Amor E Inocência escrita por Thalia Tsukiyomi


Capítulo 20
Capítulo 20 - Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Minna, fic está no final, falta agora apenas 3 capítulos, eu acho... T^TEntão, espero que gostem desse capítulo :d



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Cavalgadas poderiam ser ouvidas naquele chão abatido de barro, e uma simples, porém, elegante carruagem em tons escuros estava sendo puxada por dois cavalos fortes e saudáveis. Assim que o transporte parou de frente a um humilde chalé, o cocheiro Miguel soltou as rédeas e desceu do banco, para que assim abrisse a porta para a senhora que estava dentro. Educadamente estendeu a sua mão para a mulher de cabelos ruivos e com alguns fios grisalhos escondidos. Seu rosto se contorceu  de desgosto ao ver o estado precário daquela minúscula propriedades dos Tsukiyomi’s.

Miller com seu ar de superioridade andava em direção a porta de madeira velha. Suas mãos enluvadas deram três batidas frenéticas, na provavelmente, única entrada daquela casa. Enquanto aguardava ser recebida, a mesma arrumava as coisas que achava que estava fora de lugar, para poder assim mostrar o seu status social. Não demorou muito para que a porta fosse aberta, e a silhueta  de um garoto de onze anos fosse exposta.

— Aqui é onde moram os Tsukiyomi? - Perguntou a mulher séria.

— Sim... - Respondeu Yoru com uma pequena falha em sua voz.

 - Ótimo. Desejo falar com os seus pais.

O rapazinho de cabelos escuros e olhos de mel, deu espaço para que a mulher pudesse entrar. Sentiu-se até um pouco aliviada ao ver todos reunidos na pequena sala, assim ela não esperaria os anfitriões e não passaria muito tempo naquele local medíocre.

Ao todo eram seis pessoas presente, contando claro, com o garoto que foi atendê-la. Senhora Miller passou seus olhos dourados e arrogante por todo o espaço, como se procurasse algo. Ou melhor, uma pessoa em especial. Um certo rapaz de cabeleira castanha e olhos castanhos escuros sorriu discretamente com a presença da mulher, encostou-se a parede com as mãos em seus bolsos para poder observar o que ocorreria ali.

— O que a senhora deseja? - Perguntou a matriarca da casa.

— Onde eles estão? – Perguntou rapidamente, assim que não encontrou quem desejava.

— De quem você está se referindo? – Devolveu a pergunta, o patriarca.

— Da Amu! – Miller elevou um pouco o tom de sua voz. Estava irritada. - Para onde aquele bastardo a levou?

— Não fale assim do meu filho! – Defendeu a mãe.

— Vou ser bem clara o que eu quero. Eu quero a Amu de volta e, quero que o seu filho fique o mais longe possível dela, senão... – Dizia ela com desprezo, principalmente quando se referia a Ikuto Tsukiyomi. - Todos vocês vão me pagar muito caro!

A senhora de classe deu as costas, fazendo com que a saia de seu vestido de tons escuro e tecido caro abrisse um pouco com o movimento. Levantou o nariz, mostrando a sua superioridade e mostrar que não estava para brincadeiras. Queria a sua sobrinha o mais breve possível, e ai daqueles que entrassem em seu caminho.

— Não é possível que este menino só atraia problemas...? – Murmurava a matriarca sentando-se aflita.

— Idiota. – Sussurrou Utau mais para si mesma.

Os dois amigos do rapaz que fora acusado por levar a sobrinha da madame, se entreolharam e sorriram ao saber de quem e o que se tratava aquela inesperada visita. Como se ambos lessem a mente um do outro, deram um rápido “tchau” a família e saíram do pequeno chalé. Correram para que pudessem alcançar a senhora antes que a mesma entrasse em seu transporte. Assim que estava perto o suficiente, os rapazes fizeram uma curta referencia e em troca da mulher mais velha, receberam um pequeno inclinar de cabeça.

— Senhora, permita-me apresentar. - Disse um dos rapazes tendo a postura ereta novamente. - Sou Henry, e este é o meu amigo, Castiel.

— Senhora Miller. - Respondeu sem interesse.

