O Último Natal escrita por Fenix


Capítulo 2
A caminhonete vermelha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/308710/chapter/2

Carol sai da lanchonete com sua expressão irritada, Ana se aproxima da escada.

- Ta tudo bem?! – Ana pergunta preocupada – Ouvimos seu grito, o que houve?

- Felipe... – Carol caminha até o carro, entra e bate a porta forte.

Bárbara leva seu olhar até a porta da lanchonete e observa os dois saindo do recinto.

- O que houve lá dentro? – Pergunta Bárbara.

- Felipe deu um susto na Carol – Responde Vinícius, rindo.

Bárbara da uma risada abafada, ela esquenta seus braços com as mãos e analisa a rua.

- Acho que isto aqui está abandonado – Diz Bárbara.

- Vamos seguir, está esfriando – Diz Ana, ela puxa delicadamente Vinícius em direção ao carro.

Felipe entra no carro e admira Carol com seus braços cruzados olhando seriamente para frente, ele da à partida e arranca com o carro dali.

- Nossa está ficando cada vez mais frio lá fora – Comenta Ana, retirando suas luvas.

- Ainda estamos com sorte que não está tendo nevasca – Diz Vinícius.

Bárbara observa as lojas passando rapidamente, ela respira fundo e ergue a cabeça para frente, seu braço fica apoiado na porta.

----------------------------------------------

Ao entardecer, o carro segue a estrada deserta e o vento que ficava mais forte, nem os animais se atreviam a ficar ao ar livre.

Felipe olha para Carol, ele põe sua mão na cocha dela, Carol desencosta do vidro e o encara, ela da um sorriso.

- Falta muito pra gente chegar? – Pergunta Carol.

- Acho que sim – Responde Felipe – Tive que reduzir por causa da neve...

Carol gira seu olhar para frente, ela observa uma pequena quantidade de neve no limpador de vidro do carro, olhando para trás, depara-se com todos dormindo, Bárbara com a cabeça no vidro e um coberto lhe cobrindo, Ana Beatriz com sua cabeça no ombro de Vinícius e enrolados em um edredom branco, Carol volta para frente.

- Estou ficando cansada...

- Porque não dorme um pouco? – Diz Felipe, sempre atento a estrada.

- Não quero te deixar acordado sozinho!

- Eu não vou dormir – Ele diz sorrindo.

- Não, está tudo bem... Eu aguento! – Carol passa a mão na cabeça levando sua grande franja para trás, ela suspira e folga-se na cadeira – Quero saber como montaram a árvore esse ano!

Carol olha para Felipe com um sorriso.

- Eu recebi fotos nos últimos anos... Eles faziam cada loucura – Carol da uma rápida risada.

- Devem estar felizes por você estar indo visitá-los!

- Com certeza...! Minha mãe me liga sempre...

Felipe limpa o embaçado do vidro com um pano, em seguida o põe na porta. O carro vira uma esquina, a roda deixa uma marcação no solo grosso de neve.

- Eu não quero ser intrometido nem nada... Mas porque você nãos os visitou nos últimos anos?! – Pergunta Felipe.

Carol permanece alguns segundos quieta, ela o encara.

- Eu não conseguia... Preferia sair com meus amigos a visitá-los... Eu nunca fui uma filha, como posso dizer...?... Presente! – Diz Carol – Eles são ótimos pra mim... Agora que eu vejo isso...!

Felipe segura sua mão e a beija, Carol da um sorriso.

- Eles vão adorar esse natal! – Diz Felipe.

- Espero! – Fala Carol.

------------------------------------------

De noite, Felipe se mantem focado na estrada deserta e escura, com a luminosidade do farol do carro, é visto a neve caindo junto ao vento forte, Felipe faz um pequeno bocejo e gira a cabeça para o lado, observando todos dormindo, ele volta sua atenção para frente.

-------------------------------------------

O carro segue pela estrada ao meio do nada, a neve cobria uma parte do deserto. Felipe observa o nível de gasolina do carro.

- Ai droga... – Ele diz, ao observa muito baixo.

Felipe força a visão tentando avistar algum posto por perto, no entanto não conseguia com o breu e a nevasca.

--------------------------------------------

O carro estaciona, Carol acorda ao seu corpo ser levemente inclinado para frente, ela com seus olhos apertados, olha o local em volta, encontrando-se num posto de gasolina.

- O que houve? – Pergunta Carol, se esticando na cadeira do carro.

