Rise Again escrita por Fanie_Writer


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!
Me desculpem pela demora na postagem... Perdi meu pen drive por dois dias e tinha prometido a mim mesma que postaria no domingo de Páscoa. No final, acabei passando minha Páscoa todinha na cama!
Ainda não estou 100%, mas eu precisava vir atualizar para vcs, meus leitores tão amados!
Ainda nem respondi aos reviews do capítulo anterior, mas assim que eu melhorar, vou responder tuuuuudoooo!
Boa leitura!



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Mesmo quem não estava envolvido diretamente, conseguia sentir a tensão no ar. Era como se o ar estivesse mais denso naquela manhã nublada. Tão denso que impedisse as pessoas de conversarem umas com as outras no refeitório, como geralmente acontecia.

Não encontrei Katniss ou as crianças por lá quando fui tomar meu café da manhã.

Cruzei por Beetee e perguntei se a tinha visto e ele disse que viu um soldado entregando uma bandeja de café da manhã no quarto dela. Suficiente apenas para duas pessoas.

Após engolir à força um pão e uma barra de proteína, passei por Haymitch, que bebericava seu café.

Trocamos um breve aceno de cabeça e eu fui verificar como estavam os preparativos para a reunião.

Do centro de comando, ordenei que a imprensa aguardasse no saguão do prédio, onde a presidente faria um anúncio público. Fosse para apresentar os heróis à nação, fosse apenas para dar algumas palavras de esperança sustentadas em sua própria imagem.

Quando fui para a sala de reuniões para verificar os últimos detalhes, Katniss já estava lá, assim como Johanna.

Elas olharam em minha direção quando a porta barulhenta anunciou minha chegada.

Johanna balançou as pontas espetadas de seu cabelo num aceno, logo voltando sua atenção para a janela que observava.

Katniss sustentou meu olhar por um longo segundo antes de forçar para fora um “Bom dia”. Pelos bolsões em baixo dos olhos deu para ver que foi uma longa noite para ela.

– Bom dia. Vou verificar algumas coisas antes da presidente chegar... Johanna, preciso que se afaste um pouco da janela até eu checá-la.

Ela se moveu, indo sentar-se do outro lado da mesa, duas cadeiras de distância de onde Katniss estava.

Rodeei toda a sala, verificando todos os dispositivos de segurança e reposicionando os soldados que estavam tão mudos como as paredes.

Por último verifiquei cada janela, prestando atenção se havia algum indício de possíveis atiradores nos prédios que rodeavam a mansão e pedindo para equipes checarem algum movimento suspeito que eu percebia de meu ponto de observação.

Quando estava tudo acertado, anunciei pelo meu comunicador.

Em poucos minutos, a sala ficou barulhenta com a chegada da presidente e seus assessores. Novamente os ministros e secretários foram dispensados, exceto Plutarch e eu.

Quando todos se acomodaram, novamente o silêncio. Eu poderia sentir a atmosfera pesando de uma maneira circular, como se a qualquer instante um furacão pudesse aparecer, com o epicentro bem na cabeça de Katniss.

– Em primeiro lugar, bom dia a todos. Espero que tenham passado uma noite agradável em nossas acomodações. – cumprimentou Paylor – E espero que tenham conseguido descansar e pensar a respeito do que conversamos ontem.

Novamente o foco estava em Katniss. Mas quem se pronunciou foi Johanna.

– Presidente, eu já tenho minha decisão. Como vocês deixaram bem claro ontem, cada um aqui é livre para escolher aquilo que julgar melhor para si. Bem... independentemente da decisão dos outros, eu me coloco à disposição do Capitol para servir no que for necessário nessa guerra contra esse inimigo invisível.

Antes que Paylor pudesse dizer alguma coisa, Enobaria a cortou, deixando a presidente com a boca no vácuo.

– Isso é porque você está preocupada em proteger seu próprio pescoço. Você, assim como todos nós, percebemos o quanto o Capitol está mais forte do que pensávamos. Mais preparado. Nenhum de nós teria qualquer chance de lutar sozinhos caso fôssemos realmente caçados por essa ameaça invisível.

– Como se você fosse muito altruísta... – provocou Johanna.

– Eu estou sendo apenas realista. É uma ameaça fantasma, mas ainda assim é uma ameaça. E duvido que alguém esteja disposto a pagar para ver o pânico crescer na população. Se para evitar uma catástrofe eu tenho que me submeter a tudo isso, então que seja.

– Oh! Então a pequena sanguessuga dentuça mudou de ideia?! Isso sim é que é uma revolução!

O ar estava tão pesado e tão carregado que eu poderia jurar que um raio cairia sobre a mesa de cristal e a racharia em duas.

E caiu.

