Ódio Ou Amor? escrita por Akimi


Capítulo 1
Na casa dos Yorozuya.


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, essa é minha primeira fic, por isso não está lá essas coisas, mas espero que gostem. Nesse primeiro capítulo quem narra é o Okita.



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Fui desperto pelo irritante som de pássaros cantando. Abri os olhos e espreguicei-me lentamente, estava morrendo de preguiça de levantar. Olhei em volta, todos os malditos ainda dormiam e roncavam como macacos. Ontem todos nós fiquemos acordados até a madrugada de hoje, por isso não iriam acordar tão cedo. Uma pequena ideia surgiu ao ver aquela cena, uma ótima forma para começar o dia. Sai do quarto sem fazer barulho e fui até a sala de armários, abri o meu, onde guardava minhas armas, e peguei uma de minhas bomba-relógio favoritas, planejava dar um ‘bom dia’ especial para Hijikata-san. Voltei ao dormitório no mesmo silêncio com que havia saído, mas quando cheguei perto notei que o futon do comandante Kondou e de Hijikata estavam vazios. Havia me esquecido que os dois tinham uma reunião com o Xogunato hoje. Suspirei frustrado. Bem, já que havia tido o trabalho de pegar a bomba, é melhor não desperdiçar, não é? Deixei-a no centro do dormitório e sai tranquilamente, contei cinco passos antes de ouvir uma explosão e os gritos, um sorriso surgiu em meus lábios.

Minha rotina diária se resume em três coisas, a primeira delas é atormentar a vida de Hijikata-senpai (lê-se tentar mata-lo). A segunda é perseguir o maldito Katsura, e a terceira, e talvez minha favorita, é puxar briga com aquela garotinha chinesa irritante dos Yorozuya. Como Hijikata estava em reunião e não havia sequer sinal daquele rato do Katsura, me restava a terceira opção.

Troquei meu pijama pelo uniforme do Shinsengumi. Podia ouvir os outros resmungando e reclamando sobre eu não ser normal, e que um dia acabaria os matando de verdade, mas ignorei, estava ansioso para dar uma lição na garotinha chinesa. Preparei uma mochila com todas as possíveis coisas que poderia usar para me divertir.

Sai para fora dos portões do Shinsengumi. Não avisei ninguém, era melhor que pensassem que estava tentando descobrir o paradeiro de Katsura. Andei apressadamente até o prédio dos Yorozuya, estava preparando uma desculpa caso acabasse dando de cara com Gintoki, subi silenciosamente para o segundo andar, planejava espiar meu alvo antes de atacar. Com algum esforço, pendurei-me na janela de uma forma que me desse uma boa visão. Lá dentro o silêncio era total, deviam estar todos dormindo ainda, são realmente inúteis, mas tudo bem, tenho bastante tempo. Abri um pacote de salgadinho que havia trazido comigo e fiquei esperando.

Já fazia duas horas que estava ali sentado, talvez eles não estivessem em casa, isso me deixou com um terrível mau humor. Estava com vontade de pegar um canhão e explodir o Hijikata... Digo, o Yorozuya. Estava quase indo embora quando ouvi um barulho lá dentro, voltei para olhar. Durante um tempo nada mudou, então uma das portas que havia na sala abriu-se lentamente e uma garotinha de pijama, totalmente descabelada e com cara de sono caiu lá de dentro. Ela levantou a cabeça e olhou em volta, parecendo perdida, então arrastou-se até o centro da sala.

– GIN-CHAN! SHIN-CHAN! VOCÊS ESTÃO AI? - levei um susto com os gritos da garota, por pouco não cai da janela, mas que menina escandalosa!

– Esses preguiçosos - Resmungou ela.

Preguiçosos, olha quem fala.

Ela foi até outra porta e abriu-a com um chute.

– Shin-chan? - O pequeno quarto estava vazio - Esse idiota foi dormir na casa da Anego de novo. - Constatou ela.

Foi em direção a outra porta e fez o mesmo que havia feito com a primeira.

–Gin-chan? - Também não havia ninguém no outro quarto. - Deve ter bebido demais e desmaiado em algum lugar ai - A garota ficou um tempo em silencio, então bocejou, voltou para seu próprio quarto e fez carinho no monstro que dormia na cama de baixo. - É Sadaharu, parece que estamos sozinhos.

Senti na voz dela uma pontada de tristeza. O que Gintoki-danna tinha na cabeça para deixar uma garotinha como ela passar a noite sozinha? Realmente, é muita irresponsabilidade. Espera um pouco. O que eu estou dizendo? Balancei minha cabeça, que ideia ridícula. Como se aquela pequena alienígena de cabelo laranja pudesse correr algum perigo. A humanidade é que corre perigo por estar perto demais dela.

Ela começou a desabotoar seu pijama, corei e olhei para o lado. Esperei um tempo, quando voltei a espiar ela já estava com seu vestido chinês de sempre. Parecia distraída, perguntei-me no que estava pensando. Nós dois somos muito parecidos, mas as vezes parece que ela esta tão distante de mim. Comecei a me sentir estranho, por algum motivo. Isso vem acontecido de uns tempos para cá quando estou perto dela. Realmente acho que não é algo bom.

Kagura adiantou-se para a frente de um espelho que havia no canto da sala e sentou-se no chão. Fiquei curioso para ver o que ela ia fazer. Ela começou a cantarolar uma musica enquanto arrumava os prendedores em seus cabelos. Era uma língua estranha, provavelmente de seu planeta natal. Sua voz estava diferente daquela voz irritante de sempre, parecia uma voz profunda, triste. Senti um arrepio, não aguentaria ficar mais tempo ali. Quando estamos discutindo minha única vontade é de apagar a existência dessa ruiva moleca da face da terra, mas vendo ela sentada no chão, arrumando seus cabelos e cantando com uma voz tão triste... Essa não é a Kagura que eu conheço. Então um pensamento surgiu, talvez essa seja a Kagura de verdade.

