Amor E Inocência escrita por Thalia Tsukiyomi


Capítulo 24
O Inicio De Uma Nova Vida - Fim


Notas iniciais do capítulo

És aqui o último capítulo de Amor e Inocência!Espero que gostem!! *^*



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Até alguns minutos atrás, minha mente estava completamente calma. Não pensava em nada enquanto sentia os toques das mãos grandes e quentes de Ikuto. Mas agora, todos os meus pensamentos estavam em desordem total.

Afinal, eu desonrei o meu marido, o Conde Tadase Hotori.

Sei o quanto isso foi errado. Mas pareceu tão certo sentir o carinho do homem que nunca esqueci. Do homem no qual fui privada a amar e o qual me deu o fruto do nosso amor. Aika.

Estava tão confusa sobre o que eu iria fazer depois que saíssemos do escritório onde nos amamos e matamos a saudades de seis longos anos.

Isso foi certo?

Ou errado?

Eu como esposa me sinto completamente errada, uma pecadora. Mas, como mulher me sinto tão viva e, mais ardentemente apaixonada. Porém, eu tinha que tomar uma decisão... Talvez sair de cima do peitoral nu e falar que fora um erro e que aquilo jamais deveria ter acontecido e fingir que não aconteceu nada. Ou, assumir que gostei de todos os toques e que deveríamos continuar em segredo, como amantes.

Senti sua grande mão pousar em minha cabeça, fazendo com que eu soltasse um longo e pesado suspiro. Mostrando o quão confusa eu estava diante daquilo tudo.

— Amu...

— Ikuto... O que fizermos... - Comecei a dizer, fechando os olhos fortemente. Eu iria fazer o certo.

— Eu sei. Foi errado. Desculpe-me... - ele suspira. – A verdade é que eu vim para essa cidade por causa de uma orquestra. Eu queria te ver sim, mas não aqui e assim. Mas a Utau contou-me que iria ter este baile, e foi à chance perfeita para poder conversar uma última vez com você.

— O que você quer dizer? - Perguntei abrindo os olhos, mas sem olhá-lo.

— Decidi deixar o vilarejo e o país. Quero viajar e explorar o mundo com as minhas músicas. – Sua mão desceu até o meu ombro, apertando de leve. – Bom, certamente irei fazer algumas pequenas mudanças, para que assim que eu sempre possa ver a Aika...

Eu tomei a decisão de fazer o certo. Escolhi aceitar que foi um erro o que fizemos. Porém, meu corpo gritava para que Ikuto me sacudisse e falasse o quanto isso foi perfeitamente  maravilhoso que deveríamos continuar. Queria que ele falasse tudo isso, falar as coisas quais eu não tinha coragem de admitir em voz alta. Estava envergonhada com tudo.

Sentei-me na beirada do sofá, estava cabisbaixa. Estiquei um dos meus braços para baixo, pegando a roupa de baixo a intima. No qual era um vestido fino na cor branca. 

— Esta irritada com algo que eu disse? – Ele sentou-se ao meu lado. Neguei com a cabeça.

— Se vista também. Já demoramos demais com a sua "conversinha" – Meu tom de voz saiu mais ríspido do que queria. – Já devem ter notado a minha ausência

— Hum...

Como pude pensar que teríamos algo mais além do que isso? Não somos mais adolescentes que enfrenta a razão e a sensibilidade da nossa época, claro que eu paguei pelo o que fiz. Imagina o que aconteceria se fizemos isso novamente? Enfrentar toda uma sociedade onde status é tudo para uma vida. Família.

Irritada. Confusa. Frustrada.

Levantei-me para pegar outra peça da minha roupa, ficando um pouco distante dele. Tentando por todos os meus pensamentos em ordem. Então, senti seus braços me envolverem, Ikuto apoiou seu queixo em meu ombro direito, levei uma de minhas mãos sobre os seus braços.

— Acredite, eu ainda te amo. – Disse em tom baixo. – Só que não posso me intrometer na família do lorde mais que isso...

— Ahn... Eu e o Tadase não tivemos filhos. – Respondi entendendo o que ele queria dizer com a palavra “família”  – Aika mesmo sendo ilegítima e carregando outro sobrenome, ele a pós como a única herdeira dos Hotori’s.

