O Despertar escrita por Beel


Capítulo 13
Capítulo 12 ~ Guardião?


Notas iniciais do capítulo

É, desculpa a demora, estava fazendo projetos do meu curso, então tive que demorar senão repetiria e não queria repetir '-'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/308885/chapter/13

     Vejo Jhonny se aproximando. Agora posso ver mais detalhes de como ele é na forma humana. Jhonnynho é incrivelmente alto com média de 1,90m de altura, ele também era incrivelmente musculoso. Sua pele era morena. Seu cabelo negro era raspado estilo militar e seus olhos eram da cor verde musgo.
     Percebo que Jhonny não sabia o que provavelmente havia acontecido com a Brooke, pois ele estava muito feliz. Jhonny emitiu um pequeno brilho que cobriu todo o seu corpo. Vi sua pele adquirir escamas esverdeadas, seu corpo foi diminuindo e se achatando, cresceu uma longa cauda quando ele já esteva bem menor.
     – Bem melhor. – Falou enquanto balançava a cauda. – Dray, sente-se.
     – Mas tenho que falar uma coisa importante com você. – Falei dirigindo o olhar a Angel.
     – Primeiro vamos ter uma pequena aula, tentarei explicar tudo e se eu estiver errado a Angel irá me corrigir, correto Angel? – Ela balançou a cabeça positivamente, pois ainda tinha um certo medo dele. Sentei-me no chão e Ruffy se transformou novamente na Cocker e pulou no meu colo. Angel se sentou ao meu lado e nós dois sentamos encurvados com o peso do cotovelo sobre as pernas.
     – Primeiramente vamos entender as três essências. Irei falar um pouco sobre cada uma delas, mas não sei muito sobre a da velocidade, ela nunca importou para mim, então não me pergunte sobre ela. – Falou enquanto balançava a cauda de um lado para o outro. – Vamos começar sobre a que mais me irrita, a velocidade, bom a velocidade é a mais simples de todas, por isso quando treinamos jovens e pessoas de classes baixas, começamos com a velocidade. Ela envolve o correr e a flexibilidade. Geralmente todos conseguem o correr, menos eu é claro, mas já a flexibilidade poucos tem, para a pessoa ter esse “dom”,  – Ele fez uma aspa no ar – pois envolvem vários fatores como é o “guardião” dela e outros.
     – Guardião?
     – Sim, vou tentar te dar um exemplo para você entender. Você já entrou no santuário da Glaucy correto? A “mente” dela. – Eu balancei a cabeça para não o interromper. – Então, você viu algum animal? Geralmente eles são grandes.
     – Não, se eu visse eu lembraria. – Falei.
     – Ela agiu fora do comum ou até mesmo tentou te atacar? – Perguntou. Eu novamente afirmei sacudindo a cabeça.
     – Então ela foi esperta ao menos, ela “sugou” o guardião dela numa espécie de ultima defesa para retardá-lo para não tomar conta do seu corpo original  rapidamente.
     – Como surgiu esses guardiões em vocês? – O interrompi perguntando.
     – Não sei, mas Dalton e Victor suspeitam que eles sempre existiram nos humanos, mas nunca foram descobertos. Ele também suspeita que Drake pôs uma espécie de porta nos nossos santuários, assim nós podemos liberá-los e nos tornamos fortes, e em alguns casos nos curamos de doenças que não há cura para os humanos. Então a flexibilidade é muito rara e útil, pois a pessoa tem uma extrema facilidade de desviar golpes, o mais forte portador desse “dom” está no grupo do Balron, o nome dele é Alex se não me engano. A velocidade garante que a pessoa que usa corra bastante rápido, isso é obvio, não há o mais rápido, mas se tiver a Angel está na frente, pois ela possui uma visão que pode acompanhar sua velocidade.
     “Uma outra essência é a “força”, nela encontramos o dom da “resistência” e “força”. Felizmente esses dons eu domino, sou o mais forte em força, mas há alguns que digam que eu empato com Balron e em resistência ele obviamente está na minha frente. A força é extremamente útil, mas é melhor você não usa-la se você não tiver a resistência, pois imagina você socar uma parede com uma força extrema e não tiver nada protegendo sua mão, sim, isso irá doer, então a resistência ela é útil para isso e para diminuir o dano do golpe do adversário ou se o golpe não for tão forte pode até mesmo anular. Então para você dominar a “força” precisa dominar a “resistência”.”
