O Último Natal escrita por Fenix
Carol sai da lanchonete com sua expressão irritada, Ana se aproxima da escada.
- Ta tudo bem?! – Ana pergunta preocupada – Ouvimos seu grito, o que houve?
- Felipe... – Carol caminha até o carro, entra e bate a porta forte.
Bárbara leva seu olhar até a porta da lanchonete e observa os dois saindo do recinto.
- O que houve lá dentro? – Pergunta Bárbara.
- Felipe deu um susto na Carol – Responde Vinícius, rindo.
Bárbara da uma risada abafada, ela esquenta seus braços com as mãos e analisa a rua.
- Acho que isto aqui está abandonado – Diz Bárbara.
- Vamos seguir, está esfriando – Diz Ana, ela puxa delicadamente Vinícius em direção ao carro.
Felipe entra no carro e admira Carol com seus braços cruzados olhando seriamente para frente, ele da à partida e arranca com o carro dali.
- Nossa está ficando cada vez mais frio lá fora – Comenta Ana, retirando suas luvas.
- Ainda estamos com sorte que não está tendo nevasca – Diz Vinícius.
Bárbara observa as lojas passando rapidamente, ela respira fundo e ergue a cabeça para frente, seu braço fica apoiado na porta.
----------------------------------------------
Ao entardecer, o carro segue a estrada deserta e o vento que ficava mais forte, nem os animais se atreviam a ficar ao ar livre.
Felipe olha para Carol, ele põe sua mão na cocha dela, Carol desencosta do vidro e o encara, ela da um sorriso.
- Falta muito pra gente chegar? – Pergunta Carol.
- Acho que sim – Responde Felipe – Tive que reduzir por causa da neve...
Carol gira seu olhar para frente, ela observa uma pequena quantidade de neve no limpador de vidro do carro, olhando para trás, depara-se com todos dormindo, Bárbara com a cabeça no vidro e um coberto lhe cobrindo, Ana Beatriz com sua cabeça no ombro de Vinícius e enrolados em um edredom branco, Carol volta para frente.
- Estou ficando cansada...
- Porque não dorme um pouco? – Diz Felipe, sempre atento a estrada.
- Não quero te deixar acordado sozinho!
- Eu não vou dormir – Ele diz sorrindo.
- Não, está tudo bem... Eu aguento! – Carol passa a mão na cabeça levando sua grande franja para trás, ela suspira e folga-se na cadeira – Quero saber como montaram a árvore esse ano!
Carol olha para Felipe com um sorriso.
- Eu recebi fotos nos últimos anos... Eles faziam cada loucura – Carol da uma rápida risada.
- Devem estar felizes por você estar indo visitá-los!
- Com certeza...! Minha mãe me liga sempre...
Felipe limpa o embaçado do vidro com um pano, em seguida o põe na porta. O carro vira uma esquina, a roda deixa uma marcação no solo grosso de neve.
- Eu não quero ser intrometido nem nada... Mas porque você nãos os visitou nos últimos anos?! – Pergunta Felipe.
Carol permanece alguns segundos quieta, ela o encara.
- Eu não conseguia... Preferia sair com meus amigos a visitá-los... Eu nunca fui uma filha, como posso dizer...?... Presente! – Diz Carol – Eles são ótimos pra mim... Agora que eu vejo isso...!
Felipe segura sua mão e a beija, Carol da um sorriso.
- Eles vão adorar esse natal! – Diz Felipe.
- Espero! – Fala Carol.
------------------------------------------
De noite, Felipe se mantem focado na estrada deserta e escura, com a luminosidade do farol do carro, é visto a neve caindo junto ao vento forte, Felipe faz um pequeno bocejo e gira a cabeça para o lado, observando todos dormindo, ele volta sua atenção para frente.
-------------------------------------------
O carro segue pela estrada ao meio do nada, a neve cobria uma parte do deserto. Felipe observa o nível de gasolina do carro.
- Ai droga... – Ele diz, ao observa muito baixo.
Felipe força a visão tentando avistar algum posto por perto, no entanto não conseguia com o breu e a nevasca.
--------------------------------------------
O carro estaciona, Carol acorda ao seu corpo ser levemente inclinado para frente, ela com seus olhos apertados, olha o local em volta, encontrando-se num posto de gasolina.
- O que houve? – Pergunta Carol, se esticando na cadeira do carro.
- Tive que abastecer – Responde Felipe, pegando sua carteira no bolso da calça.