– Eu aceito ser o Mockingjay! – Katniss cessou a discussão se levantando e batendo com suas mãos sobre a mesa, num estrondo tão forte e tão silenciador como um raio. Ela na verdade havia apenas se apoiado na mesa para conseguir sustentar suas pernas, mas seu movimento foi tão silenciador que parecia amplificar até o som de sua respiração forte.

Se houvesse qualquer dúvida em qualquer um dos outros tributos, ela havia evaporado naquele momento, diante daquela imagem. Se Katniss havia decidido colocar a cara a tapa diante de toda a nação contra uma ameaça que ela sequer conhecia, quem seriam eles para dizer que não fariam o mesmo?

Paylor abriu a expressão num misto de alívio e admiração, mas sua boca voltou a ficar no vácuo.

– Mas eu tenho algumas exigências a fazer... – Katniss acrescentou.

Plutarch bufou uma risada ao meu lado.

– Já estava até estranhando a demora...

Katniss ignorou o comentário e sacou do bolso de sua calça um papel. Como num Deja Vu, ela o alisou com as mãos antes de lê-lo.

Aquilo me deixou ansioso.

Há quinze anos ela havia feito exigências que me deixaram numa maré de felicidade, surpresa, raiva, decepção e preocupação.

O que viria dessa vez?

Katniss limpou a garganta antes de dizer.

– Primeiro vocês vão me garantir que meus filhos e as famílias de meus amigos – ela sinalizou para os outros tributos – estarão cem por cento seguras.

Paylor olhou para mim.

– Eles ficarão. – olhei firme nos olhos de Katniss e ela acenou com a cabeça, antes de continuar.

– E vamos ter que ser informados sobre tudo que estiver acontecendo... Nada vai ser escondido de nós, por pior que seja. Temos o direito de saber em que terreno estamos pisando e contra quem estaremos lutando.

– Têm a minha palavra de que enviaremos relatórios para vocês assim que...

– Não. – Katniss cortou Paylor, sacudindo a cabeça veementemente – Não quero relatórios. Eu quero contato direto. Assim que uma informação nova chegar ela será imediatamente repassada a nós. Dê-nos comunicadores, se for o caso. Mas não quero pensar que, em algum momento, estou ficando de fora de algo importante.

– Certo. Certo... Manterei vocês informados. Algo mais?

Katniss respirou aliviada e olhou para o papel amassado em seus dedos.

– Sim... Sobre as transmissões que faremos à população. Eu quero minha antiga equipe de preparação, se for possível, e quero que providenciem os melhores preparadores para os outros tributos. E quero Effie Trinket chefiando tudo ao lado de Plutarch.

Pensei que apenas eu mantinha as sobrancelhas arqueadas, mas ao olhar ao redor percebi que todos estavam surpresos.

– Não sei se teremos profissionais suficientes para todos... – Plutarch justificou.

– Por muito tempo o Capitol teve centenas de preparadores e estilistas para os tributos antes de nos matarmos uns aos outros. Tenho certeza que são capazes de providenciarem os melhores profissionais da área. – diante do breve silêncio, ela arquejou e acrescentou – Não quero nada exagerado. Muito pelo contrário. Eu não sei os outros, mas quero estar em contato com o povo e não em estúdios com falas ensaiadas ou em palanques com discursos programados sem a devida necessidade. Mas mesmo assim, isso exige um certo preparo na nossa imagem... especialmente na minha.

Ela acrescentou a última frase num volume mais baixo, antes de voltar a limpar a garganta e olhar para seu papel. Uma de suas mãos, num gesto automático, ajustou a gola do uniforme cinza que todos os tributos ganharam na noite passada.

– Bem... A próxima exigência acho que vai ser ainda mais complicada, mas eu também acho que é necessária. Quero que vocês nos treinem.

Dessa vez os olhos dela estavam focados em mim e não na presidente. Demorou dois segundos para eu entender o que ela queria.

– Como assim treiná-los? – a presidente foi quem se manifestou.

– Por enquanto, o objetivo de nossa participação é apenas diplomática. Eu não sei os outros, mas se houver um confronto, eu vou querer lutar.

– Definitivamente fora de questão. – sentenciou Paylor – Passe para o próximo item, se tiver mais algum.

– Por que está desconsiderando isso? – questionei a presidente, indo em auxílio a Katniss.

– Como assim por quê? Mesmo se houver um confronto contra seja lá o que estamos lutando, os tributos ainda serão necessários para apaziguar a situação. Não podemos correr o risco de perdê-los.

– Mais um motivo para treiná-los. – argumentei – Panem jamais terá combatentes mais corajosos do que esses vitoriosos que restaram. Ou acaso esqueceu de todos aqueles que deram a vida para que você estivesse sentada nessa cadeira?!

Eu queria acrescentar ao meu argumento a conversa que tivemos na floresta do Distrito 2, quando ela manifestou sua vontade de ver Katniss em combate de novo. Mas me contive ao me lembrar do sigilo ao redor daquela conversa.

