a se sentar para que secássemos seus cabelos loiros.

–E então, o que quer fazer agora?-jogada no tapete do chão, minha irmã perguntou. Derek, Nate e Jospeh estavam no andar de baixo tocando violão e discutindo sobre música enquanto nós enchíamos May de mimos e agrados.

–Deixa eu pensar...-fazendo graça, ela começou a bater com o próprio indicador no queixo, fingindo pensar.

–Já sei! Vamos brincar de pique-esconde.

–Ou então, podemos dar uma volta, tomar um sorvete,... O que acha?-Libby propôs e a menina ávida, concordou.

–Ótimo! Vou ligar para Esme!-Laurie comemorou pegando o celular.-Alô, Esme querida, que acha de tomarmos sorvete com uma adorável criança?

–Criança? É a sobrinha do rapaz do restaurante?-eu ouvi Esme.

–Ah, mãe, pergunte se Edward está lá.-tendo uma súbita idéia, eu pedi a ela.

–Sim, esse anjinho mesmo... A propósito, Edward está ai? Evelyn quer conversar com ele.

–Sim, ele vai ficar sozinho em casa já que Carlisle manifestou seu interesse em nos acompanhar. Jasper e Emmett foram caçar, as meninas estão em Miami e Bella decidiu passar o dia com o pai. Estamos livres!-a voz doce de Esme enchia o quarto.

–Bom, vamos levar o lobo de Libby. Creio que não se importariam.-Laurie comentou sorrindo.

–De maneira alguma. Será interessante. Até logo!-e desligando o telefone, a conversa entre nós voltou a acontecer.

–May, você se importa de ficar com a vovó Laurie enquanto eu resolvo umas coisinhas?

–Que coisinhas?-ela era curiosa.

–Coisas de adulto. Se importa?-vestindo-a com um vestido vermelho e branco, eu voltei a perguntar.

–Não, eu gosto da vovó e a Tia Libby!-ela disse o que era necessário para me acalmar. Logo meus pés descalços estavam em uma sapatilha confortável e eu estava correndo entre a floresta para chegar em alguns minutos na casa dos Cullen, onde encontrei Esme e Carlisle na porta, preparando-se para entrarem no carro.


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–Ele está no segundo andar.-Esme me informou, me mandando um beijo no ar e eu sorri, acenando a eles que partiam. Como humana, eu subi as escadas da casa arejada dos Cullen e encontrei Edward em seu quarto, sentado em uma enorme cama.


–Eu sei, é estranho estar aqui... E eu nem estou lendo seus pensamentos.-comentei, entrando no quarto.

–Digo o mesmo.-com um tom de humor negro, ele virou-se para mim, de pé.

–Como vão as coisas do casamento?-perguntei por perguntar.

–Se importa com isso?

–Na verdade, sim...-dei de ombros.-A idéia de um imortal e uma humana me interessa.-eu dei o ponta pé inicial do assunto.-Por isso estou aqui.

–Está apaixonada por um humano.-ele disse sem expressão, com as mãos no bolso.

–Está lendo minha mente?

–Não, ainda não consigo, mas li a de Carlisle hoje, depois que ele chegou do hospital. Houve um silêncio constrangedor até eu decidir dar um passo a frente.

–Eu consigo ouvir os pensamentos de Bella as vezes.

–O que?-interessado, ele aproximou-se veloz.

–São como sussurros...Baixos e enrolados, mas algumas coisas eu consigo ouvir.-expliquei enquanto me lembrava dos dois episódios que eu havia visto a humana: o primeiro quando eu vi os dois juntos na varanda do Chefe Swan, e a segunda vez há três dias atrás quando Alice passara no restaurante abarrotada de compras, levando a garota a tiracolo. Na segunda vez, eu tentei ouvir o pensamento dela. E tudo o que eu ouvi foram sussurros.

–Entende o motivo disso?-ele me perguntou voltando a se sentar na cama e me convidando para fazer o mesmo.

