Superficial escrita por Karen M
Notas iniciais do capítulo
Desculpa a demora teve toda a correria de fim de ano e um pouco de preguiça também... mas tá aí o capítulo 4 com altas revelações.
-Oi Bobby. – Digo sorrindo. Ele fica parado me olhando por um tempo, então tira uma arma da calça. –Ei, calminho aí – eu digo erguendo as mãos e indo pra trás.
-O que você é? - Ele pergunta.
-Sou humana não se preocupe, agora guarda essa arma.
Ele continua com a arma apontada pra mim e seu olhar parece confuso.
-Bobby, abaixa a arma – eu peço novamente. Ele abaixa a ara devagar e alerta, então seu telefone toca. Salva pelo gongo. Ele se dirige até o telefone que está na sala, ele sai e fecha a porta do quarto.
Eu me atiro na cama e fico lá até Bobby voltar ao quarto.
-Precisamos conversar. – Bobby diz abrindo a porta. Posso ver a ara em sua cintura e um arrepio sobe por minha espinha.
-Tá – digo o mais tranquila possível me sentando na cama.
-Você está mexendo com bruxaria. Desde quando? – Agora o alívio toma conta do meu corpo. Tento disfarçar.
-Ah, foi só hoje na verdade.
-Que feitiço você usou?
-Um que eu vi em um livro m tempo atrás – Digo deitando na cama relaxadamente.
-Que livro¿
-Não sei Bobby, faz muito tempo, só que eu nunca esqueci esse feitiço porque queria usar só que eu tinha medo.
-Você sabia que isso pode ser magia negra e magia negra vem de demônios, justamente do que você está fugindo? – Agora ele me pegou.
-Não sei se era magia negra...
-Justamente isso, você não sabe.
Fico em silencio. Não acredito que estou levando uma bronca desse velho que nem conheço.
-Desculpe senhor Bobby, nunca mais farei isso. – falo em tom debochado.
-Bom saber. Vou ficar de olho em você. –era só o que me faltava. Ele sai do quarto e eu saio junto. Vi uns livros lá embaixo, deve ter coisas de monstros já que ele é um caçador. Ninguém me disse que ele é mas deve ser.
Estava certa, tem muitos livros sobre monstros aqui, eles são bem velhos, tentarei não estragar nenhum.
-O que você está procurando? – Bobby fala atrás de mim.
-Algo sobre demônios... – digo. Ele olha os livros dali e me entrega um dos livros velhos.
-Tome cuidado com esses livros, eles estão velhos alguns se esfarelando, melhor não estragar nenhum.
-Sim senhor. – Digo indo em direção a poltrona velha da sala.
-Ah- Bobby continua - Fique longe dos livros de magia.
Rio comigo mesma. Não preciso de livro de magia, tenho minha própria mágica, mas deixa eles pensarem que preciso.
Fico folheando o livro até achar a parte dos demônios. O livro está escrito em uma linguagem difícil e cansativa. Aqui diz algo sobre demônios serem queimados por água benta e não entrarem em um lugar com as paredes de ferro puro. Eles podem ser mandados de volta pro inferno se forem exorcizados e aqui diz o exorcismo.
-Tudo o que diz aqui é verdade? – Pergunto pra Bobby que está lendo outros livros na sua escrivaninha.
-Basicamente sim.
-Até esse exorcismo?
-Sim, geralmente um demônio comum não resiste logo na primeira parte, você deveria decorar esse exorcismo, assim você fecha a matraca. –ele fala ainda lendo seu livro – ah, mas o exorcismo deixa o demônio mais forte enquanto é dito, mas depois que acaba ele volta direto pro inferno.
-Você pode me ensinar a pronunciar¿ Mais tarde é claro.
Ele me olha como se estivesse dizendo “fala sério” e eu continuo:
-Assim eu posso me defender sozinha e você não precisa ser minha babá.
-Tá, mais tarde, agora deixa eu me concentrar.
Me levanto e vou até ele, vejo que está lendo sobre o apocalipse. Não consigo controlar e deixo escapar:
- Acha que vão mesmo convencer meu irmão?
Ele congela durante um tempo e depois se vira pra mim.
- Sim eles vão.
Tento não demonstrar o quanto aquilo me afeta.
- Quem vai lutar contra os demônios e mutantes?
- Quem nós realmente precisamos matar é Lúcifer.
- Vocês querem matar o diabo?
A incredulidade na minha voz era evidente. Nunca fui religiosa, não acreditava totalmente em Deus e Diabo, e agora sei que realmente existe e que o diabo pode ser morto.
-Sim, se matarmos ele o apocalipse acaba. Os demônios não vão ter líder não vão ter porque continuar.
-Eles não vão ficar bravos por vocês matarem o líder deles?
-A maioria nem quer o apocalipse. – Ele diz voltando para os livros.
- Vocês vão matar meu irmão? -Isso simplesmente sai da minha boca.
Ele não responde. Como fui boba em pensar que salvariam meu irmão, é claro que iam matar ele, ele ia ser um aliado dos demônios na extinção da raça humana, é claro que o matariam. Mas eu não deixarei que matem Nathan. Não mesmo.