— Han? – Exclamou surpreso. - Parece que o subestimei!

Ikuto soltou-se de mim, indo procurar as suas roupas espalhadas no chão, as vestindo peça por peça.

— Ainda não conseguiu dar um herdeiro do mesmo sangue a ele? – Perguntou ele terminando de pôr a calça.

— Ele não pode me engravidar... – Confessei um pouco desconfortável, colocando o espartilho. – Até tentamos várias vezes antes de sabermos que ele é estéril. No inicio eu pensei que estava falhando como mulher e esposa. Eu realmente queria dá-lhe um filho... Então chamamos o médico da família, ele me examinou e disse que eu estava muito bem e saudável. – Fiz um sinal para o moreno me ajudasse a amarrar os meus trajes. - Foi então que eu e Tadase chegamos a uma conclusão: O problema não era comigo, e sim com ele. Isso o deixou tão frustrado. Tão magoado...

— Compreendo... – Comentou Ikuto com pesar, parecia que ele havia sentido a dor de Tadase.

Assim que ele terminou de amarrar as cordinhas do espartilho, virou-me para que eu pudesse olhá-lo nos olhos. Percebi que para ele apenas faltava a capa azul e o seu chapéu de pirata. Suas mãos seguraram o meu rosto gentilmente, e novamente pude sentir os seus lábios contra os meus...

O meu coração traidor bateu um pouco mais rápido ao sentir a língua ousada de Ikuto brincar com a minha. Fazendo com que eu me arrepiasse um pouco e um pequeno gruído escapasse da minha boca. Seus dedos apertaram de leve a minha cintura, indicando que os nossos desejos estavam voltando à flor da pele.

Separando-nos, ficando com as nossas testas coladas deixando os nossos lábios separados a poucos centímetros.

— Quero fazê-la minha novamente... - Sussurrou.

— Não quero vê-lo partir... – Disse no mesmo tom

Suas mãos estavam novamente segurando o meu rosto. Mesmo com os meus olhos fechados, eu podia senti-lo olhar diretamente. Meu peito doía. Estava ficando triste... Eu poderia estar casada e gostar muito do meu marido. Sou eternamente grada por tudo o que ele fez para mim, porém, apesar de tudo, eu ainda amava Ikuto Tsukiyomi.

   Enquanto sofríamos o nosso adeus em silencio. Demonstrando o quanto sofríamos por nos separarmos em silencio e toques pequenos... A porta foi aberta, nos assustando, fazendo com que separássemos de um pulo.

Assim que olhamos em direção da porta, vimos a silhueta de um homem de roupas claras, loiro. Seus olhos nos quais eu estava tão acostumada de ver tão amigáveis, estavam esbugalhados por tamanha surpresa por nos encontramos tão inapropriadamente.

— Amu...! - Murmurou incrédulo, encarando-me.

— Tadase... Ahn... Eu... – Olhei para Ikuto, depois minha atenção novamente foi para o meu marido. - Posso explicar!

— Me explicar? – Riu sem humor. Negou com a cabeça. – Não têm o que me explicar. É como se você nunca tivesse me aceito de verdade...

— Não é isso. – Dei alguns passos para frente. - Pelo o contrário!

— Amu você esta quase nua! – Foi possível sentir sua raiva pela a sua voz. - Céus! Não sei nem o que pensar... Eu...Vocês estavam preste, ou...?

— Já aconteceu. – Ikuto respondeu rapidamente, olhando diretamente os olhos do Conde. - A Milady não tem culpa. Eu assumo toda a responsabilidade e castigo, Lorde! – Concluiu,  inclinando a coluna e abaixando a cabeça.

— Ikuto...

— É verdade, senhor! Eu seduzi sua mulher, então aceito qualquer castigo. Porém, não faça nada a ela! - Disse ainda curvado.

— Estou decepcionado. – O loiro virou o rosto e abaixou a cabeça, fazendo com que seus fios dourados cobrissem seus olhos. – A única coisa que pedi pra você, não era muito, porém, era precioso e importante para mim...

Ikuto voltou com a postura normal, ouvido tudo. Envergonhada, abaixei a cabeça, deixando que todas aquelas palavras fizessem o efeito em mim. Doía... 

— Eu apenas queria ocupar um pequeno espaço em seu coração. Ser correspondido da mesma forma... Isso era pedir muito? 

