Draco Malfoy escrita por Ana Welling


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora '



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Draco andava de um lado para o outro em seu quarto nas masmorras. Tudo aquilo que presenciara na torre não poderia ser verdade. Aquela barriga... Não era possível. Mas ele sabia que era.

Parar para pensar nisso deixava-o com uma sensação estranha. Um filho... Mas sua ira não o deixava ficar feliz com isso. Seu ódio era tão grande, assim como seu orgulho, que ele resolveu ignorar o que descobriu. “não é meu filho!” ele pensava revoltado. “meu filho será um puro sangue! Não o filho de uma mentirosa, sangue-ruim.”

Tentava ignorar a verdade que estava na sua frente. No fundo sabia muito bem que era seu filho, e que ele ainda a amava. Mas o ódio, aliado ao seu orgulho, foi o maior erro que ele pode cometer com a Julie.

Os dias se passaram, virando meses. Draco Malfoy sentia falta de Julie, e transformava essa falta em agressividade. Nunca fora tão cruel em Hogwarts. Quando soube que o cofre de Gringotes fora assaltado por Potter, ficou ainda mais decidido a acabar com ele.

A noite da invasão de Voldemort fora uma noite agradável no começo. Julie estava conversando com Alicia, deitada na cama, assim como estava já havia alguns meses. Sua barriga estava enorme, e madame Pomfrey dizia que a qualquer momento serio “o momento” e fazia questão que Julie passasse as noites na ala hospitalar.

Naquela noite madame Pomfrey entrou no aposento em polvorosa. Acabara de ouvir que Potter havia invadido o castelo e que Snape havia fugido do castelo. Virou-se para Julie:

- Nem pense em sair daqui essa noite mocinha! – e correu para seu escritório, preocupada.

Alicia e Julie se entreolharam. Alicia sentia que aquela noite não seria uma noite normal, e que ela deveria se preparar.

- Julie, não saia daqui, vou buscar algumas coisas na sala comunal.

Julie viu sua amiga sair. Depois viu madame Pomfrey sair apressada. O clima ficava cada vez mais pesado e Julie sentia isso como ninguém mais. Pouco depois madame Pomfrey voltou, junto com Alicia, as duas com olhares de alerta. Alicia comentou qualquer coisa sobre a bagunça que estava a sala comunal da corvinal.

Madame Pomfrey disse, ajudando Julie a se levantar: - Há uma confusão no castelo, Professora Macgonagall pediu para que todos se reunissem no salão principal.

Julie se preparou, não se esquecendo de esconder sua barriga e logo as três estavam juntas no salão principal, escutando a Professora declarar:

-... a evacuação será supervisionada pelo senhor filch e por madame Pomfrey. Monitores, quando eu der a ordem, vocês organizarão os alunos de suas casas e os levarão, enfileirados, ao lugar da retirada.

Julie não escutava direito o que a professora dizia, pois localizara Malfoy sentando na mesa da sonserina, com uma expressão de desdém.

Um aluno, que Julie não fazia idéia de quem era, perguntou:

- E se eu quiser ficar para lutar?

Macgonagall  respondeu, depois dos aplausos:

- Se você for maior de idade, pode ficar.

- E as nossas coisas? – Alicia perguntou. – Nossos malões, nossas corujas?

A professora respondeu algo sobre a importância de sair rápido sem se preocupar com essas coisas.

Alicia se virou para Julie:

- Tenho que correr para a sala comunal agora – ela declarou – Prometa que você vai sair daqui? Eu realmente preciso ir lá.

- Tudo bem, Alicia. –ela respondeu, com um aperto no coração. Não queria mentir para sua amiga e quase irmã, mas sabia que não poderia deixar o castelo enquanto Malfoy estivesse nele. Alicia ia saindo, quando Julie a chamou de volta:

- Alicia?

- Diga.

- Você sabe que eu te amo né? – Julie tentou dizer sem transparecer medo.

