Caixa Postal escrita por Evangeline


Capítulo 32
Capítulo 32: Sophia & Samantha


Notas iniciais do capítulo

Sabe, o trailler eu acho que vou fazer, mas o beijo ilustrado eu desisti... Vou me esforçar demais... Prefiro dar atenção a "Caixa de Música" e "Cartão Postal" Que eu decidi que não vão ser mais as histórias de Charlotte e Christiane (embora eu amei o nome de Charlotte e com certeza vou usar em algum canto)... O que acham?



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POV Davi ON

Fui ao quarto dela há algumas horas... O médico disse que ela está sendo mantida inconsiente para que não sinta as dores. Ela quebrou duas costelas do lado esquerdo e tres do direito, fraturou o fêmur direito em três lugares diferentes, quebrou o braço esquerdo e levou uma pancada muito forte na cabeça... Fora as queimaduras.

Depois de vê-la respirar, me acalmei e me contentei em ficar sentado no hall esperando o pai idiota dela. Eu pensei um pouco e vi a loucura que fiz... Eu podia ter me dado muito mal com todo esse desespero, mas valeu a pena só de ver que ela está bem...

Aqueles lençóis verdes pastel não combinavam nada com o lindo sorriso dela... Aqueles lábios pálidos um dia tão vermelhos... aquela pele sem vida e ferida, um dia corada... Mas ela estava tão quente...

Eu estava completamente distraído pensando em todas as verdades que diria na cara do pai dela, quando vi aqueles cachos ruivos entrarem pela porta do hospital. Olhei abismado e vi que não era a Juliana. Claro, não podia ser, ela estava numa cama de hospital. Ela foi até o balcão desesperada, mas ao contrário de mim, falou baixo com a atendente.

Seus movimentos eram rápidos e ágeis, mas deseperados. Ela tremia.

Não podia ser.

A Atendente olhou para mim e me apontou para a mulher. Eu a olhava apenas completamente sem reação. Ela virou-se para mim e eu vi aqueles olhos verdes me encararem. As sardas, a pele avermelhada... Era basicamente a Juliana adulta. Mas ela parecia fraca.

Caminhou até mim desesperada e me sorriu nervosa. Ela era quase da minha altura.

- Cadê ela? – Perguntou ela caindo em lágrimas. Me abraçou com força... Fiquei sem reação e simplesmente a abraçei de volta.

Passamos em torno de 5 minutos daquele jeito, até que eu a puxei a fiz sentar.

- Vai ficar tudo bem. – Sussurrei para ela e tentai dar o sorriso mais calmo do mundo... Acho que não deu muito certo.

- Eu posso vê-la? Você a viu? Cadê o Thiago? ELE É DOENTE? – Ela falou desesperada... Ah sim, Thiago é o nome do pai dela.

- Calma, calma... Agora ninguem mais pode entrar lá pra vê-la... Eu a vi sim. E ele está... vindo... – Eu disse e preferi não responder a última pergunta.

Eu a levei até o Doutor e ele explicou a situação... Ele só podia começar a tratá-la quando o pai dela chegasse com a documentação dela para provar que eram os pais dela... Voltamos ao hall e ficamos sentados apenas esperando, olhando para a porta. Ela era uma mulher atraete, esbelta... o que me fez imaginar se a Juliana vai ficar assim quando for adulta...

Ela me olhou quando eu pensei nisso e eu corei sem jeito... Parecia que ela lia pensamentos.

- Então... Davi? – Ela perguntou gentilmente.

- Sim... – Eu disse me ajeitando na cadeira e fitando o chão branco à minha frente.

- No que estava pensando? – Ela disse claramente segurando uma risada. Eu corei de novo.

- Como a Juliana parece com você. – Eu disse ainda meio vermelho. Ela riu baixinho.

- É bom ouvir isso. – Disse meio nostálgica. Tem tanta coisa que eu queria perguntá-la... Mas eu não podia simplesmente me meter na vida dela assim, nem a Juliana a conhecia.