A presidente sustentou meu olhar e por um segundo pensei que seria demitido, mas então ela suspirou.

– Tudo bem. Vocês receberão treinamento do Distrito 2 e do Treze. Mais alguma coisa?

– Duas coisas. – Katniss releu brevemente o papel, antes de voltar a dobrá-lo. Pude jurar ter visto um certo rubor no seu pescoço e rosto – Primeiro eu... bem... eu gostaria que o comandante Hawthorne fosse o encarregado de nosso treinamento.

Seus olhos buscaram os meus e dessa vez fui eu quem senti meu rosto esquentar. Olhei esperançoso para a presidente e Paylor arqueou uma sobrancelha.

– Creio que o comandante estará ocupado com a investigação e o processo de desenvolvimento de armas. Mas se ele quiser se encarregar de mais essa tarefa, não vejo por que me opor.

– Claro que eu quero. – escapou sem minha permissão. Limpei minha garganta e ajeitei minha postura – Quero dizer, após cumprir com o restante de minhas atribuições, me colocarei à disposição de qualquer tributo que quiser meu apoio no treinamento.

Olhei novamente para Katniss e ela sorriu. Tentei ignorar as duas batidas que meu coração acrescentou em meu peito, para manter minha postura profissional.

Claro que aquela postura só servia para enganar a mim mesmo.

– Eu tenho uma pergunta! – Johanna ergueu o braço, afoita e quando a presidente a autorizou falar, ela me olhou de um jeito provocante – Você oferece treinamento particular?

Bufei uma risada, incapaz de conseguir responder à nítida cantada. Procurei pela expressão de Katniss, mas ela olhava sistematicamente para seu papel de novo.

– Qual o seu último pedido Katniss? – vi Paylor lutando para não rir da investida de Johanna.

Katniss fechou os olhos por um momento. Longos minutos se passaram e até eu estava começando a ficar preocupado. Mas então ela voltou a abrir os olhos.

Se ainda havia qualquer resquício da descontração que Johanna causou, se dissipou diante do olhar em chamas de Katniss que silenciou o espaço ao nosso redor.

– Eu tenho uma teoria sobre tudo isso que está acontecendo. – ela disse numa voz gutural, dura, quase com ódio – Se for provado que esses atentados têm alguma relação com Snow, eu vou querer cuidar disso pessoalmente.

– Com... Snow? – Plutarch repetiu em estado de choque. Alguns dos assessores olhavam para Katniss com um misto de pena e preocupação, como se constatassem que ela realmente estava louca – Ele morreu Katniss. Você não se lembra?!

Katniss fechou os olhos com força e os abriu vagarosamente. Não disse nada, mas Plutarch teve a resposta de sua pergunta.

– Tudo bem... Você terá a sua vingança, se essa teoria for comprovada. Alguém tem mais alguma manifestação? – Paylor deixou que o silêncio perdurasse por três segundos – Bem, então considero a reunião encerrada. Senhores, deem as boas vindas aos nossos Mockingjays...

A presidente se levantou para ir fazer seu pronunciamento à imprensa e imediatamente Plutarch começou a orientar os tributos sobre a mudança deles para o Distrito 2, os treinamentos no Treze, a preparação para as filmagens, a transmissão dos Propos...

Na verdade eu não captava muito do que ele falava. O radar dentro de mim captava apenas Katniss e o sinal de força que ela transmitia no contato visual que mantinha comigo.

Pouco antes de Plutarch pedir que eles o seguissem, ela abriu um sorriso para mim.

Não era o sorriso que eu realmente desejava ver no rosto dela, mas me senti como se estivéssemos dentro de um armário escondido, conversando sobre nossos medos, temores e angústias. Me senti como se, pela primeira vez desde que atendi ao chamado de Peeta, realmente a estivesse protegendo. E como se ela, pela primeira vez, estivesse completamente feliz por me ver ali com ela.


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Notas finais do capítulo

Pois é meu povo e minha pova... Katniss aceitou ser o Mockingjay... DE NOVO. Apesar de, dessa vez, ser uma posição democrática, ela insistiu em ser treinada para um possível combate. E parece também que ela tem sua própria teoria sobre tudo o que está acontecendo. Estaria Katniss sendo apenas paranoica, ou ela está certa em se preparar?
E quanto aos outros tributos? Todos parecem ter aceitado lutar ao lado dela novamente. Mas já vou adiantando que no próximo capítulo novos personagens vão surgir. Ou não tão novos assim, já que Tia Suzzie os criou... Vou apenas colocar esses personagens na ativa novamente. Hehe

Bom, é isso pessoal. Tenham uma boa semana, e não esqueçam de comentar!

Beijos Galeciosos e abraços aPeetados em todos vocês, meus leitores lindos!



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