Logan rolava na cama várias vezes. Não encontrava nenhuma posição confortável. Depois de um tempo, que pareceu uma eternidade, ele desistiu e se sentou na cama. Esfregou seus olhos e olhou pela janela. Todas as luzes da rua estavam apagadas, até mesmo o letreiro quebrado do hotel. O único ponto de luz lá fora era um farol a quilômetros de distancia, mas ainda sim conseguida fazer sua luz girar pelo mar, passar pelo porto e dar um tapa na cara de Logan, que olhava frustradamente pelo vidro.

            O jovem médico se levantou, fechou a cortina e bateu sua cabeça no vidro. Ele estava exausto, a viagem fora tão cansativa, mas o rapaz não conseguia pregar os olhos. Muito pelo contrario, suas pernas formigavam nessa vontade incontrolável de caminhar, ele queria que o sol viesse logo para poder andar até o hospital e conhecer o seu novo local de trabalho. Mas ainda não era hora e o mais longe que ele poderia ir era até a recepção. Logan encolheu os ombros e se contentou com esse fato. Calçou seus chinelos e saiu do quarto, verificando duas vezes se sua porta estava bem trancada. Desceu pelas escadas, pois o elevador fazia um som tão estridente que poderia acordar todos do hotel.

            Ao chegar à sala da recepção se surpreendeu ao encontrar a lareira acessa e alguém no sofá de couro debruçado sobre a mesa de centro. O rapaz se aproximou e um sorriso surgiu em seu rosto quando percebeu que era Kendall.

            - Sem sono? – perguntou cruzando os braços.

            Kendall levantou sua cabeça para procurar a voz e sorriou ao ver Logan.

            - Bom, na verdade não. Eu estou – ele levantou um papel e uma caneta – escrevendo uma carta para minha noiva.

            - Oh. – o rapaz engoliu a seco.

            Ele mesmo se surpreendeu, mas estava, de certa forma, decepcionado? Por que?

            - Eu devia imaginar que você tinha uma moça o esperando em casa.

            O jovem médico se sentou em um outro sofá de frente para Kendall.

            - Qual é, você diz como se não tivesse também.

            Logan levantou os ombros e balançou a cabeça.

            - Na verdade não, eu sempre estudei muito e quando terminei a faculdade eu praticamente fui chutado para o meu trabalho. – ele brincou, mas o loiro fez uma cara de confuso.

            - Como assim?

            - Eu já fazia estagio no meu ultimo ano e quando me formei ele logo trataram de me contrarar oficialmente.

            - Ah, entendi. Aonde você fez faculdade?

            - Yale, em New Haven.

            Kendall arregalou os olhos e quase engasgou de surpresa.

            - Connecicut? Waw, você veio de longe, nossa.

            - Na verdade eu sou bem de perto, eu sou do Texas.

            - Deve ter sido uma mudança e tanto ir estudar la.

            - Com certeza. – Logan suspirou – Eu sempre fui bem caseiro, quase nunca saia de casa, meus ultimos anos no colégio foram só estudos, então de repente fui para um estado extremamente longe de casa e ainda por cima sozinho. Mas foi só eu me jogar nos estudos que eu praticamente esquecia de que estava longe de casa.

            O jovem médico olhou para Kendall que estava o observando com um sorriso idiota no rosto.

            - Oh meu Deus, me desculpe. Você provavelmente não queria saber de tudo isso.

            - Tudo bem. – o loiro riu – Você começou a falar e eu não pude te interromper.

            Logan corou e abaixou o rosto pra tentar disfarçar.

            - Então. – continuou Kendall – Você deve ter ficado feliz por seu chamado para trabalhar aqui.

            - Na verdade eu não fui chamado pra cá.

            - Não? É que... – Kendall pigarreou – Geralmente as pessoas só vem pra portos ou locais de guerra, mesmo aqui não sendo um, quando são chamados.

            - Eu sei, mas como eu disse, eu não fui escalado para trabalhar aqui e foi um alivio ainda ter vaga.

            - Bom, então você deve ter vindo por vontade própria, certo?

            - Na verdade não.

            O loiro franziu as sobrancelhas e encarou o jovem médico.