— Tadase, desculpe-me. Eu sinto muito. – Disse sincera.

— Eu já imaginei. – Seus olhos voltaram-se para os meus. – Eu sabia que cedo ou tarde, que isso aconteceria se vocês se reencontrassem. Desde o dia que você me contou toda a sua história. De tudo o que fez. Eu sabia que este amor que você sente por ele não iria se passar num passo de mágica. Porém, eu tentei te conquistar de todas as formas... Mas o amor no qual que você me retribuía não era o mesmo que o meu... Seu coração, seu amor nunca foram meus por completo. Mas você tentou, não foi? – Ele sorriu fraco. – Mas eu agradeço pelo o tempo que você me permitiu te amar.

— Tadase, por que você fala desse jeito? – Perguntei preocupada, aproximando-me mais dele. O lorde deu-me as costas.

— Eu te amei do jeito mais profundo que alguém pode amar outra pessoa. Mas eu desisto de você.

Aquelas ultimas palavras, eu e Ikuto pudemos sentir o tamanho do peso delas. Fazendo com que nós dois ficássemos tenso diante do Conde.

— Como? - Ikuto se pronunciou surpreso. Ficando a minha frente. - Você não pode deixá-la assim!

— E por que não? - Tadase o encara. – Você é o único homem que ela ama e sempre será!

Eu estava preste a abrir a boca para falar algo, mas minha ação logo fora interrompida por uma garotinha entrando na sala com as mãos cheias de guloseimas. Sua boca toda suja de doce esbanjava um largo sorriso, mostrando a sua felicidade por finalmente me encontrar.

— Mamãe, olha só que docinhos gostosos! - Aika esticou seus braços para cima, eu me abaixo e a peguei no colo, a mesma coloca um doce na minha boca. - Gostou?

— Sim! São bons mesmo. - Falei sorrindo para disfarçar o clima tenso que nos envolvia.

— Mamãe, você ia dormir tão cedo? – Perguntou inocentemente, confundindo meus trajes íntimos com a camisola. – Mamãe... Você esta triste?

— Não estou.

— Hey, vocês dois! Não olhem para a mamãe quando ela estiver assim! - Disse ela se referindo as minhas roupas. Emburrada, ela me abraça. - Ela é minha!

— Calma aí mocinha. Não queremos tomá-la de você! – Respondeu Ikuto .

— Você é o senhor da floresta! - Ela aponta o seu dedo indicador. A criança  pediu para que a colocasse no chão, assim o fiz. - Parece que você já conheceu a minha mamãe! - sorriu.

— Amu... - chamou-me Tadase, eu o olho e o Ikuto também. - Nossa conversa, infelizmente termina por aqui!

— Tadase, para onde você vai? Digo... O que irá fazer depois? 

— Voltarei para a casa da minha tia. – Disse triste. Suspirou. – Você tem essa casa da Senhora Miller e a outra estar no nome da Aika. E como você sabe, a minha herança também pertence a ela.

— Mamãe, do que o tio Tadase ‘tá falando? – Seus olhos confusos me encaram.

— Ahn... Hm. – Ikuto catava a sua capa e o seu chapéu de pirata no chão. – Mocinha, por que não me mostra onde estão esses doces?

Eu e Tadase observávamos os dois saírem do escritório de mãos dadas. A criança sorridente guiava o adulto como se fosse levá-lo para o paraíso das guloseimas.

— Agora que vi, mesmo que Aika tenha algumas semelhanças de você, ela parece extremamente com o pai. – Comentou o Conde.

— Então, por favor, tire o nome dela do seu testamento. Não seria justo uma criança que nem ela seja a herdeira dos Hotori’s... Ela... Ela não é a sua filha, Tadase. E pelo o que eu estou entendendo, eu não sou mais a sua esposa. E você sabe que isso irá trazer mais problemas para você.

 A separação de nós dois, provavelmente a noticia iria se espalhar rapidamente. Atraídos olhos afiados de curiosos que iriam espalhar fofocas e os jornais da cidade, ou até mesmo do país, iriam estar focados nas nossas vidas. Principalmente a do Conde Hotori. Iria trazer alguns problemas e isso também irá até ficar marcado no crescimento da Aika na sociedade. Porém, teria que evitar o máximo.

