Sweet Sixteen (Dramione) escrita por The Mudblood Malfoy


Capítulo 11
Capítulo Dez - Elizabeth Medved


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem por ter demorado, eu estou realmente ocupada com a volta às aulas, e tive um recente bloqueio de imaginação. Eu também andei meio desmotivada, mas Graças a Deus eu estou postando!!!! Espero que gostem!



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Hermione acordou na escuridão.

Por um momento achou que estava cega, mas quando sua visão se estabilizou, ela pôde reparar nos objetos à sua volta. Estava deitada no chão, em uma pequena sala vazia, a não ser por um objeto de pedra à sua frente, com uma bacia em cima. Porém, Hermione sabia o que tinha que fazer. Segredos têm um custo, e dessa vez, a garota pagou bem caro. Na realidade, talvez ela quisesse mudar a frase por causa da culpa. Curiosidade tem um custo, e bem alto, vale ressaltar.

Pôs-se de pé, e se dirigiu para uma bacia cheia de líquido transparente. Hermione sabia o que era, mas nunca lidara com aquilo. Aproximou o rosto para inspecionar o líquido, o que ficou muito difícil devido à falta de luz. Procurou pela sua varinha, mas Voldemort havia tomado dela por precaução. Então, tocou a substância com a ponta do dedo indicador, e ficou um pouco tonta. Atravessou a mão, e sentiu a sala escura ficar de cabeça para baixo, o gélido líquido envolvendo sua mão. E, com uma careta, enfiou-se de cabeça, e tudo escureceu (mais do que já estava).

De repente, outro ambiente se formara, estava nevando agora, mas Hermione não sentia frio, e não conseguia sentir a neve – a neve não lhe tocava. Os olhos ardiam com a luz repentina. Sim, como Harry descrevera, essas deveriam ser as supostas memórias que as penseiras carregavam. A garota olhou o cenário à sua volta: uma linda casa de três andares – pode-se dizer uma mansão – com o telhado verde coberto de neve, e os parapeitos das janelas também; na entrada havia uma varanda bonita com uma cadeira de balançar ao lado da porta, e um caminho de pedras no jardim, igualmente coberto de neve. Apenas no último segundo, Hermione reparou em Draco Malfoy e sua família, aproximando-se agora do caminho de pedras, e, lembrando-se do que Harry lhe dissera, seguiu-os.

Eles tocaram a campainha, e em menos de dois segundos, a porta vermelha se abriu, e uma mulher alta e loira recebeu-os, com um sorriso presunçoso – semelhante ao de Draco – no rosto. Todos entraram e se acomodaram na sala de entrada, onde um lindo e felpudo carpete cobria o chão, e os sofás de seda cara e almofadas de algodão repousavam coloridamente em um tom castanho. Eles começaram a conversar, enquanto a suposta dona da casa servia-os com vodca e biscoitos de chocolate e mel.

– Desculpem-me pela bagunça, a minha elfa está velha, e... Irenia! Venha servi-los! – a mulher gritou com um sotaque russo, e com um susto, Hermione reparou na pequena elfa que limpava lentamente uma mancha no espelho da parede. A elfa também se assustou ao ouvir seu nome e, deixando o pano no chão, apressou-se em pegar a garrafa de vodca e servi-la nos copos. Hermione também reparou que Draco adquirira uma expressão de repugnância ao ver a elfa colocando biscoitos em seu prato. Finalmente, a mulher se sentou em uma poltrona bordô, e retomou a conversa, como se Irenia não existisse.

– Espero que fiquem mais do que no ano passado! E, que Deus não permita, tenham que sair antes do tempo! – Ela disse e com uma risada seca, mordeu um biscoito.

– Na verdade, Anastásia, nós vamos ficar apenas duas semanas, receio lhe informar. – Disse Narcissa Malfoy, parecendo um pouco desconfortável. Anastácia pareceu ofendida.

– Por que não podem ficar mais alguns dias? Afinal, as férias de Draco coincidem com as da minha Carol. – Draco levantou os olhos de sua vodca ao ouvir seu nome e começou a prestar atenção.

– Anne, não nos leve a mal, é que eu tenho que trabalh... – Lucius começou a se justificar, mas Anne ou Anastásia o interrompeu agitada:

– Como assim trabalhar? Isso não se chama férias, afinal? O que eu irei pensar do seu Ministério Inglês, se não permite férias para o meu pobre irmão!

– Anne...