            - Então que diabos você esta fazendo nesse fim de mundo?

            Logan riu com o comentário e respondeu:

            - Na verdade meu chefe foi chamado e insistiu para que eu viesse junto. Ele disse que em hospitais de cidades como essas, quando chamam médicos de outros estados é por que não tem nenhum na cidade. Ele ficou apavorado com a ideia de só ter jovens enfermeiras como colegas de trabalho e me chamou para vim junto.

            - E você, como um bom subordinado, veio sem reclamar.

            - É que o Dr. Lavigne me ajudo muito nesses ultimos meses e eu devo muito a ele.

            - Todo médico deve sonhar em ter um assistente como você.

            Logan tentou tapar o rosado do seu rosto com uma das mãos e sorriu timidamente.

            - Eu espero.

            A sala foi tomada pelo silêncio, se podia escutar apenas o som da lenha queimando na lareira.

            - Eu você... Hm, de onde veio, marinheiro? – perguntou Logan.

            - Da Flórida e eu não sou técnicamente um marinheiro.

            - Como assim?

            - Bom, eu nunca fui treinado pela marinha. O barco que eu trabalhava era só pra exportação de mercadoria, até que fomos convocados para vim pra ca, já que nosso capitão já serviu ao exército americado. Nós não vamos ir para a guerra, tecnicamente, vamos só fazer o que estiver ao nosso alcance, como resgatar marinheiros feridos e levá-los ao hospital, por exemplo. – explicou Kendall.

            - Hm, entendi. Como sua noiva reagiu quando descobriu que o barco em que trabalhava foi convocada para a guerra?

            - Ficou preocupads, mas depois que eu expliquei ela ficou aliviada e disse que podiamos adiar o casamente até eu voltar.

            Logan correu os olhos para um lado da sala, depois para o outro e os voltou para o loiro a sua frente. Tinha uma pergunta engasgada em sua garganta, mas morria de vergonha de perguntar. Quando se deu conta ela saltou de sua boca.

            - Vocêamasuanoiva? – perguntou tão rapidamente que Kendall não conseguiu compreender.

            - Hãn?

            - Você... hm... Ama sua noiva? – rapaz abaixou a cabeça, tentango esconder acanhadamente seu rosto.

            - Oh! – o loiro ficou surpreso com a pergunta – Se eu amo a Jo? Eu... hm... Estou muito apaixonado por ela.

            - Mas você ama ela? – Logan levantou sua cabeça para encarar o loiro.

            Kendall engoliu a seco. Sempre teve certeza se estar apaixonado pela moça e de querer casar com ela, mas amor... ? Era uma palavra forte, ele podia ter dito uma ou duas vezes que amava a moça, mas nunca poderia afirmar que amava ela, ele era jovem e as vezes esse tipo de coisa sai da boca pra fora, certo?

            - Eu... – a voz do loiro morreu em sua garganta.

            - Muito exclarecedor. – disse calmamente o jovem médico.

            - Olha não é que eu não ame ela! – Kendall disse tão alto que chegou a assustar o outro rapaz – É dificil dizer. Ela foi minha primeira namorada e eu o primeiro dela. Ela tem pais rigorosos e sempre foi bastante restrita no nosso relacionamento. A Jo foi a primeira garota que eu olhei com outros olhos, ela é tão bonita, doce e carinhosa que eu meio que me apaixonei assim que a vi. Mas eu acho que quanto mais você conhece alguém mais você gosta dessa pessoa. Mas com ela não é assim. Todo dia que eu a vejo, parece que eu a conheci ontem. A gente quase não passa tempo junto e quando passa ela fica falando de coisas bobas e sempre mencionava o quanto queria casar, eu meio que me senti precionado e a propus. Mas eu gosto dela e não vejo problema em me casar com ela.

            Kendall respirou fundo e se deu conta que tinha falado coisas extremamente pessoais pra alguém estranho. Quer dizer, ele conhecia o Logan, mas apenas algumas horas.