— Tudo bem. Você esta certa. – Concordou. – Entretanto, gostaria de dar uma mensalidade para os gastos dela.

— Não acho isso certo...

— Faço questão Amu. Eu amo aquela criança. – Ele deu um meio sorriso. – Já que você não aceita metade da minha herança, pelo menos, deixe-me que eu cuide dela.

— Se é assim que você quer.

Mesmo que eu tenha o traído, foi algo cruel. Confesso. Porém, meu coração agora estava ficando mais calmo, como uma brisa da manhã. Pois, Tadase, com o seu imenso coração bondoso estava aceitando tudo isso e dando-me a chave da minha liberdade de amar Ikuto com todo o meu coração.

Aproximei-me dele calmamente, o agradecendo em pensamento de todas as formas que sabia. O sorrir abertamente.

— Eu espero que você consiga uma mulher com um coração maior que o seu, e o ame apaixonadamente que o deixe louco de amor por ela. – Eu falava, rezando para que isso realmente acontecesse. – Adote quantas crianças que você quiser, e seja o maravilhoso pai que você foi para Aika.

— Agradeço por belas palavras. Você continua com o mesmo coração de ouro. – Sorriu. – Não se preocupe comigo. Ficarei bem.

— Obrigada por tudo, Tadase. Fora o homem mais gentil e bondoso que conheci. – Fiquei mais próxima, segurei seu rosto com as minhas duas mãos e o beijei em sua testa. – Você teve, e sempre terá um lugar em meu coração.

— Obrigado. – agradeceu em voz baixa, apreciando o meu toque. Pôs as mãos sob as minhas e a retirou devagar. – Irei embora daqui amanhã. Deixarei as explicações para Aika com você.

Uma lágrima dos meus olhos deslizava por minha face, era de felicidade, agradecimento e por dar adeus a um homem que fez parte da minha vida também. O observei ele olhando para mim, mesmo que em seus lábios houvesse um mínimo sorriso, seus olhos amigáveis e gentis estavam tristes. Pude perceber que gotas de águas se formam nos cantos, e antes que elas pudessem descer, ele virou o rosto e deu-me as costas. Deixando-me sozinha.

.

Enquanto a festa acontecia, decidir deixar a minha filha ciente de uma parte do acontecimento. Pelo menos da parte sobre o Tadase, já que o mesmo iria partir amanhã.

Chamei Ikuto para que o mesmo nos acompanhasse até o quarto de Aika onde era mais calmo para uma conversa no qual teria que ser o mais simples possível para que uma criança pudesse entender.

Sentei em sua cama e a chamei para que ela fizesse o mesmo ao meu lado. Enquanto Ikuto aguardava encostado em uma parede próxima a nós, com seus braços cruzados ao seu peito.

— Ah, meu amorzinho, o tio Tadase irá voltar a morar na casa da Vovó Temari. Você ainda lembra-se dela, não é? – Perguntei carinhosamente.

— Sim. – Respondeu. Logo sua expressão ficou tristonha. – E nós não iremos com ele?

— Infelizmente não desta vez. – Segurei a sua mão para que pudesse consolá-la. – Você e a mamãe não iremos mais morar com ele, e sim com o senhor que você conheceu, Ikuto Tsukiyomi.

Seus olhinhos azuis escuros que nem o oceano, curiosamente olhou para o homem parado, no qual lhe deu um sorriso. Depois a mesma olhou para mim com dúvida.

— Ele tem o mesmo nome que eu.

— Sim. Ele é família. – Suspirei. – Você gostou dele, certo? – Ela concorda. -   Lembra que você queria conhecer o seu papai? O que você acharia se eu falasse que aquele homem é o seu papai?

— Ele é o meu papai...?

Concordei com a cabeça. Ela soltou-se das minhas mãos, nos deixando um tanto tenso. Ikuto se descruzou os braços, afastando-se um pouco da parede. Aika desceu da cama enquanto encarava atentamente o homem a nossa frente, depois seus olhos voltaram-se para mim. A incentivei para que ela continuasse com o que fosse. 