–Não. Na verdade, eu sempre consigo manipular as habilidades adquiridas com sucesso, principalmente a sua. Só ouço o que quero.

–E quer ler a mente dela?-ele parecia receoso agora.

–Apenas fiquei curiosa pelo fato de ninguém conseguir fazê-lo. Ela é diferente.

–Ela é especial.-quase meloso, ele sorriu e eu tremi meu corpo, simulando um calafrio. Ele percebeu isso e com uma careta, bufou.-Tudo bem, vamos conversar.

–Como começaram a ficar juntos? E...e como contou a ela sobre o que é? Quero dizer, qualquer pessoa ficaria com medo!-disparei com a voz ansiosa.

–Ela não. Não tem medo ou tinha. Ela meio que descobriu sozinha. Eu dei algumas pistas, tentei assustá-la.

–Deixe-me adivinhar, não adiantou?-eu cruzei meus braços, irônica.-Os humanos estão ficando surpreendentes.

–Trey não teve medo também? -Eu disse a ele que nunca comia e depois de constatar que não era uma doença, religião ou dieta, ele disse que eu não estava o assustando.

–Ele é durão!-Edward comentou quase gargalhando, mas ao ver minha expressão apavorada, ele calou-se.-Eu sei que você está preocupada com ele, mas se ele está envolvido, apaixonado e não tem medo, não vai adiantar.

–Ele disse que sabe que sou diferente.

–Não é difícil notar a diferença. Garotas da sua idade, aqui em Forks não se vestem tão bem, são tão cultas ou tão pálidas e frias.

–Eu finjo ter 26, não 16!

–Não muda muita coisa. Aqui, as mulheres da sua idade não se parecem em nada com você.

–Espero que seja um elogio.-jogando-me para trás e deitando na cama, eu coloquei as mãos em meus olhos. Eu estava começando a achar que não havia saída para aquele problema.

–Você podia tentar deixa-lo descobrir, sabe!? Dê mais pistas, conte algumas coisas...

–Não quero que ele saiba! Os Volturi não costumam ser legais com quem infringe a lei.

–Conhece os Volturi?-ele me pegou, mas felizmente, fui rápida.

–Quem não conhece? Eles assustam todos!-eu sentei-me, fingindo desespero.–Uma vez, quando Libby era descontrolada e quase nos expôs, eu tive que me livrar das provas para fugirmos, porém Jane nos encontrou.- eu fiz uma pausa ao me lembrar da parte que eu estava omitindo de nossa história com os Volturi e suspirei.-Ah, Jane!

–Parece que compartilhamos o mesmo sentimento por ela.-Edward me encarou com um sorriso de desprezo.

–Como eu odeio aquela vadiazinha!-foi tudo que eu disse para conseguir uma gargalhada dele.-É sério, aquela garotinha que se acha adulta. Aposto que quando a transformaram, ainda usava fraldas! Fedelha imunda! Sem falar que aposto que ela só sabe uma palavra na vida.

–Dor!-Edward completou-me, ainda gargalhando.

–Ela deve ter problemas com leitura ou oratória, sei lá. É meio doentio isso... "Dor pra lá", "Dor pra cá"... Mas apesar dos pesares, aquele foi um dos melhores dias de minha vida. O dia que eu a fiz provar do próprio remédio.

–Já comecei a gostar de você por isso.-ele assinalou.-A fez se contorcer, cair no chão e gritar de desespero?

–Se fosse possível, ela teria chorado como um bebê!-agora quem gargalhava era eu, junto a ele.

–Acaba de ganhar minha amizade, Evelyn!-em um clima totalmente descontraído, ele me estendeu a mão, cumprimentando-me. Continuamos sorrindo até a graça perder o efeito e o silêncio voltar.

–Como fugiram? -Com Jane e os outros sob efeito da dor, fugimos para longe. Demetri não poderia me rastrear, então...-dei de ombros novamente.-Mas o fato é que eu já fugi deles uma vez, acho difícil que isso ocorra de novo.

