Esse ano está só começando e já me surpreendeu, o Thomas com certeza é o que mais me surpreende. Nunca que eu imaginei que ficaríamos juntos, principalmente nesse ano, tudo o que eu queria era ele longe de mim, mas agora o que eu quero é que ele não saia mais do meu lado. Claro que eu ainda estou com um pé atrás em relação a ele, ainda me lembro de tudo o que ele fez comigo nesse tempo, mas não sei se vou conseguir ser dura com ele, Thomas me faz ser uma menina inocente, que apenas com um sorriso ele me ganha. Mas eu tinha que ser dura com ele, por mais que o meu coração diga o contrario.

Cheguei ao colégio faltando apenas 10 minutos para tocar o sinal, encontrei com o Pedro na porta do colégio entrando de mãos dadas com a Nanda , olhei de longe e avistei Thomas encostado no capô do carro dele e Giovanna ao seu lado. Ela estava rindo e ele não parava de me encarar até ela chamar a atenção dele estragando nossas trocas de olhares. Bufei e sai andando agarrada com o Pedro e Nanda.

– Fica assim não mini, você sabe que se fosse por ele vocês estariam se beijando agora e foda-se o mundo não é ? – Assenti e suspirei.

Ontem tinha conversado com o Thomas, ainda não queria expor o que a gente tinha , não era vergonha nem medo, é que o povo desse colégio gosta de tomar conta da vida dos outros , só queria preservar isso, por mais que já falam da minha vida, já disseram que eu peguei o professor de matemática para ele me dar 2 pontos na média para eu passar de ano, mas claro que isso não passava apenas de imaginação fértil da galera. As aulas passaram voando, na hora do intervalo sem mais menos Giovanna aparece na minha frente.

– Perdeu alguma coisa aqui ? – O que mais gosto em mim é a minha capacidade de sempre ter uma resposta na ponta da língua.

– Olha aqui garota, você vai me escutar, está me ouvindo ? – A olhei e ri.

– Querida, eu já estou lhe escutando , porque surda eu não sou, da para falar o que você quer? Estou morrendo de fome. – Não tinha ninguém na sala, apenas nós duas.

– Você vai deixar o Thomas em paz, porque ele é MEU namorado, você já ta sabendo né? – Gargalhei.

– Acho melhor você contar isso para ele, porque acho que ele não sabe que esta em um relacionamento sério, se é que uma piranha pode estar em um relacionamento sério. – Ela me deu uma tapa na cara. Essa menina não sabe onde está se metendo.

– Que isso sirva de lição a não roubar o namorado dos outros. – Ela se virou e eu corri para a porta a impedindo de sair.

– Você acha que vai sair daqui impune depois que me deu um tapa na cara ? – Gargalhei e ela se encolheu mas ainda tinha um nariz empinado e com ar de superior. – Olha garota, estou cansada de você, você não percebe que todo menino que fica com você é para te levar para cama e te usar ? Giovanna, acorda para vida, se valoriza, sabe o que você é ? Uma vagabunda! - Dei-lhe um tapa em seu rosto o que a fez gemer.

– Olha aqui você eu pelo menos nunca tive culpa da morte de um amigo meu, você já esqueceu ? Como era o nome dele mesmo ... – Meus olhos encheram de lágrimas e ela sorriu vitoriosa, todos sabiam que esse é o meu ponto fraco, essa vagabunda vai ter o que merece.

– NÃO SE ATREVA ! – Ela se aproximou mais de mim.

– AH LEMBREI GUILHERME !

Parti para cima dela e começamos a nos bater, gritávamos o tempo todo xingamentos como “vadia” , “vagabunda”, “puta”... Até que dois braços surgem na minha barriga e olho para o Thomas completamente assustado, e Diego estava segurando Giovanna. Estávamos descabeladas, com arranhões e roxo na perna e no braço, mas como ela estava preocupada com sua unha, a minha situação estava bem melhor que a dela. Olhamos para a porta e a diretora estava lá fazendo sinal de negação o que me fez revirar os olhos.

– As duas para minha sala AGORA!

Giovanna saiu e eu olhei para o Thomas.

– Vai ficar tudo bem. – Ele sussurrou e me soltou, mas eu sabia que não ia ficar, tudo ia sobrar para mim, eu que era a briguenta , encrenqueira que fazia tudo errado no colégio, com certeza sobraria para mim. A diretora nos suspendeu por 3 dias e ligou para nossos pais. Ela saiu chorando se fazendo de culpada e foi abraçar as amigas eu sai e as meninas estava lá com os meninos.

– O que aconteceu amiga? – Nanda me abraçou junto com a Larissa.

– Aquela vagabunda, falou do Guilherme. – As meninas me olharam piedosas e assustadas.

– Não fica assim, ela já levou uma bela de uma surra, tu é foda! – Sorri torto para elas e elas perceberam.

Uma coisa que eu não consigo fingir que está tudo bem é quando falam algo relacionado a Guilherme e as meninas sabia muito bem disso. Era muita sacanagem me atingir com ele e isso me tornava um pouco fraca. As duas aulas passaram rápido quando sai da sala as meninas me acompanharam até o portão quando o Thomas me chamou.

– Amor, vou te levar para casa. – Thomas já tinha 18 anos e de presente o pai deu um carro para ele.

– Não precisa Thom, to bem é sério.

– Eu não fiz uma pergunta, você não tem escolha garota, deixa de ser marrenta. – Sorri para ele. As meninas se despediram e Thomas me abraçou e fomos de mãos dadas até o carro, recebemos muitos olhares até que uma menina aparece em nossa frente.

– O que é isso Thomas ? Ta com pena dessa dai ? Ela que me bateu sabia ? – Ela falou e eu me segurei para não enforcar ela ali mesmo, sínica!

– Olha aqui Giovanna, o nosso namoro acabou faz tempo, segue sua vida garota, eu não gosto de você! – Sorri para ela e ela ficou com os olhos encharcados. Ponto para mim, tinha que levar uma rasteira nessa vida.

– E por que você esta com esse projeto de menina ai ? Vocês não se odeiam ? – Ela falou com uma mistura de raiva e choro.

– Não, eu não odeio a Mariana , eu gosto muito dela, mais do que eu gostei de você. Nós estamos juntos sabia ? E eu to muito feliz com ela. – Ele me deu um selinho e eu fiquei intacta.

– AAAH EU ODEIO VOCÊS, THOMAS VOCÊ VAI SE ARREPENDER DE FAZER ISSO COMIGO! – Ela saiu correndo e entramos no carro e seguimos para minha casa.

– Desculpa amor, tava entalado na minha garganta aquilo. – Sorri para ele.

– Tudo bem, estamos juntos ? – Ri para ele e ele ficou vermelho.

– Estamos sim , não fico por ficar. – Gargalhei dele.

– Ta certo Thomas! - Ele me olhou e me deu um selinho.