Eu e o moreno trocamos uma rápida olhada, esperando que a criança fizesse algo. A observamos ela se aproximar do homem a passos curtos, não pude me conter e chorei de felicidade. Sorri ao ver a minha pequena abraçar Ikuto. O mesmo rapidamente a pegou em seus braços e retribuiu o abraço caloroso, afagando os cabelinhos ondulados da menina.

Depois que eles terminaram e que acalmamos todas as nossas emoções. Troquei as roupas de Aika e apus para dormir. E na companhia de Ikuto voltamos para o salão para que pudéssemos apreciar o final do baile.

Assim que descemos, logo formos ao encontro dos Tsukiyomi’s, onde todos estavam juntos conversando enquanto apreciavam uma boa taça de champanhe.

— Finalmente os encontrei. – Comentei me aproximando mais. Abracei cada um e os cumprimentei. – Infelizmente a aniversariante chegou ao limite e a coloquei para dormir.

— Tudo bem, nós a vimos algumas horas atrás. – Disse a Sra. Tsukiyomi.

— Vocês sabiam de toda a história de Amu e não me contaram nada.

— Claro. Não poderíamos nos meter neste assunto, querido. – Respondeu a mãe.

— Eu queria contar, só que eles não deixaram. - Se defendeu rapidamente Utau.

Tivemos uma breve conversa, explicando pouca coisa do que havíamos decido fazer dali por diante. Todos foram compreensivos com a situação.

Aos poucos os convidados se despediam e iam para suas casas, encerrado a noite por ali mesmo. Aproximei-me dos meus amigos e tivemos uma breve conversinha de fim de baile e assim como os outros, se retiraram. Deixaria para explicar os acontecimentos da noite para outro dia em uma outra hora.

Assim que não restaram mais nenhuns convidados. Apenas eu e Tadase ficamos naquele imenso salão e trocamos um rápido “boa noite”. Claro que tivemos que fingir que tudo estava em perfeita ordem em frente do publico, mas ali, naquele momento não éramos mais marido e mulher. Não iremos dormir na mesma cama e muito menos beijo de boa noite. Apenas um aceno simples de cabeça e uma fala rápida fora o suficiente para nós dois.

Eu estava esgota de todas as formas, o dia foi realmente cansativo. Tomei um banho longo e relaxante e logo fui dormir. Não demorou muito para que o sol nascesse e depois de algumas horas eu já estava de pé. Arrumei-me e fui para o quarto de Aika para chamá-la para o café da manhã. A preparei com a ajuda de uma empregada que separava algumas roupas em uma mala, pois não demoraríamos muito para partimos, tanto Tadase quanto eu e Aika.

Nós três tomamos o ultimo café da manhã juntos a mesma naquele dia, apesar que eu e o Conde não nos falamos muito do que pequenas palavras, o clima não estava tão chato. Pois Aika tagarelava como foi incrível a sua festa de aniversário.  Já satisfeitos com a primeira refeição, eu e a minha filhinha esperávamos junto com o loiro a sua carruagem em frente à mansão.

— Sentirei a sua falta, Tio Tadase. – Disse Aika.

— Ah, minha pequenina, eu também sentirei a sua. – Falava o lorde na mesma altura que a criança. Beijo a testa dela. – Mesmo que eu esteja longe, lembre-se que estarei bem perto de você. Bem aqui.

O observei ele tocar o peito dela, onde ficava o coração, com a ponta do dedo do seu indicador. Ele sorriu e a mesma retribuiu. Antes de levantar, o loiro apertou de leve o pequeno nariz da menina, fazendo com que ela risse com a atitude dele. A carruagem parou diante de nós. Seus olhos que lembrava cor de avelã finalmente me olharam bem nos meus olhos cor de âmbar.

—  Aqui, infelizmente, é o nosso adeus Amu.

— Sim... Adeus Tadase.

Assim que ele curvou um pouco a coluna e entrou na carruagem, senti como se uma grande pedra ficasse entre nós. Apesar de tudo, gostaria de ser a sua amiga, e sei que demorará um pouco até que ele realmente me perdoe por tudo o que lhe fiz.

Depois de mais ou menos uma hora, chegou a nossa vez de nos despedimos da casa e dos criados. Mesmo que eu passe pelo menos uma vez por mês só para ver como a mansão estava eu iria sentir falta de todos eles que sempre trabalhavam com boa disposição. Claro que também concordamos de alguns fins de semana Aika iria para a casa de seus avôs paternos para que eles matassem a saudades.  