–Então transforme-o.

Ele tem família. -Bella também tem e decidiu isso, apesar de minha opinião contrária.-ele realmente parecia contrariado.

–Há uma criança e uma mãe doente no meio. Acho mais complexo.

–Se me permite dizer, Alice teve uma visão sobre Ambelyn Thorm. Carlisle lhe contou o que houve por telefone e ela lhe disse o que estava vendo sobre isso.

–Ela vai morrer.

–Não foi uma pergunta.-ele afirmou assim como eu.

–Eu apenas imaginava, mas...-suspirei.-O que vai acontecer?

–Bom, ela foi para a cirugia há pouco, mas os danos são enormes. Alice analisou todas as possibilidades que o médico planejou para a cirurgia se encontrasse isso, mas o resultado inevitável é uma morte cerebral.

–Isso já aconteceu?-perguntei a ele com a voz apertada. Trey deveria estar péssimo.

–Não, mas logo logo irá acontecer, e Trey vai ficar em dúvida sobre desligar os aparelhos ou não, mas ela terá em algumas horas uma falência múltipla dos órgãos. Um caso realmente rápido e triste.-Edward abaixou a cabeça.

–E como ele vai ficar? -Chateado, mas ele me parece bem razoável. A mãe vinha sofrendo de diabetes, havia retirado um rim, a pressão arterial descontrolada, o Parkinson. Ele irá pensar que era hora dela descansar e ficará bem se decidir desligar o respirados. São esses os critérios dele.-ele me assegurou, tentando me consolar.-Ele vai precisar de você, nesse processo.

–Eu estava no futuro dele? -Alice não conseguia ver nada a partir de um certo ponto, então deduzo que sim. Você é o mais novo ponto cego dela.

–Pobre Alice!-zombei com um sorriso abafado.

–Posso te dar um último conselho?-ele ficou de pé e encarando-o, ainda sentada, eu concordei com a cabeça.–Se você está apaixonada e ele também, se ele precisa de você e você dele... Então deixe os Volturi de lado e se deixe levar por isso. Eu absorvi aquelas palavras por alguns segundos e me coloquei de pé, estendendo minha mão direita para agradecê-lo.

–Obrigada Edward, você não é tão chato assim.-eu sorri e ele fez o mesmo.

–E você não é tão "não confiável".-como se enfiasse um anzol em minha garganta, eu perdi o ar e a fala. Ele me fez sentir todo o peso do mundo em remorso nas costas.

–Quer um conselho, Edward? Transforme-a logo. Os Volturi não dão segundas chances.

–Eu já ouvi isso antes.-ele comentou ao cruzar os braços, sem demonstrar desconfianças.

–É sério dessa vez. Vindo de uma amiga deveria ser levado em conta.

–Amiga?

–Acredite, eu sou a que mais desejo que vocês dois se casem e que você a transforme logo.

–Precisa de alguém para se basear na história?

–E quem mais seria idiota o suficiente para se apaixonar por um humano além de nós dois?-disfarçando minha tensão, deposite todo deboche em uma só frase antes de sair pela porta-janela que havia em seu quarto, entrando na mata e correndo de volta para casa.

Quando voltei para casa após uma curta, porém relevante conversa com Edward, meia-hora mais tarde, a casa estava fazia. O Aveo de Trey havia sido levado por Joseph para ele no hospital e eu sabia disso graças as visões pós cognitivas que eu aderira de Laurie.

A família resolvera ir na Mercedes de Laurie. Clássica e familiar como ela dizia. Sozinha, eu e os cães cujos viviam dormindo pela casa ou caminhando no enorme quintal sem fronteiras que fundia-se com a mata, eu decidi aproveitar minha privacidade, livrando-me de toda e qualquer peça de roupa, lançando-me na enorme piscina quase inutilizada. O barulho na água atiçou os cães que começaram a brincar ao redor da mesma, fazendo-me gargalhar com suas brincadeiras inocentes. Nadando lentamente nas águas negras graças a falta de lua, uma chuva fina começou a cair novamente às sete da noite, onde o tempo estava totalmente fechado e o céu muito escuro.