– É por isso que eu te disse para vir morar aqui conosco, na Rússia! Aqui pelo menos nós temos férias! – Nesse momento, uma garota de cabelos castanho-avermelhados apareceu da porta da cozinha, com os olhos ligeiramente arregalados – incrivelmente da exata cor dos olhos de Draco -, e com um moletom muito maior do que ela, e botas de algodão. Ela sorriu ao ver Draco, o mesmo sorriso de tirar o fôlego que Draco possuía, e ele sorriu de volta. – Ah, Carol, querida, diga olá para os tios. Draco, querido, vá brincar com ela – e dirigindo-se para a filha: e, onde está Heinz?

– No quarto dele, lendo – Ela respondeu dando de ombros. Seu sotaque russo era muito engraçado. Anne mandou Draco e Carol para o quarto, o que os dois fizeram, rindo. Hermione se apressou em segui-los. E os dois riram mais uma vez. Aproximaram-se de uma porta branca, com um papel colado nela, escrito: Vá embora. Carol deu de ombros e abriu a porta, e entraram em um quarto razoavelmente grande, com uma cama de solteiro malfeita, e um garoto de cabelos castanhos como os de Carol estava sentado nela, lendo o livro Howards End. Ele levantou os olhos para as pessoas à sua frente e sorriu, ao ver Draco.

– Hey, priminho! – ele se aproximou e bagunçou os cabelos de Draco. Hermione sentiu que aquelas memórias deveriam ser muito pessoais para o rapaz, e se sentiu mal por estar ali, presenciando tudo aquilo. Os três se sentaram na cama e começaram a conversar sobre Hogwarts. – Acredita que esse ano em Hogwarts, eu e Carol fomos para a detenção por termos apenas jogado bexigas d’água no velho Filch? – Os três explodiram em gargalhadas com as piadas de Heinz, que parecia ser um pouco mais velho que Carol, que aparentava ter seus quatorze anos. Draco deveria ter uns doze.

– Você quer ver sua namoradinha, Draquinho? – Carol subitamente sussurrou, quando Heinz terminou de contar uma piada sobre um duende e uma bruxa do Ministério. Draco ficou subitamente sério e desviou o olhar da prima.

– Ih, está com medo agora? O que aconteceu ao Draquinho do verão passado? – Brincou Heinz, cutucando o ombro de Draco. O menino balançou a cabeça e disse:

– Papai não me deixa falar com sangues-ruins. Ele descobriu de alguma forma. Vocês acham que Tia Anne seria capaz de contar para ele? – Ele disse com sua voz arrastada, bem diferente do inglês dos primos.

– Não, mamãe é muito boa para guardar segredos.

– Mas assim como meu pai, ela tem o orgulho sangue-puro. Tenho quase certeza que contou. – Draco disse parecendo meio ofendido. – Será que fizeram algo a ela? – De repente os três ficaram em silêncio, a preocupação no ar.

– É possível. – Admitiu Heinz, depois de uma grande pausa.

– E se aconteceu alguma coisa? Precisamos checar! – A voz de Draco soou urgente e Hermione notou em seus olhos de aço traços de medo. E ela percebeu que o que estava fazendo era errado, entrando nas memórias de Draco desse jeito. Ela não podia fazer nada se Draco já tivesse se apaixonado alguma vez por outra pessoa, talvez até melhor do que ela. Agora sabia quem eram Anne e Carol, e Libby deveria ser a antiga namorada de Draco. Ele se levantou de repente, tirando Hermione do seu remorso.

– Leve-me para a casa dela. – Ordenou Draco, dirigindo-se para Carol. – Você é a melhor amiga dela, você sabe onde ela mora.

– Certo. Heinz, você vem conosco? – Carol perguntou, se levantando também.

– Claro. Não ia perder o drama do Draquinho por nada no mundo. Nem pelo Howards End. – Ele apontou para o livro em suas mãos. Carol riu, mas Draco parecia um pouco preocupado demais para prestar atenção.

Heinz, então, se dirigiu para a janela, e a abriu, deixando um vento forte entrar no quarto. Carol abraçou-se por um momento, e Heinz pulou. Depois Draco.

– Vamos, Carol. Pare de ser medrosa! – Heinz argumentou, ameaçando jogar uma bola de neve na irmã.

