A Estrada de Prata escrita por Lunnari
A Estrada de Prata
A noite caía fria e silenciosa
A cidade era banhada pela chuva
Que era fresca e gélida, mas que não parava
Enquanto a alma caminhava
Seguia seus passos pela estrada
Em seus passos curtos e enlameados
E sem alento ou pousada
Continuava...
A árvore no alto da colina
Deixava cair na estiada
Pétalas douradas de alegria
E folhas de nostalgia
E a alma... Esta ainda que sozinha
Continuava...
Rostos passavam indo e voltando
Entre casacos, capas e guarda-chuvas
Apressados, acelerados em seus passos
E a alma... Seguia com o rosto cabisbaixo
Algumas lágrimas se desenhavam
E o sorriso ainda assim estava estampado
Este que solitário, ainda continuava...
E continuando e insistindo
E seguindo e pronunciando
Versos e sonhos tão bonitos
Essa alma tão pequena seguia e continuava
Entre rostos na multidão
Entre corações desalinhados
Entre lábios trêmulos tomados de paixão
Ainda assim ela continuava
A noite prosseguia, lenta e fria
Tendo a chuva alheia àquela empreitada
Daquela alma que continuava
De pés descalços, de roupa molhada
Com o cabelo desfeito, de maquiagem borrada
Levando nas mãos as sapatilhas estragadas...
Mas enquanto tudo persistia e continuava
Eis que então serenamente ela parava
Bem ali ao final da estrada de prata
Fitava sob uma árvore de sonhos e de Fábulas
Os olhos saudosos que a cumprimentavam
E ela singela sorria ao rapaz
Que sua mão gentil a ela esticava
E frágil e trêmula ela o aceitava
Ele lhe beijava a face, o sorriso na boca tão delicada
E entre lágrimas, seus lábios se afeiçoavam
Entregues ao amor inexplicável
Ao sussurrar de palavras improváveis
Ao cantar longínquo de caminhos esquecidos...
Seguindo para longe, muito longe
Dos rostos tomados pelo abismo...
E assim, aquelas duas almas
Com as mãos entrelaçadas
Perderam-se para sempre na floresta encantada
Seguindo apenas o ritmo apaixonado de seus corações
Dizem que eles continuam caminhando
Caminhando enebriados pelos sonhos um do outro
Alheios aos rostos urbanos e suas lamentações
Rumo a uma estrada de um paraíso esquecido
Rumo aos seus sonhos mais bonitos
E seguem continuando e continuando...
Até os dias de hoje... Até os confins do mundo...
Assim contam-se as lendas...
Da cidade de Platiplanto...
“Brilhem minhas almas apaixonadas, no céu imaginário de Platiplanto”
“Para a Bailarina e o Pierrot de meus sonhos juvenis”
Luciene – Luna
2009
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aconselhado ler também as seguintes poesias se o leitor assim desejar:
La Ballerina E Il Pierrot: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/12320/La_Ballerina_E_Il_Pierrot
Amor de Eternidade: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/24901/Amor_De_Eternidade
Ambos são poesias relatando a estória desses dois amantes.
Uma explicação adicional que já me perguntaram. Platiplanto é o nome que eu dei a uma cidade imaginária de meus sonhos juvenis quando eu era criança, esse nome foi tirado de um livro chamado "Os cavalinhos de Platiplanto" que eu li quando menina e que recomendo.
Non-Miér é o circo da cidade Platiplanto ^^
Obrigado pela leitura.