Repassei os conselhos de Edward em minha mente um zilhão de vezes, porém a solução não parecia estar vindo. Se eu me envolvesse oficialmente com ele, isso envolveria May. E eu nunca envelheceria, mas ele sim e May cresceria... E veria que algo estava errado. Se ele descobrisse, eu teria de transformá-lo, sem contar que eu estaria praticamente sentenciando May a juntar-se a nós também.

Isso, levando em conta a possibilidade dele estar interessado por mim.

–Droga!-gemi enquanto saia da piscina e torcia meus cabelos, tirando o excesso de água antes de ir correndo para o andar de cima onde cheguei em segundos, entrando novamente em minha suíte, mas dessa vez, tomei uma chuveirada fria e sequei os cabelos ao sair do banho para poder transsá-los e me vestir logo em seguida. Foi o tempo ideial para que todos voltassem. Laurie abarrotada de sacolas, Joseph abraçado com Libby (agora sem o cachorro) e Nate carregando May nos ombros, um tanto descabelada e suada.

–Parece que se divertiram!-comentei ao chegar ao andar de baixo, agora vestindo um robe preto de seda por cima da camisola do mesmo material e cor, cheia de detalhes rendados.

–Tia Eve!-a menina comemorou novamente. Havia virado um costume a reação de felicidade da menina ao me ver. Sem dúvidas, eu adorava isso.

–Hora de tomar banho.-eu a informei, tomando-a nos braços. -De novo?-May fez biquinho.

–Claro, fedidinha desse jeito você não vai dormir comigo.-eu expliquei doce enquanto subia, agora para minha suíte, para o segundo banho da menina.

Esse foi mais rápido, com menos bagunça ou assuntos e a noite terminou com um grande copo de achocolatado. Já estávamos deitadas em minha enorme cama e eu pronta para ler uma história a menina quando meus pais pararam na porta do quarto.

–Viemos desejar boa noite a nossa netinha.-Joseph disse de uma forma extremamente doce que chegou a me doer. Ainda era um fato cortante ter de aceitar que ele perdera sua esposa e o filho de uma vez apenas.

–Bom, então venham, a história já vai começar.-convidativa, eu me ajeitei na cama e a menina de cabelos loiros e pijama cor de rosa bateu palminhas animadas.

–Boa noite, meu anjinho!-Laurie foi a primeira a beijar a testa de May.

–Durma com Deus.-Joseph repetiu o gesto da esposa.

–E com os anjinhos dEle também.-a menina completou, fazendo-nos sorrir. Em seguida, Joseph me deu um beijo no rosto e Laurie fez o mesmo. -Se precisar de nós, chame. -Pode deixar.-concordei enquanto eles fechavam a porta.

–Hora da histórinha moça.

–Qual o nome dela?-agora coberta e coçando os olhinhos, a menina ajeitou-se ao meu lado, com a cabeça dengosa no travesseiro, agarrada ao elefante de pelúcia.


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–Se chama "A Bella Adormecida". Era uma vez, em um reino muito distante um rei e uma rainha que viviam muito tristes porque há muito tempo eles desejava uma filha. Um dia, eles foram abençoados com uma bela menina. Ela nasceu junto com a primeira luz da manhã, por isso eles lhe deram o nome de Aurora. Eles deram uma grande festa e convidaram todos os súditos do reino, inclusive as três boas fadas... A história seguiu em seu curso natural e quando o final feliz chegou, May já estava quase dormindo, mas a menina não apagou sem antes derreter um pouco de mim.


–Tia Eve?-ela me chamou e eu gemi em resposta.-Quer ser minha mamãe?

Provavemente um minuto ou até mais tempo se passou antes que eu pensasse em uma resposta totalmente dispensável.