            - Nossa eu... – o loiro fechou os olhos – Nunca disse nada disso pra ninguém. Sempre que me perguntam da Jo eu digo que ela é perfeita, que eu estou loucamente apaixonada por ela e que a gente se casar é o meu sonho. Na verdade eu repito isso tantas vezes que acabei me convencendo disso.

            Logan observava o jovem a sua frente atentamente. Ficou impressionado em como Kendall tinha se abrido tão rapidamente para ele, assim como tinha feito anteriormente.

            - Bom, então vim pra car foi uma coisa boa.

            - Como assim?

            - Provavelmente quanto você ficava na Flórida tudo o que pensava era Jo, Jo, Jo e Jo. Talves agora que esteja afastado dela você consiga entender o que realmente sente por ela. A distância pode fortalecer relacionamentos verdadeiros ou pode deixar claro que o casal não se ama de verdade. Então acho que tudo que tem que fazer agora é se desconectar um pouco dela e... – Logan se debruçou sobre a mesa e pegou o papel sobre os dedos de Kendall – E não escrever cartas de amor dizendo o quanto esta com saudades dela logo no primeiro dia de viagem.

            Kendall observou pasmo o jovem a sua frente sacudindo sua carta no ar.

            - T-talvez vo-você esteja certo. – babuciou o loiro – Talvez só o tempo diga se eu realmente estou apaixonado por ela.

            - Bom, disponha. – Logan sorriu.

            - Waw, você é bom nisso.

            O jovem médico riu.

            - Eu quero me especializar em psiquiatria, vou ter que saber lidar com as pessoas, ouvir os problemas delas e tentan encontrar soluções.

            - Bom, você pode treinar em mim quando quiser. – brincou Kendall.

            - Nesse caso, obrigado.

            Os dois riram. Chegava a ser estranho em como se sentiam a vontade na presença do outro, como se já se conhecessem faz tempo.

            - Já que eu não tenho mais carta para escrever – Kendall balançou as mãos vazias no ar – então eu acho que vou subindo e acho que você devia fazer o mesmo, o seu chefe disse que iriam sair cedo.

            - Na verdade eu não consegui dormir.

            - Esta ancioso para o primeiro dia no trabalho novo?

            - Não, na verdade. Estou nervoso. E você?

            - Haha, meu trabalho não vai mudar muita coisa. Mesmo barco, mesmo capitão e mesmos colegas.

            - Sorte sua. – Logan encolheu os ombros e passou os braços em volta de si mesmo.

            Kendall se levantou e apontou para o outro rapaz.

            - Hey, você tem seu chefe.

            - É verdade. – o jovem médico deu um sorriso desanimado.

            O loiro deu a volta na mesa e parou em frente ao rapaz moreno.

            - Olha, você logo vai se acotumar, eu prometo.

            Logan olhou para cima e focou nos lindos olhos verdes do outro rapaz em sua frente.

            - Obrigado mesmo pela força, Kendall. Você não sabe o quanto significa pra mim.

            - Disponha, Logie. – o loiro bagunçou o cabelo do outro rapaz e subiu para seu quarto.

            Um sorriso bobo se formou no rosto de Logan e seu coração começou a bater rapidamente. Kendall o tinha chamado de Logie. O rapaz balançou a cabeça e desfez o sorriso. Que diabos estava acontecendo?

UNDER THE WATER ~ UNDER THE WATER

            O jovem médico saiu correndo pelos corredores se esquivando dos pacientes. Ele pensou que seu primeiro dia de trabalho seria tranquilo, que seria apresentado aos seus superiores, seu novos colegas e conheceria o hospital e seus pacientes. Mas ele estava extremamente errado.

            Assim que chegou ele mal pode se apresentar e foi escalado para um turno de 11 horas. Seu primeiro trabalho foi tratar de trabalhadores que sofreram um grave acidente concertando o porto.

            Quando o médico se deu conta ele já estava correndo de sala em sala tentando socorrer o máximo de trabalhadores. Um deles infelizmente teve uma das pernas amputadas e Logan fez aquilo com o coração partido, mas sabia que antes ficar sem uma das pernas do que morrer de hemorragia. Depois de cinco horas ele finalmente tinha conseguido tratar todos que estavam em maiores riscos.