Já de pequenas malas prontas, Sr. Miguel me acompanha com a minha filha. Eu segurava a guia de um cavalo enquanto caminhava ao encontro de Ikuto, no qual fazia carinho em um animal de pelagem preta.

— Chegamos. – Anunciei soltando a mãozinha da menina que foi correndo ao encontro do seu pai.

— Você está linda mocinha. – Disse o moreno pegando-a nos braço e beijado suas bochechas coradas. – Pensei que você não tivesse cavalo.

— E não tenho. - Respondi sorrindo para ele, depois olhei para o animal, lembrando-me. - Vou devolver para uma certa pessoa.

— Mamãe disse que este cavalo é de um amigo dela. - Falou Aika.

— A posto que foi aquele pirralho do Toni. – Murmurou entre os dentes.

Ikuto sabia que realmente foi o garotinho da vila que me entregou o cavalo, ele não estava ciente do que estava acontecendo, apenas me entregou. Ikuto não o culpava.

O Tsukiyomi pegou as malas e pôs em seu cavalo e a sua frente Aika estava sentada. Despedi-me do fiel criado Sr. Miguel, ele que iria tomar conta de tudo durante a minha ausência e qualquer coisa que acontecesse, ele me mandaria cartas. Montei no cavalo e segui o caminho que Ikuto fazia. Finalmente eu iria cumprir a minha promessa de entregar o animal para o seu verdadeiro dono.

De vez ou outra durante a nossa caminhada, conversávamos sobre o que havia mudado na vila que eu havia abandonado há seis anos. Ikuto contou-me todos os detalhes e as grandes mudanças que lá ocorreu com ajuda dos próprios moradores e de alguns fornecedores. Eles cultivavam frutas e verduras e forneciam para a cidade mais próxima assim a vila fora crescendo e se desenvolvendo.

Assim que chegamos ao vilarejo tanto Aika quanto eu fiquei encantada com a harmina e as cores bem vividas daquele pequeno lugar. Observávamos tudo com cuidado e encanto. Os olhares das pessoas – até tinham mais do que me lembravam – nos encaravam. Uns até cumprimentava o moreno.  Nossos cavalos pararam de frente a uma casinha simples e bem bonita, desci do animal sem desviar os meus olhos dela.

— Ikuto, essa... – Olhei para o moreno e depois para a residência.

— Sim, essa é a nossa casa. - Disse enquanto tirava Aika de cima do animal.

— Ela está linda! 

— Você ainda não viu por dentro. – Sorriu se aproximando de mim.

— Pensei que não voltaria idiota! - Disse uma voz masculina, um pouco conhecida por mim.

— Sei que sentiu minha falta Pirralho! – O moreno sorriu sarcástico, virando-se para ver o rapaz.

— Toni?! - Encarei um garoto que aparentava ter uns treze anos de idade. Seus cabelos eram castanhos avermelhados e bagunçados. - Toni, é você mesmo?

— Se-Senhorita Amu! - ele arregala seus olhos meio acinzentados. - Você voltou!

Rapidamente correu ao meu encontro, abraçando-me. Retribui o seu abraço carinhoso e passei as mãos em sua nuca.

— Parece que o idiota do Ikuto finalmente cumpriu sua promessa! - Sorriu.

— Bem, a minha também. - eu mostro o cavalo. Toni sorrir de lado. - Onde está a vovó Lena e o Vovô Chico, quero apresentar uma pessoa a eles!

— Estão lá em casa. - Respondeu o garoto. - Trouxeram mais alguém com vocês?

— Sim, minha filha Aika. - Eu disse, e a garotinha saiu de trás de mim. Pela primeira vez, tímida. - Aika, este é o Toni, o amigo da mamãe.

— Uou! Que linda! - Ikuto não mediu esforço para dá-lhe um cascudo na cabeça do rapaz. - Que foi agora?

— Tenha mais respeito com a minha filha, pirralho! - Bradou ikuto.

— O quê? - Toni olha para Ikuto, para mim e depois para Aika. - Como uma coisa como você, pode ter uma filha tão... Tão... Tão bonita? Hum? Espera, ela tem a beleza da senhorita Amu! É isso! - novamente levou outro cascudo na cabeça.