     “ A ultima essência é os “sentindo”, mas não irei falar nada sobre ela, pois não sei usar. Eu fui considerado o gênio na “força”, mas também só sei usar ela. Dray, pode ser que haja pessoas com “dons” que não estejam dentro desse parâmetros, então não fique fechado somente com “ele irá fazer isso, pois só sabe fazer isso e só tem isso para fazer.”, um exemplo claro disso é a Angel e eu, minha pele não fica escura quando uso resistência, ela fica com escamas verdes, como a de jacaré, mesmo quando sou humano acontece isso. A Angel já faz aquelas flechas satânicas superfortes e úteis.”
     – Então é sempre bom saber o que o inimigo pode fazer. – Avisou Angel. – Ou qual é o seu guardião, assim você poderá presumir as habilidades dele.
     – Qual é o do Balron e da Brooke? – Perguntei.
     – Não sabemos. – Falaram em uníssono.
     – Ah! Que legal.  – Falei em um tom de sarcasmo que nem mesmo eu sabia que tinha. – Então lhe peço uma explicação. Por que motivos do inferno não vejo o meu “guardião”?
     – Você já foi no seu santuário? – Falou Angel depois de tempos em silêncio.
     – Sim, mas... – Angel segurou em meu ombro e me deitou no chão. Jhonnynho pulou em cima de mim e eu quase gritei, mas não tive tempo o suficiente para fazer isso.
     Dray, já está na hora de acordar. Falou Angel. Para ser sincero eu não a via, mas eu reconheci a voz dela de imediato. Nós tentaremos te guiar até o primeiro selo. Continuou a falar. Olho ao redor e vejo que novamente estou naquele corredor. Siga o... corredor. A voz fazia ecos no santuário.
     Passo por uma porta, a primeira, e vejo que ainda havia algo escrito nela. Lembro-me de quando Brooke de certo modo “invadiu” a minha cabeça para ver uma memória minha. Ali havia ficado a memória do vulto branco e negro.
     Continuo a andar, no começo foi mais fácil, foi como eu me sentisse mais leve que o normal, mas ao andar meus passos começaram a ficarem mais lentos. Meu corpo parecia estar mais pesado e meus pés se arrastavam no chão, mas mesmo assim eu continuava, pois a voz continuava a dizer: Siga o... corredor.
     Dei mais um paço, e com muito esforço dei outro, tentei dar mais um mais uma espécie de barreira de vidro ou algo invisível. Estendi a mão e dei um soco na parede invisível. Senti uma onda de fúria percorrer o local. Novamente estendo a mão e toco na parede. Ela se torna sólida e visível, a parede era da cor dourada com uns detalhes de prata.
     Agora é minha vez. Falou uma voz masculina que estava extremamente ansiosa. Sinto a parede tremer e olho para baixo. Tinha um jacaré batendo na parede eu senti uma onda de fúria maior que a anterior.
     – Para Jhonnynho! – Gritei mesmo tendo medo dele, pois além de ser um jacaré que me mataria com uma abocanhada.
     – Se não fizermos isso nunca irá abrir! – Gritou e deu mais uma troncada na pedra.
     – Pare agora! – Gritei. Jhonnynho olhou para mim assustado e se desmaterializou na minha frente.
     Estendi a mão novamente e toquei na base da parede. Nela estava escrito alguma coisa em outra língua, eu não a entendi, continuei olhando ao redor para ver se achava algo, mas ao me ver não havia nada.
     – Quer saber? Eu desisto! – Falei. – Tenho amigos para tentar salvar, eu adquiro poder sozinho se você não me der!  – Olhei para trás e vi o enorme corredor e mal pude ver a primeira porta que estava escrito algo em uma língua que eu não entendi também, malditas línguas estranhas, mal posso compreendê-las. Virei-me a porta e sussurrei. – Da licença?
     Senti uma onda de tranquilidade novamente percorrer o local. Não confio meus poderes a você, então fique só com isso. Falou uma voz que eu não reconhecia. De repente tudo apagou, senti um impacto nas costas e desacordei de vez.
