O Último Natal escrita por Fenix
Felipe e Carol caminham abraçados pela rua até que chegam ao posto, havia um carro parado e um jovem pondo gasolina, Carol e Felipe caminham em direção à loja. Ele abre a porta e a deixa passar, os dois vão ao balcão.
- Oi, boa noite, estávamos aqui a uns minutos atrás e... – Diz Felipe.
- Sim, eu me lembro de vocês – Responde Jonathan, ele respira fundo, guarda a revista que estava lendo e os encara – Vocês arrumaram uma boa encrenca!
- É, sei disso – Diz Felipe – Eu queria saber se você tem algum telefone que possamos ligar para um reboque?
- Você acha mesmo que hoje... Noite de Natal, alguém virá aqui para ajudá-los? – Jonathan da uma risada, ele observa o jovem do carro se aproximar – Vocês estão precisando do que? – Ele leva sua atenção aos dois.
- Na verdade só do reboque, é o único que pode nos ajudar nesse momento – Responde Felipe.
O jovem adentra a loja, assim devolve a chave para Jonathan e o paga.
- Obrigado por vir! – Diz Jonathan.
O jovem retira-se da loja ignorando-o completamente. Jonathan da uma risada negando a cabeça e pondo o dinheiro no caixa, Carol o observa com receio, Felipe fica um pouco impaciente, põe suas mãos no balcão.
- Você vai nos ajudar ou não?
Jonathan ergue seu olhar calmamente a ele.
- Tem um telefone público do lado do posto, vocês podem usá-lo!
- Obrigada! – Agradece Carol, saindo junto a Felipe.
Carol o segue devagar, ela apressa-se ao seu lado e pega em sua mão, eles se entreolham e sorriem, viram para lateral do posto, era pouco iluminado e havia um estacionamento no final, os dois continuam a caminham até o telefone na parede.
- Fique atenta! – Diz Felipe, pegando o telefone.
Carol analisa o local, até que avista algo, curiosa, força seu olhar apertando os olhos, Carol aproxima-se de Felipe.
- Amor... – Ela o chama sem tirar sua atenção para frente.
- Oi...! – Felipe a olha.
Carol gesticula com a cabeça para frente, Felipe vira-se e observa a traseira de uma caminhonete, sendo da mesma cor da que o senhor tinha horas atrás.
- Fique perto de mim! – Felipe caminha em direção ao carro.
Carol gira seu olhar observando o vazio atrás deles. Juntos chegam ao estacionamento com diversos carros empoeirados, porém em conserva.
- Todos esses carros... Cadê os donos? – Comenta Carol sem parar de andar.
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- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Vinícius, com suas mãos presas em um gancho no teto, elevando seu corpo a centímetros do chão, seus pés também estavam amarrados.
Seu rosto está brilhoso de suor, o sangue de sua canela não para de escorrer por seu tênis, Vinícius observa o local, o chão com terra, as paredes de madeira com diversas prateleiras, havia uma mesa de metal em frente a ele. Sua respiração fica ofegante, de repente ouve passos se aproximando, Vinícius leva seu olhar para o lado, uma mulher adentra no local com seu andar gracioso, ela aproxima-se de Vinícius.
- Olá bonitão! – Diz Viviane, com um sorriso no rosto.
- Me tira daqui, por favor, me tira daqui! – Diz Vinícius.
- Mas você está tão machucado... – Viviane observa sua perna – Como irá conseguir correr?! – Ela fala com seu timbre sarcástico.
- Ai meu deus – Vinícius arregala os olhos – ATRÁS DE VOCÊ!
Viviane vira-se devagar e observa o senhor vestido de papai Noel se aproximando, Viviane caminha a ele, toca em seu rosto e o beija, Vinícius arregala os olhos, não podia acreditar no que estava presenciando, seu desespero aumenta a cada segundo, sua tentativa de soltar-se do gancho se balançando era falida, Viviane se aproxima de Vinícius.
- Que indelicadeza a minha... – Ela diz – Este é o meu marido, Cláudio, creio que já devem se conhecer!
- Droga... – Diz Vinícius, ofegante, tentando controlar seu desespero.
- Estamos com sua amiga – Diz Cláudio, depois um sorriso.
- Não... – Vinícius arregala os olhos.
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Felipe se aproxima da janela do carro, deparando-se com o corpo de Kerry estripado no banco de trás, sangue por toda a parte e as tripas de Kerry saindo da barriga e caindo no chão, Carol arregala seus olhos ao vê-la, rapidamente Felipe a abraça e esconde seu rosto em seu ombro.