- Tive que abastecer – Responde Felipe, pegando sua carteira no bolso da calça.

Carol leva seu olhar para trás e observa todos acordando devagar.

- Está nevando muito lá fora, é melhor ficarem aqui no carro! – Diz Felipe.

- Não... Eu vou com você! – Diz Carol, ela volta seu olhar para trás – Querem comer algo?

- Pode trazer um sanduiche – Responde Ana.

- Trás dois – Diz Vinícius.

- Eu vou com vocês e vejo o que quero na hora! – Bárbara diz pondo as luvas.

Felipe, Carol e Bárbara retiram-se do carro, caminham até a loja, Carol fecha o casaco e abraça o braço de Felipe, os três caminham por entre o vento,  logo entram na loja.

Ana e Vinícius ficam encolhidos no banco do carro, Vinícius com seus olhos fechados no ombro de Ana, ela por sua vez observa o breu que lhes cercava, de repente um carro estaciona do outro lado das bombas de gasolina, Ana os observa, um senhor retira-se do carro e caminha em direção a loja, Ana por nenhum motivo continua a  observa o carro.

- Vamos escolher – Diz Carol, virando o corredor de biscoitos, Bárbara a segue.

Felipe vai até o balcão.

- Noite fria... – Ele diz, sendo simpático.

- E como... – Responde o balconista, Jonathan – O que vai querer?

- Quanto é para usar a bomba de gasolina? – Pergunta Felipe.

Carol e Bárbara ficam em frente a uma prateleira de sanduiches, elas os observa.

- Acho que vou levar um natural para a Ana e pro Vinícius... – Diz Carol, ela pega dois sanduiches naturais – Será se eles gostam?

- Com a fome que estamos, isso será um hambúrguer do Mc Donald’s – Responde Bárbara, com sua atenção aos sanduiches.

Carol escolhe seu sanduiche e espera ao lado de Bárbara.

- E você Bárbara, já tem algum pretendente com quem vai passar a virada do ano? – Pergunta Carol.

- Minha mãe disse que um garoto ia lá pra casa amanhã para me conhecer – Diz Bárbara – Mas eu não sei...

- Dê uma chance pra ele  - Diz Carol – Vai que ele seja um garoto legal?

- É pode ser!

A porta da loja se abre, Carol e Bárbara olham para porta, assim observam o senhor adentrando no local.

Felipe pega uma chave com Jonathan e passa pelo senhor que havia ficado parado na porta da loja, Felipe se aproxima do carro. Carol e Bárbara voltam à atenção para os sanduiches.

- E então o que vai querer? – Pergunta Jonathan, encarando o senhor.

Felipe caminha até a bomba e abre a corrente liberando a mangueira, ele a leva até o carro, seus olhos analisando tudo ao seu redor. Ana observa as meninas dentro da loja.

- Será se elas vão demorar? – Pergunta Ana.

- Eu vou lá vê – Diz Vinícius, ele a beija e sai do carro.

Ao bater a porta, ajeita o casaco, cumprimenta Felipe e caminha até a loja. Felipe terminar de por a gasolina, guarda a mangueira e a tranca com o cadeado, logo volta para a loja. Ana encosta sua cabeça no vidro e volta a observar o carro ao lado, não havia ninguém dentro, ela suspira  devagar e ajeita-se no banco, solta o cabelo e o ajeita.

Voltando com sua visão para o carro, ela avista uma mão na janela, Ana a estranha, de repente a mão bate no vidro, Ana olha para todos na loja e volta sua atenção ao carro, a mão não estava mais ali. Ela ergue o corpo um pouco confusa, em seguida fica atenta ao veículo, Ana o encara com curiosidade. Uma garota surge de repente com a boca amordaçada e um rastro de sangue escorrendo por seu rosto, Ana arregala os olhos assustada.

- Droga... – Ela diz, completamente assustada.

Ela hesita em sair do carro, seu nervosismo aumenta a cada instante, logo pega seu celular no bolso da calça, quando o liga avista que não havia sinal.

- Merda! – Ela o joga para o lado, sua atenção volta ao carro, Ana observa a garota ruíva chorando – Merda... Eu não posso ir lá... Droga!

Sua mão toca a porta do carro, o medo era evidente em seus olhos, Ana respira fundo, ela abre a porta do carro, quando põe o pé para fora uma pessoa surge atrás da garota, Ana arregala os olhos e rapidamente agacha atrás da porta, ela fecha os olhos quase chorando desesperadamente, quando ergue-se novamente não aparentava ter ninguém no carro, ela bate a porta e a tranca, seus olhos ficam arregalados, suas mãos tremulas, Ana fica um pouco ofegante.

