Helena Gallengher, estava na estrada, no alto de uma montanha, junto aos amigos e o namorado Scott Hansen, enquanto seguiam de volta para o acampamento onde estavam aproveitando suas férias de inverno.

O carro de Sullivan, melhor amigo de Scott, acaba colidindo com uma caminhonete antiga logo na segunda curva da estrada, pouco iluminada. O corpo do motorista é lançado para fora do carro, atravessando o vidro da frente.

O carro dos amigos, vira na estrada, derrapando sem capotar, parando próximo ao penhasco. Helena estava sem cinto no banco de trás, ao lado de Scott. Acabou com um leve ferimento na testa, ao bater com a mesma no banco da frente. Sullivan por sua vez acaba desacordado por um tempo, mas depois recobra a consciência.

 Scott desce do automóvel, e caminha ate a caminhonete. Meridiana, melhor amiga de Helena avista o corpo do homem, caído sobre as pedras próximo a um barranco de pedras. Sullivan assim como Jensen e Scott se aproximam do corpo, para verificar se o homem estava vivo. Eles vêem o rosto dele totalmente cortado pelos cacos de vidro cravados na sua face. Quando Helena se aproxima e pergunta:

-Ele esta bem? –diz assustada pelo choque da batida-

-Não... –diz Scott se virando e abraçando Helena impedindo que ela se aproximasse o suficiente para ver a terrível cena- Não olha pra ele...

-Ele tá morto? –diz Meridiana apavorada-

-Que droga... –diz Sullivan-

-Cara, falei pra voce não fumar aquela erva... –diz Jensen levando as mãos a cabeça-

-O que agente vai fazer agora? –pergunta Sullivan transtornado- Não posso ir pra cadeia, meu pai vai me matar... Cara eu ainda não me formei... Que merda.

-Ele ta morto, não tem mais o que fazer. –diz Scott ainda cobrindo o rosto de Helena-

-Vamos chamar alguém. –diz Meridiana- Uma ambulância. Sei lá.

-Eu não tenho nem carteira. –diz Sullivan- Nem deveria estar dirigindo...

-Calma cara, ninguém vai chamar a policia. Mas agente tem que fazer alguma coisa. Não dá pra deixar o cara aqui. –diz Jensen-

-Por que não? Acidentes acontecem todo o tempo, e não tem câmeras aqui. Agente vai embora, e pronto. –diz Sullivan-

-Não vou embora e deixar ele aqui. –diz Meridiana- Isso é crime.

-É exatamente o que agente vai fazer. –diz Scott-

-Scott? –diz Helena nervosa quase chorando- Não...

-Se agente avisar alguém, vão acabar descobrindo que o Sullivan não tem carteira, e que ainda por cima tava drogado.

-Ele vai direto pra cadeia. –Diz Jensen-

-Agente volta pro carro, e pega a estrada. Ninguém vai saber que agente teve aqui. –diz Scott-

-Meridiana tá certa, isso é crime. –diz Helena- Agente tem que prestar socorro.

-Agente liga de um telefone publico quando estiver bem longe daqui... –diz Scott-

-É isso ai. Agora vamos logo... –diz Sullivan voltando pro carro-

Helena franze a testa olhando Scott. Ele concorda com Sullivan, e volta pro carro. Assim como Jensen. Mas Meridiana e Helena permanecem ali em pé olhando uma para a outra.

-Helly? –diz Scott no meio do caminho-

Ela olha para o namorado e então se vira junto com a amiga e volta para o carro.

Naquela noite, eles prometeram jamais tocar no assunto com ninguém... Para proteger o amigo.

...

Quatro anos depois...

Helena acorda ao receber uma ligação vinda do celular de uma amiga.

-Alo? –diz Helena esfregando os olhos tentando apagar as imagens do sonho-

-Helly! –era como Helena costumava ser chamada pelos amigos- Bom dia meu bem! Como estamos essa manhã?

-Ainda não sei. Acabo de acordar! –ela olha no relógio-

-Já falou com o Sam sobre o acampamento?

-Ainda não. Não tenho certeza se quero ir...

-Por causa do Scott?

-Voce sabe como ele é. Não quero encrenca entre ele e o Sam.

-Ele vai levar a Suzan. Parece que eles estão saindo. Voce me prometeu ir.

-Tá... –ela vê Sam surgir vindo do banheiro sem sua camisa- Olha, vou falar com ele tá bom? Depois te ligo...

-Ok...

Ambas desligam os telefones. Sam senta-se na beira da cama, e beija Helena, depois diz sorrindo:

-Dormiu bem?

-Muito! –ela sorri de volta-

-Quem era no telefone?

-Meridiana! Ela quer saber se nos vamos acampar esse final de semana.

-E nós vamos? –ele sorri fazendo lindas covinhas-

-Só se voce quiser ir! É um tipo de reencontro. Pra relembrar os velhos tempos... Voce sabe...

-Legal! Agente vai.

-Scott vai estar lá...

-Tudo bem. –ele franze a testa-

-Sério?

-Se ele ficar na dele, sem problemas! –ele sorri e lhe dá um beijo na testa-

-Agente não precisa ir se voce não quiser!

-Ta tudo bem! Sério! Eu preciso ir trabalhar agora ok? Mais tarde agente conversa sobre isso! Voce me ama? –ele pisca-

-E voce me ama? –ela sorri meiga-

-Sempre! –ele abre um sorriso-

Sam se aproxima colocando as mãos sobre a cama, e beija Helena. Ela sorri, deixando-o ir.

Helena permanece sobre os lençóis pensando. Ela desfaz o sorriso alegre, e perde os olhos sobre a cama, enquanto relembra a trágica morte de seu pai. Muitos de seus amigos da época, tambem perderam parentes próximos, no local. A mina costumava ser o melhor trabalho rentável da pequena cidade de Crystal Lake.