_Pensei que não fosse mais adormecer Anjo.

Pisco os olhos algumas vezes e lentamente abro um sorriso. “Ele está mesmo aqui! Está bem aqui na minha frente! Está?”

_Está no meu sonho?_ Pergunto ainda sentada na cama enrolada nos lençóis. Minha voz sae fraquinha e vai morrendo a medida que Pach estreita os olhos e me lança aquele sorriso misterioso.

_Você esta sem roupa?_ Seu sorriso se torna brincalhão e malicioso ao me observar encolhida_ Eu não mereço nem um abraço depois de tanto tempo?

Abri o sorriso e me desprendi do transe em que ele me prendeu assim que ouvi sua voz. Joguei os lençóis de lado e corri na direção, aos seus braços. Assim que sinto o aperto forte em torno do meu corpo tenho a certeza de estar protegida e amparada, mesmo sabendo que Pach não esta realmente no meu quarto.

Pach é um anjo, até meu pai arrancar-lhe as asas era meu anjo da guarda. Ele tem poderes inimagináveis.

_Oh como você demorou!_ É tudo que consigo dizer antes de beijar seus lábios desesperadamente como se quisesse recuperar o tempo perdido. Pach desliza a mão nas minhas costas e sinto aquela tão conhecida sensação. Uma sensação maravilhosa que toma conta de todo meu corpo. De todo meu ser.

Quando finalmente voltamos à tona continuo agarrada em seu pescoço e olho seu rosto. Pach tem quase dois metros de altura e seus cabelos estão bagunçados de uma forma muito sexy. Os músculos dos braços maravilhosamente esculpidos e aquele seu irresistível aroma de sabonete. Mas são seus olhos que o traem. Coisa difícil de acontecer. Eles me dizem que Pach está cansado.

“Ah Anjo como eu esperava por isso” Diz Pach em minha cabeça. Sinto um arrepio. Não sei se foi por causa da mensagem mental ou se é simplesmente porque seus braços me trouxeram pra mais perto de si com firmeza.

_Vamos pode começar, e pelo amor de Deus diga que trouxe boas novas_ Digo com pouca convicção voltando para cama. Pach continua onde esta._ O que foi?

_Você esta deslumbrante_ Ele me diz isso muito devagar me olhando de Cima a baixo. O babydoll! Um sorriso carregado de desejo se forma em seus lábios.

_Ora Pach não me enrola! Quero saber como foi a viajem!_ Digo tentando passar indignação mas contendo um sorriso._Deixa disso e vem aqui._ Droga, percebo que a dose de sensualidade na minha voz foi exagerada pois Pach não desgruda os olhos famintos de mim dando passos lentos como uma pantera que prepara o bote.

Não posso contra isso.

Primeiramente ele se inclina sobre a cama e com os dois braços esticados desliza as mãos sob o colchão na minha direção sem despregar os olhos dos meus. Não consigo suportar e abro um sorriso. Ele só pode ter entendido como um sinal verde, pois seus dedos tocam os meus pés me fazendo cócegas e deslizam pelas minhas pernas que estão com todos os pelos arrepiados.

Ele pára quando alcança a barra da camisola. Mas entrei no jogo também. Seguro suas mãos e as passo por cima da barra. Agora ele pode continuar de onde parou. Mais por cima da camisola.

Pach escancara um sorriso mas não abandona seu trajeto. Segue as mãos nas laterais das coxas até o meu quadril, subindo até chegar no pescoço. Com as duas mãos ele segura meu rosto.

Ele fica assim por alguns segundos. Eu não preciso que ele entre na minha cabeça pra saber o que ele esta pensando.

_Eu também estava com saudade._ Sussurro.

“Te amo anjo”

O relato de como fora a viajem de Pach na busca dos líderes de anjos caídos para tentar convencê-los de desistir da resposta aos rebeldes nefilins vai ter que esperar um pouco. Esperei três meses por isso! E não vai ser uma guerrinha entre o céu e a Terra que vai me tirar.