Carol leva seu olhar para trás e observa todos acordando devagar.
- Está nevando muito lá fora, é melhor ficarem aqui no carro! – Diz Felipe.
- Não... Eu vou com você! – Diz Carol, ela volta seu olhar para trás – Querem comer algo?
- Pode trazer um sanduiche – Responde Ana.
- Trás dois – Diz Vinícius.
- Eu vou com vocês e vejo o que quero na hora! – Bárbara diz pondo as luvas.
Felipe, Carol e Bárbara retiram-se do carro, caminham até a loja, Carol fecha o casaco e abraça o braço de Felipe, os três caminham por entre o vento, logo entram na loja.
Ana e Vinícius ficam encolhidos no banco do carro, Vinícius com seus olhos fechados no ombro de Ana, ela por sua vez observa o breu que lhes cercava, de repente um carro estaciona do outro lado das bombas de gasolina, Ana os observa, um senhor retira-se do carro e caminha em direção a loja, Ana por nenhum motivo continua a observa o carro.
- Vamos escolher – Diz Carol, virando o corredor de biscoitos, Bárbara a segue.
Felipe vai até o balcão.
- Noite fria... – Ele diz, sendo simpático.
- E como... – Responde o balconista, Jonathan – O que vai querer?
- Quanto é para usar a bomba de gasolina? – Pergunta Felipe.
Carol e Bárbara ficam em frente a uma prateleira de sanduiches, elas os observa.
- Acho que vou levar um natural para a Ana e pro Vinícius... – Diz Carol, ela pega dois sanduiches naturais – Será se eles gostam?
- Com a fome que estamos, isso será um hambúrguer do Mc Donald’s – Responde Bárbara, com sua atenção aos sanduiches.
Carol escolhe seu sanduiche e espera ao lado de Bárbara.
- E você Bárbara, já tem algum pretendente com quem vai passar a virada do ano? – Pergunta Carol.
- Minha mãe disse que um garoto ia lá pra casa amanhã para me conhecer – Diz Bárbara – Mas eu não sei...
- Dê uma chance pra ele - Diz Carol – Vai que ele seja um garoto legal?
- É pode ser!
A porta da loja se abre, Carol e Bárbara olham para porta, assim observam o senhor adentrando no local.
Felipe pega uma chave com Jonathan e passa pelo senhor que havia ficado parado na porta da loja, Felipe se aproxima do carro. Carol e Bárbara voltam à atenção para os sanduiches.
- E então o que vai querer? – Pergunta Jonathan, encarando o senhor.
Felipe caminha até a bomba e abre a corrente liberando a mangueira, ele a leva até o carro, seus olhos analisando tudo ao seu redor. Ana observa as meninas dentro da loja.
- Será se elas vão demorar? – Pergunta Ana.
- Eu vou lá vê – Diz Vinícius, ele a beija e sai do carro.
Ao bater a porta, ajeita o casaco, cumprimenta Felipe e caminha até a loja. Felipe terminar de por a gasolina, guarda a mangueira e a tranca com o cadeado, logo volta para a loja. Ana encosta sua cabeça no vidro e volta a observar o carro ao lado, não havia ninguém dentro, ela suspira devagar e ajeita-se no banco, solta o cabelo e o ajeita.
Voltando com sua visão para o carro, ela avista uma mão na janela, Ana a estranha, de repente a mão bate no vidro, Ana olha para todos na loja e volta sua atenção ao carro, a mão não estava mais ali. Ela ergue o corpo um pouco confusa, em seguida fica atenta ao veículo, Ana o encara com curiosidade. Uma garota surge de repente com a boca amordaçada e um rastro de sangue escorrendo por seu rosto, Ana arregala os olhos assustada.
- Droga... – Ela diz, completamente assustada.
Ela hesita em sair do carro, seu nervosismo aumenta a cada instante, logo pega seu celular no bolso da calça, quando o liga avista que não havia sinal.
- Merda! – Ela o joga para o lado, sua atenção volta ao carro, Ana observa a garota ruíva chorando – Merda... Eu não posso ir lá... Droga!
Sua mão toca a porta do carro, o medo era evidente em seus olhos, Ana respira fundo, ela abre a porta do carro, quando põe o pé para fora uma pessoa surge atrás da garota, Ana arregala os olhos e rapidamente agacha atrás da porta, ela fecha os olhos quase chorando desesperadamente, quando ergue-se novamente não aparentava ter ninguém no carro, ela bate a porta e a tranca, seus olhos ficam arregalados, suas mãos tremulas, Ana fica um pouco ofegante.