— Creio eu, que a Senhora procura o nosso amigo, Ikuto, - Começou Henry. - Também estamos à procura do mesmo. Ikuto é muito teimoso e exigente.

— Aonde quer chegar com isso? – Perguntou ela arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Você deseja a sua preciosa sobrinha para que ela case-se com o próximo Conde. – Sorriu, ele estava quase próximo a fazer uma proposta para aquela mulher nada simpática. – E nós queremos o nosso companheiro, pois ele tomou algo que nos pertencia. Quem ele pensa que é,  pegando coisas ao qual não o pertence, não é?

Henry estava extremamente raivoso com o seu companheiro. Ikuto havia mentido para ele, e principalmente, tinha o roubado. Era duas coisas que o rapaz não perdoava, e sua raiva apenas crescia em relação ao moreno de olhos safiras. A única razão por ainda visitar a casa dos Tsukiyomi’s era para saber se os pais dele tinham recebido alguma noticia de seu paradeiro. Mas com aquela inesperada visita, foi como uma luz no fim do túnel. Iria matar dois coelhos com uma cajadada só.

— Estamos dispostos a procurar Ikuto até o fim do mundo. – Henry serrou seus olhos castanhos.

— Presumo que não irão entrega-me a minha sobrinha de bandeja...

— Veja bem, Ikuto é um espertalhão. E encontrá-lo não será nada fácil. – Intrometeu Castiel. – Não queremos que anoticia se espalhe e que nossos esforços sejam em vão, certo?

— Continuem. – Ela analisou os dois rapazes a sua frente.

— Nós garantimos de que encontraremos, e a senhora da separação de ambos. E claro, da generosa recompensa. Pois não queremos que ela fique má falada, não é mesmo? – Henry sorriu ao ver que a senhora tinha os ombros tensos.

Até pensou em recusar e procurar por si só. Miller não tinha escapatória e teria que aceitar o acordo. Pois não queria que boatos sobre a sua sobrinha fossem espalhados, e muito menos que atrapalhasse os seus planos. Mas parou para pensar melhor, eles seriam bem melhores que cães, já que ambos conheciam e conviveu com o Tsukiyomi. E além do mais, queria que a Amu casasse o mais rápido possível com o sobrinho da Condessa Temari Hotori.

Estendeu a sua mão direita para finalizar o acordo. 

[...]

Fazia exatamente dois meses desde que decidimos cometer esta loucura de amor. Dois meses que eu me tornara a esposa de Ikuto Tsukiyomi e que habitamos este lugar incrivelmente aconchegante que têm dado ótimas oportunidades para outras famílias de bons corações.

Porém.

Algo me preocupava seriamente... Eu não estava mais me sentindo tão bem. Principalmente em relação ao meu corpo. Sentia ele mudado e sensível demais. Desde que comecei a sentir e perceber as mudanças, eu inventada alguma desculpas para evitar o contado de Ikuto. Dizia que não estava bem ou adoentada... Isso o deixava preocupado.

Sempre que podia, eu escrevia cartas para Rima e ela sempre me respondia. Alertou-me que Tia Miller está a minha procura por toda a cidade e que a mesma até fora à casa dos Tsukiyomi’s, por tanto, ainda não contei para o moreno. Não queria preocupá-lo tanto assim. De vez ou outras eu também escrevia para os pais dele, diferente de Rima, eles não tinha o endereço para mandar cartas – a pedido de Ikuto, já que ele não queria que seus pais nos procurassem.

Durante o tempo que - duas semanas para ser exato – não nos tocamos para fazer amor, e isso meio que o deixava um tanto estressado e chateado, ele se dedicou completamente nas construções dos banheiros. Principalmente o nosso, o qual eu almejava tanto.

— Acho que ficou pequeno. - Comentou ele.

— Não, ficou ótimo! - exclamei.

— Tsk! – O moreno abraçou-me por trás, apoiando seu queixo em um de meus ombros. - Como vamos tomar banho juntos?

— Ikuto!

— Que foi? Não é a primeira vez que tomamos banhos juntos. – Mordeu levemente minha orelha, provocando-me. - Ultimamente você tem negado os meus convites.

— Hm! – Murmurei enquanto soltava-me dos seus braços, ficando de frente. Segurei seu rosto com as minhas mãos, e deposito um carinhoso beijinho em seus lábios. - Acho que com isso você se contentará.

