Pov. Annabeth

- Zeus nos descobriu - Atena falou me arrastando para longe - lembre-se Annabeth você deve ir nessa missão e mais ninguém deve saber que eu falei com você.

Eu tinha milhares de perguntas borbulhando na minha cabeça, mas nem seguer tive a chance de perguntar a última coisa que eu vi foi um raio caindo próximo a outra árvore antes de eu sentir um vento franco bater sobre mim, no segundo depois eu estava na porta do meu chalé.

Pisquei rapidamente até me dar conta de onde eu estava.Meus olhos automaticamente voaram em direção a floresta na esperança de ver o fogo causando pelo raios, mas não havia nada. Olhei ao redor para ver se havia alguém, mas os poucos campistas que passavam pareciam não terem notado qualquer mudança.

Suspirei resignada e olhei para o céu. A noite já caia em Long Sland. Ao longe eu podia ver os últimos raios de sol brilharem na água do mar. Curiosamente a praia fica no caminho do chalé de Poseidon.

Pela primeira vez em anos eu me parei para admira-lo. Os raios de sol refletiam na água dando-lhe uma aparência dourada. Uma leve brisa marítima soprou trazendo um leve cheiro salgado. Sem entender o porque meu coração ficou mais leve, como se aquele leve cheiro tivesse o poder de me confortar.

Olhei novamente para aquela paisagem e percebi que pela primeira vez talvez em décadas o mar parecia tranqüilo, como se estivesse apenas esperando, mas tendo certeza que fosse o que fosse o futuro iria ser melhor.

Aos poucos o sol foi se escondendo no horizonte. Apolo agora daria lugar a Artémis sua irmã para que a lua iluminase a terra. Fechei os olhos sentido o leve cheiro de maresia que era levado pelo vendo, tudo tão...

- Annabeth - escutei uma voz conhecida me chamando - onde você estava?

Thalia gritou e se aproximava pesadamente junto com meu irmão Macon. Todo o encanto daquele momento havia sido quebrado. Eu só sabia que fosse o que fosse eu não poderia falar nada sobre meu encontro com Atena.

Quando chegaram bem próximo eu pude ver seus olhares questionadores. Eu engoli em seco eu sabia que por fora minha aparência devia estar tranqüila, mas por dentro meu coração saltava incessantemente.

- Eu estava na praia - falei a primeira coisa que me veio a cabeça, mas logo me arrependi ao ver a cara de desgosto dos dois.

Ninguém, absolutamente ninguém sem exceção ia a praia. No rank do odio Poseidon fica apenas atrás de Hades então logo minha resposta foi como se eu houvesse cuspido em suas caras. Respirei fundo tentando me acalmar. Por mais que eu odiasse mentir pra minha melhor amiga e meu irmão eu não poderia contar-lhes a verdade.

Pelas expressões deles eu sabia que haviam me procurado por todo o acampamento e ninguém pensaria em me procurar lá.

Até onde eu sabia ninguém ali já havia ido até a praia do acampamento meio sangue. Uma vez eu cheguei perto. Por alguns minutos eu fiquei admirando a imensidão verde-mar que estava a minha frente, mas foi por pouco tempo, pois num piscar as ondas se enfureceram e pareciam prestes a saltar em meu encalço mesmo que isso soasse ridículo.

- Então? - perguntei tentando quebrar o clima tenso que estava estre nós - porque me procuravam.

Eles ainda me lançaram um olhar estranho antes de Thalia falar

- Raquel chegou - falou como se explicasse tudo o que realmente era verdade.

Raquel Elizabeth Dare sem dúvida nenhuma era uma mortal. Então você está ai se perguntando: o que uma mortal fazia no acampamento meio sangue.

A história de Raquel era tão misteriosa como ela mesma. Raquel atualmente ocupava o cargo de Oráculo de Delfos, porta-voz das professias no normalmente eram sobre morte.

Éramos amigas, mas mesmo assim eu nunca soube exatamente como ela se tornou o Oráculo. Ela nunca nos falou, o único que sabia era Quíron, mas este se recusava a dar qualquer explicação.

Olhei para Macon tentando ver se o que Thalia disse era mentira, mas expressão dele era a mesma.