– Por que a Rússia tem que ser tão fria? Até no verão! – Ela gritou, e pulou, com a ajuda do irmão. Hermione os seguiu. Heinz fechou a janela com um baque, e deixou Carol guiá-los. Eles lutavam lentamente contra a neve no chão, que estava alta uns quinze centímetros. Depois que atingiram o asfalto, a neve era água, e eles começaram a apressar o passo. Viraram uma rua, uma esquina e atravessaram o bloco. Hermione observou as lojas, as casas, todas cobertas de neve semiderretida. As ruas estavam incrivelmente desertas, e Quando atravessaram outro quarteirão, Carol parou de repente e começou a fungar.

– O que foi esquilo? – Perguntou Heinz, parecendo entediado. Draco começou a tremer.

– Não está sentindo? A... Fumaça? – Carol franziu as sobrancelhas e fungou novamente. – Vocês não estão sentindo? – Então ela olhou para o céu e soltou um grito estrangulado. – FOGOOOO!

Ela saiu correndo rua abaixo, com Draco e Heinz em seu encalço, e Hermione teve que fazer certo esforço para acompanha-los. Quando Carol finalmente parou, os quatro contemplaram uma pequena casa de madeira em chamas. A fumaça saía em espirais e se disfarçava com as nuvens do céu. Carol começou a gritar e a chorar, seu rosto coberto pelas mãos, os cotovelos apoiados nos joelhos. Ela acabou se ajoelhando no meio da rua, e Heinz se abaixou e a abraçou, beijando seu coro cabeludo, e murmurando frases como “Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem.”

Enquanto isso, Draco Malfoy entrava na casa sem nenhuma cerimônia, já que não havia mais porta, ela estava quebrada em um canto, pegando fogo. Hermione começou a gritar para Draco não se aproximar, aquilo seria muito perigoso, mas então se lembrou de que aquilo era apenas uma memória, ela não poderia alterá-la. Ao invés disso, seguiu-o.

Ele passou correndo pela pequena sala de estar, na qual estava um sofá e um tapete em chamas. Havia uma cozinha, mas Draco ignorou-a. Ele estava seguindo os gritos no segundo andar. Ele subiu cautelosamente os degraus, pois alguns estavam se despedaçando com o fogo. Ele caiu ao pisar em falso, e se segurou no chão do segundo andar, seu suor visível molhando seus cabelos. Ele respirava pela boca, e de quando em quando olhava para baixo, com uma careta. Suas pernas balançavam inúteis no ar enquanto ele tentava apoiar seus cotovelos. Hermione cobriu a boca com a mão, aflita. Ela queria ajudar, mas sabia que seria inútil. Ele finalmente conseguiu colocar os cotovelos no chão, e com o rosto vermelho e todo suado, ele conseguiu subir no segundo andar.

Com um suspiro de alívio, Hermione continuou seguindo-o. Ele correu para a última porta, o que foi um pouco difícil, com o chão pegando fogo. Ele desviou de pontos chamejantes, e continuou o seu caminho, parecia estar cheio de determinação.

Os gritos continuaram.

Ele chegou à última porta do andar, e tentou abri-la. Estava trancada. Ele chutou, mas não aconteceu nada. Ele aproximou o rosto da porta, e gritou, com a voz rouca: Estou aqui! Vim te ajudar! Mas parecia em vão, os gritos continuaram. Quando Draco arrombou a porta, o quarto já estava silencioso, como se alguém houvesse tampado os gritos com um pote. O menino olhou para os lados: uma penteadeira aos pedaços e vestidos jaziam no chão, em chamas; livros estavam jogados em um canto, ardendo junto com a estante despedaçada; e um ser, uma garota em cima da cama, arquejava. Metade da cama estava extinta, as brasas e o pó voando com o vento da janela que estava semiaberta. A garota estava encolhida, os braços e um lado do rosto em carne viva, e o resto estava preto como carvão.

Hermione não conseguira distinguir muito bem os traços da menina, mas sabia que era Libby pelo jeito como Draco a olhou. Ele correu para ela, e se ajoelhou, pegando sua pequena mão. Os olhos da garota estavam abertos, azuis como o mar, e ela oscilou por um momento antes de sussurrar em russo: Ya lyublyu tebya.

– O quê? – Ele perguntou com a voz uma oitava acima, as lágrimas caindo inconsolavelmente.

– Eu... te amo. – E o mar sumiu de seus olhos quando suas pálpebras se fecharam, e Elizabeth vulgo Libby Medved adormeceu eternamente.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros ortográficos, ou qualquer outro erro, eu vou arrumar! Deixe seus comentários, suas dicas, suas críticas, opiniões, recomendações ;p .... hehehehe Espero que estejam gostando de verdade!!