–O que?

–É que em todas as histórias de princesas, as mamães são boas e cuidam das filhas e você ta cuidando de mim.-enquanto falava, ela tracejava meu rosto com a ponta do indicador, detalhando cada canto de minha expressão chocada.

–A vovó Laurie é legal, mas é minha vovó e a Ginny é minha amiga, ela cuida de mim e disse que sou quase a irmã caçula dela, então eu preciso de uma mamãe e quero que seja você. Os olhos pidões e inocentes da menina faziam meus olhos arder.

Se eu fosse humana, eu estaria chorando. Era um pecado que aquela criança sofresse tanto por conta de uma imbecil que não servia para ser mãe.

–Que tal conversarmos sobre isso amanhã?-eu propus, forçando minha voz embargada a sair.

–Tudo bem, amanhã você me diz.-e bocejando, ela puxou o elefante para mais perto dela enquanto eu a cobria e beijava o topo da cabeça dela. A menina adormeceu mais rápido que o imaginado e logo eu estava fora do quarto, fechando aporta e deixando meu corpo escorregar pela mesma até que eu atingisse o chão, sentando-me com os dedos entrelaçados com meus cabelos.

Eu estava perplexa.

Eram nove horas da noite, e no entanto, o dia parecia que nunca acabaria, que as horas não passavam e que aquele dia nebuloso jamais iria nos deixar em paz.

–Eve?-Libby chamou-me, surgindo no corredor. Trajando uma calcinha com a estampa da bandeira dos Estados Unidos e um blusão de moletom enorme dos Knicks, ela era uma tipica adolescente, porém, agora ela estava em um dos momentos que agia como adulta.

Sentada no chão, de frente para mim no corredor, ela colocou meus pés descalços em seu colo e começou a massageá-los.

–O que houve?

–Eu sei que você ouviu.-de olhos fechados, eu tirei as mãos de minha cabeça e espalmei ambas no chão, ao lado de meu corpo.

–Eu sei. Quero saber porque não disse que sim.

–Liberty, não se pode simplesmente virar mãe de alguém!-eu disse angustiada.

–Laurie fez isso conosco.-ela me lembrou e eu fui obrigada a concordar.

–Mas é diferente. Ela é humana, tem uma mãe na China, em Paris, sei lá onde... E tem o Trey.

–Ele está apaixonado por você.-rápida, Libby me fez calar a boca.-Hoje, quando eu fui entregar o carro dele com o papai, eu disfarcei, tomei um café, batemos um papo... A mãe estava em cirurgia e eu decidi distraí-lo.

–Não foi tomar sorvete?

–Ta brincando? Nate monopolizou a criança!-ela parecia estar irritada, o que era até engraçado.–Ai Esme e a mamãe foram ao mercado e Carlisle e o papai decidiram conversar e fotografar o crianção e a May na pracinha, então eu fiquei no hospital com o Trey. Após agradecer mil vezes nosso apoio, ele perguntou como você estava, disse que tinha sido imbecil e que não sabia que você era adotada... Devo saber disso?-ela arqueou uma das sobrancelhas.

–Eu disse que sabia o que ele estava sentindo e ele gritou comigo.

–Ah, está explicado! Bem...-ela deu de ombros.-O fato é que ele admitiu que gosta de você e que está disposto a desfazer essa idiotice para fazer com que dê certo. As palavras de Libby teriam me alegrado mais do que qualquer coisa no mundo se eu não soubesse demais.

–A mãe dele vai morrer em algumas horas, Lib.

–Como sabe? -Eu estive com o Edward e a Alice viu e contou a ele.

–Ele vai precisas de você.

–Não desse jeito.-assinalei enquanto ficava de pé ao ouvir meu celular tocar no andar debaixo.

2 segundos depois eu estava com o celular nas mãos, ansiosa. Era Trey.

–Alô?-minha voz soou insegura.

