Era aquele rapaz loiro de antes. O que este pamonha está fazendo aqui?

Eu ainda o fitava. Estava sentada no chão depois que esbarrei nele – Eu provavelmente tinha um imã que me fazia esbarrar em pessoas e que me levassem ao chão - ... A expressão dos olhos amigaveis era de tamanha surpresa também.

— Deixe-me ajudá-la. – Ele estende a mão e eu a segurei levantando-me.

— Você?! – Disse um pouco incrédula. – O que faz aqui?

— Uma visita... – Respondeu. – Vim acompanhar a minha Tia.

— Ah, claro... Bom, vamos entrar? – Sugeri sorrindo tímida.

O rapaz confirmou com a cabeça. Eu o acompanhei até a sala de visitas onde havia duas senhoras conversando enquanto apreciava o chá, uma das empregadas da minha tia Miller as serviam e logo em seguida a mesma sai. A Senhora Miller trajava um belíssimo vestido vermelho-escuro, enquanto a outra senhora vestia um elegante vestido verde musgo. Provavelmente a tia do rapaz, ambos compartilhavam os mesmo olhos. A mulher já tinha todo o seu cabelo no tom grisalho.

A minha tia nos viu e logo se levantou e veio em nossa direção.

— Está atrasada. – Sussurrou. – Amu, quero que conheça uma amiga minha de longas datas, a Condessa Temari Hotori.

— Prazer em conhecê-la. – Falei fazendo uma referencia.

— Nossa, que bela moça que temos aqui. – Disse a outra mulher. Sua voz bastante calma.  – A sua sobrinha é bem educada, Miller.

— Obrigada. – Respondi com um sorriso.

— Sentem-se conosco! – Convidou ela.

Eu e o rapaz loiro sentamos no sofá, eu e ele ficamos um do lado do outro. Em uma cadeira do meu lado sentava Tia Miller e do lado do garoto sentava-se a sua tia e no meio uma mesinha de centro com duas xícaras de chá e um bule.

— Amu, certo? – Perguntou Temari e eu confirmei com a cabeça. – Não sei se você já conhece o meu sobrinho, Tadase Hotori. Ele será o próximo a ganhar o título de Conde!

— Nossa! – Falei se fazendo de surpresa. – Prazer em conhecê-lo.

— O prazer é todo meu Senhorita. – Falou o loiro beijando a minha mão e logo sorriu gentil.

— Presumo que é melhor deixá-los a sós. – Falou a minha Tia Miller. – Você não acha Temari? Gostaria de te mostrar a minha nova coleção de xícaras de chá de porcelana que comprei na minha ultima viagem.

— Adoraria vê-las! – Respondeu a Milady.

Elas se levantaram e começaram a andar enquanto conversava sobre as tão importantes peças de porcelanas. Eu as acompanhei com o olhar até que as vejo sumirem em um corredor.

Eu e o Tadase ficamos ali, sentados e parados. O silêncio começou a reinar naquele ambiente. Assim que alguns minutos sufocantes se passaram  logo a minha Dama de Companhia aparece com uma nova bandeja em mãos, a mesma colocou em cima da mesinha, encheu as novas xícaras de chá, retirou da bandeja e colocou na mesa, pôs um pratinho com alguns biscoitinhos e se retirou, em menos de um minuto ela volta e fica atrás do sofá a espera de mais alguma ordem.

Peguei a minha xícara e a levei até a minha boca e assim me deliciei com um gole de chá. Também para tentar relaxar, já que eu estava completamente tensa e desconfortável pela a situação no qual eu me encontrava. Depois depositei a xícara na mesa de centro  novamente.

— Hum... Senhorita Amu...

— Pode me chamar apenas de Amu, se quiser. – Falei tentando parecer o mais amigável possível.

— Ah, claro! Bom, eu lhe vi saindo da Floresta atrás da mansão... – Começou ele, enquanto bebericava o chá.

— Co-Como? – Paralisei completamente com o que acabera de ouvir.

— Se me lembro bem... Ele é conhecida como a Floresta Proibida. Mas, o que você fazia lá?

— Nada importante... – Hesitei em responder. - Talvez matando a curiosidade. Que fique claro que não entrei nela toda, só um pouco e sair rapidinho. Já que existem boatos sobre ela. – Respondi tomando mais um gole do chá.

Ficamos em silencio novamente. Então fui pegar um biscoitinho e o garoto também e então sentir um toque macio em cima da minha mão e quando vi era a mão de Tadase que sem querer encostou-se à minha. Rapidamente retirei a minha mão.

— Desculpe-me. – Ele disse um pouco corado.

— Ahn, Não, tudo bem. – Sorrir. – Então quer dizer que és o próximo herdeiro do titulo da Nobreza. - Falei querendo mudar de assunto.

— Sim. Sou a única pessoa que pode recebê-lo... Minha tia é viúva, não tem filhos. Meus pais faleceram há alguns anos, então, praticamente sou o único herdeiro.

— Entendo... Sinto muito por você e a Milady Temari.

— Tadase, querido. Vamos, já está na hora. – Disse a Condessa vinha em nossa direção.

Nós nos levantamos e eu e minha tia os acompanhamos ele até a porta.

— Obrigada por nos convidar Miller. – Falou Temari abraçando a minha tia. – Espero vê-la em minha casa. E você também mocinha. – Ela me abraça.

— Claro! – Respondi desfazendo do abraço.

Despedimo-nos e logo ambos foram embora em uma maravilhosa carruagem. Fechei a porta e logo fui para o meu quarto. Rima já preparava o meu banho que eu precisava e muito!

Retirei meu vestido e adentrei na banheira, a loira pegou uma esponja e começou a passar no meu corpo, depois ela pegou um balde d’água e despejou em cima da minha cabeça. De banho tomado, peguei minha toalha e me enrolei, sai do banheiro e avisto a minha camisola em cima da minha cama, eu a coloquei e depois me sento na cadeira da penteadeira, Rima pegou a escova e começou a passar nos meus longos cabelos rosados.

— Como foi?

— Como foi o que? – Perguntei confusa.

— Com o Rapaz da Floresta...- diz ela

— Foi bem... – Respondi abaixando a cabeça. Passou alguns segundos assim, mas logo eu a levantei com um sorriso estampado no rosto. – E como foi você com o Nagihiko?

— Não sei do que você está falando. – Rima cora.

— Vamos conte-me! Ele te convidou para sair?

— Claro que não! – respondeu ela rindo. – Apenas conversamos. Só isso!

— Hum... Será que você está apaixonada? – Perguntei cutucando a sua bochecha corada com o dedo indicador. Estava muito animada com tudo isso – Vamos, está?

— Esta na hora de dormi, não acha? E se lembre de que amanhã terá aula em dobro!

— Ahhh, Rima! – Falei como uma verdadeira garotinha mimada. Levanto-me e vou até minha cama e me deito.

— Nada de Rima! – Exclamou ela me cobrindo com as cobertas. – Boa noite.

— Boa noite. – Bocejei e assim adormeci...