- É bom ver que ela tem um namorado tão cuidadoso... – Disse me fazendo corar ainda mais.

- N-não s-so-somos n-n-namo-namorados...- Eu disse muito sem jeito e ela deu mais uma risadinha baixa.

- Ainda... – Disse. – É raro homens assim. – Falou baixinho.

Percebi que eu não sabia seu nome... Me deu vontade de perguntar, mas eu estava tão envergonhado que fiquei com medo de gaguejar de novo.

- Sabe... pensei que podia realmente funcionar, e você não faz ideia de como eu me sinto... – Falou tristemente. – Não quero que pense que eu sou uma mãe ridiculamente irresponsável.. é só que um militar com uma familia de sucesso pudesse ser melhor para ela... – Falou pensativa.

- Ahm... Funcionar? – Perguntei confuso.

- Você sabe... Acho que ela te contou. Sobre eu ficar com uma e ele com a outra. – Disse me fazendo abrir a boca... Como assim?

- Ah... – Eu gaguejei pensando em algo pra dizer e ela ficou me olhando. – Desculpe, moça, mas acho que nem ela sabe. – Falei com longos intervalos. Ela me olhou incrédula.

- Como assim...? – Ela ia falr algo mas se levantou bruscamente fazendo seus cachos pareçerem mais uma cachoeira de sangue fresco. Ela andou em direção à um homem que só depois de alguns segundo eu percebi que era o pai da Juliana.

- Você não disse a ela?! – Ela gritou ficando na frente do homem. Não consegui pensar naqueles dois sendo um casal por um único dia sequer.

- So-so-sophia?? – Ele perguntou incrédulo.

- Ah, agora não me reconheçe, seu idiota?!! – Ela permaneceu gritando. Imaginei como seria a Juliana com raiva...

- S-sim, mas o que você faz aqui? – Ele parecia muito confuso e furioso ao mesmo tempo. Aidna estava com a roupa do trabalho, que não era lá muito comum.

- Acha que eu ia deixa a minha filha esperando horas por causa do trabalho??!! – Disse sem dó. – Mas... – Falou abaixando a voz e apertando o espaço entre os olhos. – Não importa, cadê os documentos dela? – Disse estirando a mão para ele.

Ele lhe deu os documentos e ela foi em busca do médico. Eu só queria que ele não olhasse para mim.

Deu errado.

- Seu primo me disse que estaria aqui. – Ele falou um pouco mais calmo. – Está aqui desde que horas?

- Acho que umas... seis. – Falei realmente em dúvida. Ele me olhou surpreso e olhou o relógio, já passava das duas da manhã.

- Bem... é bom saber que pelo menos um homem na vida dela faz algum bem. – Disse rindo de si mesmo com um tom muito triste na voz.

Logo a Sophia... Nossa, Sophia, que nome bonito...

Bem, logo ela voltou seria e sentou ao meu lado, o lado oposto ao Thiago... Não me parecia um lugar muito seguro.

- O médico disse que vão levá-la para a sala de cirurgia. Ela tem ossos para consertar. – Faloucom nojo na voz, eu sabia para quem ela se dirigia.

- Graças a Deus. – Eu sussurrei enquanto suspirava. Era realmente um alívio.

Ela me olhou com um sorriso terno e poucou a mão em meu ombro.

- Você já pode ir querido, ela vai ficar bem. – Ela disse muito gentilmente e me fazendo corar um pouco de novo.

- Desculpe, mas eu prefiro esperar. – Eu disse sorrindo um pouco e esperando que ela entendesse. Seu sorriso cresceu em seu rosto e ela confirmou com a cabeça.

Logo ouvi um toque de celular e percebi que era dela. Ela começou a falar com a outra pessoa na linha e um pensamento me veio à mente... “eu ficar com uma e ele com a outra”...? Juliana tinha uma irmã?

