A Estrada de Prata escrita por Lunnari


Capítulo 1
A Estrada de Prata




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/30676/chapter/1

 

 

A Estrada de Prata

 

 

A noite caía fria e silenciosa

A cidade era banhada pela chuva

Que era fresca e gélida, mas que não parava

Enquanto a alma caminhava

Seguia seus passos pela estrada

Em seus passos curtos e enlameados

E sem alento ou pousada

Continuava...

 

A árvore no alto da colina

Deixava cair na estiada

Pétalas douradas de alegria

E folhas de nostalgia

E a alma... Esta ainda que sozinha

Continuava...

 

Rostos passavam indo e voltando

Entre casacos, capas e guarda-chuvas

Apressados, acelerados em seus passos

E a alma... Seguia com o rosto cabisbaixo

Algumas lágrimas se desenhavam

E o sorriso ainda assim estava estampado

Este que solitário, ainda continuava...

 

E continuando e insistindo

E seguindo e pronunciando

Versos e sonhos tão bonitos

Essa alma tão pequena seguia e continuava

Entre rostos na multidão

Entre corações desalinhados

Entre lábios trêmulos tomados de paixão

Ainda assim ela continuava

 

A noite prosseguia, lenta e fria

Tendo a chuva alheia àquela empreitada

Daquela alma que continuava

De pés descalços, de roupa molhada

Com o cabelo desfeito, de maquiagem borrada

Levando nas mãos as sapatilhas estragadas...

 

 

Mas enquanto tudo persistia e continuava

Eis que então serenamente ela parava

Bem ali ao final da estrada de prata

Fitava sob uma árvore de sonhos e de Fábulas

Os olhos saudosos que a cumprimentavam

E ela singela sorria ao rapaz

Que sua mão gentil a ela esticava

E frágil e trêmula ela o aceitava

 

Ele lhe beijava a face, o sorriso na boca tão delicada

E entre lágrimas, seus lábios se afeiçoavam

Entregues ao amor inexplicável

Ao sussurrar de palavras improváveis

Ao cantar longínquo de caminhos esquecidos...

Seguindo para longe, muito longe

Dos rostos tomados pelo abismo...

E assim, aquelas duas almas

Com as mãos entrelaçadas

Perderam-se para sempre na floresta encantada

Seguindo apenas o ritmo apaixonado de seus corações

 

Dizem que eles continuam caminhando

Caminhando enebriados pelos sonhos um do outro

Alheios aos rostos urbanos e suas lamentações

Rumo a uma estrada de um paraíso esquecido

Rumo aos seus sonhos mais bonitos

E seguem continuando e continuando...

Até os dias de hoje... Até os confins do mundo...

Assim contam-se as lendas...

Da cidade de Platiplanto...

 

“Brilhem minhas almas apaixonadas, no céu imaginário de Platiplanto”

 

“Para a Bailarina e o Pierrot de meus sonhos juvenis”

 

Luciene – Luna

2009

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aconselhado ler também as seguintes poesias se o leitor assim desejar:

La Ballerina E Il Pierrot: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/12320/La_Ballerina_E_Il_Pierrot

Amor de Eternidade: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/24901/Amor_De_Eternidade

Ambos são poesias relatando a estória desses dois amantes.

Uma explicação adicional que já me perguntaram. Platiplanto é o nome que eu dei a uma cidade imaginária de meus sonhos juvenis quando eu era criança, esse nome foi tirado de um livro chamado "Os cavalinhos de Platiplanto" que eu li quando menina e que recomendo.
Non-Miér é o circo da cidade Platiplanto ^^

Obrigado pela leitura.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Estrada de Prata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.