- Calma... – Diz Felipe.
Carol o abraça fortemente, Felipe a afasta do carro.
- Não é possível – Diz Felipe – Vem comigo... – Ele a segura e a puxa delicadamente.
- Felipe, espera... – Ela o faz soltar – Onde pensa que vai?
- Precisamos falar com o cara do balcão – Diz Felipe.
- Acha mesmo que ele não sabe disso? – Diz Carol, ela o encara – Olha bem, tem vários carros aqui, de quem são esses carros? Felipe, não sabemos se ele está envolvido nisso!
- Você espera do lado de fora – Diz Felipe, ele vira-se e volta a caminhar.
Carol o acompanha até a frente da loja, ela cruza os braços com frio, assim analisa o local. Felipe adentra na loja e caminha ao balcão.
- Oi, você precisa me ajudar, eu... – Diz Felipe.
- Eu disse que o reboque não ia chegar! – Diz Jonathan.
- Não é isso, me escuta... Tem uma garota morta no carro lá trás! – Diz Felipe.
- O que? – Jonathan levanta-se do banco que estava – Como assim?!
- É, aquele velho maluco, ele tinha uma garota no banco de trás da caminhonete dele, e ela está lá trás, está morta no banco de trás! – Felipe mostra seu nervosismo ao falar com timbre forte e gesticulando com as mãos.
Carol aproxima-se da porta da loja, ela encara os dois conversando, sua visão passa pela prateleira atrás de Jonathan, Carol a analisa até que contrai os olhos sem acreditar, em seguida os arregala.
- Okey, eu o ajudarei... – Diz Jonathan.
Felipe vira-se para a porta, Jonathan saca uma arma debaixo do balcão e atira no ombro de Felipe, fazendo-o cair no chão de peito. Carol abre a boca e logo a tampa com a mão dando uns passos para trás, seus olhos se enchem de lágrimas. Jonathan da à volta no balcão e o observa tentando se levantar, o sangue se espalha pelo chão.
Felipe ergue seu olhar e avista Carol, ele nega com a cabeça ao vê-la dar alguns passos para frente, Carol para no mesmo instante, seu desespero aumenta a cada segundo, sem conter o choro suas mãos ficam tremulas, ela nega sem acreditar.
Jonathan fica ao lado de Felipe o vira com a ponta do pé, Felipe o encara.
- Você é muito enxerido sabia? – Diz Jonathan – É muito feio ficar espionando o carro dos outros!
- VAI SE FERRAR! – Grita Felipe, chorando de dor e com a mão no ferimento tentando conter o sangue.
Carol se afasta correndo desesperadamente, em pânico seus passos ficam rápidos e seus pés tropeçam entre si, ela cai de peito ao chão, chorando sem parar, ela ergue o corpo, fecha os olhos fortemente, levanta-se e retorna a correr.
- O que você vai fazer agora, hãm? – Pergunta Felipe – Seu desgraçado!
Jonathan o chuta com força, Felipe grita com a dor.
- Você não devia falar assim com as pessoas... – Diz Jonathan, ele agacha-se ao seu lado – Acho que precisa de bons modos!
Jonathan levanta, aponta a arma para mão de Felipe e dispara.
- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Felipe, apertando os olhos.
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Bárbara acorda de repente encontrando-se amarrada num quarto, em cima de uma cama. Seus braços e perna armados nas duas pontas da cama e uma mordaça em sua boca, seus olhos estão fundos de tanto chorar, ela tenta soltar as mãos, no entanto o arame-farpado vai cortando sua pele devagar, ela fecha os olhos erguendo a cabeça com dor, ao parar, o arame fica penetrado na carne de seu punho.
A lágrima escorre pelo seu rosto, um garoto abre a porta devagar, Bárbara o avista de olhos arregalados, ele a observa, nos olhos de Bárbara, era claro seu desespero e pânico, o garoto anda até ela e senta na cama, ele alisa seu rosto.
- Vai ficar tudo bem... – Diz Bruno – Minha mãe vai deixar você jantar com a gente hoje!
Bárbara arregala os olhos, ela retorna a chorar.
- O seu amigo será o jantar! – Diz Bruno.
Bárbara grita o máximo que consegue, porém o grito era abafada pela mordaça, Bruno levanta-se e fecha a porta, Bárbara continua a gritar, o sangue de seus punhos mancham o lençol branco da cama.
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Carol corre pela estrada e adentra na floresta, sua bota afunda na neve grossa que cobria o chão, ela não para de correr, já quase sem fôlego, avista o carro, próxima ela diminui a velocidade e rapidamente abre a porta, não havia ninguém no carro.