Todos saem da loja calmamente, Carol observa a caminhonete vermelha com branco parada ao lado do carro de Felipe, havia uma lanterna quebra, ela estranha um pouco. Eles chegam ao carro, todos entram.
- Vamos embora daqui, por favor, vamos sair daqui! – Diz Ana, assustada.
- Calma, o que houve?- Pergunta Vinícius, abraçando-a.
- Tem uma garota dentro daquele carro – Diz Ana, em um tom de voz amedrontado.
- O que? – Bárbara da uma risada.
- É sério, tem uma garota, ela estava sangrando e amordaçada – Diz Ana.
- Ana você tem certeza? – Pergunta Carol.
- Eu to falando sério, acreditem em mim – Diz Ana.
- Eu vou lá vê – Diz Vinícius, ele abre a porta do carro.
- Não... – Diz Ana naquele instante – Por favor, Vini aquele cara pode ser um psicopata!
- Ana, se tive uma garota lá ela pode estar precisando da nossa ajuda – Diz Vinícius.
- Tem outra pessoa no carro – Diz Ana.
- Eu vou com você – Diz Felipe.
- O que?! – Carol o olha rapidamente.
- Ta tudo bem! – Felipe retira-se do carro.
As garotas ficam lhe observando, Ana fica aflita ao os vê se aproximando do carro, Felipe respira fundo, assim que inclina-se para olhar dentro do carro o senhor sai da loja.
- EI, EI GAROTOS O QUE ESTÃO FAZENDO?! – Grita o senhor.
- Ai droga... – Diz Vinícius.
Carol olha para o lado e avista o velho se aproximando da caminhonete.
- Droga a caminhonete é daquele velho – Diz Carol, ela fica angustiada.
- O que pensam que estão fazendo?
- Desculpe senhor, só queríamos vê se... – Diz Felipe.
- SAIAM DE PERTO DO MEU CARRO – Grita o velho se aproximando.
- Não precisa disso tudo senhor, só queríamos... – Diz Vinícius, tomando a frente de Felipe.
- Seus jovens idiotas... – Um cano de ferro desce pela mão do velho.
- Droga... – Diz Felipe, arregalando os olhos ao avistar o cano.
- Merda... – Diz Carol, ela vira-se para eles – ENTRAM, GAROTOS ENTRAM LOGO NO CARRO!
Felipe e Vinícius correm em direção ao veículo, o velho corre atrás deles.
- SEUS MISERÁVEIS!
Felipe e Vinícius correm o mais rápido que conseguiam, o velho ia atrás deles, Felipe olha para trás e o observa se aproximar, ele volta sua atenção para frente.
- ABRE A PORTA! – Grita Bárbara.
Ana abre a porta rapidamente, Vinícius entra no carro e bate a porta, Felipe tropeça a mangueira e cai no chão.
- NÃO! – Grita Carol, ao vê-lo cair.
Felipe vira-se e o avista bem próximo, ele arregala os olhos, o velho lhe ataca com o cano, no entanto Felipe gira para o lado e o deixa acertar o chão, naquele momento levanta e corre até a o carro, bate a porta e gira a chave na ignição, o carro não da a partida.
- Vamos, vamos,vamos,vamos... – Diz Ana, agitada.
O senhor encara o carro.
- Ai droga, ele ta vindo – Diz Carol, em pânico.
- Droga... – Diz Vinícius – Anda logo, tira a gente daqui!
O senhor caminha em direção ao carro.
- Vamos logo, anda – Diz Bárbara.
- Vamos, vamos, vamos,vamos – Felipe tentava dar a partida, porém não conseguia.
O senhor segura fortemente o cano com a mão.
- MERDA, ANDA LOGO – Grita Vinícius.
Felipe continua a girar a chave, seu olhar está fixo ali, sua respiração fica ofegante.
- Ele ta vindo, ele ta vindo – Diz Carol.
O senhor leva a mão com o cano.
- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Bárbara.
- DROGA! – Grita Ana.
Carol protege o rosto conta a porta do carro, Vinícius abraça Ana e a protege com o corpo.
O carro da a partida, Felipe consegue engatar a ré e arranca com o carro dali, o senhor não consegue ataca-los. Felipe para o carro na rua, ele o vira e logo arranca dali.
O senhor os observa se afastar, ele da um sorriso sarcástico.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!