Com ar de brincadeira, sorri fazendo-o sorrir também. Ikuto enlaçou minha cintura com seus braços, aproximando os nossos corpos.

Não custaria nada agradá-lo apenas um pouco, certo?

Como resposta, não tentei mentir e nem sair de seus braços calorosos. E com isso, ele beijou-me o pescoço, fazendo uma trilha de beijos até os meus lábios rosados. Levei minhas mãos até os seus macios cabelos escuros, puxando-os de leve para intensificar o beijo que eu correspondia. Numa parede próxima, ele empurrou-me cuidadosamente, prendendo-me contra ela. Suas mãos exploravam meu corpo com uma grande vontade e desejo.

Ainda consciente do que acontecia, pude escutar uma voz infantil chama-me pelo nome. Sabendo que o moreno não ouvira nenhuma palavra, segurei a sua cabeça para que pudéssemos nos conter e separarmos, enquanto pequenos passos aproximavam.

Toni com seu típico sorriso de garotinho travesso, sorriu ao ver Ikuto abaixar a cabeça e soltar um suspiro irritado com a presença do mesmo. 

— Um dia eu pego esse pirralho! - Sussurrou o moreno, fazendo-me rir.

— Vamos, senhorita Amu. Eu e as outras crianças estamos te esperando faz um tempão. – Avisou-me o rapazinho de cabelos castanhos quase avermelhados.

— Ah, claro, vamos sim! – Concordei passando por debaixo dos braços do meu marido. - Estou indo.

— Ei Amu, você está me trocando novamente por esse bando de crianças! - Exclamou  Ikuto desanimado enquanto encarava-me com aquele par de safiras. - Você passa mais tempo com elas do que comigo.

— Vejo alguém com ciúmes! - Cantarolei pegando a mão do garotinho.

Pude jurar que enquanto eu caminhava com a criança ao meu lado, Toni virou-se e deu língua para o Tsukiyomi deixado para trás. Voltou o olhar pra mim mostrando um largo sorriso.

Na maioria do meu tempo livre, eu dava algumas aulas para as crianças da pequena vila ou brincava com elas. Já que seus pais estavam ocupados com outros afazeres. Assim que eu e Toni chegamos ao centro da vila, vimos várias crianças de mãos dadas, fazendo um grande circulo. Quando elas perceberam a minha presença, elas rapidamente correram até mim, me abraçando.

— Senhorita Amu! Senhorita Amu! - me chamavam.

— Aqui estou! - falei sorrindo. - Então, do que vocês querem brincar?

— Cantiga! Cante uma cantiga. - Disse uma das crianças.

— Hmm? - Fiquei pensando um pouco. - Bem, vou cantar uma que minha mãe sempre cantava para mim.

Sorriram com a minha resposta, e novamente fizeram o circulo, desta vez comigo no meio. Suspirei para relaxar e fechei os olhos. Fazia tempo que não cantava para ninguém.

Se essa rua
Se essa rua fosse minha 
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar

As crianças começaram a me acompanhar enquanto ainda giravam de mãos dadas.

Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração

Sorrir ao vê-las sorrirem de felicidade e girarem. Parecia que conheciam essa cantiga tanto quanto eu.

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque
Só porque te quero bem

Assim que eu parei de cantar e rodopiar no meio do circulo, eu pude ver Ikuto parado encostado em um tronco com os braços cruzados em frente ao seu peito e uma de suas mãos segurava as guias do seu cavalo preto. Sua expressão era leve. 

— Vou à cidade. - Disse ele enquanto eu aproximava.

— Certo. - Respondi. Eu segurava em cada lado, uma mão de uma criança.

— Vai querer que eu traga algo?

— Mais papeis e envelopes... - Respondi sorrindo sem graça.

— Certo. Voltarei antes do jantar. - Ele beija minha testa. - E você, seu pirralho, trate de cuidar da minha mulher! – Falou o moreno dando ênfase em “minha”

— Sua nada! - Respondeu Toni cruzando os braços. - Ela é da gente!