Todos saem da loja calmamente, Carol observa a caminhonete vermelha com branco parada ao lado do carro de Felipe, havia uma lanterna quebra, ela estranha um pouco. Eles chegam ao carro, todos entram.

- Vamos embora daqui, por favor, vamos sair daqui! – Diz Ana, assustada.

- Calma, o que houve?- Pergunta Vinícius, abraçando-a.

- Tem uma garota dentro daquele carro – Diz Ana, em um tom de voz amedrontado.

- O que? – Bárbara da uma risada.

- É sério, tem uma garota, ela estava sangrando e amordaçada – Diz Ana.

- Ana você tem certeza? – Pergunta Carol.

- Eu to falando sério, acreditem em mim – Diz Ana.

- Eu vou lá vê – Diz Vinícius, ele abre a porta do carro.

- Não... – Diz Ana naquele instante – Por favor, Vini aquele cara pode ser um psicopata!

- Ana, se tive uma garota lá ela pode estar precisando da nossa ajuda – Diz Vinícius.

- Tem outra pessoa no carro – Diz Ana.

- Eu vou com você – Diz Felipe.

- O que?! – Carol o olha rapidamente.

- Ta tudo bem! – Felipe retira-se do carro.

As garotas ficam lhe observando, Ana fica aflita ao os vê se aproximando do carro, Felipe respira fundo, assim que inclina-se para olhar dentro do carro o senhor sai da loja.

- EI, EI GAROTOS O QUE ESTÃO FAZENDO?! – Grita o senhor.

- Ai droga... – Diz Vinícius.

Carol olha para o lado e avista o velho se aproximando da caminhonete.

- Droga a caminhonete é daquele velho – Diz Carol, ela fica angustiada.

- O que pensam que estão fazendo?

- Desculpe senhor, só queríamos vê se... – Diz Felipe.

- SAIAM DE PERTO DO MEU CARRO – Grita o velho se aproximando.

- Não precisa disso tudo senhor, só queríamos... – Diz Vinícius, tomando a frente de Felipe.

- Seus jovens idiotas... – Um cano de ferro desce pela mão do velho.

- Droga... – Diz Felipe, arregalando os olhos ao avistar o cano.

- Merda... – Diz Carol, ela vira-se para eles – ENTRAM, GAROTOS ENTRAM LOGO NO CARRO!

Felipe e Vinícius correm em direção ao veículo, o velho corre atrás deles.

- SEUS MISERÁVEIS!

Felipe e Vinícius correm o mais rápido que conseguiam, o velho ia atrás deles, Felipe olha para trás e o observa se aproximar, ele volta sua atenção para frente.

- ABRE A PORTA! – Grita Bárbara.

Ana abre a porta rapidamente, Vinícius entra no carro e bate a porta, Felipe tropeça a mangueira e cai no chão.

- NÃO! – Grita Carol, ao vê-lo cair.

Felipe vira-se e o avista bem próximo, ele arregala os olhos, o velho lhe ataca com o cano, no entanto Felipe gira para o lado e o deixa acertar o chão, naquele momento levanta e corre até a o carro, bate a porta e gira a chave na ignição, o carro não da a partida.

- Vamos, vamos,vamos,vamos... – Diz Ana, agitada.

O senhor encara o carro.

- Ai droga, ele ta vindo – Diz Carol, em pânico.

- Droga... – Diz Vinícius – Anda logo, tira a gente daqui!

O senhor caminha em direção ao carro.

- Vamos logo, anda – Diz Bárbara.

- Vamos, vamos, vamos,vamos – Felipe tentava dar a partida, porém não conseguia.

O senhor segura fortemente o cano com a mão.

- MERDA, ANDA LOGO – Grita Vinícius.

Felipe continua a girar a chave, seu olhar está fixo ali, sua respiração fica ofegante.

- Ele ta vindo, ele ta vindo – Diz Carol.

O senhor leva a mão com o cano.

- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Bárbara.

- DROGA! – Grita Ana.

Carol protege o rosto conta a porta do carro, Vinícius abraça Ana e a protege com o corpo.

O carro da a partida, Felipe consegue engatar a ré e arranca com o carro dali, o senhor não consegue ataca-los. Felipe para o carro na rua, ele o vira e logo arranca dali.

O senhor os observa se afastar, ele da um sorriso sarcástico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!