            O rapaz foi até a copa para um pequeno intervalo. Ele sentou em uma das cadeiras e pegou um copo d’água.

            Sua respiração estava acelerada, suor escorria do seu rosto e seu jaleco estava sujo de sangue, mas não se lembrava de quem era. Ele sabia que a marca registrada dos médicos era estar com seu uniforme sempre limpo e em perfeito estado, mas ele não tinha tempo para procurar outro. O rapaz fez uma conta rapidamente em sua cabeça. Quatro horas e cinquenta e sete minutos. Era o tanto que faltava para ele voltar ao hotel.

            A verdade era que ele não via a hora de sair daqui, mas não queria voltar para o Delphic. Ele não gostava nem um pouco daquele lugar. Não gostava das paredes mofadas, do colchão duro, do estranho barulho que o chão fazia quando ele caminhava pelo quarto, do pequeno e enferrujado elevador e não gostava nem um pouco de como o jantar demorava.

            Logan sabia que uma hora ele seria obrigado a parar de odiar aquele lugar, teria que se acostumar, pois passaria mais um bom tempo lá.

            - Dr. Mitchell?

            Logan deu um leve pulo quando ouviu alguém o chamando. Olhou para a porta e viu uma das enfeimeiras de sua equipe. A moça era extremamente bonita, tinha olhos castanhos, cabelos cacheados (também castanhos) e usava batom vermelho, combinando com os detalhes de seu uniforme, mas mesmo assim Logan não se lembrava como ela se chamava.

            - Ah, desculpe se meu intervalo demorou.

            - Sem problema. – a moça sorriu para ele.

            - Me desculpe, mas seu sobrenome é... ?

            - Roberts, mas você pode me chamar de Camille.

            - É claro.

            Ambos sorriram e seria uma mentira descarada dizer que a atração não podia ser visível nos olhos da moça. Logan adorou aquilo.

            - Vamos? – perguntou Camille.

            - Claro.

UNDER THE WATER ~ UNDER THE WATER

            Era aproximadamente 19h30 quando Logan e seu chefe, Dr. Lavigne, sairam hospital. Eles deveriam ser liberados antes, mas houve alguns imprevistos que os impediram.

            O sol estava se pondo quando eles passaram a pé pelo porto. A visão era do mar, dos barcos no caís e o céu que estava com uma cor mesclada de azul e laranja, mesmo ja sendo quase 20h. Uma leve brisa veio do mar, fazendo o casaco de Logan balançar levemente. O ar cheirava a sal e o rapaz adorava aquele cheiro. Mesmo depois das horas de trabalho ele estava relaxado. Valeria a pena ir ao hospital todo dia, apenas para quando voltar ter aquela visão.

            Quando chegaram ao hotel e ele estava bem menos movimentado do que no dia anterior. Logan imaginou que todos os homens que trabalhavam no caís já tinham voltado do trabalho e estavam em seus quartos se preparando para o jantar. Ótimo! A água quente já deveria ter acabado e se não acabou ele podia ter certeza que deixaram os banheiros imundos.

            O jovem médico suspirou e subiu para seu quarto pelas escadas. Tentou ignorar a dor em seus ombros e em suas coxas, mas a dormencia o fazia querer cair na cama de dormir pelas próximas duas semanas. Logan chegou em seu quarto, pegou suas roupas e foi em direção ao banheiro, mas foi surpreendido com Kendall, também carregando uma muda de roupas, saindo de seu quarto em frente ao do moreno.

            - Oi Logan. – ele disse animadamente – Como foi o primeiro dia no hospital daqui?

            Os dois continuaram a seguir em direção ao banheiro.

            - Bom, seria melhor se eu tivesse saido na hora.

            O loiro fez uma cara de confuso e Logan riu.

            - Bom, meu turno devia ter acabado a quase duas horas atrás. Houve vários imprevistos que as enfermeiras não conseguiram dar conta e eu e o Dr. Lavigne tivemos que resolver.

            - Que chato, isso sempre acontece no meu trabalho também. O capitão nos manda fazer alguma coisa, a pessoa que ele designou para fazer aquilo não tem a menor ideia de como fazer e eu tenho que resolver.

            Logan soltou uma risada tímida.