     – Acorda, seu babaca! – Gritou uma voz masculina, mas e daí? Não iria acordar tão cedo assim. A pessoa que estava gritando me segurava pelas golas da blusa e me sacudia para me acordar.
     – Que é? – Gritei irritado, odeio quando me acordam e principalmente quando encostam em mim.
     – A Brooke está morta? – Gritou. – Você sabia disso, por que não falou? – Continuou a gritar.
     – Se você calasse a boca! – Gritei, pois estava irritado e quando me acordam eu falo as coisas sem pensar. Jhonny abriu a boca para falar algo e eu também, mas Ruffy abafou nossos gritos com um longo uivo. Sinto um solavanco e todos do local saltam de seus lugares. Vejo Jhonnynho batendo a cabeça e rio.
     – Dirige direito e rápido Angel! – Gritou Jhonny.
     – Para de gritar com ela! Ela ainda tem medo de você! – Jhonnynho se encolheu e virou jacaré. Sua cauda me deu um leve “tabefe” na cara e ele se virou e ficou na mala.
     – Você pode dirigir?
     – Não, mas o Jhonny estava apressado e estressado e tinha chances dele virar jacaré enquanto dirigia e provavelmente iriamos bater, então só tive que aprender rapidamente e aqui estou eu. –Bufou Angel.
     – Você não sabia dirigir , aprendeu em somente um dia e sozinha? – Perguntei assustado, acho que isso não era normal, não para mim. – Uma vez minha mãe tentou me ensinar a dirigir, mas eu quase a atropelei e arranhei a lateral do carro todo. Depois disso ela nunca mais tocou nesse assunto.
     – Eu aprendo as coisas rápido, mas não gosto de falar a ninguém senão as pessoas irão criar expectativas e eu não gosto de decepcionar, prefiro surpreender.
     – Complexo de inferioridade? – Arrisquei.
     – Sim. – Falou baixo.
     – Te entendo. – Murmurei também. Me acento no carro e olho pela janela. Passávamos por uma cidade pequena e em pouco tempo já estávamos em outra.
     Vejo vários estudantes saindo de suas escolas e algumas pessoas voltando para a casa depois de um longo dia árduo de trabalho, também vejo alguns mendigos e quase sai do carro para dar algo a eles, mas a  Angel me advertiu a não tentar isso, algumas pessoas faziam aquilo, pois não gostavam de trabalhar e achava que isso valia a pena.
     Já estava de noite quando chegamos na outra cidade, Angel andava o mais rápido possível e do jeito mais lento também, pois não queria chamar atenção de policiais. No começo Jhonnynho a apressava, mas depois ele entendeu que se policiais nos parassem nós nem chegaríamos na “Central” e agora não poderíamos mais fazer nada, precisávamos orar ou rezar para todos estarem em segurança.
     Na cidade que estávamos se chamava Phoenix, percebi que mudamos de percurso, então resolvi perguntar:
     – A gente não havia passado por aqui antes.
     – Resolvi vir por aqui, pois era mais rápido... – Declarou Angel e Jhonny concordou com um murmúrio baixo. O clima estava tenso, mas todos riram quando a Ruffy deu um ronco longo.
     Passamos por varias casas pequenas, alguns casarões, alguns prédios, mas por poucas árvores, por isso supus que estávamos longe da Central visto que ela era rodeada de árvores. Angel entrou em um túnel e o carro todo ficou escuro. Ruffy acordou assustada e pulou em meu colo, e deu outro salto e foi para o lado do Jhonny quando eu ia agarra-la.
     – Vácuo eterno. – Murmurei e felizmente ninguém mostrou sinal de ouvir o que eu disse.
     Vejo um brilho fraco e percebo que era final do túnel.
     – Estamos chegando em casa! – Falou Angel em um tom de alegria, mas todos, até mesmo ela, estavam cheio de tensão, pois não sabia se existia “casa” ainda.
     A saída do túnel levava a uma estrada de terra, nós percorremos ela por pouco tempo e logo prosseguimos pelos matos. Entramos na floresta e seguimos uma linha que a floresta fazia e chegamos rapidamente em casa, chegaríamos se restasse ainda algo nela.
      – Mas o quê? – Gritou Angel ao ver o que restava da casa que estava em ruinas e em fogo.
     Glaucy. Foi a única coisa no que pensei naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finish (Avá?)