–Eu fui um idiota hoje.-a voz dele estava triste.

–Não ligue para isso. Sua mãe está bem?

–Me perdoa?-ele insistiu.

–É claro que sim.

–Me encontra agora?

–Onde?-eu perguntei extremamente curiosa.

–No restaurante. Minha cópia da chave estava comigo e como preciso pensar no que fazer com minha mãe, precisei vir pra cá.

–Morte cerebral.

–Você já sabia disso.-assim como eu, ele não havia perguntado. Havia afirmado.

–Trey...-eu comecei a falar, buscando palavras para consolá-lo, porém ele me cortou no meio da frase.

–Vá vestida para dançar.-e desligou.

–Oh meu Deus!-Libby saltou de alegria.

–Libby! -Ok, eu sei que a mãe dele vai morrer, mas cara! Ele pediu pra você ir encontrá-lo no restaurante com roupa de dança.

–Devo ir?-mordendo meu lábio inferior, eu indaguei a minha irmã.

–Quer que eu pegue o vestido ou você faz isso?-ela brincou, sorrindo animada e num piscar de olhos, já estávamos em meu closet. Ávida, Libby me ajudou a subir o ziper do vestido negro de apenas uma alça e com uma enorme fenda. Com as sandalhas calçadas, as chaves do carro na mão e vestindo o sobretudo por cima, eu entrei no Bentley, despedindo-me de Libby que prometera cuidar de May e torcer para que tudo desse certo.

Assim, os costumeiros 15 minutos de trajeto agora foram reduzidos para apenas seis minutos, já que o velocímetro permanecia no 120km/h.

–Trey?-na rua, eu tranquei o carro e o chamei ao constatar que havia luz no estabelecimento. As janelas estavam fechadas, as persianas tampando minha visão.-Trey, o que está havendo? Havia um cheiro de fumaça vindo do interior de meu restaurante, mas não era ruim. Era um cheiro aromatizado que me lembrava vagamente morango.

Também pude sentir cheiro de rosas. Isso sem comentar no Tango conhecido que enchia o ambiente com uma sensualidade desconhecida para mim. -Trey.-girando a maçaneta e empurrando a porta, eu entrei no hall do restaurante e me segurei para não cair para trás.


http://www.youtube.com/watch?v=e7xTPVihFFk


(Ouça!)


As mesas estavam afastadas, porém não bagunçadas. A pista de dança estava maior, mais ampla, com pétalas de rosas por todo o chão e a luz era provida por centenas de velas, espalhadas pelas mesas, balcões, janelas e chão. -Hoje a tarde, quando você saiu do hospital, duas coisas me aconteceram.-a voz sexy dele surgiu por trás de mim. Olhando-o pelo canto do olho, pude reparar que ele estava extremamente bem vestido, como se fosse para um baile. Ele estava atrás da porta me aguardando e embora eu soubesse disso desde que abrira a porta, o choque do ambiente não me permitira falar com ele. Trey roçou a barba mal feita em meu pescoço enquanto sussurrava em meu ouvido, descendo com as mãos firmes por meus braços e jogando meu casaco no chão.


–Trey...-Minha pele era fria, mas parecia que a cada toque, eu incendiava. Eu murmurei de olhos fechados. Minha voz era falha, quase um gemido e isso pareceu apenas mexer mais com ele, já que ele prosseguiu com sua frase.

–Eu percebi que uma das mulheres mais incríveis do mundo estava partindo de minha vida, porém...-num gesto brusco, ele virou-me para ele, fazendo com que eu parecesse uma boneca de pano.-... a outra mulher, a mais incrivel, a mais sensual, a mais misteriosa e mais linda estava entrando nela. Ele falava com os lábios extremamente próximos dos meus. Sua mão esquerda segurava a minha direita, como se fôssemos dançar a qualquer momento, porém sua mão direita, que estava em minha cintura quando me virei, agora subia lenta e provocante em minhas costas parcialmente nuas. A mesma mão desceu de um modo mais provocante, saindo de minhas costas, deslizando por meu corpo e alcançando minha coxa, içando-a para cima e encaixando-a a mesma em seu quadril, fazendo com que eu o sentisse de uma forma que eu jamais sentira antes. Mas novamente, ele surpreendeu-me, abrupto, soltando-me e ficando de costas para mim, mantendo apenas minha mão esquerda agora em seu peito.