            - Eu acho que isso acontece em todo tipo de trabalho.

            Os dois chegaram ao banheiro e organizaram suas roupas em cima da pia enquanto conversavam.

            - E você, como foi no porto? – perguntou o moreno.

            - Tranquilo, a minha parte favorita é ficar no caís, mas tivemos algumas coisas para fazer longe da praia, mas tirando isso foi tranquilo. Eu só espero que continua assim.

            - Como assim?

            - Não sei, talvez alguma hora nós tenhamos que resgatar um barco cheio de feridos ou algum alemão nos alcance, nunca se sabe.

            - Bom, você sabia que isso poderia acontecer quando veio pra cá.

            Kendall encarou Logan através do espelho e disse:

            - E você sabia que haveria imprevistos quando viesse pra cá.

            Os dois riram. Logan pegou sua toalha e bateu nas costas do loiro.

            - Sim, eu sabia!

UNDER THE WATER ~ UNDET THE WATER

            Era aproximadamente 23h da noite. Kendall se enrolou em seu roupão e tentou descer as escadas sem fazer muito barulho. Degrau por degrau, lentamente, se segurando pelo corrimão e sempre dando uma espiada por cima do ombro para ver se ninguém o veria. Rolou os olhos pela recepção, a sala e pela entrada da cozinha. Tudo quieto e escuro, porém uma luz veio da copa do hotel, do outro lado da escada. Kendall foi até lá e se encostou na porta, um sorriso veio ao seu rosto quando viu Logan preparando chá de costas para ele.

            - Não era hora do Dr. estar dormindo?

            Logan deu um pulo e derramou um pouco de chá sobre o palcão.

            Kendall jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada.

            - Você quase me matou de susto. – Logan disse com uma mão sobre o peito.

            - Me desculpe, mas eu não pude resistir.

            O moreno revirou os olhos e pegou um pano para limpar a sujeira que tinha feito.

            - Quer ajuda? – Kendall se aproximou do rapaz.

            - Não, obrigado. – respondeu seco.

            - Vamos lá, me deixe te ajudar. – Kendall puxou o pano da mão de Logan, que não o soltou.

            - Kendall, não...

            O  loiro puxou mais forte e Logan cambaleou para frente, caindo em seus braços.

            O mais baixo olhou para cima, para aqueles lindos olhos verdes que pareciam duas esmeraldas. Ele provavelmente estava com uma cara de bobo, pois Kendall deu um sorriso torto e perguntou.

            -  Você esta bem?

            Logan piscou os olhos e balançou a cabeça.

            - Sim, claro.

            O mais alto se aproximou do moreno e sussurrou.

            - Tem certeza que esta bem? – Logan só balançou a cabeça – Então posso te soltar agora?

            Com isso o moreno saiu dos braços do outro em um pulo.

            - Me desculpe. – disse abaixando a cabeça.

            - Relaxa. – Kendall não podia parar de sorrir. Logan era tão tímido, desajeitado e adorável. – Então, por que esta acordado a essa hora?

            - Bom, eu fui para meu quarto e comecei a reler a ficha de alguns pacientes para adiantar o trabalho, acabei perdendo o sono e vim fazer uma xícara de chá para ver se o sono voltava... Ou alguma coisa assim.  – antes que Kendall pudesse falar alguma coisa o rapaz perguntou – E você? Por quê esta acordado a essa hora?

            - Bom na verdade eu não sei.

            Logan riu e encolheu os ombros.

            - Nossa, que exclarecedor.

            - Sério, eu acho que não me acostumei com aqui ainda. Vai demorar algumas semanas até eu poder ter uma boa noite de sono naquela cama dura.

            - Então somos dois.

            - O que é totalmente estranho, porque no Liberdade eu consigo dormir bem até em cima de um caixote.           

Os dois se olharam sorrindo. Logan nunca se sentiu tão confortável com um estranho... Bom, Kendall não era tecnicamente estranho, mas eles se conheciam a pouco tempo. Antes que o silêncio se tornasse constrangedor, Logan tomou coragem e perguntou.

            - Você quer tomar uma xícara de chá comigo?

            - É claro.