Pelo o que eu me lembrava todas as profecias lançadas pelo Oráculo eram sobre morte, especialmente se ela fosse horrível e dolorosa de preferência.

- Certo, vamos - falei relutante.

Durante toda a caminhada eu não falei nada. Thalia e Macon ficavam especulando entre si o motivo da vinda do Oráculo. Veja bem, Raquel para todos os efeitos ainda era uma mortal então ela vivia mais fora do acampamento do que dentro. E as poucas vezes que ela realmente foi ao acampamento foi para nos falar sobre alguma profecia ou nos ajudar em missões, mas mesmo assim ela somente aparecia no verão, ou seja, as coisas deviam estar indo de mal a pior para ela aparecer assim.

- Annabeth - Thalia me chamou ganhando minha atenção - tudo bem?

- Claro Thalia, porque? - perguntei já com o coração na boca.

- Nada... só que você está muito calada... tem certeza que está bem? - Quando ela terminou de falar vi que também tinha ganhando a atenção de Macon.

Eu sabia que Macon com certeza deveria estar fazendo milhões de suposições sobre mim, mas dúvidava que chegaria ao menos perto da verdade. Agora Thalia era uma caso a parte. Ela me conhecia melhor do que ninguém. Eu não acreditava que ela chegaria a conclusão de que eu fui visitada pela minha mãe, mas com certeza perceberia que eu estava escondendo algo.

- Tenho Thalia - respondi voltando a caminhar em direção a casa grande - só que tudo isso me deixa confusa, eu não gosto de não saber das coisas.

Não havia nada melhor para esconder uma mentira do que dizendo a verdade. Mesmo que essa verdade não fosse o real motivo do meu antagonismo.

Tanto Thalia quanto Macon me olharam tentando ver a verdade nas minhas palavras. O que eu disse não era mentira. Macon parecia acreditar tanto é que começou a discursar sobre a falta de informações para um filho de Atena causava sérias dores de cabeça. Já Thalia ainda me olhava como se soubesse a verdade por trás das minhas palavras.

Quando chegamos a casa grande, logo percebi o aglomerado de semideuses por alí. Olhei para Thalia, mas ela simplesmente deu de ombros. Eu não os culpava. A vinda de Raquel ao acampamento sempre causava esse efeito, ninguém a culpava claro, mas ninguém podia negar a sina de azar que ela carregava consigo.

Quando adentramos a casa grande todo o barulho lá fora se extinguiu. Lá dentro o silêncio era sepulcrão. Todos encaram a mesa de pinoche, perdidos em pensamentos. Ninguém nem ao menos levantou os olhos para nos ver entrar.

Olhei rapidamente para Thalia e nos dirigimos para os nossos lugares. Todos os conselheiros de chalé já estavam ali. Nem Quíron ou Raquel estavam por alí. O Sr. D devia estar no Olimpo. Corri meus olhos para os outros campistas ali. Todos tinham um olhar desolado, afinal não era pra menos. Foi ai que eu senti.

Meus olhos voaram em direção da unica pessoa que me encarava intensamente. Nico di Ângelo era dois anos mais novo do que eu, mas o que lhe faltava de idade era compensado em beleza.

Certo que ele era filho do deus da morte e tinha aquele olhar de gelar a alma, mas eu não podia ficar indiferente ao seus traços quase divinos. Pensando bem...

Olhei para Thalia e novamente olhei para. Como nunca prestei atenção a isso. Olhando agora com maid atenção para os dois filhos dos três grande ali, vi o quando eram diferentes dos demais.

Lindos seria apelido para descrever a beleza dos dois ali. Eles tinham mais traços divinos do que a maioria de nós. Nico tinha um ar taciturno e um olhar incrivelmente perigoso, mas ainda sim sexy. Minhas bochechas deviam ter adquirido um tom rosada por que Nico me olhou com uma sombrancelha arqueada e me lançou um sorriso inclinado.

Abaixei a cabeça rapidamente com meu cachos cobrindo minha visão. Não pude deixar de pensar na minha descoberta. Os filhos e filhas de Afrodide eram os mais belos, mas pensando melhor agora nenhum deles tinham um ar tão divinamente belos quanto Thalia e Nico. Uma lembrança de Poseidon veio em minha mente e se o filho for uma copia dele tanto quando eu era de minha mãe. Minhas bochechas arderam com os pensamentos.