E então, começamos a dançar.


( Se quiser ver a dança assista a partir de 0:17 até 3:28 http://www.youtube.com/watch?v=yUdzYaUkXhE)



Paços rápidos e sensuais.


Provocativos e perfeitos que pareciam terem sido ensaiados por um longo período.

Nossos corpos conectados mantinham a precisão dos passos, mesmo quando estávamos prestes a nos beijar, porém em determinado ponto, quando a música cessou ele encarou meus olhos, eu percebi o que estava acontecendo alí.


http://www.youtube.com/watch?v=UURcNY0Lx2U


(Ouça!)

Porque eu estava alí.

–Eu não posso dizer com certeza, já que seria tudo muito louco e rápido, mas eu posso jurar que estou apaixonado por você, Evelyn Wright.-ofegante, ele agora acariciava meu rosto.

Eu não conseguia dizer nada.

A realidade ainda estava latejando em minha cabeça. -

Está me olhando como se fosse me matar.-ele sorriu.

–Eu espero que isso não aconteça, porque seria um eterno desperdício.-murmurei antes que eu tomasse a iniciativa de beijá-lo dessa vez.

Puxando-o violentamente pelo colarinho de seu terno, grudando nossos corpos e provavelmente deixando-o sem ar, mas ele parecia não se importar.

–Não me incomodaria de morrer agora.-enquanto ele me empurrava em direção ao grande piano, ele murmurava sem interromper nosso beijo.

–Precisa saber de algumas coisas antes.-eu disse urgente enquanto ele me carregava e me colocava sentada sobre o piano

.-Não sou humana. Ouviu bem?

–Gosto de mulheres diferentes.-tirando o blazer, ele parecia não ver a real gravidade da situação.

–Trey, é sério, eu... Eu posso te matar!-apesar de não querer afastá-lo, eu lhe devia a verdade. Felizmente, para meu egoismo, ele parecia não ligar, afastando-se de mim por apenas poucos milímetros, tocando meu rosto novamente.

–Eu morreria por você.-ele buscou ar.-Isso que eu estou sentindo, eu... Eu não sei como explicar, não sei, é estranho demais, é forte demais, não posso me afastar...

–Sou um monstro, uma predadora. Isso faz parte. Eu devo atrair a presa.

–Então eu definitivamente cai em sua armadilha.-Trey disse simplesmente ao tentar me beijar novamente, porém séria, eu o impedi, mostrando a ele minha força descomunal.

–Sou uma vampira, Trey.-encarando-o, eu finalmente disse de tal forma que seria impossível que ele não acreditasse.

Alguns minutos se passaram enquanto nós apenas nos encarávamos. Foi ai que ele tornou a se aproximar, indo com a mão direita em direção a minha nuca, puxando meus cabelos de forma que minha cabeça pendesse para trás.

Nada agressivo, totalmente sedutor.

Com os lábios em meu pescoço, ele murmurou.

–Não importa o que você é. Você é minha, lembra?


E com um beijo, ele selou aquele momento, fazendo que eu voltasse a entender tudo.

Alí, no restaurante, em cima do piano, enquanto ele me despia e eu fazia o mesmo com ele, admirando cada detalhe perfeito daquele corpo.

Quando Pierre sacrificou-se por mim, ele queria que eu vivesse, fosse feliz. 

E não me mantivesse morta, como ele.

Ele queria que eu vivesse.

E eu viveria com Trey.

Eternamente.


 


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Notas finais do capítulo

Não esqueeeeeeeeçam do Review :)



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