Caixa Postal escrita por Evangeline


Capítulo 29
Capítulo 29: Caixa Postal


Notas iniciais do capítulo

Eu recebi ameaças à minha vida. ò.ó JESUS, ME PROTEJA.



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Corri o mais rápido.

Deixei tudo para trás.

Procurei saber onde era o hospital para onde havia sido levada.

Tentei ligar para Christiane e para Charlotte.

Tentei ligar para o pai dela.

Nada.

Meu desespero estava num nivel alto ao ponto de eu não sentir as lágrimas caindo, não sentir a chuva forte que caia, gritar para o taxista, ignorar os seguranças na entrada, gritar com as enfermeiras e com a secretária.

Os minutos se passavam como horas, e as horas como dias. O hospital era longe. Eu estava impaciente, desesperado, a garganta parecia não me obedecer, meu corpo tremia.

Precisei me acalmar.

Eu não podia perder a única faísca de alegria da minha vida.

Os corredores se fechavam ao meu redor, o ar faltava.

Eu precisava vê-la.

“O acidente de ônibus... onde... onde estão... os pacientes do acidente...?”

A mulher pareceu um pouco aliviada e falou algo sobre eu ser a primeira pessoa que chegou, mas eu não procurava saber nada sobre o que ela dizia. Fui levado por um corredor, até que um médico apareceu para mim e disse que eu precisava me acalmar. Eu não queria me acalmar.

- Todas as vítimas do acidente estão aqui, mas estão inconscientes, sóq muem acordou foi uma menininha de aproximadamente 6 anos que sentava-se em...

- Eu não quero saber. – Falei cortando o argumento do médico. – Doutor, me diga. Dessa altura – Eu coloquei a mão horisontalmente indicando a altura de Juliana -, cabelos cacheados e ruivos, tem olhos escuros porém verdes, sardas no rosto... Por favor Doutor. – Implorei.

Ele me olhou seriamente.

- Preciso da documentação dela. Vou procurá-la. – Ele disse me levando a sério. – Não podemos dar prioridade a ela, temos vários pacientes em estado terminal. Preciso que espere lá no hall, quando eu achá-la eu lhe informo mas tenho certesa que não poderá vê-la. Os pacientes chegaram a menos de duas horas e as enfermeiras devem estas banhando e colocando todos em quartos. Não tenho como lhe dizer se ela acordou, ou nada sobre a situação. – Ele me encarou por um tempo e eu engoli seco. – O ideal é que os responsáveis dela cheguem com a documentação. Ela, assim como todos os acidentados, provavelmente precisará de uma cirurgia e só podemos realizá-la com a permissão dos resposáveis. – Eu assenti.

Fiquei no hall de entrada esperando. Já era oito da noite e eu tentava ligar para o pai dela. Ligando para o telefone fixo chamava e ninguem atendia, o celular dele só dava caixa postal. Liguei para as amigas dela inúmeras vezes e também só caía na caixa postal.

Logo recebi uma ligação da minha Tia Dulce, atendi e vi que era Pedro.

- O HOUVE GAROTO, QUER ME MATAR?- Ele berrou ao telefone.

Expliquei a situação.

- Cara, tem que falar com o pai dela logo. – Ele disse.

- Eu sei, mas só dá caixa postal... – Falei impaciente coçando a cabeça e sem tirar os olhos do corredor por onde o médico poderia sair a qualquer momento.

- Ele mora na sua frente não é? Vou tentar entrar em contato, tenta falar com as amigas dela. – Ele disse e eu ouvi muito barulho do outro lado da linha. Logo desligamos o telefone e eu começei a ligar freneticamente para a Charlotte, mas não consegui. Começei a ligar para a Christiane e finalmente ela atendeu.

- Alô?

- Chistiane, é o Davi.

- Davi? Ahm, oi...

- Oi, olha, você ainda está na casa do lago?

- Ahm, sim, porque?

- Eu só quero saber... – me controlei para não gritar. - ... porque a Juliana pegou um ônibus sozinha. – Eu disse palavra por palavra, tremendo até o pé de nervosismo.

Ela percebeu a minha irritação.

- Ela disse ter descoberto algo sobre a mãe dela, e fez um telefonema estranho. Não quis nos contar nada e foi embora, sem mala nem nada. – Explicou.

- E vocês deixaram?! – Eu perguntei quase gritando.

- Olha, eu nunca faloi contigo garoto, não tem o direito de falar assim comigo. Agora me explica o que houve. – Ela disse ficando com raiva, o que me fez dar uma risada irônica.

- “O que houve”, foi que o ônibus que ela pegou capotou e explodiu. – Falei deixando escapar uma lágrima e mais uma vez gritando com ela. Eu a ouvi prender o ar.

- Dav...

- E agora – eu a impedi – Ela está em algum lugar desse maldito hospital, o pai dela está incomunicável e só vai poder ser tratada do jeito certo se tiver a autorização dos responsáveis e a documentação.

Ela pareceu mais relaxada, mas ainda sim muito tensa.

- E-eu... – Ela ia começar mas parou para falar com alguem e o telefone passou para outra mão, Charlotte pegou.

- Davi, eu estou com o celular dela. Se ela falou mesmo com a mãe dela, posso entrar em contato. – Disse Charlotte rapidamente.

Um turbilhão de pensamentos sobre “talvez não seja bom a mãe dela aprecer do nada.” Mas eu só queria um maldito documento e uma maldita assinatura!

- Ótimo, estou tentando falar com o pai dela. – Eu disse e lhe informei onde era o hospital antes de desligar e tentar mais uma vez falar com o pai dela.

Logo o Pedro me ligou de novo dizendo que o pai dela estava trabalhando e que ele disse que assim que saísse de lá viria ao hospital.

QUE IDIOTA DE PAI ESPERA PARA SOCORRER A FILHA QUE ACABOU DE PASSAR POR UMA EXPLOSÃO DE UM MALDITO ONIBUS?!!

Fui ao banheiro para lavar o rosto.

Já era quase dez da noite quando o médico finalemnte apareceu pelo corredor e eu corri até ele.

- Eu posso lhe levar até o quarto dela, rapaz. – Começou me fazendo suspirar aliviado. – Nós a sedamos por três horas, o sedativo vai durar aproximadamente mais duas horas, e não poderemos repetir a dose já que não sabemos se ela tem algum tipo de alergia.

- Obrigado, Dr. – Falei realmente agradecido. Ele me olhou um pouco compreensivo e me deu as costas, pedindo que eu o seguisse.

Subimos por um elevador até o sexto andar do hospital e ainda costuramos por vários corredores até parar diante de uma porta branca e ele sinalizar para que eu entrasse.

Abri a porta devagar e as lágrimas começaram a escorrer sem medo quando eu a vi. Fiquei ajoelhado diante da cama, sem conseguir tirar os olhos dela.


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Notas finais do capítulo

huhuhuhu, como será que ela está...? XD



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