A porta se abriu me tirando da minha recente descoberta, Quíron e Raquel entraram e pela cara dos dois as coisas não estavam muito bem.

Raquel parecia abatida. Bolções negros se encontravam abaixo de seus olhos, como se não dormisse a dias e pela cara dela eu tive certeza disso.

Quíron sentou-se e Raquel o acompanhou sentando-se ao seu lado.

- Bem campistas - Quíron começou - devido as circunstâncias não temos mais muito o que falar... todos sabem o motivo de estarmos aqui. - ninguém contestou exceto...

- Isso eu seu Quíron, mas ela precisava mesmo vir? - Clarisse perguntou, nem sei o por que mas as duas nunca se deram bem.

- O sucesso de vocês dependem do que eu falar - Raquel falou igonarando a jeito groceiro dela o que apenas a fez rosnar mais.

- Sendo assim - Quíron interrompeu prevendo um briga - o que nos resta é passarmos a profecia para o dono da missão...

- Espera Quíron - Charles interrompeu - então alguém realmente se cadidatou pra essa missão suicida?

- Claro - falou uma voz fria e todos se viraram para encarar Nico que se levantava - não que eu tivesse escolha, mas ao menos eu não corro com um bebê chorão quando as coisas ficam feias.

Charles estava para falar alguma coisas, mas foi impedido por Silena sua namorada. Ele apenas resiquinou-se a ficar calado o que pareceu dar uma certa satisfação para Nico, aquela garoto era a presunção em pessoa.

-Ahah - Quíron raspou a garganta chamando nossa atenção. - creio que os motivo para o Sr. di Ângelo ir nessa missão não será assunto aqui - poderia ser uma opinião se todos não notassem o tom firme que Quíron usava - mas creio que você não sera o responsável pela missão Sr. Di Ângelo.

- O quê? Mas o meu pai... - ele parou abruptamente como se tivesse falado de mais. - isso não pode estar certo Quíron eu tenho que ir nessa missão, você mesmo disse...

- Verdade eu falei que você iria e o você vai, mas não será o lider.

Nico parecia que estava prestes a explodir, mad isso não me preocupava. Eu sabia o que aquilo significava. Eu sabia que tinha que ir mas liderar uma missão? O máximo que eu liderei foi captura a bandeira. Eu sentia um bolo se forma na minha garganta.

- Mas então quem será Quíron? Está mais do que na cara que não vai ser você então quem vai? - Nico perguntou exasperado olhando para Quíron. Este por sua vez voltou seu olhar para Raquel que simplesmente encolheu os ombros.

- Eu não sei - ela falou ganhando um olhar incrédulo de quase todos ali - não me olhem assim não é como se o Espírito de Delfos falasse claramente, mas se alguém quiser se candidatar...

O silêncio depois disso foi opressor. Ninguém ousava falar nada, ninguém queria ir. Eu não não queria, mas diferente deles ru não tinha muita escolha, respirei fundo e fiquei de pé. Todos olhavam pra mim espantados. Tomei coragem e falei as palavras que selariam meu destino.

- Eu vou - falei sem nem ao menos tremer.

De início Raquel me olhou embasbacada, mas logo sua expressão mudou. Ela ficoi de pé e abriu a boca. Uma fumaça verde saiu dali, mas eu podia jurar que tinha o formato de uma serpente.

A fumaça logo tomou conta da sala. Eu podia ouvir a respiração pesada de todos ali. Raquel se virou na minha direção, seus olhos brilhando com uma luz verde nem um pouco humana. Quando começou a falar eu senti os pêlos da minha nuca se arrepiarem. Era como se três vozes profundas e guturais tivessem se juntado em apenas uma. Então ela começou a falar.

Para cima e embaixo deve-se ir,
Levando vida e morte ao seu lado
Na busca um coração deve-se atingir
Provando ousadia e coragem com os fantasmas do passado
O morto a vida volta e o vivo a morte retorna
O filho esquecido é lembrado tomando por direito seu legado.

Depois disso a névoa se dissolveu rapidamente e Raquel caiu de cara na messa de pinoche. O silêncio estava matando depois dessa revelação nem um pouco animadora.