Alicia sorriu. – Também te amo amiga –  e as duas se abraçaram.

Alicia saiu ligeiramente do salão, chegando no saguão do castelo para depois subir as escadarias.

Julie atravessou a massa de pessoas para chegar à mesa da sonserina, que estava praticamente vazia, exceto por um pequeno grupo de pessoas.

- Draco! – ela chamou – preciso falar com você.

Draco estava sentado com Crabbe e Goyle, rindo como se nada estivesse acontecendo.

- Quem é você? – ele respondeu grosseiramente.

- Julie Davis – ela respondeu corajosamente – Não venha me dizer que nós não temos nada a conversar, porque nós temos! – completou, com um olhar inquisidor.

Malfoy fechou a cara, contrariado. Levantou-se, dizendo para os dois brutamontes:

- Vão na frente, eu já alcanço vocês.

Eles saíram, e assim que estavam fora de vista, ela a pegou pelo braço, arrastando para fora so salão.

- O que é isso? Você está me machucando! Me solta! – ela lutava.

- O que você está fazendo aqui? Deveria ter ido com madame Pomfrey, pra fora daqui.

- Não! Eu sei muito bem o que você planeja fazer, e eu não vou deixar você se machucar mais ainda. – ela se soltou.

- Isso não é problema seu garota! – disse ameaçador – Vá embora daqui e me deixe em paz.

- Draco, não faça isso de novo... Essa luta não é sua há muito tempo! Lembre-se do que Dumbledore te disse.

Ele responder até ouvir uma voz ressoar pelo salão, uma voz familiar para ele que vinha das paredes do castelo.

“Sei que estão se preparando para lutar”

Julie ouviu algumas garotas gritarem. Seu sangue gelou. Tinha que tirar Draco e Alicia dali o mais depressa possível.

“Seus esforços são inúteis. Não podem lutar comigo. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico”

Ouvir a palavra sangue fez Julie estremecer involuntariamente, assim como levar sua mão à barriga disfarçada, o que não passou despercebido por Draco.

“Entreguem-me Harry Potter e ninguém sairá ferido. Entreguem-me Harry Potter, e não tocarei na escola. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados. Terão até meia-noite.”

Julie virou-se para Draco, ainda um pouco amedrontada. Draco sentia sua marca negra arder.

- Vá embora. – ele disse pela última vez e saiu do salão.

Julie não conseguiu alcançá-lo porque uma multidão cercava o garoto com a cicatriz na testa, impedindo que os alunos da sonserina alcançassem-no. Se ela não estivesse com o coração em pedaços só com a idéia de ver Draco lutando nessa batalha e se o incômodo que ela sentia em suas costas não fosse tão grande, ela com certeza teria lutado nessa batalha. Mas infelizmente ela tinha muitas coisas importantes para proteger.

Tentar vencer uma multidão com uma barriga enorme, ainda que ela tivesse escondida, não era uma boa idéia. Quando ela conseguiu sair do salão, perdeu ele de vista. Mordeu os lábios, sentindo culpa de quando Alicia voltasse para o salão e não a encontrasse. “ela vai ficar bem” se convenceu, “ela vai embora daqui, vai achar que eu já fui também”

Julie saiu do castelo, tentando desesperadamente enxergar algo na escuridão. Embrenhava-se cada vez mais para fora do castelo, até perceber que estava em hogsmeade. Só então se lembrou da sua varinha, murmurando “Lumus!” enquanto procurava por ele, desejando que ele não tivesse encontrado aquelas pessoas.

Mas o que ela encontrou não foi aquele garoto bonito com os cabelos quase branco de tão loiro, com aquele sorriso tímido de alguém que não sabia como sorrir, mas mesmo assim tentava. Foi alguém com o sorriso cruel, que tentara atrair sua amiga para você-sabe-quem de formas cruéis.

Amico deu um sorrisinho de triunfo:

- Olha sem quem veio nos visitar, Draco...

 

 

                                                                          ***

 


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