Voltei para a TV e coloquei na VH1 e fiquei lá vendo Lady Gaga dançar á beira da piscina de uma mansão luxuosa. Eu não quero ficar aqui parada, assim eu fico pensando na mamãe e no Nathan e acabo ficando triste. Eu odeio ficar triste! Eu preciso sair dali, quero saber o que Sam e Dean estão fazendo, se ainda estão atrás daquelas crianças fantasmas ou se estão atrás de outra coisa. Coisa. Eu sou uma coisa. Será que eles vão me matar? Começo a ficar com medo, “mas se eu me sentir ameaçada eu sumo, não preciso ter medo” digo a mim mesma. O que resta é esperar e ver o que vai acontecer.
Vejo Bobby levantar e caminhar até o banheiro e ouço o som do chuveiro. É uma boa oportunidade para dar uma escapada.
Penso na fachada do hotel onde Sam e Dean estão hospedados e apareço lá. Saí do lado do hotel, em um vão entre o prédio do hotel e do prédio ao lado. Ninguém me viu. Qual era o quarto deles mesmo? Lembro que era no terceiro ou quarto andar, então subo e vou espiando de porta em porta até reconhecer o quarto deles. Parece não ter ninguém, então apareço lá dentro e vejo Dean vindo e me teleporto pra debaixo da cama. Ele olha ao redor e engatilha a arma que tinha, mas quando não vê nada sai e tranca a porta. Fico embaixo da cama até não ouvir mais nenhum barulho então saio de baixo da cama e checo o quarto. Não tem ninguém lá. Essa foi por pouco! Vejo um laptop em cima da cama e dou uma olhada no histórico. A última página aberta foi uma de desaparecidos. É uma página do governo, como eles entraram lá? Clico no link mas é claro que não consigo ver nada. Olho em volta. Nada de especial. Vou até o armário e vejo recortes de mortos e desaparecidos e algumas armas. Sinto um arrepio só em ver aquelas armas e aqueles recortes de gente morta. Leio algumas notícias e vejo que todas as mortes são misteriosas. Então é assim que eles descobrem trabalhos.
Esse negócio de demônios, fantasmas e as outras “coisas” é novidade pra mim, mas eu acreditei muito rápido. Eu sempre gostei de ver filmes de monstros, talvez eu me identifique um pouco com eles (tirando a parte de matar inocentes),e no fundo eu queria que eles existissem, seria mais divertido e perigoso. Os humanos são tão sem-graça. Olho o relógio, já se passaram dez minutos desde que eu saí da casa do Bobby. Penso no quarto de ferro que um dia vera na casa e de repente estou lá. Olho pelo buraco da porta e não vejo ninguém, saio e caminho em direção á sala quando vejo Bobby novamente lendo os livros do apocalipse.
-Onde você estava?
- Dando uma olhada na casa.
- Não, não estava. Eu vi quando você sumiu no meio da sala, o estranho foi que eu não vi você fazer nenhum feitiço.
Burra, burra, burra!
- Continua com esse papo...
-Já chega. Eu estou tentando tomar conta de você para os demônios não te matarem, mas eu preciso saber com quem ou o quê estou lidando. Comece a falar.
Ah que droga! Por isso não evito as pessoas, elas sempre desconfiam. E agora? O que eu faço? Ele está muito certo do que diz, não dá pra enrolar ele, eu vou ter que contar. Todos os anos de segredo e autopreservação foram ralo abaixo.
Agora estou sendo exposta. Só espero que eu não vire a caça.
Minha boca abre mas as palavras não saem. Sempre escondi isso tão bem e agora por causa de uma curiosidade idiota botei tudo a perder.
- Sou m-mutante. – Falo engasgando.
Ele fica me olhando por um tempo e pergunta:
-Isso não faz sentido. Os demônios teriam te levado.
- Também gostaria de saber por que não me levaram. Talvez eles não saibam o que eu sou.
Ele me olha desconfiado.
-Não acredito que eles não saibam...
- Eu sempre escondi isso muito bem, sempre evitei as pessoas, nem minha mãe sabia da minha ‘’habilidade extra’’.
-Então você pode mudar de lugar só com o pensamento¿
- Eu chamo de teletrasportagem.
- Quando descobriu isso?
- Há uns cinco anos.
- E o que mais pode fazer?
-Nada. Só isso. – Não vou contar da minha pele de mármore nem dos meus machucados que somem, afinal, não é uma coisa que eu possa fazer, é involuntário.
- Porque não contou?
- Não é uma coisa que eu posso sair contando por aí.
Ele fica pensativo por um momento.
-O que vai fazer comigo?-Pergunto com medo da resposta.
- Ter cuidado dobrado para os demônios não te acharem.
- Eles não podem me pegar. Eu posso sumir quando quiser.
- Não os subestime.
Olho para o livro que deixei na poltrona.
-Não irei. –Não irei os subestimar, vou aprender tudo o que posso sobre eles, tenho que conhecer meus inimigos.
Caminho até a poltrona e volto a ler o livro.
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Reviews e recomendações e deixam muito feliz, não custa nada pessoas...