- Não, é melhor não... – Ela dizia ao telefone com muita calma. – Samantha, eu disse não. – Ela falou enfatizendo o “não”. – Eu... E-eu sei, mas é melho... O QUE? – Falou chamando a minha atenção e a do pai da Juliana. – Não, eu vou aí, por favor. – Disse impaciente e se levantou. Passou por nós com um olhar mortal dirigido ao Thiago que pareceu estremecer. Ele começou a mexer nas pregas da calça, então na camisa, até que apoiou os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos.

Eu me levantei indo lentamente atrás da mulher que já estava lá fora. Estava um vento forte e frio, me fez ter vontade de abraçar meu corpo na tentativa de me aquecer, e foi o que fiz. Sophia conversava com uma garota maios ou menos da minha idade, e eu estremeci.

Ah Meu Deus...

Sophia se virou para mim um pouco nervosa e sorriu.

Veio até mim e me puxou para perto da garota.

- Davi, esta é a Samantha... Irmã da Juliana. – Falou um pouco hesitante. Eu apenas fiquei olhando apra aquela garota. Ela fez o mesmo, apenas me encarou.

Tinha cabelos pretos e curtos, na altura dos ombros, usava uma franja que cobria toda a sua testa, não era de lado e nem cacheado, era muito liso. Tinha os olhos verdes como os da Juliana, e as sardas também. Mas seu rosto não era avermelhado como o dela, não parecia ser quente, nem me parecia chamativo... Ela tinha a pele igual a do Thiago, e os cabelos também.

- Oi. – Falei sentindo que minha voz quase não saiu. Ela deu um meio sorriso.

- Bom, vamos esperar lá dentro então... – Disse Sophia impaciente e virou-se para Samantha. – Mas não fale com ele. – Disse seriamente, e claramente referia-se ao Thiago. Samantha acentiu e nós entramos.

Ela fez com que eu e Samantha sentássemos bem distantes do Thiago, e acabou puxando-o para fora do hospital para conversar... “Conversar”...

Fiquei apenas encarando a parede a minha frente e percebi que estava com fome. Nossa... a quanto tempo eu não comia nada? Me levantei devagar e percebi que a fome estava realmente me incomodando.

- Eu vou comer algo, quer vir? – Chamei e ela encolheu os ombros se levantando.

Fomos comer, mesmo ela quase não tendo colocado nada na boca, e logo o Thiago apreceu seguido por Sophia. Ele pagou nosso lanche, parecia um pouco mais amigável.

Tudo aquilo me parecia uma puta duma distração.

Começei a caminhar pelo hospital sozinho... Aquela Samantha me parecia bem estranha... Ela não era simpática nem fofa como a Juliana, não me pareciam gêmeas nem de perto...

Acabei fazendo o caminho até o quarto da Juliana e sentei em um dos bancos que ficam na frente do quarto dela. Coloquei o rosto entre as mãos e apoiei os cotovelos nas coxas, ficando naquela posição por um longo período...

Aquilo me permitia pensar melhor.

Resumindo tudo o que descobri nesses dias: O pai da Juliana não contou a ela que a mãe dela nunca apareceu na sua frente porque eles combinaram que ele cuidaria dela e a mãe cuidaria da IRMÃ GEMEA dela, Samantha, mas agora que a mãe dela descobriu que o pai é tão idiota e irresponsável, teve um longa conversa com ele, e provavelmente as coisas iriam mudar.

Suspirei.

Aquilo seria complicado da Juliana entender.

A Juliana... Ela vai ficar bem... Isso é ótimo. Era tudo o que eu pansava enquanto o sono me invadia lentamente, como se apenas me seduzisse, eu não queria cair nas carícias do sono.

É... Ótimo... Foram meus últimos pensamentos antes de finalmente adormecer.


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Notas finais do capítulo

QUERO OPINIÕES. Ò.Ó
Muita loucura? E a Samantha? E a Sophia? *O*



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