Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 15
Fique quieto


Notas iniciais do capítulo

Faça silêncio, bestantes por perto. Shhhhhh!



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Estou quase tendo a sensação de que agora sim estou salvo quando ouço barulho de três canhões, três mortos. O barulho deixou os esquilos dourados inquietos e agora eles estão por cima de minha cabeça, balançando os galhos das árvores, gritando e correndo de um galho a outro. Tento ficar o mais próximo da árvore para não ter mais problemas com aqueles pequenos carnívoros, abro minha mochila e como um biscoito crocante com gosto de pão com carne, imagino que deve ter vários nutrientes só naquele biscoito.

A água começa a ser um problema para mim, a garrafa já está acabando e o rio mais próximo a água é envenenada para matar tributos. Os remédios estão fazendo um grande efeito, não estou mais com os sintomas de febre, estou forte e não estou com sono. Olho debaixo de minhas roupas e o que eram buracos em minha pele, agora são apenas cicatrizes, não sei o que acontecera, mas os ferimentos pareciam se curar rapidamente.

Meu pulso continua me preocupando, o sangue coagulou, mas não consigo tirar uma parte da madeira que ficou dentro de minha pele e a área está ficando com uma cor amarelada, deve estar criando uma infecção. Precisava de ajuda, mas acho que Brock está mais preocupado com minhas roupas. Vasculho em minha bolsa e consigo achar um creme, esfrego o creme contra minha pele nas cicatrizes que ainda ficaram dos esquilos, no meu pulso jogo o resto de minha água e consigo passar o creme ainda sentindo algumas dores, era difícil mexer o pulso sem que um gemido saísse de minha boca. Pego em minha bolsa uma parte de minha antiga camisa rasgada e amarro-a acima de meu pulso para diminuir o fluxo de sangue, pego minha faca tentando ter coragem de tirar a parte da madeira, seguro na árvore com força para tentar diminuir a dor e enfio a faca sobre meu pulso, sangue começa a escorrer e começo a dobrar a faca para o lado e para cima.

A dor mais insuportável que já senti, enquanto a parte da madeira saia devagar de meu pulso. Não pude me conter de dar vários gritos de dor, o sangue continuava saindo, mas conseguira tirar a pequena parte da árvore que estava em mim, ainda não quero ser uma árvore. Pego uma parte de minha antiga calça e amarro no pulso, minha mão estava ficando dormente pela falta de sangue e meu antebraço estava vermelho, mais alguns minutos e acho que meu antebraço explodiria.

O dia estava ficando noite, o sol estava se pondo. As lembranças com Alice voltam em minha cabeça, boas tardes que passara com ela, nunca me esqueceria, nós ficávamos no lugar mais alto do Distrito 12, esperávamos o sol se por enquanto ficávamos olhando a linda paisagem, árvores e animais. Prometi a ela que um dia iríamos sair do Distrito 12, conseguiria um trabalho na Capital ou em um Distrito mais rico, mas nós não precisávamos de nada, nós tínhamos um ao outro, isso era o suficiente. Agora não tenho mais a paisagem do Distrito 12, não tenho Alice, não tenho nem a mim mesmo, estou sendo controlado pela Capital, mais uma peça nos Jogos deles, uma marionete com fios de aço, os quais não me soltavam.

Arranco gramas do chão, folhas das árvores e faço um círculo em volta da árvore que estou deitado, caso alguém ou algo passe por ali, irei ouvir seus passos. A insígnia da Capital aparece no céu e começa passar os mortos. Um carreirista do Distrito 4, uma garota do Distrito 7 e do Distrito 12, Lucas. O garoto conseguiu ir longe, deveria ficar triste? É menos um inimigo.

Colo meu casaco e estou me preparando para dormir, como mais um biscoito e me sinto satisfeito, que mágica tem nesses biscoitos? O barulho da floresta fica mais medonho à noite, vaga-lumes fazem barulhos, esquilos gritam, as árvores balançam sem parar, galhos quebram sobre minha cabeça.

Uma enorme fumaça polui o céu, um tributo sozinho não conseguiria fazer aquele enorme ar de fumaça, um grupo grande está próximo da floresta. Eles vão ter uma surpresa.

Levanto-me e corto com minha faca um pedaço de carne crua que estava em minha mochila, quebro um galho perto da árvore que eu estava sem fazer muito barulho, utilizo ainda o tecido de minha camiseta antiga e faço um nó, uma vara com uma carne pendurada. Guardo minhas coisas em minha mochila e me levanto.

Vou à direção da fumaça e em certo ponto vejo que estou ficando muito perto e chamo a atenção dos esquilos dourados.

— Aqui esquilinhos fofinhos – grito.

Algumas luzes douradas começam aparecer na escuridão, olho a árvore que está em minha cabeça e começo a balançar a vara para os esquilos.

— Comida – grito.

Estou começando a ficar cercado pelos esquilos.

— Agora! – grito.

Faço um movimento brusco com a vara, muitos esquilos já pulam para tentar pegar a vara e jogo a vara em cima da árvore que fica presa na ponta, quase 5 metros do chão e os esquilos correm para a árvore tentando pegar a carne. Começo a correr para dentro da floresta e vejo que os esquilos ficaram tentando pegar a carne, ainda bem.

Corro para dentro da floresta com muita velocidade, paro pra tentar analisar onde estou e observo à fumaça, tomei uma distância considerável. Viro para frente e agora eu que tenho uma surpresa.

No meio da escuridão começo a enxergar animais pequenos com as asas coloridas em cores como rosa, azul, violeta, verde, quando piso sem querer em um galho os animais mostram suas cores, estou cercado por animais que brilham, um desses bichos passa perto de meus olhos e percebo que não se trata de animais e sim de insetos, são borboletas.


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Notas finais do capítulo

Desculpe se não estou conseguindo postar todas sextas a Fanfic, mas estarei atualizando sempre que puder. Se achou algum erro de português ou qualquer outra coisa do gênero fale nos comentários. Se gostou recomende, favorite e comente.
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