- Droga... – Cadê todo mundo?! – Diz Carol, nervosa.
Ela rapidamente agacha no chão do carro e procura algum celular, alguém bate na janela de repente, Carol levanta-se com um grito, Ana abre a porta.
- Que droga! – Diz Carol.
- O que foi?... O que houve? – Pergunta Ana.
- Precisamos ajudar o Felipe! – Diz Carol nervosa.
- O que aconteceu com ele?
- O cara do posto, ele é conhecido do velho que tentou atacar a gente... Eu vi uma foto dos dois no balcão! – Diz Carol, sem parar de chorar.
- Merda... – Diz Ana.
- Cadê Vinícius e Bárbara?
- Sei lá... Eles saíram e até agora não voltaram!
- Vamos atrás deles! – Diz Carol, ela sai do carro.
Ana a acompanha e a para segurando seu braço.
- O que está acontecendo aqui?
- Eu não sei direito... Mas ele pegou o Felipe... Precisamos ajudá-lo!
- Droga... – Ana olha em volta – Não tem como achá-los, a gente vai se perder nessa floresta!
- Temos que tentar, Ana, ele sabe que estamos aqui... – Diz Carol.
Naquele instante ouvem passos se aproximando, Ana vira-se.
- Droga...! – Diz Carol, ela a puxa e escondem-se atrás de uma moita.
Dois homens se aproximam do carro onde estavam, Ana Beatriz fica surpresa aos vê-los, ela encara Carol abismada e com medo, as duas retornam sua atenção para os homens, eles abrem a porta do carro e analisa tudo.
- Elas não estão aqui!
- Vamos, não devem ter ido longe! – Os dois correm para o lado.
Carol e Ana se afastam devagar, Ana fica assustada com a mão na boca, elas viram-se e retornam a correr.
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Bárbara está deitada na cama, ela puxa sua mão com toda a força que ainda lhe restava, o arame se aprofunda mais em sua carne, por mais que a dor seja insuportável, sua luta pela liberdade não a deixava parar, o desespero neutralizava boa parte da dor. Bárbara consegue solta sua mão, quando a leva para a frente do rosto, o dedo indicador está metade partido ao meio, Bárbara grita com muita dor, sua mão está coberta de sangue, ela consegue soltar sua outra mão e tirar a mordaça.
Bárbara rasga com o arame-farpado, um pedaço de sua blusa e a enrola no dedo, quando junta as partes, ela ergue a cabeça controlando o grito, seu choro continua sem parar, suas mãos ficam tremulas, Bárbara levanta-se devagar, ela afasta-se da cama com cautela, logo aproxima-se da janela. Ela caminha com a mão enfaixada levada ao nível do estômago, ela manca pelo fato do joelho ter sido ferido, agora ele está enfaixado por um pano.
- Vamos... Vamos... – Ela tenta segurar o pino da janela, mas o sangue em suas mãos faz seus dedos escorregarem.
Bárbara ouve uma voz se aproximar do quarto, ela gira seu olhar para porta rapidamente.
- Merda... – Sua atenção retorna a janela – Vamos lá, vamos lá...
Ela põe o pano e tenta puxá-lo, logo a abre, Bárbara passa sua cabeça pela janela, deparando-se com o chão 1 andar abaixo, ela vira-se para porta e ouve os passos indo em direção a porta.
Bárbara passa sua perna direita pela janela, assim senta-se bem ao meio, ela fecha os olhos, em seguida e com cautela, passa a outra perna e segura-se com apenas uma mão.
- EI!! ELA TA FUGINDO! – Grita Cláudio, ao avistar Bárbara pela janela do quarto ao lado.
Ela arregala os olhos desesperadamente, no instante em que Bruno abre a porta do quarto ela se joga da janela, Bárbara cai em cima do carro, seu corpo gira para o lado diretamente para o chão, Cláudio a observa, Bárbara está caída imóvel.
De repente abre os olhos, ela da uma tossida e posiciona os braços para erguer-se, Cláudio afasta-se da janela.
- Droga... Não se pode nem ficar um segundo em paz – Cláudio pega sua escopeta ao passar pela porta.
Bárbara consegue se levantar, no entanto inclina-se para trás, por sorte apoia-se no carro, ela ouve a porta da casa se abrir com força, ao vira-se, observa Cláudio saindo da casa, Bárbara respira fundo e corre adentrando na floresta, ao olhar para o lado ele a avista, assim carrega a escopeta e caminha atrás dela.
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