Ela ficou por um longo tempo na mesma posição, se não fosse por sua voz ecoando pelo cômodo, poderia dizer que estava dormindo. Depois de terminar de prender seu cabelo, Kagura levantou-se e foi até onde o cachorro gigante estava.

– Sa-da-ha-ru - cantarolou ela - Vamos comprar Sukonbu? - O animal nem se mexeu - Sadaharu, não seja tão preguiçoso ou vai acabar como o Gin-chan. Vamos logo- Ela pegou o cachorro que era pelo menos sete vezes maior que ela pela orelha e arrastou-o sem nenhuma dificuldade. Parou para abrir a porta e saiu, sem sequer lembrar-se de trancar novamente. Que menina descuidada.

Parece que ela resolveu sair. Suspirei aliviado, não suportava ver Kagura assim. Esperei até que ela descesse as escadas e estivesse longe, então entrei pela porta dos Yorozuya, não havia ninguém mesmo, a casa estava vazia. Essa era minha oportunidade de preparar uma surprezinha para ela. Pensei um pouco, ainda não havia bolado nada, talvez devesse colocar uma bomba na porta. Se bem que pode ser que seja um dos outros Yorozuya a entrar primeiro. Não ia funcionar. Olhei em volta, meus olhos pararam na porta da qual ela havia caído.

– Não podia ser melhor. - murmurei sorrindo, abri minha mochila, por sorte tinha tudo o que precisava. Planejava encher a cama dela de tachinhas, como ela não presta atenção em nada ia acabar caindo na brincadeira. Poderia até deixar um bilhete zombando dela. Com certeza ela ficaria com muita raiva. O pensamento me fez rir. Imaginava qual seria a vingança dela, aquela garota é muito forte, mas quando se trata de maldade, é inocente como uma criança.

Estava abrindo a porta do quarto dela quando ouvi um barulho na porta da frente. Maldição, será que ela voltara para buscar alguma coisa? Olhei em volta, não dava tempo de fugir, precisava me esconder.

– Shinpachi? Kagura? - Uma voz conhecida chamou. - Hey, Kagura? - tomei cuidado para não fazer o menor barulho, ou Danna ia acabar me ouvindo, não devia o subestimar.

Ouvi um rangido no sofá. Depois de ouvir o barulho de abre porta acabei me escondendo no lugar mais próximo, que era aquele pequeno beliche da garota chinesa. Abri uma pequena fresta da porta para poder espiar. Gintoki estava deitado no sofá com uma Jump nas mãos.

– Mas que merda, onde essas crianças foram tão cedo? - Resmungou ele, coçando a cabeça. - Argh, maldita ressaca.

Ele não parecia bem. Seria fácil escapar sem ser notado dessa forma. Estava terminado de abrir a porta quando ouvi outro barulho na frente da casa. Maldição, o outro Yorozuya, o que usa óculos entrou pela porta.

– Tadaima - falou o quatro olhos.

– Ah, Shinpachi, não fale tão alto, acho que vou morrer de ressaca. Quer saber? nunca mais vou beber saquê. - Resmungou o de cabelos prateados.

– Você sempre diz isso, Gin-san. Onde está a Kagura?

– Não faço ideia de onde aquela moleca está, mas não precisa se preocupar, ela não corre perigo.

– Gin-san, não me preocupo por ela, mas sim pelo resto da humanidade.

Gintoki riu.

– Nisso você tem razão, Shinpachi, ela é realmente uma bomba atômica. - Ele riu novamente - Mas ainda sim, é a Kagura, vamos confiar um pouco nela. Alias, onde você estava?

– Fui passar a noite na casa da Nee-chan, ela estava reclamando por eu nunca voltar para casa.

Os dois continuaram discutindo. Mas que droga, agora sim não conseguiria sair nunca daqui.

Encostei-me na parede, estava um pouco cansado. Havia dormido pouco essa noite. Analisei o quarto, em um canto havia um travesseiro um pouco amassado, no outro, o pijama que ela havia trocado mais cedo estava todo embolado. Sem que eu percebesse, acabei pegando aquela pequena trouxa e roupas em minhas mãos. O que eu estava fazendo? Não sabia ao certo, mas minhas mãos moviam-se sozinhas. Desembolei lentamente o tecido rosa. Lembrei-me de Kagura vestindo aquela roupa mais cedo, com seu olhos inchados de tanto dormir, seu cabelo totalmente bagunçado, sua pele alva... O tecido da camisola e da calça eram extremamente macios, inconscientemente, levei-os até meu rosto. Pude sentir o cheiro dela, tão doce... Tão suave. Estava realmente com muito sono, deitei-me com a cabeça no travesseiro dela, ainda segurando suas roupas. O travesseiro tinha aquele mesmo cheiro, aos poucos, senti meus olhos pesarem. Tentei levantar, despertar-me, não podia dormir ali, se alguém me achasse estaria com sérios problemas. Ontem houve um campeonato de videogame no dormitório e eu só fui dormir de madrugada, devo ter dormido umas cinco horas, no máximo. Ainda podia ouvir as vozes de Gintoki e Shinpachi do lado de fora, sabia que devia dar um jeito de fugir dali, mas a maciez do travesseiro e das roupas, o cheiro da Kagura, tudo isso me impedia de levantar-me. Aos poucos, fui cedendo ao sono, até que não podia mas ouvir a voz dos dois yorozuyas discutindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^.^