Todos me abraçaram e eu rir. Ikuto sorriu de lado, montou no cavalo deu um breve aceno e cavalgou para fora do vilarejo. Fiquei com as crianças por mais algum tempo, depois seus pais as chamaram para tomarem banho e pra que eles fizessem seus deveres. Apenas o Toni ficou comigo, ele adorava passar a maior parte comigo ou na minha casa. Vovó Lena e Vovô Chico não ligavam muito por ele passar tanto tempo perto de mim, segundo eles, eu era a imagem maternaque o garotinho tanto necessitava. Pois o mesmo havia perdido os seus pais, ainda bem pequeno.

Formos para a minha casa, iria preparar um lanche para nós dois agora, e mais tarde, iria fazer a janta. Decidi fazer um bolo – o qual eu havia pedido a receita em uma das cartas que enviei para Rima alguns dias atrás. - . Eu separava os ingredientes, e Toni as panelas que eu iria utilizar. Bati todos os ingredientes em uma panelinha redonda e pedi para que a criança experimentasse um pouco, assim ele o fez e concordou com os olhinhos brilhantes e com um aceno de cabeça. Confiei em sua opinião e despejei a massa numa forma e depois a pus no forno. Esse tempo que convivi com a Vovó Lena têm me ajudado muito com meus péssimos dons de cozinheira, e vejo agora que estava dando bons resultados.

Enquanto eu arrumava a mesa, pedi para que Toni fosse pegar um pouco de leite fresco em uma das vacas que todos nós compartilhávamos e cuidávamos, já que seria um bom acompanhamento durante o nosso lanche. Não demorou muito para que ele voltasse com um pequeno balde com um pouco do liquido branco.

— Senhorita Amu, tem uma senhora procurando por você... – Falou assim, que com muito esforço, pôs o recipiente em cima da mesa.

— Claro. Já estou indo. – Falei limpando as mãos em um pano.

Assim que eu fui para a sala, meu coração gelou e meus olhos arregalaram-se de surpresa. Não queria acreditar no que meus olhos viam. Como ela tinha me encontrado aqui?

— Olá Amu, quanto tempo. - Disse séria. - Gostaria de conversar com você.

— Ahn... Toni. - Ele me olha. - Porque você não vai para a casa da vovó Lena, ela deve está precisando de você.

— Certo, mais tarde eu voltarei para comer um pedaço do bolo. - o garotinho sorri e sai da casa, fechando a porta.

— O que você está fazendo aqui? - perguntei a encarando.

— Ora, é assim que você recebe a sua tia? 

— Me poupe! Diga logo o que você quer e vá embora! Não é bem-vinda!

— Creio que não... Amu olhe seu estado! - Ela me olha de cima pra baixo. E depois passar seu olhar desprezível por todos os cantos da casa. - Como é a sensação de brincar de casinha? - Eu nada respondo. - Bem, só quero lhe avisar que seu casamento com o Tadase foi adiado daqui a quatro dias.

— O quê? - Exclamei incrédula. - Não vou casar com ele. Já disse.

— Querida, se você não se casar e voltar para a mansão, algumas pessoas vão pagar por isso. - Disse ela. - E você não quer isso, não é mesmo?

— Não compreendo...

— Você tem dois dias para acabar com essa brincadeirinha infantil e deixar de ter qualquer relação com aquele ladrãozinho sujo. Quero você na minha mansão imediatamente, se não os pais dele e irmãos vão pagar por algo que não cometeu! – Explicava ela arrumando suas luvas. Depois levantou o olhar para mim. - Será que você me entende agora?

— Sim, senhora. - falei abaixando a cabeça.

— Ótimo. - Disse dando-me as costas.

— Senhora Miller, antes de ir... - Com a cabeça baixa, minha franja escondia meu rosto, estava com as mãos segurando fortemente a barra do vestido. - Como... Como você me achou?

— Quando eu quero algo, eu consigo. Você deveria entender isto desde o inicio. – Ela inclinou a cabeça. – A propósito, uns amiguinhos do bastardo Tsukiyomi estavam a procura dele...

Assim que ela saiu pela a porta, minhas pernas não agüentaram o meu peso. Fazendo-me cair ao chão, deixando lágrimas escorrerem dos meus olhos. 

Eu novamente estava em suas mãos....


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