— Toni, acho que é melhor você ficar calado... - murmurei com uma grande gota em minha cabeça. - Bom, irei até a casa da vovó Lena. Toni, porque não apresenta a Aika as outras crianças?

— Será um prazer! - ele sorrir e Ikuto o encaram. - Senhorita... - ele estende a mão para Aika.

A garotinha encarou a mão dele por alguns segundo, depois ela me olha. Com a cabeça e gestos com as mãos, eu a incentivei para que ela fosse com ele. Ela sorriu pequeno enquanto segurava as mãos do garoto a sua frente e o mesmo retribuiu o gesto dela.

[...]

Passaram-se dois anos desde que voltei para o vilarejo com Ikuto. Não escondemos mais onde moramos e expliquei tudo para as minhas amigas durante este tempo. Perdidamente recebemos algumas visitas das mesmas ou marcamos para nos encontramos na Mansão Suarck. Durante este meio tempo, Rima deu a luz a um lindo garotinho loiro de olhos âmbar e o nomeou de Rikki Fujisaki. Utau começou a ter sucesso em teatro e operas e logo fará a sua primeira apresentação solo e seu o seu casamento está marcado com o Sr. Kukai Souma. E a tão frenética Baronesa Yaya Yuiki esta conhecendo melhor o seu pretendente Kairi.

Tia Miller ainda continua a viajar pelo o mundo inteiro, de vez ou outra a mesma me manda algumas cartas dizendo-me por quais lugares ela passou e o quão lindos são e em todas as cartas ela deixa bem claro que não irá voltar nem tão cedo. Por este motivo não tenho como mandar cartas de respostas.

Também eu e o Conde Hotori finalmente conseguimos nos separarmos, assinando alguns papeis e claro que a igreja católica foi totalmente contra no começo, falando que isso era errado e tudo mais, sempre pondo o nome do Senhor no meio. Soube que o Lorde Tadase arrumou uma nova esposa, uma moça de boa família de linhagem francesa. E um provável casamento deve acontecer entre eles.

Aika e Toni não se separam um do outro. Sempre ficam a maior parte do tempo juntos, fazendo tudo um com o outro ao lado. E claro que o rapazinho não perde a oportunidade de provocar ciúmes ao pai coruja.

— Acho que um novo romance logo irá acontecer. - Comentei vendo Aika e Toni caminhando até as outras crianças.

— Se ele encostar-se a ela, não haverá romance nenhum! - Exclamou Ikuto os encarando.

— Bobinho logo, logo você vai ter outro para mimar. – Eu comentei alisando a minha imensa barriga. O moreno sorri de lado, pousando as suas mãos nas minhas. – Eu te amo.

— Também te amo.

Fim.

~*~*~*~*~* Agradecimentos! ~*~*~*~*~*

Meus lindos e carinhosos Leitores, estou muito, muito feliz que vocês tenham me acompanhado nessa grande amorosa aventura do nosso casalzinho favorito ♥

Tem uma frase que achei que caia super bem nesse romance "Há sempre um pouco de loucura no amor. Porém, há sempre uma razão na loucura!" 

E foi exatamente isso que o casal da história nos provou, não é mesmo?

Queria deixar claro que eu nunca pensei em por o Tadase como o vilão que separasse Amu e Ikuto, ele estava longe de ser o vilão disso. Apenas tivemos três vilões que fiz vocês odiarem, principalmente a Miller. Adorei escrever o jeito de Tadase nessa fic (não queria ter feito o que fiz com ele – traído – mas foi necessário) E a atitude dele foi linda, deixou que Amu fosse feliz com outro homem. E eu não pude de deixá-lo sozinho, por isso inclui a Lulu na história. Para que ela o amasse como ele realmente merecia.

Realmente estou muito feliz e agradecida por todos os comentários, criticas e carinho de todos vocês. Sei que pisei na bola várias vezes. Desculpem-me por isso. Diverti-me muito com tudo isso. Vocês são os melhores ♥

Quero agradecer a todos que me ajudaram no desenvolvimento de alguns capítulos como Allyne conhecida aqui como Aelita que fez as cenas hot u.U

E espero vê-los na segunda temporada de Amor e Inocência II – Uma Nova História De Amor

Beijos ♥

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada Minna!! *---*



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